Agora, vamos fazer um pequeno parágrafo para ficarmos com algumas noções muito elementares sobre um dos domínios da Geologia, a Geologia Estrutural, afim de compreendermos um pouco melhor aformação das cadeias montanhosas dobradas. Esta consiste no estudo e análise da história de uma rocha tal como fica registada na sua geometria, isto é, a sua posição espacial, absoluta e relativa. Este domínio faz parte de uma matéria mais ampla, no que concerne à deformação da crusta terrestre provocada pelos movimentos e forças causadores da alteração da disposição ou arranjo que as rochas possuíam inicialmente, o qual se designa por Tectónica. Sempre que uma rocha é submetida a pressões muito elevadas, pode dobrar-se ou fracturar-se. Daí resultam as dobras e fracturas (falhas quando os blocos sofrem deslocamentos relativos). O tipo de estrutura resultante depende das propriedades físicas das rochas e do meio em que se produzem as deformações. Dobras são estruturas cujas superfícies primárias de referência ficaram abauladas, curvadas ou alteradas sem perca de continuidade. Há vários tipos de dobras. Por exemplo, de acordo com a geometria podemos distinguir três variedades de dobras: anticlinais (dobras cujos lados ou flancos inclinam-se em sentidos divergentes), sinclinais (dobras cujos flancos inclinam-se em sentidos convergentes) e monoclinais (consistem numa flexão, em que as camadas mais ou menos horizontais, assumem, localmente, uma inclinação em determinada direcção). Há dobras de escala microscópica até dobras com dezenas e centenas de Kilómetros. Uma dobra raras vezes se encontra isolada, e quase todas elas contribuem para a constituição de um Sistema de Dobras. Os sistemas de dobras mais extensos e espectaculares desenvolveram-se nas chamadas cinturas de montanhas dobradas ou orogénicas. |
Fotografia mostrando dobras associadas em Anticlinal=A (flancos=fl inclinam-se em sentidos divergentes - ver setas) e Sinclinal=S (flancos=fl inclinam-se em sentidos convergentes - ver setas). | Fotografia mostrando uma dobra deitada. |
Fotografia mostrando uma dobra deitada, entre as duas setas. | Fotografia mostrando pequenas dobras em quartzitos intercalados por xistos. | Fotografia mostrando pequenas dobras (observar a escala) em grauvaques alternando com xistos. |
Falhas são fracturas mediante as quais as rochas se deslocam, de forma que perdem a sua continuidade original. Existe um movimento relativo, em qualquer direcção, dos blocos de rochas, ao longo do plano de falha (a superfície de fractura ao longo da qual teve lugar o movimento relativo). Existem várias classificações para as falhas. Por exemplo, numa classificação segundo os movimentos relativos dos blocos, vamos considerar dois tipos de falhas, sabendo que existem muitas mais: falha normal é aquela em que os blocos rochosos se deslocaram, um em relação ao outro, segundo a inclinação do plano de falha; falha inversa é aquela em que um bloco (chamado teto) se desloca em sentido ascendente sobre o plano de falha, relativamente ao bloco rochoso chamado muro. A estes aspectos tectónicos fizemos já alusões preliminares em TEMAS precedentes (Ver Tectónica de Placas) e iremos fazer em TEMAS posteriores (Vulcanismo e Sismos). |
Fotografia mostrando uma falha (traço do plano de falha=F-F1) associada a dobras do tipo anticlinal=DA e sinclinal=DS. | Fotografia mostrando falhas (F) conjugadas em siltitos gresosos alternando com siltitos argilo-carbonosos. PF=traço do plano de falha. |
Fotografia mostrando uma falha (traço do plano de falha=F-F1) associada a dobras. DA=dobra em anticlinal. |
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