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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Notícia - Urano e Neptuno podem estar cobertos de diamante


Uma equipa de físicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, publicou esta semana uma teoria na revista ‘Nature Physics’ no qual apontam que os planetas Urano e Neptuno podem estar revestidos de diamante (um dos materiais mais duros que se conhece) em estado líquido.

Na primeria fase do estudo, a equipa de liderada pelo físico Isaac Silvera foi tentar perceber qual o ponto de fusão do diamante, algo nada fácil, tendo em conta que quando aquecido a temperaturas muito elevadas (milhares de graus), se transforma em grafite. No entanto, quando se encontra no estado líquido, o diamante comporta-se de forma semelhante à água, com forma sólidas idênticas a icebergues a flutuar à superfície.

Para evitar a transformação em grafite, os físicos optaram por submeter os diamantes a uma pressão elevada, bombardeando-os depois com lasers de alta intensidade. No fim do teste os diamantes liquidificaram a um pressão 40 milhões de vezes superior à que existe na Terra.

Ao reduzir essa pressão para “apenas” 11 milhões superior à existente ao nível do mar e aumentar a temperatura para 50 mil graus centígrados, começaram a aparecer pequenas formações sólidas à superfície. Para espanto dos físicos, estes blocos de diamante não se afundaram no líquido, mantendo-se a flutuar à superfície.

Estas extraordinárias condições de pressão e temperatura ocorrem de forma natural em dois planetas do Sistema Solar: Urano e Neptuno. Tendo em conta que o dados sobre ambos os planetas apontam para que estes tenham no mínimo 10 por cento de carbono na formação, foi estabelecida a teoria de que planetas contenham mares de diamante.

Ainda assim, só existem duas formas de confirmar a teoria. A primeira passa pelo envio de uma sonda a um dos planetas, comprovando a tese em directo. A segunda hipótese de comprovação passa pela simulação de novos testes na Terra. Os problemas de ambas as verificações são os elevados custos que estas requerem, sem contar ainda com os vários anos necesarios para a preparação de todo o equipamento.

Enquanto é decidido ou não se avançam para um dos testes de confirmação, resta-nos apenas esperar, com o pensamento de que dois planetas do nosso Sistema possam estar revestidos com um material extremamente valioso na Terra.




Luís Murteira Nunes

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