sábado, 31 de março de 2012

Será possível educar em qualquer contexto?

A pergunta é provocadora, claro, mas não a confrontar corresponde a virar as costas a um problema real como aquele com que se confronta o colectivo docente, especialmente nos países menos desenvolvidos, marcados pela existência de importantes bolsas de pobreza.

Vamos por partes. Sabemos que a educação constitui, de há muitos anos a esta parte, o investimento considerado necessário para conseguir o desenvolvimento económico e a ruptura com a reprodução intergeneracional da pobreza. Discursos, políticas e orçamentos coincidiram frequentemente na mesma direcção: mais educação para gerar as oportunidades necessárias que terminem com a injustiça, que pressupõe a imobilidade, que é consequência da origem social. Sabemos, contudo, que depois de tantos anos de discursos, políticas e orçamentos, continua a ser mais provável que uma criança pobre experimente uma trajectória educativa limitada, interrompida, ou, como muitas vezes acontece, de insucesso. Sabemos, inclusivamente, que a globalização e a desvalorização das credenciais educativas reduzem as possibilidades de mobilidade social, mesmo quando se obtêm níveis educativos superiores aos das gerações precedentes, e também observamos trajectórias educativas relativamente amplas que não se traduzem em melhorias significativas de inserção laboral e social.

Outra questão importante, porém menos explorada: por que é que o próprio processo de aprendizagem das crianças pobres está sujeito a mais obstáculos do que o de uma criança que não é pobre? Qual é a causa? Será a escola? Será a família? Serão as crianças pobres mais limitadas para aprender? Em suma, será possível educar em qualquer contexto?

A pergunta é feita por Néstor López e Juan Carlos Tedesco para chamar a atenção para a necessidade de nos interrogarmos sobre os efeitos da pobreza sobre a educação e não só sobre as virtudes da educação para erradicar a pobreza. Em cenários cada vez mais devastados pela pobreza e pela desigualdade, a pergunta torna-se fundamental. Pressupõe o alerta sobre as necessidades fundamentais da criança no plano material, afectivo, psicológico ou normativo. Pressupõe perguntar se a fome, a violência ou a ausência de afecto são factores fundamentais que podem impedir que uma criança, ainda que esteja fisicamente na escola, seja incapaz de se concentrar ou que lhe seja impossível assimilar as explicações dos professores. É legítimo perguntar, como o fazem estes autores, sobre as condições de educabilidade das crianças, isto é, sobre os factores alheios às suas capacidades individuais que limitam injustamente as suas possibilidades de aprendizagem e de sucesso escolar. Nas possíveis respostas a esta pergunta, é provável que se encontre grande parte das razões pelas quais as novas reformas e práticas educativas oferecem resultados tão pobres para modificar a educação das crianças pobres.

A ideia de educabilidade, quando aplicada aos contextos de pobreza, não deve ser entendida de modo algum como a potencial capacidade individual da criança de aprender. O conceito educabilidade, como sublinham López e Tedesco, aponta para a identificação do conjunto de recursos, aptidões ou predisposições que tornam possível que uma criança ou adolescente possa frequentar com êxito a escola, ao mesmo tempo que convida a analisar quais as condições sociais que tornam possível que todas as crianças e adolescentes acedam a esses recursos. O conceito de educabilidade como condição, expressa a ideia de um estado ou situação que possibilita alguma coisa e, portanto, indica uma disposição dinâmica e não uma determinação fixa. A educabilidade não se associa às potencialidades e capacidades individuais, se não precisamente como instrumentos necessários para possibilitar o desenvolvimento educativo. Apesar de toda a gente ser potencialmente educável, o contexto social, familiar e escolar desempenham um papel-chave no desenvolvimento ou impedimento dessa potencialidade, na medida em que influem na possibilidade de adquirir o conjunto de recursos, aptidões e predisposições necessárias para o desenvolvimento das práticas educativas. A educabilidade dos sujeitos nunca é uma propriedade exclusiva dos mesmos, mas, de algum modo, um efeito da relação entre as características subjectivas e o conjunto de mecanismos objectivos que contribuem para produzir essa subjectividade. A educabilidade não se define pela natureza do aluno, mas pelo conjunto de relações sociais, familiares, económicas e educativas em que o aluno se enquadra.

