quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Guião de Trabalho sobre Diversidade Agrária Regional


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Powerpoint sobre a Região Agrária do Alentejo

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Powerpoint sobre a Caracterização do Concelho de Grândola

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Powerpoint sobre Gráficos Termopluviométricos

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Powerpoint sobre o clima em Portugal

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Powerpoint sobre o clima como factor de ambiente

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domingo, 9 de outubro de 2011

Imagem - Exemplos de Fósseis


Os Azuis

O professor diz aos alunos:

- A partir de hoje não há mais racismo na minha sala de aula! A partir de hoje já não há aqui brancos e pretos, passamos a ser todos azuis! Agora vá, azuis clarinhos cá para a frente e azuis escuros lá para trás!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Imagem - Vulcões


Formação inicial de professores a interculturalidade em contexto de estágio

O alargamento temporal da formação para 5 anos, incluindo um mestrado, desafia a exigência e amplia as condições para a realização de formações reflexivamente fundamentadas, em domínios estruturantes das competências docentes

O tema da interculturalidade e da educação e diversidade tem sido, com regularidade, objecto de artigos de diversos colaboradores de A Página. Este texto mantém essa regularidade. Visa contribuir para a (re)contextualização do tema enquanto conteúdo do novo modelo (3+2 anos) da formação inicial de professores e educadores (FIPE). Apesar da inadequação de alguns aspectos da estrutura proposta, o alargamento temporal da formação para 5 anos, incluindo um mestrado, desafia a exigência e amplia as condições para a realização de formações reflexivamente fundamentadas, em domínios estruturantes das competências docentes. A preparação para o trabalho em contextos escolares caracterizados pela diversidade é, seguramente, um desses domínios. A FIPE é a etapa estruturante de concepções coerentes e pluralistas para a gestão do currículo pelos futuros docentes. A fundamentação teórica e reflexiva de práticas, em contexto de estágio, envolvendo a diversidade dos alunos, é condição para a consolidação de tais concepções. Não tem sido, no entanto, uma dimensão particularmente considerada na organização, na dinâmica e na supervisão dos estágios. Por razões sociologicamente explicadas, tem prevalecido alguma desvalorização ou ocultação de situações de natureza intercultural e racial, vividas ou observadas pelos estudantes. E, como referi no número de Verão de 2009 de A Página, tem sido frágil o protagonismo da investigação como prática ou como explicitação do observado e do realizado nos estágios. Independentemente da modalidade adoptada para o trabalho final – dissertação, trabalho de projecto ou estágio com os respectivos relatórios - a investigação, enquanto atitude e prática, deve constituir um elemento distintivo do 2º ciclo/mestrado. As decisões, as práticas, as situações e as interacções, vividas pelo formando em tempo de prática, e o desejo de antecipar bons desempenho como docente, acentua a sua disponibilidade e sensibilidade para questões que possam melhorar aquele desempenho no futuro. Assim o supervisor o oriente para o aprofundamento da relevância do que vive e do que observa no contexto do estágio!

Seja qual for a modalidade do trabalho final no 2º ciclo da FIPE (dissertação, trabalho de projecto ou estágio), as intervenções educativas proporcionam, de diversos modos, oportunidades formativas e a emergência de temas e processos, no domínio da educação e diversidade, que podem fundamentar trabalhos finais com níveis esperados num mestrado. Entre esses temas podem referir-se: a permeação do projecto curricular com a dimensão intercultural ajustando-o à diversidade dos alunos, contrariando assim práticas educativas monoculturais; a identificação e o aprofundamento, de acordo com metodologias de investigação, de questões/problemáticas interculturais; o desenvolvimento de trabalhos centrados no ethos escolar, na caracterização da classe, da escola e da comunidade em termos culturais, étnicos e sociais. Ao nível da sala de aula, são diversos os domínios, com relevância intercultural, geradores de questões para trabalhos mais aprofundados: interacções interculturais, constituição e funcionamento dos grupos, lideranças, culturas na sala de aulas (na gestão e realização do currículo, nas interacções), discursos, materiais, adequação curricular, etc.

A constituição, com maior ou menor institucionalização, na escola de formação, de linhas de investigação – por exemplo: educação e diversidade - alimentadas pelos trabalhos dos estudantes, ajudaria a consolidar práticas, percursos e culturas de exigência na FIPE.

Carlos Cardoso

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Imprensa estrangeira noticia corte de 600 milhões na Educação em Portugal

O Governo português prevê cortar em 2012 o seu orçamento em Educação em mais de 600 milhões de euros, noticia a agência espanhola EFE, citando o ministro Nuno Crato.
Num encontro com a imprensa estrangeira, Crato precisou que esta diminuição na despesa é equivalente a oito por cento do orçamento total do sector, estimado em 7.800 milhões de euros.
"É uma redução significativa, mas tem em conta que é um sector em que os gastos sempre subiram", disse o ministro, matemático de formação e chegado à política no passado mês de Julho, quando foi nomeado pelo Governo conservador português, para titular da Educação, escreve a EFE.
O ministro precisou, no entanto, que essa poupança não levará a uma redução do plano já existente, embora obrigue a reduzir as novas contratações e a redistribuir professores.
Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), afirmou que os 500 milhões de euros a cortar no Ensino Básico, juntamente com 108 milhões no Superior deixarão Portugal com "sistema educativo ao nível do terceiro mundo".

