domingo, 23 de agosto de 2015

Notícia - Fauna Urbana – a vida selvagem à nossa porta

Ao contrário do que se poderia supor, as cidades não são domínio exclusivo dos seres humanos. Nos jardins, lagos, hortas e edifícios é possível encontrar uma miríade de seres vivos que aprendeu a tirar partido dos habitats das nossas urbes.

Ao contrário do que muitas pessoas poderiam supor, as cidades não são domínio exclusivo dos seres humanos. Nos jardins, lagos, hortas e edifícios é possível encontrar uma miríade de seres vivos que aprendeu a tirar partido dos diferentes habitats das nossas urbes. São aves e mamíferos, mas também répteis e anfíbios cuja vizinhança muitas vezes desconhecemos mas que partilham connosco a selva urbana.

Quando há 12 000 anos atrás surgiram, no Crescente Fértil, as primeiras cidades, dificilmente os seus habitantes poderiam imaginar que milhares de anos mais tarde as suas urbes de adobe, madeira e pedra, haveriam de evoluir para gigantescas «ilhas» de tijolo, vidro, betão e aço onde vivem actualmente mais de 1500 milhões de pessoas. Talvez as cidades modernas tenham poucos encantos naturais quando comparadas com as primitivas cidades Sumérias, apesar disso também elas se converteram em redutos ecológicos importantes para inúmeras espécies de animais selvagens, a ponto destas chegarem a ser consideradas como ecossistemas completos nos quais a biodiversidade se relaciona entre si e com o meio envolvente com a mesma perfeição com que o faz nos espaços inalterados pelo Homem.

Mas o que terá levado tantas espécies animais, algumas delas raras nos seus habitats naturais, a ocupar estes ambientes artificiais criados pelo Homem, a adaptar-se a eles e a prosperar? Aparentemente, a resposta é simples: abundância de alimento, fruto dos desperdícios orgânicos dos habitantes humanos; ausência quase total de predadores e maior tolerância por parte dos seres humanos; abundância de abrigos e nichos ecológicos (ex.: casas abandonadas, ruínas, torres de igrejas, cemitérios, telhados, varandas, terraços, pátios, jardins, hortas, árvores, lagos, fontes, esgotos e todo o tipo de canalizações subterrâneas); e condições climatéricas mais acolhedoras, sobretudo em termos de temperatura, pois as cidades funcionam como «ilhas de calor» que, em média, registam temperaturas 1,5 ºC acima dos valores que se verificam fora do espaço urbano. Em certos casos, a adaptação à vida urbana foi de tal forma bem sucedida que algumas espécies de animais simplesmente deixaram de conseguir sobreviver sem a presença do Homem, como acontece, por exemplo, com os vulgares pardais-domésticos (Passer domesticus), que não sobrevivem em povoações que tenham sido abandonadas pelos residentes humanos.

Mas nem tudo são rosas para esta fauna urbana. Exposta a todo o tipo de perigos, os animais da cidade têm uma esperança média de vida relativamente curta, situação viável apenas devido a uma elevada fertilidade que permite a algumas espécies contrabalançar as pesadas perdas provocadas por factores como a poluição atmosférica; o excesso de ruído; os atropelamentos; a falta de refúgios nas edificações modernas; a escassez de vegetação; e até o elevado nível de stress a que muitas «espécies urbanas» estão sujeitas, como o comprovam estudos etológicos realizados em populações de aves urbanas, segundo os quais estes animais apresentam níveis de stress e hiperactividade comparáveis aos de um alto executivo humano.

Dependendo da localização e da quantidade e qualidade dos habitats disponíveis, as cidades atraem maior ou menor diversidade de animais. De todos os grupos de animais que frequentam ou habitam as nossas cidades, as aves são, claramente, o mais abundante. Mas não se pense que as aves se resumem aos pardais, às pombas, às gaivotas ou às andorinhas. Com efeito, a elevada capacidade de adaptação das aves, aliada a uma maior diversidade de espécies, converteu-as em verdadeiras estrelas da nossa fauna urbana, proporcionando às populações de muitas cidades portuguesas, nomeadamente daquelas onde abundam parques e jardins, terrenos baldios e/ou zonas ribeirinhas, a oportunidade de tomar contacto com o mundo novo da «ornitologia urbana».