A consideração da educabilidade constitui um elemento muito valioso para analisar as relações entre educação e pobreza, dado que coloca a ênfase, precisamente, nos factores associados à pobreza que impedem o aproveitamento das oportunidades educativas. Não se pode evitar que a frequência da escola e o aproveitamento educativo impliquem o mínimo de condições materiais, afectivas e culturais que aproximem os alunos dos mínimos exigidos pela instituição escolar. E as condições de pobreza tendem a dificultar a garantia deste mínimo.

Falar de educabilidade prende-se, portanto, com a necessidade de dispor de um mínimo de condições materiais tão básicas como a possibilidade de desfrutar de alimentação, roupa e material escolar; com a necessidade de um contexto familiar que não constitua obstáculo às práticas educativas; com um contexto escolar com capacidade para aceitar diferentes ritmos de aprendizagem; com alunos que tenham interiorizado um conjunto de representações, valores e atitudes que os disponham favoravelmente para a aprendizagem escolar; com um professorado que confie nas capacidades dos seus alunos; com condições sociais que permitam às famílias ir à escola com regularidade.

Em suma, mínimos sociais, familiares e escolares para o desenvolvimento e para o potencial êxito das práticas educativas. Como diz Tedesco, “abaixo da linha de subsistência, as mudanças institucionais ou pedagógicas têm um impacto muito pouco significativo nos resultados escolares dos alunos”.

A reflexão sobre o conceito de educabilidade abre campo para que se pergunte se é possível garantir o desenvolvimento da educação em qualquer contexto social e educativo, ou por que é que um mesmo investimento educativo pode gerar impactos completamente diferentes, inclusivamente em indivíduos do mesmo contexto socioeconómico e cultural e com um nível idêntico de rendimento.

Pensar em termos das condições de educabilidade das crianças convida a pensar sobre quais os factores que podem incidir nas possibilidades de aproveitamento do investimento educativo ou sobre como interagem pobreza e educação nas práticas quotidianas dos alunos, nas suas expectativas.

A educabilidade, em suma, sugere que não se deve ignorar uma omissão que com demasiada frequência tem caracterizado a política educativa: quanta equidade social é necessária para conseguir a equidade educativa?

Em vez de questionar as potencialidades de aprendizagem das crianças ou a sua capacidade de resiliência, estudar as condições de educabilidade das crianças pobres é precisamente o que nos pode ajudar a não reduzir a interpretação da sua experiência escolar a uma reflexão sobre as suas capacidades.

Não existe heroísmo quando falamos de pobreza. A resposta à pergunta do título é, pois, não – não é possível educar em qualquer contexto, especialmente se não se faz nada para transformar o contexto.

A Página da Educação 187

sexta-feira, 30 de março de 2012

Pais organizam-se para dar explicações gratuitas a alunos em Torres Vedras

Três dezenas de pais dos alunos do Externato de Penafirme, Torres Vedras, organizaram-se para dar explicações gratuitas em colectividade da região, numa estratégia solidária para contrariar a crise económica.

O projecto “Estudar dá Futuro” é dirigido a alunos do 5º. ao 7º. ano e foi implementado há dois meses pela associação de pais em 10 colectividades das freguesias abrangidas pela escola, numa iniciativa que conta com 30 pais voluntários.

“Assim como as minhas filhas sentem dificuldades na escola e eu ajudo-as, sei que há muitos pais que não têm condições económicas nem tempo para auxiliar os filhos. E como tinha algum tempo livre e como sempre fiz voluntariado, achei que podia ajudar”, explicou Fernando Martins, consultor de gestão e pai de duas adolescentes da instituição.

