terça-feira, 1 de abril de 2008

Professores ameaçam voltar à greve em Maio

"A partir de dia 17 de Maio, os protestos à noite e ao fim-de-semana acabam" e, se o Ministério da Educação (ME) não aceitar as exigências apresentadas - entre as quais a suspensão da avaliação docente este ano lectivo -, "dificilmente" não se seguirá o recurso à greve e a outras formas de luta. O aviso é deixado por Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e porta-voz da Plataforma Sindical, que reúne as 14 estruturas do sector, que ontem entregou um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas na sede no Ministério.Em declarações ao DN, Mário Nogueira explica que as acções de luta serão decididas pelos próprios professores, num conjunto de plenários no dia 15 de Abril que, acredita o sindicalista, irão impedir a realização de aulas nas escolas, durante o período da manhã, em todo o País: "Não será uma greve, mas um plenário nacional, ao abrigo da lei sindical", explicou. "Vai iniciar-se às 09.30 nas escolas do pré-escolar e do 1.º ciclo e às 10.30 nas E.B. 2,3 e secundárias".Do conjunto destas decisões surgirão os protestos, entre o final de Maio e início de Junho, que tanto poderão passar por diversas greves "por turnos, por áreas ou departamentos" como "por uma grande greve nacional", eventualmente acompanhada de uma marcha como a que, no dia 8 de Março, juntou cerca de 100 mil professores em Lisboa.Mário Nogueira diz que nesses "plenários", os professores farão uma "reflexão" sobre a situação do ensino no País e nas suas escolas em particular, e garante que "se estes entenderem que a greve não é o melhor recurso, a sua decisão será respeitada". Porém, "pelos milhares de mensagens que têm chegado", duvida que possa surgir outra via.
Em alternativa, o ME poderá aceitar o conjunto de exigências da plataforma. A saber: reuniões em mesa negocial com todos os sindicatos; suspensão imediata da avaliação docente neste ano lectivo; aplicação da mesma de forma "experimental", ainda que generalizada, no próximo ano lectivo; não aplicação este ano do novo regime de gestão das escolas; e, finalmente a contemplação, nos horários dos professores, de nove horas destinadas à componente individual de trabalho.Um cenário que o sindicalista diz ser "o desejado" pela Plataforma, mas no qual deposita pouca fé: "Neste momento, estamos sem qualquer mostra de flexibilidade do Ministério da Educação. Pelo contrário", acusa, "está a dizer às escolas que não pode haver suspensão ou abrandamento dos processos de avaliação". Entretanto, estão já programadas várias iniciativas, que começam a 14 de Abril, com as segundas-feiras de protesto, e prosseguem até às manifestações nacionais a 17 de Maio.Também os grupos independentes dos professores estão a planear acções. Em declarações ao DN, José Manuel Filipe, da recém-criada Associação Nacional de Professores em Defesa do Ensino, anunciou para o 25 de Abril um encontro, entre Constância e Almourol, onde além de participarem em várias actividades lúdicas e desportivas, os professores poderão fazer parte de "mesas redon- das" sobre o estado da educação.|

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