terça-feira, 25 de abril de 2017

Biografia - Filipe II de Espanha e I de Portugal

n.       [ 21 de maio de ] 1527.
f.        13 de setembro de 1598.

Nasceu em Valladolid em 1527, faleceu no Escurial a 13 de setembro de 1598. Era filho de Carlos V, imperador da Alemanha, e da imperatriz D. Isabel, filha do rei D. Manuel, de Portugal. 

Casou em 15 de novembro de 1543, contando dezasseis anos de idade, com a infanta D. Maria, que também contava a mesma idade, filha de D. João III e da rainha D.: Catarina, a qual faleceu dois anos depois, a 12 de julho de 1545. Ficando viúvo aos 18 anos, Filipe assim se conservou até 1551, em que casou com Maria Tudor, rainha de Inglaterra, e foi residir em Londres, mas tornou-se tão pouco simpático aos ingleses, que estes, com o maior prazer o viram partir em 1555 para os Países Baixos, cujo governo Carlos V lhe cedeu, como anteriormente lhe cedera, um ano antes, o governo de Nápoles e da Sicília, e como lhe cedeu mais tarde, em 1556, a coroa de Espanha, quando completamente abdicou para se recolher no mosteiro de S. Justo. Filipe enviuvou também da rainha de Inglaterra, falecida em 1558, e tornou a casar, pela terceira vez, com a princesa de França, Isabel de Valois, filha de Henrique II. Não seguiremos a vida deste monarca, senão depois de se ter apoderado de Portugal em 1580. 

Depois da morte do rei D. Sebastião na funesta batalha de Alcácer Quibir, Filipe pensou na posse do trono português, com as maiores esperanças, por ver aclamado o cardeal D. Henrique, velho decrépito, de quem não se podia recear sucessão. Era, porém, preciso antes da sua morte, assegurar a posse do trono, e para isso empenhou, todos os meios, intrigas e. dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal, conseguindo assim. chamar para seu lado muitos fidalgos portugueses. Os pretendentes, que eram sete, disputavam entre si a posse do. reino, mas; desses sete, contavam-se cinco que baseavam as suas pretensões em fundamentos aceitáveis. Estes cinco eram: Filipe do Espanha, que alegava ser filho de D. Isabel, filha primogénita de D. Manuel, que casara com Carlos V; o duque de Sabóia dizia ser filho da infanta D. Beatriz, filha do referido monarca, que casara com seu pai o duque de Sabóia; D. António, prior do Crato, alegava ser filho natural do infante D. Luís, igualmente filho de el-rei D. Manuel; o duque de Parma, o ser neto, por sua mãe, do príncipe D. Duarte, filho também de D. Manuel; e a duquesa de Bragança, D. Catarina, alegava ser filha do mesmo príncipe. Os dois, que menos direito mostravam, eram Catarina de Médicis, rainha de França, dizendo-se descendente de D. Afonso III e de sua primeira mulher, a condessa Matilde de Bolonha, e finalmente o papa, que se dizia herdeiro natural dos cardeais, e entendia portanto dever usufruir o reino que um cardeal governava como podia usufruir uma quinta de que fora possuidor. Os cinco primeiros é que apresentavam títulos valiosos, e entre esses só três disputavam seriamente entre si a coroa: Filipe, D. António, prior do Crato, e a duquesa de Bragança. Cem a morte do cardeal D. Henrique ainda mais se acendeu a intriga. Cristóvão de Moura, o português renegado que estava sendo em Portugal o agente infernal do rei de Espanha, conhecido pelo demónio do meio-dia, enleava tudo nas redes da sua diplomacia corruptora, espalhando ouro castelhano, com que comprava as consciências que quisessem vender-se: Filipe II, em Espanha, seguia com ansiedade a marcha dos acontecimentos, e de lá dirigia os planos e auxiliava a política do seu emissário. O reino ficara, entregue a cinco governadores vendidos a Cristóvão de Moura, os quais, receando do povo que se agitava; hesitavam em reconhecer Filipe como rei de Portugal. Vendo isto, o monarca castelhano dispôs-se a conquistar o reino pela força das armas, empresa fácil, porque os governadores das praças já eram, na maior parte, criaturas de Cristóvão de Moura. D. António, prior do Crato, fizera-se aclamar em Santarém, mas dispunha de poucas tropas. Apesar disso, Filipe reuniu um poderoso exército, cujo comando confiou ao general duque de Alba; confiou ao marquês de Santa Cruz o comando duma esquadra, e conservou-se próximo da fronteira de Badajoz. O duque de Alba marchou sobre Setúbal; conquistando facilmente o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do marquês de Santa Cruz, marchou sobre Lisboa, derrotou o prior do Crato na batalha de Alcântara, a 4 de Agosto de 1580, perseguiu-o até à província do Minho, e preparou enfim o reino para receber a visita do seu novo soberano. (V. Antonio, D.). 