Fernando Martins desloca-se uma vez por semana durante uma hora à associação da Silveira com Carlos Freire e Maria José Gomes, também pais de alunos da escola, para dar apoio a 15 alunos da freguesia.

Sofia Reis, a frequentar o 6º. ano, é uma das alunas que beneficia do projecto. Antes “fazia os trabalhos de casa sozinha” porque os pais “não conseguiam ajudar”, mas desde que é acompanhada tem “melhorado e subido as notas nos testes”.

Para o Externato de Penafirme, trata-se de um projecto relevante nos tempos que correm: “cada vez mais, chegam-nos pedidos de ajuda na alimentação, por exemplo, e é lógico que, não tendo dinheiro para pagar a alimentação, muito menos têm dinheiro para pagar explicações ou outro género de apoios”, conta o professor Jorge Henriques.

Luís Marinho, coordenador do projecto na associação de pais, explicou que a ideia foi criar uma ajuda para as famílias da comunidade escolar, sejam ou não carenciadas, em salas das colectividades, numa lógica de proximidade em relação às residências dos alunos.

“O projecto visa garantir que as famílias sejam apoiadas porque, sendo voluntário, permite uma poupança de custos que, se não existisse, as famílias sozinhas não conseguiam ter”, disse.

Assim, tira benefício das qualificações dos pais voluntários (a maioria com o 12º ano) que formam equipas multidisciplinares para apoiar os filhos uns dos outros no estudo, desde “acompanhar os trabalhos de casa”, “esclarecer dúvidas quando se aproximam testes”, “organizar cadernos” e “ensinar a sublinhar o que é mais importante”.

Além do apoio, uma equipa composta por quatro pais percorrem as 10 colectividades do projecto com o intuito de desenvolverem jogos pedagógicos com os mais novos para, além da aprendizagem dos currículos escolares, desenvolverem competências relacionadas com comportamentos, camaradagem, solidariedade e trabalho de equipa.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Alunos do 4.º ano já farão exames em 2013

A partir do próximo ano lectivo, os alunos do 4.º ano vão passar a ter provas finais de ciclo que contarão para a nota, anunciou hoje o ministro da Educação e Ciência durante uma conferência de imprensa para apresentação da proposta definitiva de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário.

A introdução de exames no final do 1.º ciclo já estava prevista no programa do Governo, mas hoje Nuno Crato anunciou que a medida entrará em vigor já no final do próximo ano lectivo. Para os alunos do 6.º ano, conforme já fora anunciado, a novidade será concretizada já em Junho próximo.

Até agora os alunos do 4.º e 6.º ano realizavam no final do ciclo provas de aferição, que não contavam para a nota. Tanto para o 4.º, como para o 6.º, as novas provas começarão por ter um peso de 25% na nota final. No segundo ano de aplicação a ponderação será de 30%, a mesma que está em vigor para o 3.º ciclo e ensino secundário. Nuno Crato indicou que serão apresentadas também medidas concretas para reforçar o apoio ao estudo no 1.º ciclo.

Para o 2.º ciclo já está decidido que, a partir do próximo ano lectivo, as escolas terão obrigatoriamente de ter cinco horas semanais de apoio ao estudo. Os alunos que o irão frequentar serão escolhidos pelo Conselho de Turma. Esta é uma das alterações na estrutura curricular ainda em vigor.

A proposta do ministério foi apresentada no princípio de Janeiro e esteve em consulta pública até ao final daquele mês. Foram recebidos mais de 1600 contributos, indicou Crato. O Ministério da Educação e Ciência manteve a sua intenção de não incluir Formação Cívica como disciplina autónoma, mas na nova estrutura curricular será oferecido mais um tempo que pode ser utilizado pela escola para manter aquela disciplina. Muitos directores e professores tinham defendido a sua existência, lembrando que esta disciplina, que actualmente ocupa 45 minutos, é utilizada pelos directores de turma para resolver os problemas e conflitos com alunos.