Lisboa possui, talvez, a maior e mais estudada comunidade de aves urbanas do país. De acordo com Hélder Costa, ornitólogo da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e autor do livro Lisboa AVES, «nidificam actualmente em Lisboa cerca de 28 espécies, embora o número total de espécies registadas ronde as 138». Apesar deste número, poucos serão os lisboetas que conhecem verdadeiramente as suas aves. Com efeito, refere este ornitólogo, «com excepção dos pombos, das gaivotas e dos pardais, de uma forma geral, a maior parte dos lisboetas não se apercebe muito da existência de aves da cidade» o que, tendo em conta a profusão de espécies que ocupa a capital, não deixa de ser sintomático do alheamento dos habitantes humanos face aos seus vizinhos alados. Na verdade, a maioria dos lisboetas continua a desconhecer que entre os seus vizinhos se incluem espécies tão singulares como, por exemplo, os flamingos (Phoenicopterus ruber) que por vezes aparecem na zona do Parque Expo; os peneireiros (Falco tinnunculus) que nidificam desde o final da década de 90 nos respiradouros da Torre do Tombo e que frequentam algumas zonas da cidade, especialmente onde ainda subsistem terrenos baldios, parques de média dimensão ou restos de antigas quintas (zona do aeroporto, zona das Olaias, etc.); os andorinhões-pálidos (Apus pallidus), que criam em grande número nos edifícios antigos do centro histórico; as alvéolas-brancas (Motacilla alba), que se aglomeram às dezenas todas as noites nas árvores-dormitório da Praça de Espanha; os falcões-peregrinos (Falco peregrinus), que por vezes sobrevoam o parque Eduardo VII ou utilizam as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama como poiso altaneiro; ou ainda as esquivas garças-nocturnas (Nycticorax nycticorax), que por vezes frequentam os lagos dos jardins da cidade, como acontece no Hospital D. Estefânia.

Do Minho ao Algarve, o rol de cidades e vilas onde se observam toda a sorte de aves, algumas das quais raras, é surpreendentemente longo. Em Viana do Castelo ou em Caminha, por exemplo, as marginais, situadas respectivamente nas margens do estuário do rio Lima e Minho, são frequentemente local de poiso e passeatas de aves aparentemente tão estranhas à cidade como o maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos), a narceja-galega (Lymnocryptes minimus), a garça-branca-pequena (Egretta garzetta) e o corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) entre muitas outras. Mais para o interior do país, em Montalegre, o centro histórico é local de nidificação habitual de rabirruivos-pretos (Phoenicurus ochruros), andorinhões-pretos (Apus apus), e até de chascos-cinzentos (Oenanthe oenanthe), ariscos visitantes estivais dificilmente observáveis noutra área urbana do país que não nesta vila raiana de Trás-os-Montes. Em pleno centro da cidade do Porto, no Parque da Cidade, entre andorinhas-das-barreiras (Riparia riparia), cartaxos (Saxicola torquata), galeirões (Fulica atra), galinhas-de-água (Gallinula chloropus), guinchos (Larus ridibundus), garças-cinzentas (Ardea cinerea) e até guarda-rios (Alcedo atthis), a lista de espécies observadas ao longo do ano é tão extensa e rica que o Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS), já demonstrou, inclusive, a intenção de elaborar um guia de aves do Parque da Cidade que permita aos visitantes identificar e conhecer a riqueza avifaunística deste pulmão verde da cidade. No entanto, a ideia não é nova na Invicta. Em 1993, a Fundação de Serralves, localizada nas imediações da Avenida da Boavista, lançou o livro Aves de Serralves, onde são descritas as 79 espécies de aves com que os visitantes dos jardins da Fundação se podem deparar habitualmente. Entre estas, destaque para espécies vistosas como a poupa (Upupa epops), o gaio (Garrulus glandarius) e a pega-rabuda (Pica pica), e ainda para dois residentes inusitados: a coruja-das-torres (Tyto alba) e o mocho-galego (Athene noctua), duas rapinas nocturnas relativamente comuns nesta parte da cidade, embora mais frequentemente escutadas do que observadas pelos habitantes humanos.

Na região centro, próximo da cidade de Coimbra, a Mata Nacional do Choupal é local de nidificação de vários casais de milhafre-preto (Milvus migrans), uma rapina que se tornou tão comum na região, que os habitantes da cidade já se habituaram a vislumbrar as suas silhuetas planando lentamente sobre a baixa da cidade, sobre a auto-estrada A1 ou sobre as margens urbanizadas do Mondego, em busca de presas.

