segunda-feira, 31 de março de 2008

BE quer combater insucesso com mais turmas e professores

Contrariando dados lançados pela ministra da Educação que apontavam para um rácio professor /aluno, dos melhores da Europa, o Bloco de Esquerda vem dizer que, afinal, "um terço dos professores tem mais de 100 alunos". "Isto significa, sustenta a deputada Ana Drago, "que o processo de acompanhamento do percurso individual dos alunos é uma ficção". Nesse sentido o BE propõe uma tabela que estabeleça para cada professor que tenha até três blocos lectivos por semana, "não mais de três turmas, isto é 66 alunos". Já quem tem apenas dois tempos lectivos pode vir a ter quatro turmas (88 alunos) e cinco turmas para quem tem um tempo lectivo (110 alunos).
O BE propõe, por isso uma redução de alunos por turma, um aumento de turmas e também de professores. "Não é compatível o Governo dizer que aposta na educação e depois apresentar no Orçamento de Estado um aumento zero para esta área", diz Ana Drago para justificar o consequente aumento de custo da Educação, com a proposta agora apresentada.Outro dos projectos, defende a deputada, visa combater a "guetização" de turmas e matriculas, isto é, "turmas de primeira e de terceira". O Bloco propõe "um mecanismo que torna a criação de turmas heterogéneas no que toca à composição social", defende a Ana Drago: "É fundamental que este tipo de segregação deixe de acontecer na escola pública". O Bloco apresentará ainda, na Assembleia da República, um projecto que visa criar "equipas de combate ao abandono e insucesso escolar", constituídas por iniciativa dos profissionais da escola pública, composta por diferentes valências, isto é, professores, psicólogos e técnicos de serviço social.
Esta equipa, refere a deputada, "não deve ultrapassar os oito membros", acompanhando alunos que "são sinalizados pelos conselhos de turma como estando em risco de insucesso ou de abandono". O número de alunos por equipa não deve ultrapassar os 45.
O primeiro dia das Jornadas termina com um Jantar comício em Santa Maria da Feira.

Blogue e hi5 dos alunos desprezam incidente

Alunos vão ser alvo de acções de civismo
O incidente de indisciplina na Escola Secundária Carolina Michaëlis que sobressaltou o País nos últimos dias, e será abordado ao mais alto nível num encontro entre o chefe de Estado e o procurador-geral da República, não merece até à data qualquer referência no blogue da Associação de Estudantes (AE) deste estabelecimento de ensino da cidade do Porto.A última mensagem publicada no ofuturonastuasmaos. blogspot.com, data de 3 de Março, informa comunidade estudantil do primeiro torneio de basquete promovido pela Associação de Estudantes (AE): "Este torneio realiza-se no dia 13 deste mês, nomeadamente na quinta-feira". Na página da AE no hi5 o assunto tem o mesmo tratamento. Nem uma linha. O incidente da alegada tentativa de agressão de uma aluna de 15 anos à professora de Francês, divulgado no site YouTube, e depois passado até à exaustão nas televisões, não suscita qualquer comentário ou tímido debate entre os frequentadores. Alguns dos "amigos" inscritos neste forum, refira-se, são alunos de outras escolas secundárias do Porto.Os alunos do 9ºC, da Carolina Michaëlis, terão hoje, no recomeço do último período lectivo, aulas de civismo por parte de professores dos conselhos executivo e de turma. E vão notar na sala dois lugares vazios, e irão ficar até ao final do ano. São as mesas dos dois colegas, Patrícia e Rafael, transferidos pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), após concluídos o inquérito aos incidentes com a professora Adozinda Cruz.
Os responsáveis pela escola, defende a DREN, não podem fazer de conta que nada aconteceu. As acções de civismo, ao longo do período, devem estender-se à restante comunidade estudantil. Tendo em conta o silêncio com que os intervenientes do blog ue e na página do hi5 da associação cobriram o caso, este tipo de trabalho com os alunos mais se justifica.Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, apoia as medidas de acompanhamento que os dois alunos transferidos terão nas novas escolas. E acha positivo as acções de civismo e cidadania que os responsáveis da Carolina Michaëlis preparam para os seus alunos. "As escolas também devem ser empreendedoras perante o erro, devem ousar fazer diferente".
O mediatizado incidente pode relançar o debate sobre a indisciplina na escola. É a essa a opinião de João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE). Tal como deverá acontecer na Carolina Michaëlis, defende que o Ministério de Educação, nesta matéria, terá de tomar no domínio da prevenção. Minimizar estes casos, diz João Dias da Silva não resolve em nada a situação: "É como meter o lixo debaixo do tapete".O dirigente da FNE reconhece, no entanto, que sem a participação da família, e uma maior responsabilização dos encarregados de educação, as medidas para anular os actos de indisciplina e ausência de civismo serão sempre insuficientes. Com ALFREDO MENDES

Patrícia e Rafael não vão às aulas esta semana

Os alunos já foram castigados, estão fragilizados, mostram-se arrependidos e querem seguir outros caminhos melhores." As palavras são de Margarida Moreira, a responsável da Direcção-Geral de Educação do Norte (DREN), pedindo para que a Patrícia e o Rafael "sejam agora deixados em paz".Margarida Moreira confirmou que os dois jovens envolvidos no polémico vídeo da Carolina Michaelis não vão regressar às aulas esta semana e que "a transferência está a ser estudada com todo o cuidado e de acordo com as respectivas famílias e com as escolas para onde poderão ir".
A turma do 9.º C começa hoje o terceiro período com uma aula de duas horas de Educação Cívica. A ideia é dizer aos alunos que os dois que saíram não foram os únicos a ter comportamento incorrecto.A professora envolvida, Adozinha Cruz, também não vai regressar tão cedo à escola Carolina Michaelis porque está de atestado médico. É provável até que não volte a leccionar na Carolina Michaelis.
"O regresso da professora é uma decisão muito pessoal e clínica, que nos ultrapassa. A DREN tem é de assegurar que as aulas de Francês daquela turma sejam ministradas por outro docente", explicou Margarida Moreira. A directora da DREN manifesta total solidariedade para com a professora Adozinda, mas também entende que os dois alunos "já foram muito penalizados pelo que fizeram". Margarida Moreira refere que o castigo foi exemplar mas que agora é preciso entrar numa outra fase que passa pelo acompanhamento psicológico e educativo dos jovens "que têm uma idade muito complicada e que não podem ser também tratados como criminosos".
O trabalho da DREN será também junto das escolas de acolhimento de Patrícia e de Rafael para que possam ser recebidos com a maior normalidade possível.