Em relação à proposta de Janeiro, a definitiva, que foi hoje apresentada, tem ainda outras alterações. A disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que actualmente integra o currículo do 9.º ano, não será antecipada, como anunciado antes, para o 2.º ciclo, passando antes a ser leccionada no 7.º e 8.º ano. No próximo ano, para garantir a transição, os alunos do 9.º ainda terão TIC.

Por outro lado, a disciplina de Educação Tecnológica (ET) desaparece do currículo nacional do 3.º ciclo, embora no 7.º e 8º ano possa ser mantida em oferta de escola. A decisão dependerá dos directores.

Estão atribuídos dois tempos de 45 minutos que serão distribuídos por TIC e pela oferta de escola. Ao contrário do previsto na proposta inicial, no 2.º ciclo a disciplina de ET terá estes dois tempos em exclusivo.

Também ao contrário do proposto inicialmente, irá manter-se a actividade experimental na disciplina de Ciências da Natureza. Já no que respeita ao ensino secundário, o ministério irá manter duas opções disciplinares no 12.º ano. Inicialmente pretendia reduzir as opções para uma. No 12.º ano será também reforçada a carga horária de Português, que passará a ter mais 45 minutos semanais. Esta medida não estava prevista na proposta inicial.

Confirma-se as principais medidas anunciadas em Janeiro: na escolha de línguas estrangeiras, o inglês passará a ser obrigatório; a carga horária das disciplinas de História, geografia, Ciências Naturais e Físico-Química será reforçada no 3º ciclo., Manter-se-á o reforço já em vigor das cargas horárias de Língua Portuguesa e de Matemática no 2.º e 3.º ciclo e de Física e Química e Biologia e Geologia no ensino secundário.

No 2.º ciclo a actual disciplina de Educação Visual e Tecnológica será divida em duas áreas disciplinares, cada uma com o seu programa e com um só professor. Nuno Crato confirmou também que será dada liberdade às escolas para decidirem qual o tempo de duração das aulas.

Actualmente é obrigatório terem uma duração de 45 ou de 90 minutos. As escolas poderão agora decidir se querem aulas de 45, 50 ou 60 minutos ou outra unidade, desde que garantam o tempo mínimo por disciplina e máximo por carga curricular, definido pelo ministério.No âmbito do reforço da autonomia das escolas, estas poderão também organizar as turmas de modo a “prover a homogeneidade das aprendizagens”, indicou Crato. O que poderá ser feito através da constituição de grupos diferentes de alunos, de modo a permitir um maior apoio aos que têm mais dificuldades e que os alunos com sucesso possam progredir, esclareceu o ministro. Esta organização em grupos será sempre “temporária” e não presidirá à formação de turmas, acrescentou.

sábado, 24 de março de 2012

FC Porto queixa-se ao Ministério da Educação por causa de professora "ayatollah"

O FC Porto pretende que o Ministério da Educação se pronuncie sobre “os fascistas do gosto”, na sequência de uma queixa contra o ensinamento às crianças de cantigas infantis com saudações ao Benfica numa escola pública da Ericeira.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o clube portuense condena “o proselitismo em escolas públicas”, saúda “o civismo do pai” autor da queixa e critica o género de cantilenas naquele jardim-de-infância público: “Em vez de ensinarem os valores da liberdade de escolha, ou de opinião, preferem ser uma espécie de ‘ayatollahs’ das suas próprias preferências”.

“Mais grave é que a adulteração da letra é prática diária e repetida três vezes ao dia, não só no jardim-infância da Ericeira, mas também em todas as escolas do pré-escolar do agrupamento e noutras de Lisboa e Cascais”, refere a nota divulgada na página oficial do clube.

O FC Porto pretende que “o Ministério da Educação se pronuncie sobre estes fascistas do gosto e dê instruções para que, em todas as escolas do país, se acabem com práticas que fazem lembrar os tempos da outra senhora”.