No centro-sul do país, em grandes cidades como Castelo Branco, Portalegre e Beja, ou em pequenas vilas como Figueira de Castelo Rodrigo, Barrancos, Alcácer do Sal, ou Mértola, as cegonhas-brancas (Ciconia ciconia) também se tornaram, nas últimas décadas, inquilinas notadas e incontornáveis, construindo os seus enormes ninhos sobre campanários, torres e chaminés, com o mesmo à vontade com que exibem as suas ruidosas paradas nupciais. Mas em Mértola, não são apenas as cegonhas que pontuam os céus da vila. Durante a Primavera e o Verão, um pequeno e raro falcão migrador que nidifica no sul do Mediterrâneo e inverna em África, regressa a esta pequena povoação para criar a sua prole. Trata-se do francelho-das-torres (Falco naumanni), uma ave de rapina que nidifica em velhos edifícios, montes abandonados e muralhas. No passado, terá sido bastante abundante pelas vilas e cidades do sul de Portugal, como Évora ou Castro Marim, mas actualmente, a população está estimada em apenas cerca de 160 casais repartidos por 10 colónias de criação, sendo uma das mais importantes, aquela que cria na igreja matriz, no castelo e nos velhos edifícios de Mértola, com cerca de 60 casais recenseados.

A maioria das pessoas reconhece certamente as aves como vizinhos rotineiros no habitual frenesim citadino. Mas quantos de nós terão alguma vez atentado nas diversas espécies de répteis e até anfíbios que povoam as nossas cidades? Na cidade de Lisboa, por exemplo, os muros, os jardins e até os interiores das casas abandonadas ou arruinadas dos bairros históricos, constituem um lar excelso para a cobra-de-ferradura (Coluber hippocrepis), uma serpente não venenosa e inofensiva para o ser humano, com excepcionais qualidades trepadoras, que se alimenta dos abundantes ratos e ratazanas que infestam esta área da cidade, embora também cace outros répteis, como a osga-comum (Tarentola mauritanica) e a lagartixa-ibérica (Psammodromus hispanicus), também eles habitantes muitas vezes inauditos destes «condomínios de luxo» que são os velhos bairros do centro histórico da capital. Na cidade de Évora, um outro réptil, a osga-turca (Hemidactylus turcicus), uma espécie de pequenas dimensões, bastante rara entre nós e de distribuição localizada, também coexiste, muitas vezes incógnito, com os seres humanos. De actividade exclusivamente nocturna, é surpreendentemente frequente na cidade, sobretudo em ruas pouco movimentadas, num claro contraste com o que se verifica fora do espaço urbano eborense, onde é bastante rara. Mais a sul, no Algarve, também os inofensivos camaleões (Chamaeleo chamaeleon) vivem lado a lado com os milhares de veraneantes que anualmente invadem o litoral algarvio. Embora mais comuns nos pinhais litorais, sobretudo na região do centro e sotavento algarvio, os camaleões ocorrem também em zonas com árvores de fruto e vinhas, em áreas semiurbanas, paredes-meias com o casario das cidades de Faro, Tavira e Vila Real de Santo António.

Menos ubíquos do que os répteis, dada a sua menor tolerância à poluição e dependência relativamente à água para completar o ciclo biológico, os anfíbios também são presença habitual em algumas das nossas vilas e cidades. No norte e centro do país, algumas cidades costeiras, como Esposende, Vila do Conde, Póvoa do Varzim e Figueira da Foz, albergam nas suas frentes ribeirinhas dunares populações de sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes), uma espécie de anfíbio de hábitos nocturnos que apenas se observa com alguma facilidade nas noites suaves e chuvosas quando emerge da areia. Na cidade do Porto, o Parque da Cidade e o Jardim Botânico, são igualmente refúgio de várias espécies de anfíbios, entre os quais o sapo-comum (Bufo bufo), a rã-verde (Rana perezi), a salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra) e até o sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans), um pequeno anfíbio assim apelidado pelo facto do macho desta espécie transportar «às costas» a postura de ovos da fêmea, praticamente até à sua eclosão.

