quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Notícia - Microscópio vai detectar ET
O microscópio, instrumento óptico que revolucionou o estudo das formas de vida terrestre, parece estar destinado a voos bem mais distantes: o estudo de formas de vida extraterrestres. Na realidade, dois cientistas da Universidade do Canadá desenvolveram um robusto e simples instrumento que poderá procurar seres alienígenas mesmo em locais de difícil acesso, como, por exemplo, os oceanos situados sob o gelo da superfície de Europa, uma das luas de Júpiter, a prioridade da NASA nesse campo.
A ideia é que uma sonda pouse no satélite e escave um buraco na sua superfície gelada até atingir o mar interior que se acredita existir sob a capa de gelo. Então, um pequeno submarino, talvez similar aos empregados na exploração de petróleo, submergiria nesse mar interior à procura de eventuais formas de vida.
Há uma certa expectativa de que o "mar interior" de Europa possa abrigar seres vivos, pois ali há água em estado líquido, calor proveniente do núcleo da lua e possivelmente fontes de alimento no fundo rochoso do oceano fechado. Essas formas de vida seriam, talvez, similares (na sua ecologia, mas possivelmente não na sua morfologia) às formas de vida encontradas no fundo de alguns oceanos terrestres, próximas de fontes hidrotermais que expelem substâncias químicas dissolvidas e que são reaproveitadas por essas formas de vida.
Baptizado como Digital Inline Holographic Microscope (DIHM), este instrumento poderá modificar radicalmente a procura de formas de vida extraterrestre que, até agora, tem sido realizada mediante a detecção de moléculas relacionadas com organismos vivos. Com o DIHM seria a observação de imagens directas, mesmo debaixo de água, que forneceria respostas mais conclusivas – se as referidas formas de vida existem ou não.
Lasers, hologramas e câmara digital são alguns dos seus componentes, permitindo gravar imagens até cem nanómetros (milionésimos de milímetro) de largura.
NÃO SE PODE EXCLUIR A EVOLUÇÃO DE OUTROS TIPOS DE VIDA
Tradicionalmente, a busca por planetas que possam sustentar vida tem-se concentrado na chamada ‘zona habitável’,"a região em torno de uma estrela em que planetas semelhantes à Terra, com dióxido de carbono, vapor de água e atmosfera de azoto poderiam manter a água na sua superfície".
Mas está na hora de fazer uma mudança radical na nossa mentalidade geocêntrica actual para a vida tal como a conhecemos na Terra, advertem alguns cientistas. Mesmo que este seja o único tipo de vida que conhecemos, não se pode excluir que outras formas de vida tenham evoluído em algum outro lugar sem se basear na água nem de carbono ou oxigénio.
PORMENORES
SATÉLITE GALILEANO
Europa, descoberto por Galileu Galilei em 1610, é o sexto dos satélites conhecidos de Júpiter e o quarto maior (ligeiramente mais pequeno do que a Lua).
CAMADA DE GELO
Europa e Io (outra das luas de Júpiter) são semelhantes na sua composição com os planetas terrestres: principalmente constituídos por rocha de silicatos. Mas Europa tem uma fina camada exterior de gelo.
OCEANOS TURBULENTOS
Presos sob o gelo, os oceanos escondidos de Europa podem ser turbulentos ao invés de plácidos, segundo novo estudo. Tal agitação oceânica traduz-se num maior potencial para a existência de vida.
IMAGENS HOLOGRÁFICAS POR LASER
O DIHM é formado por um par de compartimentos herméticos, separados por uma câmara através da qual pode fluir a água. Um dos compartimentos contém um laser azul que é focado sobre uma ínfima janela orientada até à água. Quando o laser incide na janela, gera-se uma onda de luz esférica que entra na água. Se essa onda encontrar no líquido algum objecto microscópico, produz-se uma difracção. A onda e o padrão de difracção traduzem-se num holograma que reflecte o que estiver frente ao aparelho.
DATAS DA CIÊNCIA
1911. 14 Novembro
Roald Amundsen é o primeiro homem a alcançar o Pólo Sul. Em 1910, este explorador norueguês partiu da baía de Gales, a bordo do navio ‘Fram’, em direcção à Antárctida. Depois de abrir uma rota desconhecida, alcançou o objectivo, um mês antes do seu rival, Robert Scott.
1965. 16 Novembro
É lançada a sonda soviética Venera 3, que alcançou Vénus a 16 de Fevereiro de 1966, mantendo contínuo contacto radiofónico com a Terra. Tornou-se o primeiro objecto terrestre a pousar noutro planeta, embora este pouso não tenha sido controlado.
1962. 18 Novembro
Morre o físico dinamarquês Niels Bohr que aplicou com sucesso a Teoria do Quantum ao modelo de átomo de Ernest Rutherford para produzir um modelo conhecido como o átomo de Bohr. Pelas suas investigações, ganhou, em 1922, o Nobel da Física.
