O director-geral da Saúde congratulou-se por Portugal não ter registado qualquer morte associada à gripe A, mas alertou que esta situação não vai manter-se, prevendo que a crise causada pela epidemia dure até dois anos.
Num encontro promovido pela Ordem dos Médicos para esclarecimento sobre as várias questões que preocupam os clínicos, a propósito da gripe A, Francisco George realçou a importância da resposta portuguesa à crise, que se traduz numa ausência de mortes.
Contudo, o especialista em saúde pública alertou: "Não vamos continuar com uma letalidade de zero".
Francisco George estima que a crise epidémica deverá durar entre um e dois anos e defende uma preparação contínua.
Neste encontro participam representantes dos colégios das especialidades que, prevê-se, sejam as que mais terão de lidar com a doença: medicina interna, pediatria, infecciologia, pneumologia, medicina geral e familiar e do trabalho.
Isabel Caixeiro, da secção regional do sul da Ordem dos Médicos e promotora do encontro, disse aos jornalistas que o evento se realiza na altura certa, ou seja, quando se prevê que as respostas venham a ser mais necessárias.
Foram muitas as perguntas que os profissionais presentes lançaram a debate, relacionadas com questões como a falta de pessoal para responder a uma cada vez maior solicitação e também aspectos práticos, como os da administração dos medicamentos e das vacinas.
A este propósito, Etelvina Calé, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), alertou para uma racional administração dos medicamentos anti-virais disponíveis, defendendo que, como medida quimioprofiláctica, apenas as pessoas que pertencem aos grupos de risco e que tenham estado em contacto próximo com uma pessoa infectada é que devem receber o Tamiflu.
A especialista alertou para os perigos de uma toma desenfreada de antiviral como medida profiláctica, preocupação que foi corroborada por outros clínicos presentes.
A propósito do Tamiflu, Francisco George garantiu que o medicamento tem demonstrado eficácia e que, actualmente, apenas dez doentes em todo o mundo apresentaram resistência a este fármaco, escolhido por Portugal para a reserva estratégica de medicamentos contra uma pandemia de gripe.
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