À noite, quando os habitantes humanos se recolhem nas suas casas, a escuridão traz às ruas, aos becos, aos jardins e até às nossas próprias casas os mais esquivos e furtivos habitantes da «fauna urbana»: os mamíferos. Apesar do reduzido número de espécies de mamíferos que colonizou os ambientes urbanos portugueses, as que o conseguiram, exploraram este novo habitat como nenhum outro grupo de animais. É o caso de algumas espécies de pequenos roedores, como o rato-caseiro (Mus musculus), mas sobretudo a ratazana-castanha (Rattus norvegicus), cuja população na área da grande Lisboa, se calcula em cerca de 4,5 milhões de animais, praticamente o equivalente ao dobro da população humana residente! Mas os «mamíferos urbanos» não se resumem a estas espécies «oportunistas». Grandes cidades como Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Setúbal ou Faro, possuem, apesar da contínua expansão do betão, inúmeras áreas cultivadas espalhadas um pouco por todo o seu espaço urbano: são as hortas. Embora não passem de pequenos espaços de terra agricultada, para algumas espécies de mamíferos insectívoros, como a toupeira (Talpa caeca), o musaranho-de-dentes-brancos-grande (Crocidura russula) e até o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), constituem verdadeiros édenes onde a abundância de alimento e de esconderijos, permite uma sobrevivência citadina relativamente desafogada e sossegada. Menos comum, mas nem por isso menos familiarizado com os jardins e parques de algumas das nossas cidades, é o esquilo (Sciurus vulgaris). Até há alguns anos atrás, pelo facto da espécie se encontrar extinta em Portugal desde o século XVI, as únicas populações urbanas de esquilos resumiam-se aos animais introduzidos no Parque Ecológico de Monsanto, em Lisboa, e no Jardim Botânico de Coimbra. Actualmente, graças a uma recolonização natural a partir da Galiza, o esquilo regressa lentamente à convivência dos habitantes de algumas cidades, sobretudo do norte e centro do país (Caminha, Amarante, Penafiel, Valongo, Vila Nova de Gaia, Lamego, etc.), onde a abundância de áreas florestadas se revela ideal para a instalação deste sociável animal arborícola. Porém, alguns dos nossos vizinhos mamíferos, como os morcegos, não gozam de tão boa reputação. No entanto, sob as telhas, por detrás de uma portada, numa cave escura e pouco utilizada, ou simplesmente no buraco de uma árvore, os morcegos vivem mais perto de nós do que suspeitamos e ocorrem em praticamente todas as cidades portuguesas. O morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus) é claramente a espécies de morcego mais comum nas nossas cidades, embora o morcego-hortelão (Eptesicus serotinus), o morcego-rabudo (Tadarida teniotis) e o morcego-arborícola (Nyctalus noctula) também sejam espécies que frequentam as nossas áreas urbanas. Apesar de pouco estimados pelos seres humanos, estes pequenos mamíferos alados desempenham um importante papel ecológico nas nossas cidades, já que se alimentam quase exclusivamente de pequenos insectos, muitos dos quais são incómodos e prejudiciais para os seres humanos. Se nos lembrarmos que um morcego consome, numa única noite, o equivalente ao seu peso em insectos, facilmente poderemos depreender que sem estes eficazes caçadores nocturnos, as nossas vilas e cidades, por certo que seriam espaços bem menos habitáveis para os seres humanos.

Manuel Nunes

2ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho


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Notícia - Ano Polar Internacional acabou depois de estudar tudo o que vai dos micróbios às tempestades

Nas profundezas dos mares, polvos de variadas espécies ficaram agora a saber que não estão sós no mundo. Lá em baixo, no oceano austral, vivem ainda os descendentes daqueles que lhes deram origem, há uns 33 milhões de anos. Esta é apenas uma, entre centenas, de descobertas científicas obtidas ao longo do Ano Polar Internacional, que hoje teve o fim oficial.

“Um sucesso”, descrevem os organizadores. Há mais de 50 anos que não havia um esforço deste nível. Uma iniciativa que envolveu 60 países — entre os quais Portugal —, 160 projectos científicos e 940 milhões de euros, levou a que a investigadores de todas as áreas — de base física, natural, social e humanista — se dedicassem a estudar os pólos.

O gelo, o clima, os habitantes nativos, a vida natural, os poluentes, as correntes, nada ficou de fora desta iniciativa. Ontem, a Organização Meteorológica Mundial e o Conselho Internacional para a Ciência lançaram o relatório sobre o Estado da Investigação Polar, onde se dá conta de algumas destas descobertas.

Muitos dos dados recolhidos darão ainda azo a anos de trabalho. Mas há muitas conclusões que já se podem tirar. Uma das mais importantes diz respeito ao impacto das alterações climáticas. Avaliações aprofundadas das calotes polares da Antárctida e Gronelândia tornaram “evidente que estas estão a perder massa e a contribuir para o aumento do nível do mar.”