Filipe, em 9 de dezembro, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo nesta sua visita os cumprimentos dos novos súbditos, sendo um dos primeiros que o veio saudar o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente todo o país, e a 16 de março entrou em Tomar, para onde convocara cortes, e ali distribuiu as primeiras recompensas, e ordenou os primeiros suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colónias portuguesas haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, que fora ali ,jurado rei de Portugal a 16 de abril de 1581. Nessas cortes prometeu Filipe II respeitar os foros e as isenções de Portugal, e nunca lhe dar para governador senão um português ou um membro da família real. Entendendo que devia demorar-se algum tempo no território português, expediu de Lisboa as tropas que subjugaram, depois de porfiada luta, a resistência da ilha Terceira, em que D. António fora auxiliado pela França, e só partiu para Espanha, quando a vitória naval de Vila Franca, em que o marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de julho de 1582, lhe garantiu a definitiva submissão da referida ilha. Nomeando para vice-rei de Portugal seu sobrinho, o cardeal‑arquiduque Alberto, e depois lhe ter agregado um conselho de governo, e de ter nomeado os membros do conselho de Portugal, que devia funcionar em Madrid, partiu finalmente a 11 de fevereiro de 1583 para Espanha. A 29 de agosto conquistava o marquês de Santa Cruz a ilha Terceira. A nova monarquia hispano-lusitana era opulentíssima; abrangia na Europa toda a península ibérica, Nápoles, Sicília, Milão, Sardenha e Bélgica actual; na Ásia as feitorias portuguesas da Índia, da Pérsia, da China, da Indochina, e a da Arábia; na África: Angola, Moçambique, Madeira. Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Canárias, toda a América menos algumas das Antilhas, parte dos actuais Estados Unidos e o Canadá, e urnas porções de terrenos na Guiana; na Oceânia tudo o que então havia conhecido e pertencente aos europeus. Nenhuma outra nação ali fora ainda assentar domínio. As Molucas eram a parte mais importante dessas possessões. 

A Europa principiou a assustar-se com este poderio colossal, receosa de que por este caminho Filipe chegasse a realizar o sonho ambicioso de monarquia universal. Sucederam se então importantes acontecimentos políticos, em que a Inglaterra aproveitou para se vingar de Filipe, de quem se considerava ofendida. As coisas complicaram-se gravemente porque Isabel, de Inglaterra, mostrou-se disposta a auxiliar as pretensões do prior do Crato, e o almirante Drake, por ordem superior, invadiu as colónias espanholas, que eram também as portuguesas, saqueando Cabo Verde, tomando o castelo do Cabo de S. Vicente, e apresando quantos galeões americanos cruzavam nos mares dos Açores. Foi então que Filipe organizou a célebre Armada Invencível, comandada pelo duque de Medina Sidónia, que uma tempestade aniquilou por completo, em Junho de 1588. (V. Armada Invencível). As ambições de Filipe II foram profundamente ruinosas para as nossas colónias. Em 1589 fechara aos ingleses os Portos portugueses e em 1591 fechou-os também aos holandeses Daí resultou que não podendo nem uns nem outros vir buscar a Portugal os géneros do Oriente, lembraram-se de ir à, fonte desse comércio. Os holandeses começaram a aparecer no seu tempo no Oriente, onde a nossa decadência era sensível, e onde depois da perda da nossa independência só dois capitães ilustres, D. Paulo de Lima Pereira e André Furtado de Mendonça, tinham mantido nobremente a honra da bandeira portuguesa. Os ingleses salteavam as nossas possessões mais próximas, Cabo Verde e os Açores, mas não tardariam também a aparecer no Oriente favorecendo a natural reacção dos indígenas contra o nosso domínio. 

