n: 1748, na freguesia da Cumieira, Concelho de Santa Marta de Penaguião (Portugal)
m: 5 de Outubro de 1825 em Lisboa (Portugal)
Alistou-se em 1764 no Regimento de Artilharia de Valença, como era conhecido na altura o regimento de Artilharia do Porto, após ter realizado estudos de Gramática Latina e Filosofia. Em 1784 foi promovido a 2.º Tenente do Regimento de Artilharia de Faro, ou do Algarve, após ter concluído o curso da Academia de Marinha, sendo transferido em 1786 para o Regimento de São Julião, ou da Corte.
Em 1793 publicou a tradução do Tratado de Artilharia, de John Muller, obra que foi adoptada pela recém fundada Academia de Fortificação, sendo já Major do Regimento, posto a que chegou, como os anteriores, por meio de exames entre os candidatos, ou como se dizia naquele tempo por oposição. Em 1795 foi nomeado comandante da 2ª divisão de Artilharia da Divisão Auxiliar que foi enviada para o Rossilhão. Distinguiu-se em campanha, sobretudo na acção de 29 de Maio de 1794, ..., mas também na resolução de problemas logísticos. Durante a expedição sofreu bastante às mãos do grupo aristocrático dirigido pelo marquês de Alorna, mas sobretudo às mãos de Gomes Freire de Andrade e Sepúlveda, que o desprezavam por ser de condição social baixa. Graduado em tenente coronel, foi promovido a efectivo em 1793.
Regressado a Portugal com a divisão, foi nomeado comandante do parque da artilharia do Exército de Observação concentrado no Alentejo em 1796 e 1797. Mais tarde foi encarregue de dirigir as obras de melhoramento das fortificações de Abrantes, e a seguir as de Cascais e de todos os fortes marítimos de defesa da barra de Lisboa e da costa, desde o de Santo António da Barra até ao Cabo da Roca, realizando nessa época também o reconhecimento dos territórios adjacentes à fortaleza de Cascais.
Em 1801 foi nomeado novamente comandante dos parques do Exército do Sul, «de Entre Douro e Guadiana», que defenderá o país da invasão espanhola dirigida por Godoy, sendo encarregue da organização das duas companhias de artilharia a cavalo levantadas durante essa campanha. Em 1802 foi promovido a coronel efectivo e a comandante do Regimento de Artilharia da Corte, um caso praticamente único no exército português da altura, para um oficial que não pertencia à aristocracia, nem da corte nem da província. Membro da Sociedade Real Marítima, foi encarregado em 1803 da instrução de manobra das peças de todos as qualidades e calibres, sendo também escolhido para a Comissão de revisão do Código Penal Militar, e em 1806 foi nomeado Inspector dos Corpos de Artilharia e promovido a brigadeiro.
Em 1803 criou o Colégio Regimental da Artilharia da Corte, conhecido por Colégio da Feitoria, e que deu origem ao actual Colégio Militar, de que foi nomeado Director em 1813. Em 1821, de Fevereiro a Setembro, ocupou a secretaria de Estado dos Negócios da Guerra, separada desde finais de 1820, da secretaria dos Negócios Estrangeiros.
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