A Norte, o Árctico já não oferece dúvidas sobre as modificações que sofre. Durante o Ano Polar, a extensão mínima de gelo no Verão diminuiu cerca de um milhão de quilómetros quadrados em relação ao menor valor que já tinha sido observado através de satélite. No meio do Inverno, a camada de gelo era inusitadamente fina.

Observando as relações entre a atmosfera e o oceano, acumulou-se conhecimentos para melhor prever rotas e intensidades das tempestades. Seguiu-se a rota dos poluentes, para perceber como o que se despeja num ponto do globo pode chegar a outro, contaminando toda a cadeia alimentar até que, por fim, várias das piores substâncias regressam a casa do poluidor, e lhe são servidas à mesa.

Foram visitadas zonas não avistadas há 50 anos, usaram-se técnicas que permitem um estudo a uma grande escala e cruzaram-se informações de várias disciplinas. Descobriu-se uma imensa variedade de formas de vida e confirmou-se que já há espécies a migrarem em direcção aos pólos, fugindo do aquecimento nas águas onde costumavam viver.

Já outros sentem mais dificuldades de adaptação. É o caso das renas no Árctico, afectadas quer pelas mudanças no clima quer pela ocupação do seu habitat pelos homens.

No final deste esforço, todos apelam a que se continue a incentivar a investigação polar, cada vez mais urgente já que se comprovou que o que acontece nestas regiões afecta todo o mundo.

Em finais de Março, os trabalhos dos cientistas portugueses serão divulgados em Lisboa.

Ana Fernandes

Powerpoint - A Violência no Trabalho


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sábado, 22 de agosto de 2015

Vídeo - Inclusão

Higiene e Segurança no Trabalho - Vídeo - Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho

Vídeo - Francis Bacon

Powerpoint - Actividade Física, Aptidão Física, Saúde e Qualidade de Vida




Conteúdo - A Crise das Democracias após a 1ª Guerra Mundial


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Manual - Introdução ao MS-ACESS


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Conteúdo - Como se faz papel reciclado


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Notícia - Viagem a Marte só em 39 dias

Uma missão tripulada a Marte é um desafio avassalador que se situa quase no limite das capacidades tecnológicas actuais.

Utilizando os foguetes químicos tradicionais, uma eventual viagem até Marte leva cerca de seis meses, na melhor das hipóteses, o que no total de ida e volta se traduz em dois anos, a maior parte do tempo reservada para esperar por um alinhamento planetário correcto para regressar.

E para que seres humanos viajem com segurança a Marte, e mais além, será importante fazê-la o mais rapidamente possível, reduzindo assim a exposição da tripulação à imponderabilidade e à radiação espacial (o factor mais limitante, para além do económico).

A solução, depois de cinquenta anos a utilizar comburentes químicos, parece estar num motor a plasma desenvolvido pela empresa Ad Astra Rocket, da Costa Rica, que promete uma viagem rápida a Marte em apenas 39 dias.

A empresa conseguiu já um contrato com a NASA para testar o propulsor de 200 kW VASIMR engine na Estação Espacial Internacional (ISS) em 2013.

Os testes na ISS levam impulsos periódicos à estação espacial, que perde gradualmente altitude devido ao arrasto atmosférico (atrito com o ar). Actualmente, os impulsos são realizados por uma nave com motores convencionais, que consomem 7,5 toneladas de combustível por ano. O motor VASIMR proporcionará à NASA uma economia de milhões de euros: necessitará apenas de 0,3 toneladas de árgon.

Os foguetes actuais queimam o combustível e os gases são expelidos para trás em grandes quantidades. Isto provoca uma aceleração muito forte, mas em poucos minutos são consumidas toneladas de combustível. No entanto, o motor de plasma tem uma aceleração muito pequena, a ponto de o tornar inútil para descolar de um planeta. Ao contrário, é ideal para uma viagem interplanetária, a partir da órbita de um corpo celeste e onde já não exista fricção atmosférica.