sábado, 29 de março de 2008

'Profs' vão ter cursos de defesa e prevenção

"É na sala de aula que muitos problemas externos à escola se materializam, mas é também lá que, pela gestão eficaz, se podem corrigir e controlar. E há técnicas muito simples que, uma vez aplicadas pelos docentes, podem fazê-los ganhar aquela turma desde o primeiro dia". É isso que Fátima Marinho, pós-graduada em Formação Psicológica de Professores, se propõe ensinar nos novos cursos da Associação Nacional de Professores. Na sequência dos muitos casos de violência que chegam à linha SOS Professor, a partir de Abril a ANF abre a sala de aula a quem queira aprender a evitar o "bullying" e a prevenir e intervir em casos de indisciplina, violência e conflito nas escolas. "Por que razão os professores estão a ser vítimas? Porque não actuam prontamente, porque não agenciam os meios para pôr um ponto final na situação violenta, porque ganham medo e isso é desastroso. São incontáveis, inimagináveis e assustadores os ataques que os professores têm de suportar. Há docentes à beira da ruptura, que tomam calmantes para dar aulas. É preciso dar-lhes competências de gestão da sala de aula", explica Fátima. Desde há vários anos que as associações de professores reclamam ao Ministério da Educação a inclusão de formação específica sobre indisciplina e violência nos "curricula" universitários dos docentes. Depois do caso Carolina Michäelis, a Fenprof voltou a inserir a medida nas prioridades de combate ao problema. Aliás, em 2001 a própria Assembleia da República aprovou uma resolução sobre a matéria, em que recomendava ao Governo a concepção e adopção destes cursos. Em Abril de 2007, já com Maria de Lurdes Rodrigues no Governo, a Comissão de Educação, Ciência e Cultura, presidida por António José Seguro, relembra a importância de promover módulos de formação contínua no âmbito da mediação e prevenção de conflitos para professores e auxiliares de acção educativa.
"O Ministério nunca considerou importante dotar os professores destes mecanismos de defesa, nunca foi considerada área de formação prioritária. Aliás não temos qualquer apoio para estes cursos", adianta João Grancho, presidente da ANP.

Vazio legal não permite que crianças sobredotadas possam matricular-se no 1.º ano

António (nome fictício) sabe ler desde os quatro anos. É também desde essa idade que efectua operações matemáticas que não se aprendem no jardim-de-infância. António tem cinco anos e só faz os seis em 2009, mas poderia entrar no 1.º ciclo já no próximo ano lectivo, não fosse o vazio legal que o Decreto-Lei n.º 3/2008 criou para as crianças sobredotadas.Actualmente, não existe legislação que possibilite a antecipação da entrada no 1.º ciclo às crianças que revelam ter capacidades acima da média. Só que, até agora, era possível fazê-lo, desde que a criança revelasse maturidade e que essa fosse tecnicamente comprovada por um psicólogo.
A legislação que entrou em vigor deixou os sobredotados de fora. "As situações de precocidade excepcional ficaram sem enquadramento legal", confirma a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL) aos pais de uma criança sobredotada, que colocaram a questão a este serviço do Ministério da Educação.
Nesta situação estão algumas centenas de crianças, calcula Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), do Porto. Mensalmente, cinco em cada 40 casos que acompanha na associação são de meninos nestas circunstâncias, revela.Para os pais de António, "não é concebível" mantê-lo mais um ano no jardim-de-infância. "Ele lê e interpreta o que lê. Por isso, desinteressa-se do que os outros fazem. Diz que são bebés porque não sabem ler como ele e a educadora", conta a mãe, considera que, se não fosse tão pequeno, estaria apto para o 2.º ano.Perante a resposta da DREL, a deputada independente Luísa Mesquita pergunta ao ministério qual é a solução que propõe; se estão previstas alterações legislativas que prevejam a sua inscrição antecipada e para quando.
Também a APCS e o Centro Português para a Criatividade, Inovação e Liderança (CPCIL), de Lisboa, já colocaram a mesma questão à tutela. E acusam-na de "retrocesso".Em carta dirigida a Maria de Lurdes Rodrigues, a fundadora do CPCIL, Manuela Freitas, lembra que habitualmente, entre Fevereiro e Março, é enviado às direcções regionais uma circular para regulamentar o ingresso antecipado. "Pensamos que às crianças não devem ser retirados os direitos de aprender com o seu ritmo individual e não apenas segundo normas arbitrárias e reguladas pelo calendário", escreve Manuela Freitas.Helena Serra, da APCS, diz que é uma "dor de alma" ver crianças com maturidade permanecerem no pré-escolar. Manuela Freitas refere o "sofrimento dos pais e das crianças por serem obrigadas a estar inseridas em grupos cujas actividades já nada lhes dizem". Algum do insucesso escolar dos sobredotados justifica-se por estarem desenquadrados na escola, explicam.
A lei esqueceu os sobredotados "de propósito" porque "dão mais trabalho na sala de aula", diz Helena Serra. Também Manuela Freitas aponta que "os professores do 1.º ciclo têm medo das crianças de cinco anos". Para Luísa Mesquita, o "vazio da lei não é intencional, é mesmo incompetência". A deputada lembra que esta questão foi colocada no Parlamento, aquando da discussão da lei, e que "o PS disse que se resolveria de outra forma".

sexta-feira, 28 de março de 2008

Mãe da aluna chocada e revoltada

«Quando vi as imagens do que se passou na sala de aula, fiquei chocada e revoltada». As declarações, feitas ao Diário de Notícias, são da mãe de Patrícia, a aluna do 9º C da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que protagonizou uma luta com a professora de Francês pela posse do telemóvel. A mãe da aluna diz ainda que concorda com a sanção disciplinar aplicada à filha: transferência de escola, a medida mais grave prevista no Estatuto do Aluno. As proporções do caso, tanto a «nível público como a nível político», explicou ao DN, apontavam para esta pena. Ainda assim, a mãe da aluna de 15 anos garante ao DN que «não foi essa a educação que lhe demos. Quem nos conhece sabe que a Patrícia teve e tem aquela que nós achamos ser a melhor educação». Quanto a Patrícia, a mãe garante que «está arrependida por tudo isto e está a sofrer». Por isso mesmo, pede para não ser revelado o nome do estabelecimento de ensino para onde será transferida a aluna: «Se descobrem a escola, a minha filha será martirizada outra vez». A atitude do aluno que filmou tudo e colocou o vídeo no Youtube também merece a reprovação da mãe de Patrícia: «Ele pensava que ia ter graça, não mediu as consequências».