Em Portugal houve duas tentativas de revolta, promovidas pela aparição de dois homens em quem o povo julgou ver D. Sebastião, e que por isso tiveram a denominação de rei de Penamacor e de rei da Ericeira. O motim promovido por este último tomou proporções gravíssimas, e foi reprimido dum modo sanguinário e violentíssimo. Filipe II, apesar da destruição da Armada Invencível, não desistiu das suas expedições contra a Inglaterra, e ainda em 1596 enviou urna à Irlanda que também os temporais dispersaram, perdendo a Espanha neste desastre 40 navios. Filipe enviuvou pela terceira vez, e casou novamente com uma segunda prima, Ana de Áustria, que faleceu em 1580, quando estava com seu marido em Badajoz, seguindo o progresso das armas castelhanas em Portugal, deixando-o pela quarta vez viúvo. Filipe II teve uma série de primeiros-ministros notáveis: o duque de Alba, que morreu em Lisboa dois anos depois da conquista; o príncipe de Eboli que morreu muito antes do rei; António Peres, que lhe sobreviveu, mas que ele perseguiu implacavelmente; o cardeal de Granville, que depois de ter perdido todo o valimento, o recuperou e foi chamado de Nápoles para ficar como regente do reino em Madrid, enquanto o rei vinha a Portugal; e Cristóvão de Moura, que foi o valido da última hora, o que recebeu o seu derradeiro suspiro e as suas derradeiras confidencias. Pouco tempo antes de morrer, o cardeal-arquiduque Alberto, vice-rei de Portugal, fora nomeado soberano de Flandres, e para o substituir em Portugal nomeou um conselho composto do arcebispo de Lisboa, dos condes de Portalegre, de Sabugal e de Santa Cruz, e de Miguel de Moura. Foi este o último acto importante do seu reinado. 

