sexta-feira, 9 de junho de 2017

Biografia - Melleril de Nembutal


BIOGRAFIA
Projecto que juntava Canto Buendia (guitarra), Miguel Santos (baixo e percussões), Itaperapetuxe (bateria), Justo Infantes (baixo e percussão), Canio Silvestre (voz), Camarada MgGuinty (percussão e harmónica), Arcádio Maturina (performer) e Cénti Papa (violino e flauta). Por vezes também aparecia Lua Côma .

Em 1985 participaram no festival de Nova Música do Porto. Na primeira vez que os viu, em Dezembro de 1986, o jornalista António Pires (Blitz) descreveu os Melleril de Nembutal assim (texto extraído do blog Juramento Sem Bandeira):

«Os Melleril de Nembutal (banda que deve ir buscar o nome a um produto híbrido de comprimidos para a dor de dentes e um qualquer descendente do Australopithecus Afarensis) tiveram a sorte ingrata de abrir uma noite destinada a visitas importantes [Mão Morta e RongWrong] naquela casa [Rock Rendez-Vous] e cumpriram o seu papel: comportaram-se como putos traquinas, puseram o dedo no nariz, partiram a loiça, queixaram-se publicamente da mãe. Bem, agora a falar a sério (se seriedade é uma palavra que se pode aplicar neste caso) -- as canções dos Melleril demonstram a fragilidade técnica da banda, um muito fraco domínio dos instrumentos, mas mostram também que há ali bastante mármore de qualidade que com duas ou três marteladas e meia polidela pode dar uma bela estátua de N. Sra. das Dores. A sua música, conduzida por dois vocalistas incrivelmente kitsch e divertidos (um traz vestido um guarda-roupa completo de ceifeira alentejana e o outro apenas uns collants rendilhados), vai beber directamente à Tradição portuguesa, tanto em termos musicais como líricos, as suas referências -- o Alentejo (Janita Salomé possivelmente soaria assim se tivesse menos 20 anos), os cantos árabes, os ritmos tribais que até nem aparecem por acaso, visto alguns dos membros já terem tocado com Farinha -- juntam-se aos símbolos maiores do nosso país (os cultos católicos, a presença obsessiva da Mãe, a possessão demoníaca) para dar aos Melleril um som muito próprio e bastante prometedor.»

Em 1987, os Melleril de Nembutal concorreram ao IV Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous onde conseguiram o Prémio de Originalidade.

NO RASTO DE...
Miguel Santos chegou a trabalhar no jornal Blitz. Actualmente trabalha na secção londrina da Fundação Calouste Gulbenkian. 

Depois do fim da banda, Miguel Santos formou o projecto Hesskhé Yadalanah e a editora Johnny Blue pela qual chegou a editar uma cassete em caixa de cortiça com o nome do seu antigo grupo: "Melleril de Nembutal" é uma cassete de luxo reduzida a 100 exemplares em caixa de cortiça, assinada por Hesskié Yadalanah, "alter ego" do próprio editor.

Os restantes elementos formaram os RU 486 que participaram em algumas cassetes da Facadas na Noite e da K7 Pirata. Depois do fim deste projecto apareceram os Subterfugio (cinco elementos originais dos Melleril, entre eles a voz de José Jacinto) que nos inícios dos anos 90 editaram uma cassete pela K7 Pirata.

O projecto Uru Eu Wau Wau era formado por Miguel Santos e por outro ex-Melleril de Nembutal.

Informação retirada daqui


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