PRÓXIMOS LANÇAMENTOS

- JUNO País: EUALançamento: Julho 2010-Objectivo: Orbitador polarde Júpiter

-VENUS CLIMATEORBITER – PLANET CPaís: JapãoLançamento: Maio 2010Objectivo: Orbitador de Vénus

-MARS SCIENCE LABORATORYPaís: EUALançamento: 2011Objectivo: Robô laboratório marciano

-PHOBOS-GRUNTPaís: RússiaLançamento: Novembro 2011Objectivo: Aterragem e recolha de amostras da lua Fobos de Marte

-YINGHUO-1País: ChinaLançamento: Novembro 2011Objectivo: Orbitador marciano

-BEPICOMBOPaís: Europa/JapãoLançamento: Setembro 2012Objectivo: Orbitador duplode Mercúrio

-MAVENPaís: EUALançamento: Dezembro 2013Objectivo: Orbitador marciano

-SOLAR ORBITERPaís: EuropaLançamento: 2015Objectivo: Orbitador solar

NASA DEVE DEIXAR A LUA

Um painel especial independente, nomeado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, para examinar o programa de exploração espacial tripulado, afirmou que o plano da NASA para revisitar a Lua é uma missão errada com o foguetão errado.

No relatório, o presidente da comissão, Norman Augustine, antigo patrão do grupo Lockheed Martin, sustenta que faz mais sentido para a NASA considerar aterrar num asteróide ou numa das duas luas de Marte.

DATAS DA CIÊNCIA

1984. 26 Outubro

Uma recém-nascida americana, Baby Fae, recebeu um transplante de coração de um babuíno. Faleceu três semanas depois, e este caso desencadeou problemas éticos que ainda hoje são discutidos.

1937. 27 Outubro

O físico e inventor norte--americano Chester Carlson apresenta a patente correspondente ao seu invento, o chamado processo Xerox, que permitiu a fabricação de copiadoras a seco por um processo electrostático traduzido em aplicações que vão desde cópias de escritório a reprodução de livros.

1925. 30 Outubro

John Baird, engenheiro escocês, consegue a primeira transmissão televisiva de um objecto em movimento. O seu sistema de 240 linhas de varrimento mecânico foi adoptado de modo experimental pela BBC até ser substituído pelo sistema de 405 linhas da Marconi.

CM RESPONDE: Radicais livres

O que são e como podem ser evitados?: Jorge Alves, Castelo Branco

Os radicais livres são moléculas libertadas pelo metabolismo do corpo com electrões altamente instáveis que podem causar doenças degenerativas de envelhecimento e morte celular. Em geral, os radicais livres combinam-se com outras moléculas e são aniquilados em milésimos de segundo. O problema é quando há um aumento da produção que não é absorvido pelo organismo. Para inibir a superprodução, o ser humano conta com a ajuda da enzima superóxido dismutase, produzida pelo organismo. Com o passar dos anos, o corpo diminui a produção dessa enzima e os radicais livres atacam as células.

MARTE UM POUCO MAIS ACESSÍVEL

Passados 50 anos sobre o início da conquista espacial, continuamos a utilizar a mesma tecnologia nos foguetes. Começa-se, a dar tímidos passos noutras direcções. É o caso do motor VASIMR, que promete reduzir o tempo de uma viagem tripulada a Marte.

VASIMR
(Motor de Magnetoplasma de Impulso Específico Variável)
O sistema VASIMR é um sistema de propulsão a plasma composto por três células magnéticas. A “fonte de plasma” é constituída pela injecção de gás neutro (hidrogénio ou outros gases leves) para ser convertido em plasma. O “sobrealimentador de RF” utiliza ondas electromagnéticas como um amplificador para energizar ainda mais o plasma e alcançar a energia desejada. O “bocal magnético” converte finalmente a energia
do plasma num impulso útil.

PARTÍCULAS DE PRATA EM PAINÉIS SOLARES

As nanopartículas de prata podem desempenhar um novo e revolucionário papel na utilização da energia solar. Investigadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, estão a experimentar polímeros semicondutores que incluem pequenos fragmentos de prata capazes de absorver a energia do Sol e gerar electricidade de um modo mais eficiente e económico do que nas tradicionais células solares ou painéis fotovoltaicos, o que equivale a um aumento de quase 12% na geração eléctrica.

Segundo explicam os especialistas, a adição de nanopartículas de prata permitirá que os polímeros semicondutores capturem uma ampla gama de comprimentos de onda da luz solar que, de outra maneira, não se aproveitam. Ao mesmo tempo, a introdução da prata aumenta a corrente de saída.

Para chegar aos resultados que permitem comprovar a efectividade das nanopartículas de prata, os cientistas mediram a quantidade de luz absorvida e a densidade de corrente, ou seja, a quantidade de corrente eléctrica gerada por centímetro quadrado, num polímero experimental de células solares com e sem nanopartículas.