Professores voltaram a manifestar-se

Cerca de cinquenta professores manifestaram-se esta sexta-feira em frente ao Instituto Politécnico de Viseu contra o processo de avaliação do desempenho de docentes, aproveitando a deslocação ao local do secretário de Estado da Educação, informa a agência Lusa.O grupo de docentes, empunhando alguns cartazes e uma faixa onde se lia «Respeitem as escolas e os professores. Demitam-se», concentrou-se junto a uma das entradas dos Serviços Centrais do Instituto, aguardando a chegada de Valter Lemos, que durante a manhã reuniu com conselhos executivos de escolas pertencentes à Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). Quando o governante se preparava para entrar para a reunião, os manifestantes gritaram algumas palavras de ordem, como «vai-te embora Valter Lemos, nós nunca te quisemos» ou «está na hora, está na hora, da Ministra ir embora». «Independentemente de discordarmos deste modelo de avaliação, a principal irresponsabilidade é introduzi-lo nas escolas no terceiro período», afirmou Mário Nogueira, da Federação nacional dos Professores, alegando que «os estudantes precisam muito dos seus professores» nesta recta final de ano, mas os docentes vão estar mais preocupados «com a avaliação e os processos que estão em cima da mesa do que propriamente com o trabalho dos seus alunos».

Promoção e Educação para a Saúde

Na sequência do trabalho realizado pelo Grupo de Trabalho de Educação Sexual-Saúde (GTES) e da apresentação do Relatório Final * foi elaborado e submetido ao Ministério da Educação um conjunto de recomendações das quais resultaram as seguintes medidas: Foi instituída a obrigatoriedade da inclusão da área temática da saúde no projecto educativo da escola, assim como a designação de um professor coordenador para esta área;Foi definida a abordagem específica dos quatro grandes temas de “Educação para a Saúde” (alimentação e estilos de vida saudáveis, violência e saúde mental, prevenção do consumo de substâncias psico-activas e educação sexual), sem prejuízo de outras actividades que as escolas possam considerar relevantes; O Relatório final do GTES destaca a importância do tema da Educação Sexual, propondo um programa mínimo (com base na avaliação comentada dos manuais existentes nessa área) e sugere a obrigatoriedade de avaliação de conhecimentos dos alunos nesse domínio; Dentro do mesmo tema, é recomendado que esta área seja desenvolvida com base em sessões de periodicidade equivalente a uma por mês **, podendo o professor dispor de grande flexibilidade na respectiva organização;
O Núcleo de Educação para a Saúde e Acção Social Escolar (NESASE), unidade orgânica da Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular com a função específica de acompanhamento, monitorização e coordenação nacional da área da Educação para a Saúde em meio escolar, editou, juntamente com o GTES dois referenciais (Educação Alimentar em meio escolar – Referencial para uma oferta alimentar saudável/ Consumo de substâncias psicoactivas e Prevenção em Meio escolar) que, a par do Relatório Preliminar e do Relatório Final, servirão de referencial didáctico-pedagógico a utilizar pelas escolas; Ainda no âmbito das publicações, a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida editou um CD-rom “SAÚDE NA ESCOLA - Desenvolvimento de competências preventivas”, disponível em http://sitio.dgidc.min-edu.pt/saude/Documents/cd_rom.zip - consulta do dia 14.01.08 - com o apoio desta Direcção-Geral, através do NESASE e do GTES; Tendo em conta a selecção de materiais adequados, o Relatório da Subcomissão para a Avaliação de Manuais – anexado ao Relatório Final do GTES – classifica e anota diversas publicações na área da Educação Sexual, pelo que as escolas poderão utilizá-lo como um instrumento auxiliar; A DGIDC, através da sua Direcção e do NESASE, mantém uma articulação estreita com as estruturas da saúde, nomeadamente a Direcção Geral de Saúde, a Coordenação Nacional para a Infecção do VIH/sida, a Plataforma de Luta Contra a Obesidade e o Alto Comissariado da Saúde; O Ministério da Educação assinou um Protocolo com o Ministério da Saúde por via do qual, entre outros aspectos, os serviços locais de saúde deverão nomear um responsável da equipa de saúde escolar, ao qual as escolas podem recorrer no desenvolvimento das suas actividades e projectos;Tendo em conta estas medidas e as dinâmicas criadas, que a avaliação realizada pela DGIDC/GTES confirma*** e com o objectivo de sustentar, de forma continuada, as práticas desenvolvidas nos anos mais recentes, é lançado o presente Edital, através do qual se convidam todos os Agrupamentos e Escolas não agrupadas interessados em ser apoiados na concretização de Projectos na área da “Promoção e Educação para a Saúde” a apresentar os seus projectos.A apresentação dos projectos deve ser feita através do preenchimento da Ficha de Projecto disponibilizada on-line.
A data limite de apresentação da Ficha de Projecto é até dia 10 de Abril

