Filho do professor veneziano Miguel Franzini, professor dos príncipes D. José e D. João, filhos da rainha D. Maria I, assim como de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, seguiu inicialmente a carreira da Marinha, donde passou para o exército, como oficial engenheiro, com o encargo de participar no levantamento da Carta topográfica do país.
Em 1807, quando o exército português foi reduzido por Junot, estava em serviço no Arquivo Militar. Foi nomeado Subchefe do Estado-maior do exército formado pelo marquês de Alorna, para ir servir com os exércitos napoleónicos, mas "desertou" em Espanha, regressando a Portugal.
Voltou ao Arquivo Militar, tendo chegado a subdirector, onde, mais tarde criou, com a ajuda do Principal Sousa, irmão de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, e membro da Regência, o Gabinete de Estatística.
Em 1812 tinha publicado uma carta marítima da costa portuguesa, ano em que entrou para a Academia das Ciências de Lisboa como sócio correspondente, e em 1815 publicou umas Instruções estatísticas que por ordem do Excelentíssimo e Reverendíssimo senhor o Principal Sousa compilou .... Foi com base nos seus estudos que a Regência se opôs ao regulamento de 1816 decretado por influência de Beresford, tendo mesmo escrito a pedido daqueles umas Reflexões sobre o Regulamento do Exército de Portugal, obra que só foi impressa em 1820.
Em 1818, fora nomeado Inspector da Real Fábrica da Cordoaria, cargo que ocupou até ao dia 25 de Abril de 1855, com um pequeno interregno de dois anos, e que acumulou com o de Presidente da Comissão de Estatística e Cadastro do Reino, que organizou o recenseamento de 1820, apresentado às Cortes em 1822, e publicado no Almanach Portuguez de 1826. Franzini ficou à cabeça desta comissão até 1846.
Aderiu ao Vintismo, tendo sido eleito deputado às Cortes Constituintes pela Estremadura, e depois às Cortes Legislativas, em 1822, por Tomar. Voltou às Cortes em 1837, para as Cortes Constituintes que redigiram a Constituição de 1838, eleito por Viana do Castelo. Mais tarde, ocupará por espaços muito curtos o posto de Ministro da Fazenda; por 4 meses em 1847 e por 3 meses em 1851.
Terminou a sua carreira com o posto de brigadeiro da Brigada Real de Marinha e vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, órgão que em 1836 substituiu o Conselho de Guerra, para o qual foi nomeado em 1855. Em Março de 1861 foi condecorado com a grã-cruz da Ordem de Cristo e em Abril foi feito Par do Reino.
Fonte:
Maria de Fátima Nunes,
O Liberalismo Português: Ideários e Ciências.
O universo de Marino Miguel Franzini (1800-1860),
Lisboa, INIC, 1988
Biografia retirada daqui
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