CM RESPONDE
Sol da meia-noite
O que é sol da meia-noite?, Ricardo Vieira, Almancil
O sol da meia-noite é um fenómeno que ocorre nas proximidades dos pólos, em latitudes para além dos círculos polar árctico e antárctico, quando o Sol não se põe durante pelo menos 24 horas. Isso acontece porque a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da sua órbita faz com que o Sol incida quase perpendicularmente sobre os pólos, em posição que se alterna de seis em meses. Nos pólos propriamente ditos, tanto o dia solar como a noite, duram teoricamente um semestre, porque os períodos de efeitos de luz e escuridão são modificados também pelas auroras boreais.
À PROCURA DE VIDA EXTRATERRESTRE
O DIHM é um dispositivo simples e veloz, que proporciona máxima informação e imagens de alta resolução. Dada a capacidade demonstrada, esta tecnologia poderia servir para fabricar instrumentos muito leves e robustos, que se adaptariam facilmente a estudos de formas de vida.
Europa
Diâmetro 3122 km
Raio orbital 671 034 km
Período orbital 3,55 dias
O núcleo de Europa deverá ser metálico, rodeado por rocha e esta rodeada por água líquida sob uma camada de gelo. Suspeita-se que a vida extraterrestre possa existir nesse oceano, tal como acontece na Terra
Cryobot
É um projecto de submarino para estudar o oceano de Europa. Equipado com uma cabeça térmica para derreter lentamente a camada de gelo
Hydrobot
Uma vez dentro de água, o Cryobot liberta outro robô dirigido por controlo remoto. Este segundo veículo poderia incorporar o microscópio DIHM
Microscópio DIHM
De maneira a explorar o interior de planetas como a lua Europa, o microscópio DIHM pode vir a ser inserido nos Hydrobots em estudo, dando assim um grande contributo nas futuras investigações
GRANDE QUANTIDADE DE ÁGUA NA LUA
A NASA confirmou ontem a existência de "grandes quantidades de água" na Lua, após a análise dos dados recolhidos pela missão LCROSS, que no início de Outubro fez despenhar um foguetão de duas toneladas numa cratera do Pólo Sul lunar.
Segundo os cientistas da agência espacial norte-americana, o impacto do foguetão fez levantar uma grande nuvem de detritos, cuja análise espectográfica revelou a existência de grandes quantidades de vapor de água, não só na camada de solo à superfície mas também proveniente do subsolo lunar. "Podemos dizer que a missão LCROSS foi um enorme êxito", afirmou um porta-voz da NASA.
Observações anteriores faziam supor a existência de gelo sob a superfície lunar, principalmente nas zonas de sombra no interior das crateras mais próximas dos pólos lunares, mas não nesta quantidade. "Estamos a desvendar os segredos do nosso satélite e, por consequência, do sistema solar. A Lua guarda muitos segredos, mas a missão LCROSS permitiu desvendar mais alguns", afirmou ontem o cientista Michael Wargo, chefe do programa lunar da NASA.
NOVO MODELO DO UNIVERSO A COMPUTADOR
Cientistas de Los Alamos, EUA, criaram um modelo espacial com uma das maiores simulações da distribuição de matéria no Universo, usando o Roadrunner, o supercomputador mais rápido do Mundo, que fornecerá uma descrição mais completa e mais precisa do Universo observável, auxiliando na elaboração de futuras experiências. O modelo ajudará ainda a entender a distribuição da "matéria escura" e da "energia escura", responsáveis por 74% da massa total de energia do Universo, de acordo com o modelo-padrão da cosmologia.
IMPACTO DO METANO É MAIOR
O efeito do gás metano no processo do aquecimento global foi subestimado, segundo um estudo realizado por cientistas americanos. O seu impacto na temperatura global é 30% maior do que se pensava. O problema é que as estimativas não levaram em conta a interacção do metano com os aerossóis. Quando este efeito indirecto é incluído, uma tonelada de metano multiplica por 33 – e não por 25 como se pensava – o efeito do aquecimento da atmosfera num período de cem anos.
NOTAS
MAR EGEU: TSUNAMI
A erupção do vulcão Thera, no Mar Egeu, há 3 mil anos, produziu ondas gigantes que percorreram centenas de quilómetros do leste do Mediterrâneo
CAVALO: GENOMA DESVENDADO
Foi desvendado o conjunto de informações hereditárias codificadas no ADN do cavalo doméstico, o que poderá esclarecer como foram domesticados
FIM DO MUNDO: ADIAMENTO
Segundo a Universidade do Havai, o fim do Mundo foi adiado de 2036 para 2068. Mais dados ajudaram a ajustar o cálculo da órbita do asteróide Apophis
ANFÍBIOS: PERIGO DE EXTINÇÃO
20 minutos é o bastante para a Terra perder, pelo menos, uma espécie completa de fauna ou flora. Os anfíbios formam o grupo mais ameaçado
CAVALO: GENOMA DESVENDADO
Foi desvendado o conjunto de informações hereditárias codificadas no ADN do cavalo doméstico, o que poderá esclarecer como foram domesticados
FIM DO MUNDO: ADIAMENTO
Segundo a Universidade do Havai, o fim do Mundo foi adiado de 2036 para 2068. Mais dados ajudaram a ajustar o cálculo da órbita do asteróide Apophis
ANFÍBIOS: PERIGO DE EXTINÇÃO
20 minutos é o bastante para a Terra perder, pelo menos, uma espécie completa de fauna ou flora. Os anfíbios formam o grupo mais ameaçado
Mário G
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Notícia - Descritas 3 novas espécies do primata com uma mordida tóxica
Uma equipa internacional de cientistas descreve num artigo na revista American Journal of Primatology três novas espécies de lóris pertencentes ao género Nycticebus, conhecido pela sua mordida tóxica. Duas das novas espécies, N. borneanus e N. bancanus, foram, em tempos, consideradas subespécies de N. menagensis, enquanto que N. kayan era totalmente desconhecida.