Mais professores querem trocar a sala de aula pela reforma antecipada

Antes de ser publicado o novo regime de aposentação para os funcionários públicos o telefone do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à Fenprof (Federação Nacional de Professores), tocava várias vezes ao dia com pedidos de informação. "Recebíamos dezenas de telefonemas de professores a perguntar quando é que saía a nova lei", conta o dirigente sindical Manuel Grilo. Quando, em Fevereiro, as novas regras foram finalmente publicadas, os professores "começaram a fazer contas". E nas escolas passou a ouvir-se com mais frequência: "Estou cansado, vou-me embora.""São professores empenhados que sentem que o seu trabalho não é reconhecido, que se aposentam por desânimo, que se queixam de uma excessiva burocratização da profissão", diz também Rita Bastos, presidente da Associação de Professores de Matemática. São, continua Manuel Grilo, "pessoas que estão no máximo da sua capacidade de ensinar", com muita experiência, mas que preferem perder dinheiro, sujeitando-se a penalizações na pensão, a continuar a dar aulas até chegar à "idade legal" para se reformarem. Porquê? "Tem a ver com os horários de trabalho excessivos, com problemas de indisciplina dos alunos. O discurso de que os professores não querem ser avaliados não ajuda. Os alunos dizem: "Então o senhor não quer ser avaliado e quer-nos avaliar a nós?"" - conta Manuel Grilo.
A Caixa Geral de Aposentações fez saber que não dispõe de dados que permitam analisar qual tem sido a evolução do número de professores que tem antecipado a aposentação. Contudo, também João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (Fne), diz que os pedidos de informação sobre aposentações antecipadas que chegam aos sindicatos têm aumentado muito. Só ao Sindicato dos Professores da Zona Norte chegaram mais de cem desde Janeiro de 2007. A avaliação do desempenho e a divisão da carreira em duas categorias são as razões mais apontadas por quem se dirige aos serviços."Há um desgaste e muitos professores passaram a ter que trabalhar mais do que as 35 horas semanais para fazer tudo: as reuniões, os projectos para isto e para aquilo, as candidaturas a financiamentos, preparar os novos cursos de educação e formação e as visitas de estudo", para além das aulas, da correcção dos testes, da investigação, continua Dias da Silva.
O dirigente recorda que "até 2006 os professores tinham a expectativa de poder aposentar-se aos 36 anos de serviço e 60 de idade", e organizaram a sua vida em função disso. Depois, as regras mudaram "e obrigam-nos a trabalhar mais". O regime criado em Fevereiro último - que facilita a aposentação antecipada - é pois visto como uma oportunidade "e todos os sinais que nos chegam levam a crer que os professores vão usá-la mais" do que outros funcionários públicos, diz Dias da Silva.
De acordo com a lei, este ano pode pedir aposentação antes do tempo quem tiver 33 anos de serviço, independentemente da idade, sendo a pensão reduzida em 4,5 por cento por cada ano que faltar para atingir os 61 anos e seis meses de idade. A partir do próximo ano volta a haver limite de idade. Sebastiana Lopes, 58 anos, 29 de aulas, professora titular na Escola Secundária de São João da Talha (Loures), pensa entregar já em Outubro os papéis. "Não tem só a ver com as medidas que têm vindo a ser tomadas. Tem a ver com o meu próprio cansaço, com o desgaste da profissão." Já não consegue, diz, "fazer aquelas madrugadas que fazia para preparar as aulas". E sente-se mal quando não as prepara, o que às vezes acontece porque simplesmente não tem tempo, este está todo dedicado a outras tarefas.

M-Learning

Por favor, ligue o telemóvel antes de entrar na sala de aula. Este podia ser o aviso a colocar à porta da sala de aula de português do 11º ano na Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga. Ao contrário do que acontece em todo o país, aqui os dispositivos móveis não são desligados e até ajudam a estudar. Até já existe uma palavra próprio: M-Learning, que surge na sequência do e-learning. «As tecnologias móveis têm cada vez mais potencial e é uma pena não utilizá-las, por isso procuro utilizar as suas potencialidades, seja a partir do telemóvel, ou de leitores de mp3 e mp4, para facilitar a aprendizagem. No telemóvel, podemos, por exemplo, aproveitar a sua capacidade de armazenamento, áudio e captação imagens e vídeo para uma melhor integração dos alunos», contou ao PortugalDiário a professora Adelina Moura, que desenvolve este projecto no âmbito da investigação que está a realizar para a tese de doutoramento que vai apresentar no Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho. «Aproveito estas tecnologias e trago-as para dentro das salas de aulas. Neste sentido, criei um ambiente de aprendizagem no Google Pages, porque permite o acesso a partir da versão web ou mobile, ou seja, através do computador portátil ou do telemóvel», revelou, passando a apresentar exemplos práticos:
«Ensino literatura portuguesa no Ensino Secundário, mas no ensino profissional, por isso neste momento estou a dar os Maias. Por vezes, no ensino profissional, precisamos de muita imaginação para captar a imaginação dos alunos, por isso gravei aulas em episódios de cinco a dez minutos para que os alunos possam ouvi-las a caminho de casa, se não quiserem ouvir a professora na sala de aulas. Utilizo os telemóveis, porque também quero que os alunos sejam produtores de conteúdos, e proponho uma série de abordagens». A integração das ideias dos alunos é um apelo constante. «Em vez de procurarmos imagens ou filmes na Internet, fazemos com que os alunos façam parte desse processo, com os seus próprios conteúdos. É a visão do aluno, que assim também se acha mais importante, pois participa activamente na sua abordagem dos temas», referiu, adiantando mais um pormenor: «Usamos as SMS para construir um poema a várias mãos e cada um dá o seu contributo».
Este bom exemplo já chamou a atenção do Ministério da Educação, que vai passar a apoiá-lo no âmbito do Plano Tecnológico. «Até agora temos usado os nossos próprios recursos, mas penso que é possível fazer melhor», frisou Adelina Moura.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Remix do Vídeo


Professora apresentou queixa contra Patrícia

A professora da Escola Secundária Carolina Michaelis, que foi brutalizada por uma aluna por causa de um telemóvel, com o vídeo do incidente a gerar um autêntico fenómeno público, formalizou uma queixa judicial contra a alegada agressora e outras duas contra os restantes alunos do 9ºC. A advogada da docente, Ana Espírito Santo, confirmou ao PortugalDiário que apresentou nesta quinta-feira três queixas diferentes, mas com o mesmo objectivo. A primeira foi apresentada «contra a Patrícia no Ministério Público junto do Tribunal de Família e Menores do Porto», dado ser a instância competente relativa à área onde ocorreu a situação. Paralelamente, foi também entregue neste Tribunal, uma queixa contra os restantes alunos menores da turma. Mas, a reacção da professora de francês na justiça não se ficou por aqui, porque visa abranger a totalidade da turma. Depois das queixas no Tribunal de Menores, a advogada da docente formalizou uma outra queixa, no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, contra os alunos com idade igual ou superior a 16 anos. «A intenção é participar os factos tal como eles aconteceram e são públicos», frisou Ana Espírito Santo, deixando agora ao critério do Ministério Público o trâmite processual resultante.

