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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Notícia - «Maioria das escolas não cumpre plano de contingência»


Uma confederação de associações de pais alertou hoje que a maioria das escolas não está a cumprir o plano de contingência da Gripe A: falta pessoal para as limpezas exigidas, bem como sabão e papeleiras nas casas de banho
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Joaquim Ribeiro, nas casas-de-banho de muitas escolas faltam papeleiras para limpar as mãos, o detergente ou sabão «é raro existir» e «poucos são os sítios» onde estão os desinfectantes recomendados. Existem ainda estabelecimentos de ensino onde «os alunos têm de levar a sua própria garrafa de água».

A razão para esta situação é simples: «As escolas não têm meios para aplicar os planos de contingência, porque a verba atribuída inicialmente não era suficiente, nem para o primeiro período», explicou Joaquim Ribeiro em declarações à Lusa.

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Educação lembrou que «existe um orçamento para esta matéria e que cabe às escolas solicitarem-no dependendo das suas necessidades».

Apesar destes alertas, a outra associação representativa dos encarregados de educação - a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) - acredita que as escolas estão a cumprir os planos e garante que todas as queixas feitas pelos pais foram corrigidas atempadamente.

«Admito que possa existir uma escola que de manhã não tem o líquido desinfectante, mas assim que se apercebem da falta, ele é adquirido», sublinhou Albino Almeida.

No entanto, o presidente da Confap lembra que os encarregados de educação têm de estar atentos para actuar em caso de necessidade: «Se não há dispensadores nas escolas, então os pais têm de fazer queixa para que as entidades responsáveis tomem as medidas necessárias».

Outra das questões que preocupa a CNIPE é o número insuficiente de funcionários para cumprir as novas tarefas que surgiram com a aplicação dos planos de contingência. Desde o início do ano lectivo, é preciso, por exemplo, limpar com mais frequência as secretárias dos alunos, os corrimões, maçanetas e as casas-de-banho. Também é fundamental controlar os dispensadores e papeleiras, para que não falte material.

Carlos Guimarães, presidente do Sindicato Técnicos Administrativos e Auxiliares de Educação da Zona Norte, lembra que «os auxiliares de acção educativa nunca foram suficientes».

Neste momento «há escolas primárias com falta de pessoal para fazer limpezas», reconheceu o sindicalista.

«Há um bocadinho de tudo: há escolas que são problemáticas e outras em que tudo funciona bem. Umas estão a cumprir os planos de contingência, outras vão cumprindo e existe ainda outras que não cumprem de todo. É conforme a dinâmica do director e do entendimento entre as escolas e autarquias», concluiu Carlos Guimarães.

O presidente da Confap lembrou que «foi dada autorização às escolas para poderem contratar mais pessoal» e que se decidiu que «teria de haver um auxiliar de acção educativa para cada 48 crianças».

Lusa / SOL

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