sábado, 11 de março de 2017
Biografia - Joaquim Pedro de Oliveira Martins
Nasceu em Lisboa em 30 de Abril de 1845, e
morreu em 24 de Agosto de 1894.
Devido à morte do pai, em 1857, não chegou a concluir o curso liceal, que o levaria à Escola Politécnica, para o curso de Engenheiro Militar, tendo que se empregar. Começou a trabalhar em casas comerciais, de 1858 a 1870, mas, nesse ano, devido à falência da empresa onde trabalhava, foi exercer funções de administrador de uma mina na Andaluzia, no Sul de Espanha.
Regressou a Portugal em 1874, para dirigir a construção da linha férrea do Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão, tendo sido administrador da respectiva Companhia ferroviária. Em 1878 tornou-se sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, e em 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto, tendo sido nomeado, em 1884, director do Museu Industrial e Comercial do Porto. Exerceu ainda as funções de administrador da Régie dos Tabacos, da Companhia de Moçambique e fez parte da comissão executiva da Exposição Industrial Portuguesa.
A sua vasta obra começa com a publicação, em 1867, do romance Febo Moniz, de intenção política quanto ao federalismo ibérico. Junta-se ao grupo que se reúne na farmácia em que o seu amigo Sousa Martins trabalha, e em que participa Luciano Cordeiro. Por influência de Luciano Cordeiro colaborará no jornal A Revolução de Setembro, onde saem os seus primeiros artigos sobre história e política social. Colaborará também no Jornal do Comércio, escrevendo em Setembro de 1869 uma série de 5 artigos com o título «Do princípio federativo e sua aplicação à Península Hispânica» . É também desta época a publicação do opúsculo Teófilo Braga e o Cancioneiro e o Romanceiro Português (1869), que é fruto da correspondência trocada entre ambos, tendo como tema fundamental o iberismo e as tentativas de Oliveira Martins fazer teatro de intenção social. As peças que acaba por escrever (A Tragédia do Jogral, Afonso VI, O Abade e O Mundo Novo) nunca serão levadas à cena e algumas ainda se mantêm inéditas. Tentará também a poesia com o Traga-Mouros, sendo admitido, em princípios de 1870 no Cenáculo de Antero Quental e José Fontana.
Nesse ano, lança o jornal de feição socialista A República, com Antero, Eça de Queirós, Manuel de Arriaga, Luciano Cordeiro, Batalha Reis e Teófilo Braga, no mesmo ano em que o marechal Saldanha realiza o seu último golpe de estado - a Saldanhada. O jornal desaparece tão rapidamente como o governo do marechal, levando Oliveira Martins a ir viver para Espanha.
Em Espanha escreverá Os Lusíadas - Ensaio sobre Camões e a sua Obra, em relação à Sociedade Portuguesa e ao Movimento da Renascença (1872), que motivou uma larga polémica com Teófilo Braga sobre o moçarabismo, A Teoria do Socialismo - Evolução Política e Económica das Sociedades da Europa (1872), Portugal e o Socialismo - Exame Constitucional da Sociedade Portuguesa e a sua Reorganização pelo Socialismo (1873), colaborando nos jornais socialistas que os amigos de Lisboa vão lançando: Pensamento. Social, Democracia e República Federal.
Em 1874 vai viver para o Porto. Nos dois primeiros anos, entregue à empreitada do caminho de ferro não consegue escrever muito, tirando um ou outro artigo para a Revista Ocidental, publicação iberista que fundara e em que colaboraram Rodrigues de Freitas, Gomes Leal, Antero de Quental, Batalha Reis e onde Eça de Queirós publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro.
Não tendo conseguido ser escolhido pelo Partido Regenerador para ser apresentado às eleições, devido à recusa de Fontes Pereira de Melo, escreve A Reorganização do Banco de Portugal (1877), onde defende a existência de um banco emissor único, e no ano seguinte A Circulação Fiduciária, memória apresentada à Academia das Ciências de Lisboa. Nesse ano de 1878 publica também as Eleições, onde propõe a representação orgânica, e ainda O Helenismo e a Civilização Cristã..
Em 1878 e em 1879 concorre às eleições, no Porto, pelo Partido Socialista, tendo recebido 37 votos no primeiro ano e 40 na segunda tentativa, «numa cidade onde há 2.000 ou 3.000 operários fabris!», como comentaria. A impossibilidade de entrar na vida política, devido à recusa do Partido Regenerador, à debilidade do Partido Socialista e ao corte com o Partido Republicano, levam-no a lançar a Biblioteca das Ciências Sociais. O projecto, anunciado pela firma Viúva Bertrand & Comp. Sucs., destina-se ao público em geral, mas também ao estudantes do ensino secundário, e Oliveira Martins pretende realizá-lo sozinho.
