Os EUA preparam-se para mais uma temporada de ciclones, que se inicia segunda-feira e termina a 30 de Novembro. São esperadas 14 tempestades e sete furacões, segundo a Agência Nacional de Atmosfera e Oceanos (NOAA), uma temporada mais suave do que a passada, em que ocorreram 16 tempestades e oito furacões. Isto porque as temperaturas da superfície do oceano são levemente mais frias e os ventos mais fortes na parte alta da atmosfera sobre o Atlântico.
Aliás, a temporada de furacões de 2008 foi uma das mais activas dos últimos sessenta anos. Com 16 tempestades tropicais, oito furacões, cinco deles de categoria máxima, causou grande destruição e um alto número de mortos, principalmente no Haiti, em Cuba e nos Estados Unidos.
Mesmo assim, dizem os especialistas que há 50% de hipóteses de a temporada de furacões se situar num nível próximo do normal, o que corresponde a uma média de 11 tempestades com nome, seis furacões, dois dos quais de categoria máxima (de 3 a 5 na escala Saffir-Simpson).
Hoje, são cerca de 35 milhões os norte-americanos que vivem nas regiões mais ameaçadas por furacões no Atlântico, e ainda está na memória de todos o ‘Katrina’, que em 2005 causou enormes estragos em cinco Estados do Sul dos Estados Unidos: Florida, Georgia, Mississipi, Alabama e Louisiana, sendo que a cidade de Nova Orleães foi a mais atingida e aquela em que se registou maior número de vítimas. O ‘Ike’, categoria 4, deixou centenas de vítimas antes de chegar aos EUA, já enfraquecido.
As previsões para este ano revelam 54% de probabilidades de pelo menos um furacão de categoria 3, 4 e 5 atingir a costa norte-americana. No estado da Florida, as probabilidades são de 32%, e na costa do Golfo do México o risco corresponde a 31%.
TENTATIVAS PARA ENFRAQUECER O FENÓMENO
Nos anos 60 e 70, o governo dos Estados Unidos tentou enfraquecer furacões pulverizando tempestades com iodeto de prata (a China utilizou esta técnica como tentativa de induzir tempestades para diminuir a poluição atmosférica nos Jogos Olímpicos de Pequim).
Esta experiência, que acabou por ser inconclusiva, procurava testar a teoria de que a pulverização aumentaria a precipitação fora do núcleo da tempestade, provocando o seu colapso e consequentemente a diminuição dos ventos.
Alguns meteorologistas acreditam que pequenas mudanças de temperatura dentro e em redor de um furacão podem mudar o seu padrão ou afectar a intensidade.
TEMPORADA COMEÇA COM 'ANA' E 'BILL'
Uma temporada normal de furacões tem em média 11 tempestades tropicais, incluindo seis furacões, dos quais pelo menos dois costumam ser de grande intensidade.
A primeira tempestade tropical da temporada 2009 levará o nome de ‘Ana’ quando alcançar 62 km/h.
As tempestades tropicais tornam--se furacões quando alcançam 119 km/h e passam a ser de grande intensidade quando superam os 178 km/h. Seguir-se-ão outros: ‘Bill’, ‘Claudette’, ‘Danny’, ‘Erika’, ‘Fred’.
FURACÃO À LUPA
Em 1971, o engenheiro H. Saffir e o meteorologista Bob Simpson desenvolveram a Escala Saffir-Simpson, que classifica a intensidade dos ciclones tropicais. O aquecimento das águas do Atlântico é responsável pela formação dos furacões.
FURACÕES DEVASTADORES
Lista de alguns dos furacões mais mortíferos que atingiram os EUA desde 1900 classificados com base no número de mortes provocadas, no total mais de 13 500
‘Galveston’ (Texas, 1900): 8000 mortos
Sem nome (Florida, 1928): 2500 mortos
‘Katrina’ (Louisiana e Mississipi, 2005): 1500 mortos
Sem nome (Ilhas Key, Florida, 1935): 408 mortos
‘Audrey’ (Louisiana e Texas, 1957): 390 mortos
Sem nome (Florida e Texas, 1919): 287 mortos
‘Camille’ (Louisiana, Virginia e Louisiana, 1969): 256 mortos
‘Agnes' (Florida, 1972): 122 mortos
‘Hazel’ (Carolina do Norte e Carolina do Sul, 1954): 95 mortos
‘Betsy’ (Nova Orleães, 1965): 75 mortos
‘Floyd’ (Costa Leste dos EUA, 1999): 56 mortos
‘Donna’ (Leste dos EUA, 1960): 50 mortos
‘Carla’ (Texas, 1961): 46 mortos
‘Hugo’ (Carolina do Sul, 1989): 32 mortos
'Andrew' (Florida e Louisiana, 1992): 29 mortos
'Ivan' (Florida e Alabama, 2004): 25 mortos
'Charley' (Florida, 2004): 23 mortos
CATEGORIAS
1. VENTOS DE 120 A 152 KM/H
Pequenas inundações. Leves estragos materiais. Vagas 1,5 m superiores à média
2. VENTOS DE 153 A 177 KM/H
Telhados e árvores danificados. Vagas 2,5 m superiores à média
3. VENTOS DE 178 A 209 KM/H
Estruturas danificadas. Inundações graves. Vagas 3,7 m superiores à média
4. VENTOS DE 210 A 247 KM/H
Destruição de telhados. Estruturas gravemente danificadas. Vagas 5,5 m superiores à média
5. VENTOS SUPERIORES A 248 KM/H
Destruição total de edifícios. Inundações em zonas do interior. Vagas com mais de seis metros
NOMES DOS FURACÕES PARA 2009
Ana
Bill
Claudette
Danny
Erika
Fred
Grace
Henri
Ida
Joaquin
Kate
Larry
Mindy
Nicholas
Odette
Peter
Rose
Sam
Teresa
Victor
Wanda
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