Com a Universidade de Coimbra deu-se o seguinte facto, logo no começo do reinado de Filipe. Em fevereiro de 1580, pouco depois da morte do cardeal rei D. Henrique, apresentou-se ao claustro da Universidade o Dr. João Nogueira, com uma provisão dos governadores do reino, na qual permitiam a todos os lentes, que não fossem desembargadores, dar o seu parecer dentro de oito dias, sobre a sucessão do trono. Quis, porém, a má estrela da Universidade, que D. António, prior do Crato, lhe escrevesse uma carta, datada de Santarém aos 20 de junho do mesmo ano, dando conta de ter sido aclamado rei em diversos lugares do reino. A Universidade resolveu em claustro que se fizesse uma procissão, em acção de graças, desde a sua capela até Santa Cruz; e no mesmo claustro foram eleitos, para irem dar obediência ao nosso rei, reconhece-lo como tal e fazer-lhe a entrega da protectoria, o reitor Fernão Moniz Mascarenhas e Fr. Luís Sotto Mayor. Em 13 de dezembro voltou o reitor, disse em claustro que era desnecessário dar conta do desempenho da sua missão, pois de todos era já sabido que o rei de Castela estava reconhecido como rei de Portugal. Em vista desta declaração deliberou-se que o próprio reitor, encarregado havia pouco de cumprimenta o prior do Crato, fosse agora com os lentes da sua escolha, dar obediência a Filipe I. Este acto cerimonial realizou-se em Elvas a 20 de dezembro de 1580, sendo a Universidade representada por D. Jorge de Ataíde e D. Afonso Castelo Branco. Tornou-se a fazer outra procissão solene, quando o reitor, em voltando, trouxe carta de el-rei, datada de Elvas a 25 de fevereiro de 1581, na qual significava o contentamento que sentira pela obediência da Universidade, e com o ser declarado seu protector. Mas Filipe não era homem que deixasse sem castigos os sentimentos que a Universidade manifestara ao prior do Crato. Pedro de Alpoim, colegial de S. Pedro e lente do Código, foi degolado em Lisboa; frei Luís de Sotto Mayor privado da cadeira grande de Escritura; frei Agostinho da Trindade, da de Escoto; frei Luís foi depois restituído, mas frei Agostinho ausentou-se para França, e foi lente de Teologia na Universidade de Tolosa; João Rodrigues de Vasconcelos, que trouxera a carta do prior do Crato, foi preso e morreu na prisão. Outro facto é também digno de narrar-se; pela provisão de 9 de março de 1583 foi Manuel de Quadros nomeado visitador e reformador da Universidade; tomou posse do cargo e prestou, juramento a 21 de março do mesmo ano. O visitador vinha encarregado de construir escolas para a Universidade, mas os seus esforços estacaram afinal pela falta de dinheiro. A Universidade pediu a Filipe I que lhe cedesse os paços reais para neles se assentarem as escolas, que lá estavam havia já 40 anos. O rei respondeu, em 30 de setembro do referido ano de 1583, que, embora desejasse fazer muitas mercês à Universidade, não era conveniente a seu serviço dar-lhe os seus paços, que aliás, em sendo desocupados pela Universidade, tencionava mandar concertar, para poder em algum tempo ir a eles, como desejava. Filipe nunca realizou o desejo que disse ter de ir aos paços de Coimbra. Anos depois, em 1597, o mesmo monarca vendeu à Universidade esses mesmos paços por 30 mil cruzados. Neste sentido foi expedido um alvará em 17 de maio de 1597, e se fez a carta de venda, em nome do rei, a 16 de setembro do mesmo ano. No reinado de Filipe I recebeu a Universidade estatutos por duas vezes, uma em 1592, sendo trazidos de Madrid pelo Dr. António Vaz Cabaço, resultantes da reformação operada por Manuel de Quadros; outra, os novos estatutos confirmados em 8 de junho de 1597, e trazidos de Madrid pelo Dr. Rui Lopes da Veiga. 

Filipe I, o rei ambicioso e desumano, que todos esmagava com o seu feroz despotismo, faleceu coberto de vermes e de úlceras, depois dum doloroso. e demorado sofrimento.

Biografia e ficha genealógica de Filipe I
O Portal da História

Biografia retirada daqui

Biografia - Abílio César Borges

Barão de Macaúbas
(Pedagogo e médico brasileiro)
1824 - 1891

Pedagogo e médico brasileiro nascido no município baiano de Rio de Contas, antigo Minas do Rio de Contas, um dos precursores do livro didático brasileiro. Formou-se em medicina no Rio de Janeiro, RJ, onde se doutorou (1847). De volta à Bahia, como diretor da instrução pública estadual, trocaria a carreira médica pela atividade de educador e fundou em Salvador o Ateneu Barrense e o Ginásio Baiano (1858), em Salvador, responsável pela formação de grandes personalidades como Castro Alves (1847-1871) e Rui Barbosa (1849-1923). Novamente mudando-se para o Rio de Janeiro, RJ (1871), onde ficou até sua morte, fundou o Colégio Abílio, retratado pelo escritor Raul Pompéia (1863-1895) em O Ateneu (1888), e dez anos depois outro, com o mesmo nome, na cidade mineira de Barbacena. Por suas contribuições na área educacional, recebeu o título de barão de Macaúbas (1881) por decreto imperial, concedido por D. Pedro II (1825-1891). Revolucionou o ensino brasileiro, tornando-se uma das suas mais expressivas personalidades. Também ganhou fama por sua luta pela abolição dos castigos físicos nas suas escolas e fazendo-as modelo para instituições similares no restante do país. Expôs suas idéias pedagógicas no volume Lei nova do ensino infantil (1884). Foi professor de Luís Edmundo, Castro Alves, Raul Pompéia e Rui Barbosa, entre outros.