Os primeiros volumes são a História da Civilização Ibérica, publicado em Maio de 1879, com uma tiragem de 500 exemplares, e logo a seguir, em Outubro, a História de Portugal. Até Outubro de 1884 irão seguir-se mais 7 volumes.
Entretanto, a partir de 1880, a sua vida pública progride rapidamente sendo eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto, escolhido para redigir o Relatório da Comissão de Inquérito Industrial do Norte do País e nomeado para a Comissão Reguladora dos Trabalhos dos Operários. Em 1884, António Augusto de Aguiar nomeia-o director da Escola e Museu Industrial e Comercial do Porto, ano em que publica o último livro da Biblioteca, a História da República Romana, em que descreve a vida de Júlio César. Em 1885, colige vários artigos dispersos por órgãos da imprensa nacional e lança, por intermédio do prefácio à compilação, o programa da «Vida Nova», de acordo com o dirigente do Partido Progressista, Anselmo Braamcamp, lançando um jornal - A Província - para divulgar o seu programa político. Mas Braamcamp morre nesse mesmo ano, e é substituído por Luciano de Castro, e o programa é rapidamente esquecido. De facto, em 1886, eleito deputado por Viana do Castelo e chamado Luciano de Castro a formar governo, não entrará no governo progressista porque as Finanças (a «Fazenda») são dadas a Mariano de Carvalho e ele recusa as Obras Públicas, não se criando para ele o ministério da Agricultura. Vinga-se apresentando nas Cortes um «Projecto de Lei sobre o Fomento Rural», mas que é rapidamente esquecido.
Funda a Companhia de Moçambique e passa da Província para a direcção de O Repórter, cargo que ocupa por pouco tempo. Em 1889, Mariano de Carvalho nomeia-o para a Régie dos Tabacos, cargo que ocupará durante dois anos. Tendo recusado a pasta da Fazenda, que lhe foi oferecida pelo novo rei, D. Carlos, representa o governo em diferentes conferências internacionais. Em Fevereiro de 1892 aceita finalmente a pasta das Finanças no ministério de Dias Ferreira. Trabalha afincadamente nos primeiros tempos, mas o presidente do conselho não gosta da sua independência. Entram em conflito e Oliveira Martins é obrigado a demitir-se. Vai para Londres, regressando nesse mesmo ano, tendo sido eleito deputado pelo Porto. Discursará em 6 e 7 de Fevereiro de 1893, explicando a sua passagem pelo governo. É eleito pela Câmara dos Deputados membro da Junta de Crédito Público. Dedica-se a escrever a Vida de Nun'Álvares e a preparar o Príncipe Perfeito. Já doente parte para Espanha, para se documentar sobre a Batalha de Toro, regressando bastante pior. Vai para Setúbal, onde escreve o 1.º capítulo de O Príncipe Perfeito. Morre em 24 de Agosto de 1894.
Tinha casado em 10 de Março de 1865 com Vitória de Mascarenhas Barbosa, não tendo tido descendência.
Fonte:
Joel Serrão (dir.)
Dicionário de História de Portugal,
Lisboa, Iniciativas Editoriais, s.d.
sexta-feira, 10 de março de 2017
Biografia - Jean-Baptiste Fourier
(1768 - 1830) Matemático, professor e burocrata público francês, nascido em Auxerre, conhecido pela elaboração das famosas séries de Fourier e as notáveis contribuições no campo da egiptologia. Filho de um alfaiate e educado numa escola de monges beneditinos onde desde cedo demonstrou seus dotes matemáticos. Teve participação ativa na revolução francesa (1789), cujos ideais o atraíram para a política. Tornou-se professor de matemática seguidamente na École Militar de Auxerre, na recém-criada École Normale (1795) e finalmente na École Polytechnique (1796). Junto com Monge, patrocinado oficialmente, entrou para a Legião da Cultura de Napoleão (1798), acompanhou Napoleão Bonaparte ao Egito, onde dedicou-se à pesquisa arqueológica e, por isso, foi nomeado (1798) secretário do Institut d'Egypte, fundado por Napoleão no Cairo, e escreveu Description de l'Egypte.
Voltando à França exerceu vários cargos públicos, por exemplo, prefeito de Grenoble (1802), e começou a escrever enfaticamente sobre matemática. Com a queda de Napoleão, deixou a política e limitou-se à vida acadêmica em Paris, como membro de várias sociedades científicas.
Condecorado com o título de barão (1809) ganhou um prêmio da Académie por um ensaio sobre a teoria matemática da condução do calor (1812). Também formulou um importante método para análise de funções periódicas. Entrou para a Académie des Sciences (1817), tornando-se depois seu secretário perpétuo (1822), ano em que publicou o seu célebre Théorie analytique da la chaleur (1822), onde demonstrou que a condução do calor em corpos sólidos poderia ser expressa por séries matemáticas infinitas. As séries de Fourier assim obtidas aplicam-se a grande número de problemas físicos e matemáticos, inclusive como base das operações em mecânica quântica.