Aluna que agrediu professora e jovem que filmou o incidente vão ser transferidos

Patrícia e Rafael, a aluna que agrediu a professora de Francês na Escola Secundária Carolina Michaelis e o colega que filmou o incidente, vão ser transferidos de escola.
A sanção foi conhecida ontem, sendo ainda desconhecido o estabelecimento de ensino que irão frequentar. Fonte da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), ouvida hoje pela agência Lusa, disse, contudo, que "não há ainda qualquer indicação de que os alunos serão transferidos". A mesma fonte adianta que os pais dos alunos envolvidos no caso de indisciplina vão ser informados hoje de manhã das conclusões do inquérito realizado pela direcção da escola. A jovem não quis prestar declarações. "Ainda não há decisão", revelou a mãe de Patrícia ", depois de ter reunido com o conselho executivo da escola. Rafael mostrou-se reservado e escusou-se a prestar comentários. Envolvido apenas de forma indirecta sofreu igualmente uma sanção pesada. Numa das reuniões do conselho executivo, a professora Adozinda Cruz confirmou que autorizou os alunos a manterem os telemóveis ligados, permitindo-lhes que ouvissem música. Patrícia terá extravasado a ordem atendendo uma chamada da mãe.
Segunda-feira, a professora vai regressar à escola e à turma do 9ºC que Patrícia frequentava. A turma é maioritariamente composta por alunos que foram transferidos das escolas do Cerco do Porto, de Custóias e do Colégio Universal, alguns deles por questões disciplinares.

Pais satisfeitos com possibilidade de escolas contratarem técnicos para resolver problemas de indisciplina

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou terça-feira que as escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação (ME) uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos. «Se uma escola tiver um grande problema de indisciplina generalizada pode apresentar à Direcção Regional de Educação uma proposta para o reforço dos meios técnicos» , afirmou Valter Lemos. O presidente da Confap, Albino Almeida, disse que se trata de uma «boa medida do Governo». «Vimos com satisfação que o Governo tenha respondido com actos concretos» ao problema da indisciplina nas escolas, referiu. Albino Almeida adiantou também que este é um sinal de que o Governo tem de estar disponível para responder às necessidades das escolas, no âmbito da autonomia que dispõe, «para restabelecer um clima de não-violência

Professora amiga de Jorge Coelho «sequestrada» por causa de telemóvel

Jorge Coelho revelou que uma «grande amiga» sua, professora, viveu recentemente uma situação idêntica ao do caso da Escola Carolina Micaelis. Também por causa de um telemóvel, confiscado na sala de aula, a professora terá sido coagida fisicamente a devolver o aparelho. A situação envolveu «o namorado da aluna».Com a ajuda do rapaz, «a professora foi sequestrada na sala», contou Jorge Coelho, no programa Quadratura do Círculo, que esta noite será emitido na SIC Notícias.
Jorge Coelho, que foi ministro da Administração Interna do Governo de António Guterres, queixa-se da «tendência para o silêncio cúmplice» que pressiona os professores a não apresentar queixa. Neste caso, porém a professora relatou o sucedido ao Conselho Directivo da escola, contou.
No seu entender, o facto de os alunos adolescentes serem inimputáveis criminalmente favorece a impunidade.Pacheco Pereira, no mesmo programa, manifestou preocupação pela «banalização» da violência escolar que pode proporcionar a repetição, vezes sem fim, das imagens captadas por telemóvel aos abusos sobre a professora da Escola Carolina Micaelis, que foram publicadas no You Tube.

Oposição unida pela suspensão da avaliação

As bancadas do PCP, do CDS-PP, do Bloco de Esquerda, da ex-deputada do PCP Luísa Mesquita e do PSD propuseram projectos de resolução que defendiam a suspensão do processo, contestado a 08 de Março por cerca de 100 mil professores que se manifestaram em Lisboa.Pelo PS, a deputada Alcídia Lopes acusou a oposição de apenas propor "adiamentos e suspensões" sem apresentar alternativas e antecipou o "chumbo" dos socialistas às cinco recomendações. "As escolas estão a trabalhar bem. Não faz sentido adiar este processo. Adiado porquê? Por vazio cheio de nada", afirmou.
O deputado do PCP João Oliveira justificou a suspensão do processo - o que o Ministério da Educação recusa - para permitir que se encontrem "soluções adequadas" ao regime de avaliação. O parlamentar comunista disse que o PCP é favorável à avaliação mas critica o modelo do Governo por ser "um regime injusto", que causa uma "desestabilização das escolas em prejuízo dos professores e dos alunos".
O líder parlamentar do CDS-PP, Diogo Feio, contestou o regime de avaliação pela confusão que gera nas escolas, defendeu que deve ser "melhor pensado" e "iniciado quando começarem a aulas no próximo mês de Setembro". "Estamos contra a confusão dentro das escolas, que a avaliação seja só para alguns e que seja feita de uma forma numas escolas e noutras escolas de maneira diferente", disse.Pedro Duarte, deputado do PSD, insistiu na suspensão do processo que, ao longo dos meses, sofreu de "erros e trapalhadas" e por "lançar a confusão" nas escolas durante o terceiro período. "Foi um acto de hostilidade contra os professores", afirmou.
Já a deputada não inscrita Luísa Mesquita (ex-PCP) também criticou o sistema de avaliação e fez um apelo aos deputados do PS que são professores a viabilizarem um projecto de resolução comum para que sejam criadas condições à revisão do regime de avaliação. A contestação à avaliação e ao Estatuto da Carreira Docente, aprovada pelo Governo, juntou cerca de 100 mil professores numa manifestação, em Lisboa, a 08 de Março, e em que foi exigida a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues

