quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Conteúdo - Apendicite

A apendicite é uma inflamação do revestimento interno do apêndice, pequena estrutura situada na primeira porção do intestino grosso no lado direito do abdómen.

É um processo relativamente comum que se acompanha de manifestações muito diversas e, por vezes, enganadoras que simulam outros quadros clínicos, o que implica um atraso no diagnóstico.

A apendicite ocorre mais frequentemente entre os 10 e 30 anos, com discreto predomínio no sexo masculino e pode ter uma taxa de mortalidade é de 0.25% A apendicite aguda é a principal causa de cirurgia abdominal urgente em idade pediátrica.

Se não for tratada, a apendicite pode associar-se a diversas complicações, como a perfuração ou a septicémia (infeção generalizada).

Quais as causas da apendicite?
A apendicite é causada pela obstrução do apêndice, causando a sua inflamação, congestão, insuficiência de irrigação arterial com consequente necrose e potencial perfuração.

Essa obstrução pode estar associada a uma doença inflamatória intestinal, infecções, tuberculose, parasitas, corpos estranhos, neoplasias ou formação de fecalitos (acumulação de material fecal).

Como se manifesta a apendicite?
O quadro mais habitual é a presença de perda de apetite, dor abdominal em torno do umbigo seguida de náusea. A dor tende a deslocar-se para a região inferior direita do abdómen e acompanha-se de vómitos. Este quadro está presente em cerca de 50% dos casos.

Podem também ocorrer diarreia ou obstipação.

Nas fases iniciais da apendicite, a febre não está presente.

Os sintomas costumam durar menos de 48 horas mas podem ser mais duradouros em pessoas com idade mais avançada ou quando ocorre perfuração.

Contudo, a apendicite pode simular outras doenças como uma infeção urinária, uma cólica renal, uma gastrite ou uma doença ginecológica.

Como se diagnostica a apendicite?
O diagnóstico da apendicite não se baseia apenas num sinal, sintoma ou exame.

Sendo a apendicite uma doença potencialmente grave, é essencial que esse diagnóstico seja correto de modo a que se evite uma cirurgia desnecessária e outras complicações.Sendo a apendicite uma doença potencialmente grave, é essencial que esse diagnóstico seja correcto de modo a se evitar uma cirurgia desnecessária e outras complicações.

O exame médico, como sempre, é muito importante. Neste caso, como a apendicite pode simular diversas doenças, esse exame é ainda mais relevante.

A realização de análises ao sangue e urina, uma ressonância magnética, tomografia computorizada ou uma ecografia, é também bastante utilizada.

Como alguns resultados podem demorar algum tempo, por vezes o diagnóstico implica a realização de uma intervenção cirúrgica exploradora, sobretudo nos casos em que a suspeita é forte e existe o risco de perfuração.

Como se trata a apendicite? 
A cirurgia (apendicectomia) continua a ser o único tratamento curativo para a apendicite. O momento ideal para a intervenção depende do estádio da doença e, por vezes, pode ser necessário aguardar algum tempo.

Por exemplo, se existir um abcesso será importante um tratamento prévio com antibióticos por via intravenosa e apenas depois proceder à cirurgia.

Como se previne a apendicite?
Existem estudos que sugerem que o risco de apendicite é menor nos países com dietas mais ricas em fibras.

Uma razão possível é o efeito das fibras sobre as fezes, tornando-as mais moles e, deste modo, tornando mais difícil a obstrução do apêndice.
As fibras estão presentes em alimentos como os cereais, pão, arroz, massas, vegetais com raiz, como as cenouras, e a fruta.

Fontes
Medscape Reference, Outubro 2012
Ebell, M. H. Diagnosis of Appendicitis: Part I. History and Physical Examination, Am Fam Physician, 2008 Mar 15;77(6):828-830.
Gonçalves, Jean-Pierre e col., Validação do score de Alvarado no diagnóstico de apendicite aguda em crianças e adolescentes no Hospital de Braga, Acta Med Port 2011; 24(S2): 583-588
Butsch J., Appendicitis, Common Surgical Diseases, 2008, pp 157-159  

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