BATERIAS NUCLEARES SUPERAM LÍTIO

O professor Jae Kwon, da Universidade de Missouri, nos EUA, está a desenvolver baterias nucleares, pequenos dispositivos que, segundo o pesquisador, serão menores, mais leves, seguros e mais eficientes do que as baterias de lítio.

O protótipo da bateria nuclear tem o tamanho de uma moeda. A inovação não está apenas na miniaturização desse pequeno gerador nuclear, mas também no seu semicondutor. A bateria nuclear portátil usa um semicondutor líquido, quando o normal das fontes nucleares é utilizar sólidos.

MECANISMO POUCO COMUM DE TERRAMOTO

Usando GPS e dados de radar de movimentos de solo, cientistas da Universidade de Pequim analisaram como o terramoto de 2008, responsável pela morte de mais de 80 mil pessoas, se propagou numa zona de falhas geológicas, paralelas, que se estendem por cerca de 3200 quilómetros.

Normalmente as barreiras impedem a propagação de um terramoto de um segmento a outro. Porém, o de 2008 foi tão poderoso que as barreiras colapsaram em dominó.

NOTAS

FLORESTA: DESTRUIÇÃO

O ritmo de destruição das florestas mundiais equivale actualmente a 36 campos de futebol por minuto, ou seja, 13 milhões de hectares por ano

FOCAS: BIGODE E ARQUIVO

Os bigodes das focas, como o cabelohumano, são feitos de queratina, mas na foca pode ser um arquivo de informação sobre os hábitos de busca de alimento

DROSÓFILAS: MEMÓRIA

Para compreender de que maneira o cérebro aprende, biólogos inscreveram lembranças, através de um raio de luz, nas células cerebrais de uma mosca da fruta

COLIBRI: OVOS LEVES

0,25 gramas pesa o mais pequeno ovode ave, que é o do colibri. Só 240, com menos de um centímetro, igualam o peso do ovo de uma galinha

Manual - Erro Negocial - Fecho Negocial Acelerado


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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Conteúdo - Números Inteiros e Números Decimais


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EFA - MV - Ficha de Trabalho - Matemática para a Vida


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Notícia - Desaparecimento de mamíferos no Sul da Florida associado a pitão-da-Birmânia

A pitão-da-Birmânia pode ser a responsável pela queda abrupta do número de mamíferos de um dos parques naturais mais emblemáticos dos Estados Unidos, mostra um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Science. Os cientistas não sabem o que o futuro reserva ao ecossistema do parque.

Algumas das espécies de mamíferos, como o coelho e o coiote, diminuíram a ocorrência em cerca de 99% em pouco mais de dez anos. “Descrevemos um aparente declínio severo que coincide temporalmente e espacialmente com a proliferação da pitão-da-Birmânia, no Parque Nacional Everglade”, escreve no artigo a equipa norte-americana.

Há mais de 30 anos que no Sul da Florida a Python molurus bivittatus é avistada, uma cobra constritora (animal que mata as suas vítimas apertando-as) que atinge os seis metros de comprimento, original do sudeste Asiático. Mas só em 2000 é que foi dada como estabelecida no Parque Nacional Everglade.

O réptil tem sido importado para os Estados Unidos como animal de estimação. O mais provável é ter acabado na natureza por fuga, por libertação feita por donos, ou ainda por algum acontecimento que permitiu que um número de espécimes tenha fugido de lojas de animais.

Em apenas uma década, os técnicos passaram do zero para retirar cerca de 380 pitões do parque, ao longo do ano de 2009. “Em qualquer população de serpentes só se encontra uma pequena fracção do número de espécimes que realmente existe”, disse Michael Dorcas, à BBC News. O cientista é um dos autores do estudo e pertence ao Davidson College, da Carolina do Norte, EUA. Esta espécie “é o novo predador de topo do Parque Nacional de Everglades – um predador que não deveria estar lá”.

Ao mesmo tempo que o número de serpentes foi aumentando, o número de mamíferos foi diminuindo. Os cientistas verificaram esta queda ao percorrerem as estradas do parque à procura de animais mortos durante a última década, e comparando com dados anteriores a 2000.

“Antes de 2000, os mamíferos eram encontrados frequentemente durante inspecções nocturnas feitas nas estradas dentro do Parque Nacional de Everglade. Por oposição, em inspecções feitas às estradas que totalizaram 56.971 quilómetros entre 2003 e 2011 documentou-se uma diminuição de 99,3% na observação de guaxinis, uma diminuição de 98,9% e 87,5% nos Didelphimorphia [marsupiais que existem no continente Americano] e no lince-pardo, respectivamente, e falhámos em detectar coelhos”, lê-se no artigo.