A inclusão da expressão ‘viva ao Benfica’ na cantilena “Atirei o pau ao gato” de um jardim-de-infância da Ericeira, Mafra, motivou a queixa de um pai ao Ministério da Educação, por desrespeitar a pluralidade de gostos.

Na queixa enviada, Eduardo Mascarenhas, pai de uma menina de quatro anos, manifestou-se contra o facto de a educadora ter feito uma adaptação, ao ensinar as crianças a cantar “vai-te embora pulga maldita/batata frita/viva o Benfica”, várias vezes ao dia.

domingo, 18 de março de 2012

Vítima de bullying tenta suicídio

Uma adolescente de 13 anos, vítima de bullying na escola, tentou matar-se, na quarta-feira, ingerindo 70 comprimidos e tentando sufocar-se com um cinto. Só a intervenção da mãe evitou a tragédia. A menor foi transportada para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde esteve internada durante um dia.
A mãe da aluna da Escola Básica 2,3 da Sobreira, em Paredes, teme pelo futuro da filha, caso os insultos, as ameaças e as agressões se mantenham. "Ando com o coração nas mãos", desabafa ao Correio da Manhã.
Segundo conta, desde o ano passado que a filha se queixa das colegas. Há três semanas, porém, tudo piorou, quando a jovem foi agredida, já no exterior da escola, por quatro raparigas do 7º ano, de turmas diferente: "Pediram tabaco ou dinheiro à minha filha, mas como ela não deu, bateram-lhe."
A progenitora apresentou queixa na escola nesse mesmo dia, mas as ameaças continuaram. Na manhã de quarta-feira, a adolescente voltou a levar um pontapé. "Chegou a casa às 13h30 e contou-me. Fui à escola, e, quando regressei, por volta das 17h00, encontrei-a a chorar. Cinco minutos depois, chamou-me, aflita, e disse-me que se tinha tentado matar", recorda.
No caixote do lixo, a mãe encontrou vazias duas caixas de medicamentos para tratar as varizes e para aliviar as dores musculares.
A direcção da Escola Básica 2,3 da Sobreira recusou prestar declarações ao Correio da Manhã, informando apenas que "já está a tratar do caso".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Professores portugueses estão cada vez mais horas nas escolas

À medida que os anos foram passando, os professores portugueses foram permanencendo mais horas nas escolas. Os valores ficam acima da média da OCDE.

Segundo o estudo Preparing Teachers and Developing School Leaders for the 21st century – apresentado ontem, em Nova Iorque, EUA, no âmbito do segundo encontro sobre a profissão docente, promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) – os professores viram as horas lectivas aumentar, entre 2000 e 2009.

Em 2000, os professores do 1.º ciclo leccionavam 815 horas anuais e, nove anos depois, esse valor subiu para 875. Quanto aos dos 2.º e 3.º ciclos aumentaram de 595 para 770; e os do secundário de 515 para as mesmas 770 horas.

Estes valores estão todos acima dos da média da OCDE, que, em 2009 é de 779 para os docentes do 1.º ciclo; de 701 para os do 2.º e 3.º; e de 656 para os do secundário.

Em termos de horário de trabalho, os professores portugueses também se situam acima da média da OCDE. Em Portugal, os docentes, do 1.º ciclo ao secundário, trabalham 1289 horas, quando a média da OCDE é de 1182 para os do 1.º ciclo, 1198 para os dos 2.º e 3.º ciclos, e de 1137 para os do secundário, nas escolas públicas.

Contudo, os docentes portugueses trabalham menos uma semana (37) quando comparados com a OCDE (38). Assim como, por cá, os dias de aulas são menos: os professores portugueses têm 175 dias, a média da OCDE é de 186 para o 1.º ciclo; 185 para os 2.º e 3.º ciclos; e 183 para o secundário.

terça-feira, 13 de março de 2012

Diretores de escolas públicas discordam de novo diploma de autonomia

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e das Escolas Públicas (ANDAEP) disse à Lusa que o novo diploma de autonomia e gestão das escolas "põe toda a gente a mandar no diretor".

