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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Conselho das Escolas diz que estabelecimentos de ensino são dos lugares mais seguros da sociedade

O presidente do Conselho das Escolas, Álvaro de Almeida Santos, sustentou hoje que os estabelecimentos de ensino são dos lugares mais seguros da sociedade, defendendo a necessidade de intervir nas famílias para evitar o acesso às armas por parte de crianças e jovens.“Se as armas provêm da família e da sociedade, então é preciso actuar a montante das escolas. É preciso ver de onde vêm e actuar junto dessas famílias”, disse Álvaro de Almeida Santos à Lusa.O responsável do Conselho das Escolas, órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), comentava assim as declarações do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, que ontem afirmou ter “elementos seguros” de que há alunos que vão para as aulas armados com pistolas 6,35 e 9mm.Também ontem, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse que o Ministério registou 140 casos em que houve violência praticada com armas nas escolas no ano lectivo anterior.Para Álvaro de Almeida Santos, “seria importante” perceber as circunstâncias e as consequências destes casos, que, segundo afirmou, terão acontecido em grande parte na área da Grande Lisboa e nas imediações das escolas.O presidente do Conselho das Escolas considerou preocupante que “haja elementos na sociedade que deixam as crianças pegar em armas”, sublinhando que, a par da intervenção junto das famílias, os casos devem ser denunciados sempre que são detectados nas escolas.“As escolas e conselhos executivos fazem o seu trabalho e quando detectam estes casos denunciam-nos às entidades competentes, disse. Considerou, no entanto, que as situações de alunos que têm armas são “esporádicas” e que “globalmente” as escolas são dos lugares mais seguros da sociedade.
“As escolas são núcleos onde os jovens criam maior interacção de paz, de segurança e de serenidade. Não podemos tomar a árvore pela floresta. Não podemos queimar uma floresta por causa de uma árvore que está doente”, sublinhou.Lamentou que se esteja a criar uma “histeria colectiva” em torno das escolas, considerando que tal “não abona muito a favor do clima de serenidade necessário para a formação dos alunos”.
Mostrou-se ainda indignado com o facto de “trabalhos notáveis” que estão a ser realizados nas escolas, por exemplo, ao nível da consciencialização para o fenómeno de “bullyng” ou de promoção da paz, estarem a ser relegados “para o plano zero” por este tipo de questões.

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