O Parque Nacional Everglade é um dos mais importantes dos Estados Unidos, tem pouco mais de 2000 quilómetros quadrados, em comparação o distrito de Lisboa tem 2700 quilómetros quadrados. É um quarto da área total dos Everglades, uma zona húmida, sub-tropical, com muitos pântanos alimentados pelo rio Kissimmee.

O parque é Património da Humanidade, pela UNESCO, e tem inúmeras espécies animais, como roedores, aligatores, veados, e outros mamíferos e aves. Muitas correm risco de extinção.

Segundo o artigo, muitos dos mamíferos que diminuíram abruptamente de número, como o coelho, guaxinis, veados, ou o lince-pardo foram já documentados como tendo servido de refeição a pitões. Por outro lado, a diminuição de certas espécies que são alimento ou predam outras tem consequências na cadeia alimentar do parque.

Os cientistas andaram por estradas de regiões onde o réptil estava estabelecido há anos, outras em que tinha aparecido há pouco tempo, e outras ainda onde não tinha sido documentado, e foi nestas última que a equipa encontrou mais mamíferos.

“Não é pouco razoável assumir que sempre que há quedas maiores nos mamíferos, como acontece neste caso, vai haver um impacto global no ecossistema. Quais os impactos específicos que vão ocorrer, não sabemos. Mas é possível que sejam bastante profundos”, disse Dorcas.

2ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Avaliação


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Matemática Aplicada - Ficha de Trabalho sobre as equações do tipo ax=b


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Notícia - Cientistas avisam que nível do mar pode subir mais do que o previsto

O nível do mar poderá subir mais do que se previa, alertaram ontem cientistas reunidos em Copenhaga. Segundo vários especialistas, os últimos cenários do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) são conservadores, não levando em conta factores agora melhor estudados.

O IPCC previa que o nível do mar poderia subir entre 18 e 59 centímetros, até 2100. Mas agora apontam-

-se valores maiores. "O limite superior do aumento do nível do mar até 2100 poderá ser de um metro acima da média global", disse Konrad Stef-fen, investigador da Universidade de Colorado, Estados Unidos.

Há, por exemplo, dados novos sobre a Gronelândia, cuja temperatura aumentou quatro graus Celsius desde 1991, segundo um artigo de Steffen - um dos 1600 que foram submetidos à conferência de Copenhaga. A área gelada que se funde no Oeste do continente aumentou em 30 por cento entre 1979 e 2008.

Dados recentes de satélites indicam que o nível do mar tem subido cerca de três milímetros por ano desde 1993. É um ritmo "muito acima da média do século XX", afirmou John Church, do Centro para Investigação Meteorológica e do Clima da Austrália, citado num comunicado.

A conferência de Copenhaga é organizada por de dez universidades da Dinamarca, Suíça, Austrália, Singapura, China, EUA, Reino Unido e Japão. O objectivo é produzir uma síntese do que há de novo, em termos de investigação, desde o último relatório do IPCC, divulgado em 2007 mas baseado na produção científica até 2005.

Uma das áreas em que o conhecimento avançou é precisamente a da subida do nível do mar. O programa da conferência inclui 39 trabalhos sobre o assunto. Segundo Eric Rignot, da Universidade Irvine na Califórnia, acredita-se hoje que a Gronelândia e a Antárctida estão a contribuir mais e mais rapidamente para a subida dos oceanos do que se imaginava.

Do outro lado do Atlântico, em Nova Iorque, uma outra conferência reúne cerca de 700 pessoas - incluindo cientistas, economistas e analistas políticos - em torno da tese de que não existe uma crise climática global. É a segunda reunião do género dos "cépticos" do aquecimento global, promovida pelo Instituto Heartland - que se define como defensor do mercado livre.

Para os cépticos, as alterações climáticas não são um problema, nem têm origem humana. Muitos defendem que a actividade do Sol é que comanda as variações climáticas ou que o aquecimento recente resulta da recuperação da "Pequena Idade do Gelo", que terminou em 1850. Os seus argumentos, até agora, não conseguiram convencer a maior parte da comunidade científica mundial.

Ricardo Garcia

Manual - Ser Familia - Construção, Implementação e Avaliação de um Programa de Educação Parental


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