Para o líder da maior organização sindical de professores, o Governo está a levar a cabo "uma irresponsabilidade".
Mário Nogueira recordou antigas declarações de Nuno Crato a propósito da máquina burocrática do Ministério da Educação antes de integrar o Governo: "Dizia que queria implodir o Ministério da Educação, mas o que está a fazer é explodir o sistema educativo".

domingo, 25 de setembro de 2011

Imagem - Vulcões


O sorriso dos professores

Sebastião Salgado publicou, com palavras de Cristovam Buarque, um álbum de fotografias chamado “O berço da desigualdade”. As fotografias são de escolas em todo o mundo e trazem-nos os limites materiais das escolas dos pobres com uma força que só, talvez, as imagens em P&B permitam.

Um dos fotógrafos brasileiros mais preocupados com as lutas populares é Sebastião Salgado. No Brasil, ele publicou, com palavras de Cristovam Buarque, político brasileiro e ex-Ministro da Educação, no primeiro governo Lula, um álbum chamado “O berço da desigualdade”. As fotografias são de escolas em todo o mundo e trazem a nós os limites materiais das escolas dos pobres com uma força que só, talvez, as imagens em P&B permitam. Trazem, também, tanto a importância que se dá, em todos os lugares, a essa instituição, não só para crianças – meninos e meninas -, mas para os jovens e os adultos – como a que próprio fotógrafo nela percebe e nos indica com as fotografias feitas e escolhidas para esse álbum.

Nos países mais pobres - dos campos de refugiados palestinos à escola no fundo da selva da Indonésia; de uma prisão na Coréia do Sul para as famílias refugiadas da Coréia do Norte a escolas do Movimento dos Sem-terra no Brasil – Salgado fotografa os alunos e alunas com um material escolar mínimo: um caderno com poucas folhas, um lápis, raros livros, quadro-negro e giz...

Em várias delas, aparece, na cena fotografada, o professor que atende àqueles alunos. Delas, escolhi duas nas quais aparecem professores homens – existem também de professoras, mas seriam demais para o espaço com que contamos. Convido para que busquem ver o álbum e possam ver a miséria e a grandeza desses professores e professoras.

Mas o que é bom ver nessas fotografias com professores é a animação que transmitem e a relação que mantêm com a classe. Em uma, grandes braços abertos convidam a uma resposta sobre uma borboleta desenhada no quadro-negro e para dá-la braços se levantam entusiasmados. Na outra, um sorriso sedutor e braços erguidos para o céu convidam, também, para uma resposta que outros braços ao ar querem dar, mostrando que a lição foi bem aprendida. A primeira foi feita no Líbano em uma escola para crianças palestinas refugiadas (p. 102-103), a segunda em uma escola no Quênia na região do lago Turcana (p. 166-167).

Trabalhando em regiões pobres, dentro de conflitos muitas vezes violentos, em duras condições sempre, professoras e professores parecem ter a certeza de que as crianças têm direito à escola e à alegria de saber. Nessa situação, eles estão com elas, trabalhando e fazendo com que sejam melhores, talvez. Juntos, pensando – quem sabe? – que um mundo melhor é possível...

Mais do que uma terrível imagem de muitos mortos dentro de uma escola, em Ruanda (p.126-127) que é possível ver em uma das fotografia, estas imagens chamaram minha atenção porque vi nelas possibilidades de respostas a questões que, hoje, todos nos colocamos nas escolas, sobre nossas ações como professores.

Ao contrário disto – quem sabe? – tomei conhecimento na França, há alguns dias, com um esforçado professor, do site que organiza (www.aideauxprofs.org) para ajudar professores a encontrarem uma outra profissão, deixando para atrás uma que eles não querem mais, que não suportam mais...

Todos pertencem a um mesmo mundo? A força e o sorriso dos professores fotografados mostram que, em circunstâncias dificílimas, trabalham com entusiasmo e fazem trabalhar seus alunos. Por que na França – e na Europa toda sentimos isto, de certa maneira – os professores estão abrindo mão de ser professores? Não agüentam mais? Em que momento e por que isto se deu?

Nos trabalhos que desenvolvemos no Brasil com professores e professoras atuando na escola básica, sentimos que estão cansados com o profundo desprezo que as autoridades parecem ter por eles quando “encomendam” estudos de diferentes ordens para mostrar: 1) que aumento salarial não faz aumentar a qualidade do ensino – ao ver estes estudos que são mais ‘declarações’ do que outras coisas, sempre me pergunto curiosamente: o que faria, então? 2) que os professores não sabem e não querem usar as tantas tecnologias que colocam à disposição na escola pra “facilitar”o trabalho deles – nesse caso, verifico, com freqüência que, nestes tempos de wi-fi na orla de Copacabana (sim! Quem vai à paria pode usar internet), as escolas na cidade do Rio de Janeiro, em sua grande maioria, têm um só ponto de internet, localizado na sala da diretora para contatos com a Secretaria de Educação com que a escola se relaciona.

No meio a estas tantas dúvidas e incoerências, confesso que amo ver o sorriso dos professores nas fotografias de Sebastião Salgado.

Referência bibliográfica

SALGADO, Sebastião e BUARQUE, Cristovam. O berço da desigualdade. Brasília: UNESCO, 2005.

Nilda Guimarães Alves