Funcionários agredidos na escola

Vários funcionários da EB 2,3 e Secundária de Tarouca, em Viseu, têm sido agredidos por alunos. De início, eram dois considerados apenas «os putos reguilas». Agora já são oito, escreve o jornal O Diário das Beiras. Ao longo dos últimos dois anos os casos de violência para com os funcionários têm-se sucedido na Escola Básica dos 2.º, 3.º ciclos e Secundária de Tarouca. O caso mais recente teve lugar a 14 de Março, com a agressão a acontecer na sequência de uma cena de pancadaria entre alunos. Quando a funcionária se aproximou para acabar com a zaragata foi agredida com pontapés e murros, tendo que receber assistência médica. Há dois anos, a mesma auxiliar de acção educativa já tinha sido vítima de uma «violenta» cotovelada nas costas, que lhe criou problemas de mobilidade. Ainda na mesma semana, a 13 de Março, uma outra funcionária foi agredida no recinto escolar. Neste caso, terá sido feito um ajuste de contas. Um familiar foi à escola, esperou pelos agressores e deu-lhes uns «tabefes». Um outro caso de violência nos últimos anos foi o de uma funcionária grávida que só não foi agredida porque foi protegida por uma colega.
A GNR, que no dia 14 de Março foi chamada à escola, «porque havia alunos a agredirem uma funcionária», acabou por regressar ao posto sem nada registar. Quando a patrulha chegou, já o problema estava resolvido e ninguém apresentou queixa. A justificação dada é que não vale a pena fazer nada, porque os alunos são menores, escreve o jornal. No ano passado, uma funcionária que teve que receber tratamento no Hospital de Vila Real, apresentou uma queixa na GNR, que acabou por retirar também com o argumento de que são crianças e ninguém lhes faz nada. Em 2006, a escola já aparecia referenciada, num estudo da DECO, como uma das menos seguras do país. Embora se tenham feito várias tentativas, não foi possível obter esclarecimentos junto da presidente do conselho executivo. Perante os casos que se têm sucedido, terá sido nomeado um professor para tratar dos casos de violência, entre alunos e para com os funcionários. Os dois rapazes que estarão na origem destes actos de violência são dois irmãos, um de 15 e outro de 12 anos, que nesta altura são já os líderes de um grupo que tem vindo a aumentar. Os dois irmãos residem em Mondim da Beira, onde são bem conhecidos da população. Um apartamento que estava na fase de acabamentos terá sido destruído por actos de puro vandalismo. O pai está a trabalhar no estrangeiro e a mãe, dizem, «não tem mão nos filhos». O caso está já referenciado na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Tarouca.

Professora volta às aulas

A professora da Secundária Carolina Michaelis, Porto, alegadamente vítima de violência por parte de uma aluna quando lhe retirou um telemóvel, regressa às aulas segunda-feira, disse à Lusa fonte da instituição. «A professora vai trabalhar normalmente, não fazem qualquer sentido as notícias que dão conta de uma eventual paragem da actividade docente», disse a mesma fonte. Acrescentou que esta situação de indisciplina não é inédita, uma vez que são conhecidos outros casos, envolvendo alunos da mesma turma e outros professores da escola. A professora de Francês envolvida neste episódio encontra-se no topo da carreira e regressou este ano à escola, depois de anos requisitada, disse fonte do estabelecimento. A mesma fonte, ligada à Escola Secundária Carolina Michaelis, disse à Lusa que a cena terá ocorrido no último dia de aulas, antes das férias da Páscoa. A professora regressou este ano aquela escola, após ter estado durante vários anos na situação de requisitada, exercendo funções como coordenadora do Parlamento Europeu dos Jovens. Segundo a edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias a aluna vai ser alvo de um processo na comarca de Matosinhos, que terá de ficar concluído no prazo de três meses.
O Tribunal de Família e Menores do Porto remeteu o caso para a comarca de Matosinhos, referiu fonte do Ministério Público (MP). O procurador Manuel Santa, do Tribunal de Família e Menores do Porto, afirmou que o caso vai decorrer no Tribunal de Família de Matosinhos porque a aluna pertence àquela comarca.
«O inquérito tutelar e educativo deverá ser aberto rapidamente pela colega de Matosinhos», disse. Segundo referiu, este inquérito servirá para apurar se eventualmente a aluna em causa praticou actos ilícitos que poderão ser punidos pelo crime de ofensa à integridade física da docente. «No decurso do inquérito irá apurar-se se há ou não matéria para provar que a aluna praticou este crime. Se o Ministério Público entender que a aluna praticou esses crimes e precisa de ser educada para o direito procede-se à abertura da fase jurisdicional», acrescentou o responsável.

Crimes nas escolas aumentam

No ano de 2006/2007 a criminalidade registada pela PSP e pela GNR, no âmbito do programa «Escola Segura», aumentou. Os dados revelados pelo Gabinete do Coordenador de Segurança (GCS), dão conta de um aumento de 2,4 por cento na área da PSP e de 92,3por cento na escolas patrulhadas pela Guarda. O aumento de delitos na zona da GNR corresponde a mais 298 ocorrências registadas, no total de 621. «Os crimes que mais aumentam são o vandalismo/dano, mais 193 por cento, e o furto, mais 74 por cento», adiantou o secretário-geral do GCS, o general Leonel Carvalho. O aumento de criminalidade registada junto às escolas é ainda mais evidente, tendo em conta que o número de horas de patrulhamento «diminuiu». Nas aéreas escolares patrulhadas pela PSP foram registadas 2986 ocorrências, mais 70 do que no ano lectivo anterior. Os dados estatísticos a que o PortugalDiário teve acesso revelam que o crime de roubo, um dos que mais preocupa alunos, pais e professores, diminuiu 27 por cento, isto é, menos 158 roubos. A PSP atribui a redução deste crime ao reforço de medidas preventivas e operações de fiscalização. Segundo o relatório da PSP, estes crimes ocorrem na maior parte das vezes nos percursos casa/escola, à tarde, entre as 16h e as 20h, no horário de inverno, depois de escurecer. Os suspeitos são geralmente ex-alunos que actuam em grupo e atacam «prioritariamente» alunos com idades entre os 11 e os 15 anos. Segundo a mesma fonte, há também um número significativo de roubos levados a cabo por toxicodependentes que usam facas ou seringas. Os roubos são praticados «muitas vezes» com simulações de armas de fogo, que podem ser armas de alarme ou armas de brinquedo. No último ano lectivo, a PSP registou 67 ocorrências de posse e uso de arma, mais 6,3 por cento do que no ano anterior. No total foram apreendidas 260 armas: 13 armas de fogo, 165 armas brancas e 82 de outro tipo, normalmente réplicas de armas de fogo. Segundo a polícia, 64 por cento das ocorrências relacionadas com armas envolvem a utilização de facas ou canivetes, no entanto, em cinco por cento dos casos são usadas armas de fogo adaptadas. A PSP salienta que o uso de pistolas nas escolas é «raro», mas as armas a fingir, as pistolas de mola ou pressão de ar são mais frequentes.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Novo exemplo de indisciplina na escola

Este é mais um caso de grave indisciplina no seio de uma escola portuguesa e que terá decorrido durante uma aula de Economia. Num vídeo, colocado no YouTube a 27 de Junho de 2007, um dos alunos filma os colegas a baterem com as mãos nas carteiras, aos gritos e a cantar em plena sala de aula. Durante a gravação, a câmara é dirigida várias vezes para a professora que continua a leccionar mostrando-se alheia ao barulho e comportamento dos alunos, que chalaceiam, riem e chegam mesmo a dizer asneiras.

