sábado, 5 de julho de 2008

ME terá de equacionar medidas para recuperar no Português

O Ministério da Educação (ME) "terá que equacionar medidas de apoio e de reforço de ensino de português no secundário" devido à quebra de resultados nos exames de Português do 12º ano, disse hoje o secretário de Estado da Educação.
A média de notas no exame de Português do 12º deste ano ficou abaixo dos 10 valores pela primeira vez em três anos, situando-se nos 9,7 valores face aos 10,8 de 2007.
Dos 60.281 alunos que este ano fizeram a prova de Português "chumbaram" 8 por cento (um acréscimo face aos 5 por cento verificados em 2007 e 2006).
A média de notas tem vindo a decrescer: dos 11,6 valores de 2006 passou-se para 10,8 valores no ano passado e para os 9,7 valores deste ano.
"Esta pequena quebra, que não é muito significativa mas suficiente para nos preocupar, leva-nos necessariamente a ter que equacionar algumas medidas de apoio e de reforço no ensino de português no secundário ", afirmou hoje Valter Lemos em declarações à Agência Lusa.
Ainda que o resultado final não seja "um resultado muito mau", uma vez que "está no limiar da positiva", o secretário de Estado da Educação reconheceu que a baixa dos resultados a Português causa preocupação.
"Isto deixa-nos alguma preocupação para eventualmente ter que implementar algumas medidas de apoio e de reforço" da disciplina no Secundário, reiterou, lembrando que os indicadores que o Ministério da Educação tinha apontavam para existência de "mais problemas" no ensino básico.
"Provavelmente o facto de os resultados no secundário ser historicamente nos últimos anos um resultado razoável não nos deixava tanta preocupação", afirmou Valter Lemos.
"Teremos agora que fazer alguma revisão em alta desta nossa preocupação. Vamos trabalhar para que no próximo ano possamos ter algumas medidas de apoio e reforço ao ensino português no ensino secundário para evitar que isto não seja uma tendência, mas sim meramente uma oscilação natural, e para manter um resultado em Português, que historicamente é positivo", acrescentou.
Em relação aos restantes exames, o tom é de satisfação.
"Estamos satisfeitos com os resultados obtidos, porque em geral revelam uma melhoria dos resultados finais, designadamente nas disciplina nas quais tem havido um esforço muito grande de concentrar uma série de medidas de apoio e de reforço ao ensino e a aprendizagem, como a Matemática, a Química, Física e Biologia".
A taxa de reprovação no exame de Matemática A do 12º deste ano baixou para 7 por cento, contra os 18 por cento do ano passado, numa prova em que a média de notas foi de 12,5 valores.
A taxa de reprovação de 7 por cento dos 36.674 alunos que fizeram este ano a prova de Matemática A é menos de metade da verificada no ano passado (18 por cento) e cerca de um quarto da de 2006 (29 por cento), indicam os dados oficiais distribuidos hoje à tarde pelo Ministério da Educação (ME).
Na Matemática B (prova realizada por 6.731 alunos), a média de resultados foi de 11,4, uma subida em relação aos 7,5 valores verificada em 2007.
A taxa de "chumbos" neste exame foi igualmente de 7 por cento contra os 24 por cento de 2007 e os 30 por cento em 2006.
Quanto aos exames na área de Ciências, registou-se uma melhoria nos resultados da Física e Química A, que ainda assim registou uma taxa de "chumbos" de 22 por cento (a mais alta percentagem de reprovações em todos os exames) face aos 31 por cento de 2007 mas superior aos 21 por cento de 2006.
Os 31.760 alunos que fizeram esta prova obtiveram uma média de 9,3 valores (contra os 7,2 valores de 2007 e os 7,4 de 2006).
Quanto a Biologia e Geologia, dos 39.890 alunos que fizeram a prova chumbaram 8 por cento (uma melhoria face aos 12 por cento de 2007 e aos 9 por cento de 2006).
A média de Biologia e Geologia passou de 9,1 valores em 2007 para 10,5 valores este ano.
"Creio que o esforço que tem sido realizado nessa áreas - traduzido em mais tempo de trabalho dos alunos e professores e melhores instrumentos de trabalho como testes intermédios - tem sido bem usado, o que produziu melhores efeitos finais e demonstram alguma consistência nos ultimos anos", sublinhou Valter Lemos.
Diário Digital / Lusa

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