Biografia - Abraão Ben Samuel Zacuto
n. c. 1450.
f. 1510.
Sábio judeu, grande astrónomo.
Nasceu em Salamanca em 1450, aproximadamente, e faleceu em 1510.
Foi catedrático de astronomia na universidade da sua terra natal, e mais tarde na de Saragoça e em Cartagena. Quando os judeus foram expulsos do Espanha veio para Portugal, onde teve grande valimento junto de D. João II e principalmente de D. Manuel, de quem foi cronista e astrónomo. Atribui-se à sua influência para com o rei D. Manuel, a carta de alforria que este monarca no princípio do seu reinado, concedeu aos judeus. Auxiliou com os seus conselhos a expedição de Vasco da Gama, e inventou alguns instrumentos náuticos. Quando se deu a expulsão dos judeus em Portugal, procurou segurança em Tunis, mas viu-se mais tarde obrigado a fugir para a Turquia, onde morreu.
Escreveu o Bi'ur Luhot que foi traduzido pelo seu discípulo José Vizinho com o nome do Almanach perpetuum. A sua obra mais importante, intitulada: Sepher Juchasin (Livro das linhagens), foi pela primeira vez impressa em Constantinopla, no ano de 1566, e nela se encontram curiosas notícias a respeito da história religiosa da nação dos israelitas e a respeito dos rabinos que viveram até 1500 e dos violentos ataques contra o cristianismo.
Informação retirada daqui
Modelo de declaração - Cert. Tempo Serviço 2016/17
Encontra-se disponível a alteração à minuta para certificação de tempo de serviço prestado por Educadores de Infância, em estabelecimentos de ensino de educação Pré-Escolar, dos 3 aos 5 anos.
Conteúdo - Autismo - Mecanismo
Os sintomas do autismo resultam de mudanças relacionadas à maturação em vários sistemas do cérebro. Como autismo ocorre ainda não é bem compreendido. O seu mecanismo pode ser dividido em duas áreas: a fisiopatologia das estruturas cerebrais e processos associados ao autismo, e as ligações entre as estruturas neuropsicológicas e comportamentos cerebrais. Os comportamentos parecem ter múltiplas patofisiologias.
Patofisiologia
Diferente de muitas outras doenças cerebrais, como o mal de Parkinson, o autismo não tem um mecanismo claro de unificação, quer a nível molecular, celular ou sistemas; não se sabe se o autismo é composto de algumas desordens causadas por mutações convergentes em algumas vias moleculares comuns, ou se é (como a deficiência intelectual) um grande conjunto de doenças com diversos mecanismos.
Neuropsicologia
Duas grandes categorias de teorias cognitivas têm sido propostas sobre as relações entre cérebro e comportamento autista.
A primeira categoria se concentra no déficits da cognição social. A Teoria sistematização-empatia de Simon Baron-Cohen postula que indivíduos autistas podem sistematizar, isto é, eles podem desenvolver regras internas de funcionamento para lidar com eventos no interior do cérebro, mas são menos eficazes na empatia por manipulação de eventos gerados por outros agentes. Uma extensão, a teoria do cérebro extremamente masculino é a hipótese de que o autismo é um caso extremo deo cérebro masculino, definido psicometricamente como indivíduos nos quais a sistematização é melhor do que a empatia.
A segunda categoria se concentra no processamento não-social ou geral: as funções executivas, como memória de trabalho, planejamento, inibição. Em sua avaliação, Kenworthy afirma que "a alegação de disfunção executiva como um fator causal no autismo é controversa", no entanto, "é evidente que a disfunção executiva desempenha um papel nos déficits sociais e cognitivos observados em indivíduos com autismo".
quinta-feira, 9 de março de 2017
quarta-feira, 8 de março de 2017
Professores / Explicadores de Geografia - Lagoa
A Nota Êxito - Centro de Ensino, Lda. é uma empresa de referência no setor do apoio escolar, desde 2007.
Ministramos aulas de apoio escolar ao domicílio e online.
Para integrar a nossa bolsa de Professores, selecionamos Docentes / Explicadores de Geografia para Lagoa.
O regime laboral é definido em part-time, como prestação de serviços.
Os candidatos devem possuir:
- mínimo licenciatura na(s) área(s) académica(s) requerida(s)
- experiência pedagógica (preferencial)
- responsabilidade profissional e ética
- simpatia
- disponibilidade de horário para acompanhar os Alunos até ao final do período a definir
- capacidade de trabalho em equipa e sob supervisão
- conhecimentos de informática na ótica do utilizador
Os interessados deverão enviar CV atualizado, indicando na carta de apresentação a preferência pelo(s) concelho(s) em que pretendem lecionar.
No assunto do email deve APENAS constar GEO/FAR
As candidaturas deverão ser remetidas para o email de recrutamento da empresa.
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