Concursos

De acordo com um despacho publicado no Diário da República, os docentes dos quadros colocados até 31 de Dezembro de 2007 podem manter essa colocação, de modo a garantir a continuidade pedagógica.Contam-se entre estes os docentes que integrem o Quadro de Escola e tenham sido colocados em destacamento por ausência de componente lectiva, dentro ou fora do respectivo concelho; os docentes dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) que tenham sido afectos administrativamente ou por concurso, dentro ou fora do respectivo QZP; ou os docentes que tenham sido colocados mediante destacamento por doença, desde que comprovem a situação que lhe deu origem.A manutenção da colocação é alargada aos professores que o desejarem, colocados em mobilidade ou afectos administrativamente, desde que esta se concretize no exercício de funções lectivas, nas condições enunciadas no mencionado despacho.Os docentes dos quadros não colocados no concurso das necessidades residuais, desde que manifestem o seu acordo, podem ser colocados para além do concelho onde se situa a escola ou, no caso dos professores de QZP, para além deste quadro.
Estas colocações efectuam-se no decorrer das colocações cíclicas, logo que esgotada a lista de professores pertencentes a esse QZP no respectivo grupo de recrutamento, e antes da colocação dos candidatos à contratação.
Quanto às colocações plurianuais obtidas nos concursos de 2006 são mantidas, desde que se verifique a existência de componente lectiva.
No caso dos docentes em situação de destacamento por condições específicas, será necessária a apresentação de documento comprovativo da permanência da situação que lhe deu origem.Relativamente às colocações em regime de contratação, efectuadas em 2006 e efectuadas e renovadas em 2007, pelo período de um ano escolar, poderão ser renovadas por igual período. Estas medidas enquadram-se no princípio da estabilização do corpo docente, concretizadas desde o concurso de 2006/2007, através da permanência dos docentes na mesma escola por um período de três anos.
No decorrer desse período, as colocações intercalares fazem-se com regularidade anual para o preenchimento das necessidades residuais, através de destacamento por ausência de componente lectiva, de afectação de docentes dos QZP sem componente lectiva atribuída ou por contratação.
A concretização destas colocações procura conciliar as expectativas profissionais dos docentes com o respeito do interesse público, quer através da colocação eficiente e racional dos recursos humanos necessários, quer da possibilidade de continuidade pedagógica, com claras vantagens para o sistema de ensino, nomeadamente para o sucesso educativo dos alunos.

Aluna com processo no Tribunal de Menores

A aluna da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que esteve envolvida no mediático caso de violência com uma professora por causa de um telemóvel, numa sala de aula, vai enfrentar um processo no Tribunal de Menores do Porto, informa o Jornal de Notícias. A decisão foi tomada pelo Ministério Público (MP) visa apurar se houve algum ilícito penal por parte da jovem durante a cena que foi filmada e transmitida no canal de vídeos YouTube, ou noutra ocasião. Ou seja, pretende apurar se houve ofensas à integridade física da docente ou crime de injúrias. Caso seja considerada culpada no final do processo, a aluna em causa pode enfrentar uma «medida tutelar educativa», visando a «educação para o Direito», segundo o que está estipulado na lei aplicável a menores. Devido à idade da aluna, 15 anos, um processo no Tribunal de Menores era a única hipótese possível em termos legais, logo nunca poderia ser alvo de um processo-crime, apenas aplicável a maiores de 16. Para já, a professora não fez qualquer participação formal fora da escola, mas caso tenha existido ofensa da integridade física ou injúrias as autoridades não precisam de queixa para actuar, já que se trata de crimes públicos

terça-feira, 25 de março de 2008

Escolas com problemas de indisciplina podem propor ao ministério contratação de técnicos especializados

As escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos, anunciou hoje o secretário de Estado da Educação."Se uma escola tiver um grande problema de indisciplina generalizada pode apresentar à Direcção Regional de Educação uma proposta para o reforço dos meios técnicos", afirmou Valter Lemos, em conferência de imprensa.O responsável ressalvou que a possibilidade de contratação destes profissionais é reservada, sobretudo, aos 35 agrupamentos de escolas identificados como "Territórios Educativos de Intervenção Prioritária", mas poderá igualmente ser utilizada por outros estabelecimentos de ensino, desde que estes fundamentem o seu pedido, invocando a existência de um "problema específico" de violência e indisciplina. No encontro com os jornalistas, na sequência dos incidentes na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, o secretário de Estado reafirmou que o ministério não está a minimizar ou a desvalorizar o problema da violência escolar, como afirmou há meses o procurador-geral da República, assegurando que este "é o Governo que mais medidas tomou relativamente ao combate" a estes problemas.A este propósito, Valter Lemos lembrou a criação da figura de um coordenador de segurança escolar em todos os agrupamentos de escolas, que funciona pela primeira vez este ano lectivo, o reforço da articulação com a PSP e GNR ou a integração de 300 professores nas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, medidas que considera serem uma "prova da importância dada a estas questões".
"As nossas escolas são, em geral, os locais mais seguros da comunidade. Os números [da indisciplina e violência] não correspondem ao destaque mediático que alguns casos têm tido", disse, adiantando que "o facto de o Ministério da Educação dizer que o número de ocorrências baixou não pode ser interpretado como uma desvalorização". O governante afirmou ainda não saber "em que informações se baseia" o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, para declarar que algumas escolas funcionam como "embriões de violência", salientando que todas as ocorrências são registadas pelos delegados de segurança existentes nas escolas e assegurando que os professores e os conselhos executivos têm todas as condições para reportar os incidentes ocorridos. Lamentando a "tentação de desresponsabilizar muitos actores e instituições sociais", culpabilizando apenas os Conselhos Executivos e o ministério, Valter Lemos sublinhou que estes casos dizem respeito a toda a sociedade, nomeadamente aos pais e à comunicação social.Em declarações à edição de hoje do "Diário Económico" que "nalgumas escolas formam-se pequenos 'gangs' que depois transitam para 'gangs' de bairro, armados e perigosos", considerando que a violência escolar funciona, em alguns casos, como uma espécie de "embrião" para níveis mais graves de criminalidade.Os incidentes na Escola Carolina Michaelis reportam-se à semana passada quando uma professora foi vítima de agressão por parte de uma aluna, depois de lhe retirar um telemóvel, cujo uso é proibido durante as aulas

Prémio Nacional de Professores

O Ministério da Educação promove a segunda edição do Prémio Nacional de Professores, dirigido a todos os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário. O período de candidaturas, submetidas electronicamente através do Portal da Educação, tem início a 10 de Março e termina a 31 de Maio.