"Só o diretor é que não manda em ninguém. O seu papel está mal definido nesta proposta do Ministério da Educação e acaba por fragilizar a escola pública", lamentou Adalmiro Fonseca, no final da Assembleia Geral da ANDAEP, que hoje decorreu em Leiria.

"O facto de, no novo diploma que está em discussão, se prever que os coordenadores dos departamentos nas escolas sejam eleitos e não nomeados fragiliza a liderança dos diretores, que não podem sequer escolher a sua própria equipa", exemplifica.

Por outro lado, sublinha Adalmiro Fonseca, os diretores dos agrupamentos e das escolas públicas "entendem que é incompreensível serem avaliados pelos conselhos coordenadores de avaliação porque isso vai contra o código do procedimento administrativo e cria conflitualidades, uma vez que nesse órgão podem estar elementos que são avaliados pelo próprio diretor".

O responsável da ANDAEP disse que estas são algumas das conclusões dos trabalhos que decorreram hoje em Leiria e que querem transmitir ao Ministério da Educação, no decorrer de uma audiência que vão pedir "de imediato" ao secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida.

Outra das conclusões "importantes", salienta o presidente da ANDAEP, prende-se com a rejeição das agregações das escolas.

"O Ministério justifica que o aluno deve ter um projeto educativo sequencial e por isso as escolas devem juntar-se para proporcionar isso, só que essa ideia não faz sentido enquanto o aluno puder escolher o estabelecimento de ensino e, portanto, mudar de escola se assim entender", explica Adalmiro Fonseca.

O responsável da ANDAEP assegurou que estas conclusões e a discussão "foram feitas sem drama, com muito sossego, mas dão à Associação argumentos para tentar alterar um diploma", mostrando-se esperançado que o Ministério da Educação seja "sensível" às pretensões dos diretores escolares.

segunda-feira, 12 de março de 2012

1,5 milhões para turmas de risco

Cada uma das 212 turmas do Ensino Básico associadas ao Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) custa cerca de 7 mil euros, totalizando 1,5 milhões de euros por ano, segundo Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Destinado a alunos ‘de alto risco’, que já viram esgotadas as tentativas para a manutenção no sistema educativo, o PIEF é, para Albino Almeida, "um programa de enorme relevância para a função do Estado de garantir que qualquer cidadão tem direito a uma educação".
Embora reconheça a urgência do equilíbrio das contas públicas, o presidente da Confap alerta o Governo para "os riscos de se agravar o défice de qualificação dos portugueses com o fim de programas como o PIEF".
O PIEF é composto por equipas multidisciplinares: professores, psicólogos e assistentes sociais. Albino Almeida defende a contratação dos técnicos "por escolas do ensino regular de forma a aproveitar-se o know--how". Por cada um dos 3081 alunos do PIEF são gastos cerca de 300 €, mas a sua reprovação na via de ensino normal custaria 3600 €. O Instituto da Segurança Social garante a "boa execução do programa até ao final do ano lectivo".

domingo, 11 de março de 2012

Mãe, só há uma ...

A professora pediu aos meninos que, no fim-de-semana, fizessem uma composição com a frase "Mãe só há uma!".
Na 2a Feira, quando os meninos apresentaram as suas composições, todos se repetiam em elogios à sua mãe, pois ela era a mais bela, a melhor, enfim, Mãe só há uma! Excepto o menino Carlinhos, cuja composição passo a descrever.
No fim-de-semana, estava eu no meu bairro podre e degradado, na minha nojenta barraca, com a porca da minha mãe, e ela na cama com um javardo qualquer, e de repente diz-me:
- Oh, Carlinhos!!! Vai buscar duas cervejas ao frigorifico, senão levas uma latada!
Eu fui a correr ao frigorifico, e quando o abri gritei:
MÃE,... SÓ HÁ UMA!!!!

