segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Notícia - Metano no Árctico ameaça a vida

Um dos maiores temores dos cientistas que acompanham as mudanças climáticas está no fundo congelado do oceano Árctico. Sob o leito do mar estão os maiores depósitos de metano, um gás várias vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono para aumentar a temperatura da Terra e destruir o clima que conhecemos desde os primórdios da civilização.

Cientistas registaram um aumento da libertação de mais 30% na quantidade desse gás metano da camada subterrânea de gelo permanente do Árctico, nos últimos quatro anos. Isto devido ao aquecimento das correntes marítimas na zona e ao derretimento do permafrost (solo congelado), que retém milhares de milhões de toneladas de metano, o que deve levar a um aumento de 10 graus centígrados na temperatura média da região até 2100.

Os depósitos de metano são importantes porque os cientistas crêem que o seu escape foi responsável, em épocas passadas, por mudanças climáticas bruscas e até pela extinção de muitas espécies.

É a primeira vez que a libertação de metano do fundo do mar é identificada na história recente da Terra. Embora a maior parte do metano se dissolva na água, parte chega à atmosfera e incrementa o aquecimento global.

Acredita-se que o metano contribuiu para os grandes períodos de aquecimento rápido da história da Terra, quando houve também grandes extinções de espécies. O detalhe é que esses grandes aumentos de temperatura do Planeta, provocados por fenómenos naturais, levaram milhares de anos para ocorrer, enquanto a mudança climática actual, provocada por emissões poluentes humanas, é medida em décadas.

Até recentemente, esta região de permafrost era considerada estável, mas agora os cientistas acreditam que a libertação de um gás de efeito-estufa tão poderoso pode acelerar o aquecimento global.

Os arrozais da China e do Sudeste Asiático produziram um terço das emissões mundiais de metano: 33 milhões de toneladas. Apenas 2% vem das regiões árcticas, embora seja ali que os maiores aumentos são registados.

A elevação de 30,6% nas emissões do Árctico, no período entre 2003 e 2007, para cerca de 4,2 milhões de toneladas, foio maior aumento percentual para qualquer região pantanosa, segundo a revista ‘Science’.

O metano é um dos gases que provocam o efeito-estufa e é 20 vezes mais potente do que o CO2 no seu efeito de aprisionar o calor na atmosfera.

Cientistas da Alemanha e do Reino Unido descobriram 250 colunas de bolhas de metanoa subir do fundo do mar numa plataforma de West Spitsbergen, uma ilha da Noruega.

O metano é o mais importante gás do aquecimento global, seguido do dióxido de carbono, e responde por cerca de 18% do efeitode aprisionamento do calor do Sol na atmosfera terrestre causado por actividades humanas. Outro problema causado pelo metano é que, enquanto ele se dissolve na água do mar, aumenta a acidez do oceano. O mar já está a absorver parte do excesso de gás carbónico que lançamos na atmosfera, ficando ácido por isso. Teme-se assim que aacidez progressiva possa afectara base da vida marinha, comprometendo a sobrevivência de peixes e de crustáceos.

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