1. Características da espécie e área potencial de cultivo
O medronheiro ou ervedeiro, espontâneo em Portugal, pertence à espécie Arbutus unedo L. da família Ericaceae e distribui-se pela Bacia do Mediterrâneo, em quase todo o território da Península Ibérica e na parte sudoeste e noroeste da Irlanda.
O medronheiro apresenta porte arbustivo ou arbóreo (até 12 m), com folhas persistentes que se renovam maioritariamente durante a primavera. Esta espécie tem a particularidade da floração e da frutificação coincidirem na época outono-invernal.
As flores, de cor branca ou rosada, produzidas em panículas terminais pendentes, são polinizadas por insetos, maioritariamente abelhas. Os frutos são bagas com 10-20 mm de diâmetro e iniciam a maturação a partir de outubro, evoluindo a sua coloração do verde ao amarelo colhendo-se quando estão vermelhos.
As plantas espontâneas encontram-se em encostas e vales, sombrios ou soalheiros, fazendo parte de matos xerofílicos, bosques perenifólios, acompanhando azinheiras e sobreiros.
A sua abundância no terreno indica-nos a sua preferência pelo tipo de solo e de clima. No entanto, parece ser que o clima exerça maior influência na sua distribuição, pois vegeta em vários tipos de solo, bem drenados, com valores de pH desde o ácido ao alcalino, mas é mais frequente em solos de origem siliciosa.
A principal característica da espécie no que se refere às condições climáticas é a sua grande resistência à secura do solo e da atmosfera e às temperaturas elevadas na época estival.
A temperatura média anual deve ser superior a 12,5 ºC, sem geadas fortes, nem ventos frios. A precipitação anual deve situar-se entre os 500 e 1400 mm. A sua capacidade de resistir às condições climáticas prevalecentes na época estival deve-se sobretudo, às características morfológicas foliares e à estrutura do aparelho fotossintético no sentido de conservar um adequado teor hídrico nos tecidos.
A plantação de medronheiros para produção de fruto deve ter em conta as características ecológicas, evitando solos e locais que à partida se sabe que vão ser desfavoráveis à produção.
2. A investigação e a experimentação feitas pelo INIAV
Em Portugal, até há poucos anos, os medronheiros eram plantas espontâneas, tratadas como plantas florestais, das quais se colhiam os frutos para obter aguardente (medronheira). Devido à dificuldade em recolher os frutos e ao elevado custo desta operação e na perspetiva de fomentar o consumo de medronho em fresco ou o desenvolvimento de novos produtos à base do fruto, iniciaram-se plantações ordenadas desta espécie.
Os investigadores do INIAV têm vindo a desenvolver ações de investigação e experimentação, em parceria com outras entidades e universidades, no sentido de difundir pelos produtores, conhecimentos e as melhores práticas a adotar na cultura do medronheiro.
Informação retirada daqui
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