As novas espécies de lóris, um primata noturno asiático aparentado dos lémures, de Madagáscar, vivem na ilha do Bornéu, e a sua classificação como espécies distintas resulta das diferenças que apresentam em termos das dimensões corporais, da densidade da pelagem, da coloração facial que faz com que pareça que tenham uma máscara e, ainda, do tipo de habitat.
A reorganização taxonómica que resultou no aumento do número de espécies de Nycticebus, tem importantes implicações ao nível da Conservação. Em primeiro lugar, torna necessário um maior esforço de conservação para conservar estes primatas, já que, em vez de uma espécie ameaçada, se passa a ter 4 espécies “em perigo ou ameaçadas”, pode ler-se no comunicado de imprensa da University of Missouri.
“Quatro espécies diferentes são mais difíceis de proteger do que uma, já que cada espécie necessita de manter o seu efetivo populacional e ter habitat florestal suficiente”, explica Rachel Munds (University of Missouri – EUA), co-autora do novo artigo.
Com efeito, M. menagensis, a espécie que anteriormente aglomerava as que são agora consideradas como espécies diferentes, encontra-se classificada como “Vulnerável” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza. As principais ameaças identificadas, que provavelmente também se aplicam às novas espécies, são a perda do habitat florestal devido à conversão em plantações de palmeira para produção de biocombustíveis, e a crescente captura para alimentar o comércio de animais de estimação, para usar como modelo em fotos com turistas e para utilização na medicina tradiconal asiática.
Por outro lado, o reconhecimento como espécies distintas sugere que pode haver, nas luxuriantes florestas tropicais da região, mais novas espécies por classificar. Dada a crescente ocupação humana, esta hipótese torna ainda mais urgente intensificar aí os esforços conservacionistas.
Fontes: Filipa Alves/ phys.org e munews.missouri.edu
Notícia - Plantas zangadas confirmam mudanças climáticas na Antárctida

Como a maioria das plantas, fitoplâncton precisa de alimento e luz do sul para sobreviver. Para as espécies que vivem longe da costa oeste da península da Antárctica, a obtenção destes meios essenciais tem sido um desafio cada vez maior, algo que se pode constatar com a diminuição de 12 por cento registada nas última três décadas nas populações de fitoplâncton.
Investigadores do EUA perceberam este dado olhando para informação recolhida por satélite para seguir as pistas da quantidade de clorofila – um sinal da fotossíntese do fitoplâncton. – nas águas ao sul da península da Antárctica que aponta na direcção da América do Sul. Esta área é um bom local para procurar sinais das mudanças climáticas porque, no Inverno, aquece mais rápido do que qualquer outro lugar na terra. O fitoplâncton é um excelente marcador para as mudanças climáticas porque respondem rapidamente, por vezes no espaço de apenas um dia, à variação do ambiente e também porque há uma longa cadeia alimentar que depende da sua sobrevivência
O sol faz o fitoplâncton feliz
Devido às alterações nos padrões da atmosfera que rodeia a península – possivelmente, devido às mudanças climáticas - há actualmente céu nublado onde antes havia sol e vice-versa, diz um dos autores do estudo Martim Montes-Hugo da Rutgers University. No sul da península, as nuvens estão a diminuir e o sol está a derreter o mar gelado, libertando mais água para o sol penetrar, afirmou Montes-Hugo à Reuters. “Há mais água e por isso há penetração da luz, por isso o fitoplâncton está feliz no sul”, referiu.
No norte da península há mais nuvens e o mar de gelo está ainda mais reduzido. Aqui, a mudança de padrões atmosféricos trouxe mais ventos para agitar as águas, o que leva o fitoplâncton para maiores profundidades. Nestes níveis mais profundos estas pequenas plantas captam menos sol. “Isto enfurece o fitoplâncton”, refere Montes-Hugo. Como ouras plantas, o fitoplâncton absorve os dióxido de carbono responsável pelo efeito de estufa. Menos fitoplâncton significa menos dióxido de carbono absorvido. Uma diminuição de fitoplâncton na península da Antárctida significa menos comida para os pequenos crustáceos que, por sua vez, servem de alimento a peixes e por aí em diante na cadeia alimentar que chega até aos pinguins e outros animais.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
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