sábado, 10 de março de 2012

O Apostador

No primeiro dia de escola do pequenino Arturzinho, o Pai acompanhou-o à escola para o apresentar à professora. O Pai disse à professora que o Arturzinho era muito bom rapaz mas tinha o mau hábito de fazer apostas. Avisou também a professora de que o Arturzinho poderia ganhar nas apostas o dinheiro e o lanche dos outros meninos. A professora não parecia preocupada e assegurou ao Pai que já tinha lidado com muitos problemas desse tipo e era até capaz de poder vir a tirar o hábito de apostar ao Arturzinho. Depois do lanche, o Pai telefonou para a escola e perguntou à professora como estavam a correr as coisas:
- Ò está tudo muito bem - disse a professora. Ele insistiu imenso em apostar comigo 1o euros em como eu tinha uma verruga no rabo. Insistiu tanto que finalmente concordei em aceitar apostar, só para lhe pregar uma lição. Levei-o à sala dos professores e mostrei-lhe que não tinha nenhuma verruga no rabo.
- Ò grande Diabo - disse o Pai - não é que ele apostou comigo 50 euros em como via o rabo da professora antes do final do dia.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ministro critica Novas Oportunidades


O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, afirmou esta terça-feira que quem frequentou o programa Novas Oportunidades teve uma melhoria de qualificação de emprego e salário "muito limitada".
Esta é, para já, uma das conclusões que se pode tirar da avaliação daquele programa, que o governo PSD/CDS-PP quer que seja "mais ambicioso e mais austero", afirmou o ministro numa audição na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.
"A melhoria na qualificação do emprego e a subida na remuneração é muito limitada" para quem frequentou as Novas Oportunidades, afirmou, referindo-se à avaliação em curso.
Nuno Crato disse que pretende fazer dos centros Novas Oportunidades sítios para "adultos e jovens", em que se faça "orientação profissional" dos jovens. O ministro apontou a "formação profissional", associada ao reconhecimento de competências, como um "caminho mais profícuo" para as Novas Oportunidades.

sábado, 3 de março de 2012

Anedotas "Escolares"

- Ó Mãe, ó Mãe! Lá na escola chamam-me peludo...
Ao que a Mãe grita:
- Queriiidooo! O cão está outra vez a falar comigo!



A professora diz ao aluno:
- Mas... O que é que tu estás a comer?
- Os trabalhos de casa, senhora professora.
- Mas porquê?
- A professora é que disse que eles eram canja...


- Ó Mãe, ó Mãe! Lá na escola estão-me sempre a chamar distraído!
- Oh, meu querido, mas eu não sou tua Mãe...



A velhota cruza-se com o rapaz na rua e diz:
- Boa tarde.
O miúdo não diz nada e continua a andar.
A velhota vira-se para trás e diz-lhe:
- Olha lá! Na escola não te ensinaram a dizer boa tarde?
- Não! Só tenho aulas de manhã!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Aluna ataca professora


Uma aluna do 9º ano da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Marrazes, Leiria, está suspensa preventivamente por ter agredido a professora de matemática, que a tinha expulso da aula por mau comportamento.
A agressão ocorreu no final da aula, no corredor de acesso à sala, na segunda-feira. A aluna, de 15 anos, deu um empurrão tão forte à professora que esta caiu desamparada no chão e perdeu os sentidos. Foi assistida no Hospital de Leiria, onde fez exames, nomeadamente à cabeça, e recebeu alta, retomando o trabalho na terça-feira.
A agressora foi de imediato suspensa, enquanto decorre o processo disciplinar instaurado pelo director do Agrupamento de Escolas de Marrazes, José Violante, que considera tratar-se de um "incidente grave".
O Agrupamento de Escolas de Marrazes é o maior da região, com 2200 alunos em 26 escolas, 540 dos quais naquela onde ocorreu a agressão.