Link: Prémio Nacional de Professores


Avaliação de Professores na Região Centro

As escolas do distrito de Coimbra uniram-se e apelaram ao Ministério da Educação para suspender o processo de avaliação de professores até ao final do ano lectivo. A falta de "suporte legal para uma avaliação simplificada dos professores contratados" é um dos principais motivos invocados pelos presidentes das mais de 20 escolas secundárias e agrupamentos que subscrevem o documento, contrariando as directrizes do Ministério da Educação (ME), que não permite a suspensão ou adiamento do processo.No pedido, que já foi entregue na Comissão Parlamentar de Educação, os professores referem não conhecer as ponderações nem terem "indicações sobre como funciona o sistema de quotas". Os dirigentes escolares, que representam mais de 200 escolas e 20 mil alunos, referem que se sentem "num processo sem directivas legais", propondo à ministra a suspensão da aplicação do processo de avaliação até ao final deste ano lectivo e o reatamento "imediato" do diálogo com os sindicatos.
Entre as escolas que pedem a suspensão do processo de avaliação, contam-se duas que figuraram entre as 20 melhores no ranking das escolas secundárias elaborado pelo CM em Outubro: a Infanta Dona Maria (melhor pública e terceira no ranking geral) e a José Falcão (18.º lugar no ranking). Os presidentes dos conselhos executivos vão voltar a reunir a 2 de Abril.
A reunião de quarta-feira ocorreu no dia em que foi divulgada pelo ME uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa sobre a providência cautelar interposta pelo Sindicato de Professores da Grande Lisboa e que pedia a suspensão da eficácia de três despachos do ME. O juiz considerou que as decisões não podiam ser impugnadas por serem instruções internas.
Em reacção à decisão,a Fenprof argumenta que o tribunal "não se pronunciou sobre a legalidade ou ilegalidade dos despachos em causa". Segundo a Fenprof, enquanto se mantiver uma das cinco providências cautelares interpostas, "os actos decorrentes dos despachos de 24 e 25 de Janeiro mantêm-se suspensos".
O documento em que é pedida a suspensão da aplicação do processo de avaliação foi subscrito em 11 de Março pelos dirigentes dos Agrupamentos de Escolas de Silva Gaio, São Silvestre, Martim de Freitas, Pedrulha, Alice Gouveia e Escolas Secundárias Avelar Brotero, D. Duarte, Jaime Cortesão, Infanta D. Maria e Quinta das Flores (Coimbra). Na quarta--feira, numa reunião realizada na Avelar Brotero, os Agrupamentos de Taveiro, Ceira, Eugénio de Castro (Coimbra), Soure, Lousã, Álvaro Viana de Lemos (Lousã), Penela, Góis, Poiares e secundárias José Falcão e da Lousã também se associaram ao protesto. No agrupamento de escolas de Montemor-o-Velho, os professores decidiram suspender todas as actividades relacionadas com a avaliação de desempenho, como foi noticiado ontem pelo CM.Ao todo, são 22 os agrupamentos e escolas secundárias da Região Centro que pedem a suspensão da avaliação até ao início do próximo ano lectivo. A maior parte são do concelho de Coimbra, mas também se contam escolas de Soure, Lousã (como o CM adiantou em Janeiro), Penela, Góis, Vila Nova de Poiares e Montemor-o-Velho. Só os agrupamentos de Pedrulha e de Soure representam 63 escolas, de um total de 215 estabelecimentos de ensino, desde jardins-de-infância a escolas secundárias, que se uniram para tentar parar a avaliação. Nestes 215 estabelecimentos, de acordo com os dados disponibilizados no site da Direcção Regional de Educação do Centro, estudam 20 584 alunos. Respeitando os rácios professor/aluno, este conjunto de escolas deverá ter entre 1600 e dois mil professores, sendo que a avaliação ainda este ano lectivo deverá incidir sobre 300 a 400 contratados e professores do quadro à beira de subir de escalão.

Escola escondeu agressão da aluna

A professora agredida pela aluna da escola Carolina Michaelis, no Porto, queixou-se ao Conselho Executivo no próprio dia do violento conflito na sala de aula.
Nesse dia, 14 de Março, a docente de Francês, Adozinda Cruz, terá desvalorizado a fúria de Patrícia mas, mesmo assim, participou o episódio a um vice-presidente, ambos falaram sobre o sucedido. Contudo Adozinda Cruz não terá apresentado formalmente qualquer queixa contra a estudante.
Foi com a divulgação do vídeo na internet que o caso acabou por ser alvo de medidas por parte da direcção da escola que abriu já processos disciplinares à aluna e também ao aluno da mesma turma que filmou com um telemóvel a fúria de Patrícia contra a professora. O autor da filmagem já está identificado.
Todos os estudantes da turma do 9.º C que estavam presentes na aula naquele dia serão ouvidos no âmbito do inquérito. Atéporqueas imagens reveladas apenas mostram um minuto e quarenta e oito segundos do episódio. Falta ainda saber o que aconteceu concretamente antes e depois de Patrícia disputar fisicamente a posse do telemóvel que a docente lhe retirou. Uma fúria contra uma professora sem reacção, acompanhados por risos e comentários de outros alunos, que poderão ser também castigados.
Quanto à professora, embora abalada com a exposição pública, até tentou acalmar alguns colegas que ficaram indignados com os factos e que lhe telefonaram a manifestar solidariedade.