Notícia retirada daqui

Manual - Hardware / Processadores


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Formador/a Francês - Cantanhede

A EDACADEMY, com sede em Coimbra pretende seleccionar para Cantanhede um formador/a de Francês 

Horário: 
Presencial/18h00-20h00 1 a 2 dias por semana 

Requisitos: 
- Possuir uma qualificação de nível superior; 
- Titulares de Certificado de Competências Pedagógicas (se aplicável); 
- Capacidade de concepção de recursos pedagógicos 
- Experiência em ministrar o curso; 
- Capacidade de autonomia; 
- Residência zona de Cantanhede. 

Documentos para Candidatura: 
- Curriculum Vitae; 
- Certificado de Habilitações 
- CCP (se aplicável); 

A candidatura deve ser submetida através do email edacademy@edacademy.com.pt referindo no Assunto "Francês - Cantanhede"

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Powerpoint - HACCP - Controlo de Qualidade Alimentar


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4ºAno - Estudo do Meio - Os Países Lusófonos


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Conteúdo - Demócrito


A obra de Demócrito sobreviveu apenas na forma de relatos de segunda mão, algumas vezes sendo contraditórios e não confiáveis. Muito desses relatos vêm de Aristoteles, seu principal crítico, mas que reconhecia o valor de sua obra em filosofia natural. Aristóteles escreveu um relato único, cujas passagens foram encontradas em outros relatos. Diógenes listou um grande número de obras de Demócrito em diversas áreas, incluindo ética, física, matemática, música e cosmologia. Duas obras, A Grande Ordem do Mundo e A Ordem do Micromundo são às vezes tidas como de Demócrito.

Aristóteles diz que o raciocínio que guiou Demócrito (e Leucipo) para afirmar a existência dos átomos foi o seguinte: o movimento pressupõe o vazio no qual a matéria se desloca, mas se a matéria se dividisse em partes sempre menores infinitamente no vazio, ela não teria consistência, nada poderia se formar porque nada poderia surgir da diluição sempre cada vez mais infinitamente profunda da matéria no vazio. Daí concluiu que, para explicar a existência do mundo tal como o conhecemos, a divisão da matéria não pode ser infinita, isto é, que há um limite indivisível, o átomo. "Há apenas átomos e vazio", disse ele. Observando um raio de sol que penetrou numa fresta de um recinto escuro, Demócrito viu partículas de poeira num movimento de turbilhão, levando-o à ideia de que os átomos (os indivisíveis da matéria) se comportariam da mesma maneira, colidindo aleatoriamente, alguns se aglomerando, outros se dispersando, outros ainda nunca se juntando com outro átomo.

Para Demócrito, o cosmos (o Universo e tudo o que nele existe) é formado por um turbilhão de infinitos átomos de diversos formatos que jorram ao acaso e se chocam. Com o tempo, alguns se unem por suas características (às vezes, as formas dos átomos coincidentemente se encaixam tão bem como peças de quebra-cabeça) e muitos outros se chocam sem formar nada (porque as formas não se encaixam ou se encaixam fracamente). Dessa maneira, alguns conjuntos de átomos que se aglomeram tomam consistência e formam todas as coisas que conhecemos, que depois se dissolvem no mesmo movimento turbilhonar dos átomos do qual surgiram.

A consistência dos aglomerados de átomos que faz com que algo pareça sólido, líquido, gasoso ou anímico ("estado de espírito") seria então determinada pelo formato (figura) e arranjo dos átomos envolvidos. Desse modo, os átomos de aço possuem um formato que se assemelha a ganchos, que os prendem solidamente entre si; os átomos de água são lisos e escorregadios; os átomos de sal, como demonstra o seu gosto, são ásperos e pontudos; os átomos de ar são pequenos e pouco ligados, penetrando todos os outros materiais; e os átomos da alma e do fogo são esféricos e muito delicados.

O epicurismo (cujos representantes principais foram Epicuro e Lucrécio), que teve uma ampla difusão na antiguidade, foi influeciado pelo atomismo de Demócrito, mas com grandes mudanças. A principal diferença foi o abandono da ideia de turbilhão de átomos e a afirmação de que os átomos possuem peso e que, por isso, os átomos percorrem linhas retilíneas paralelas, tal como objetos em queda livre. Ocasionalmente, cada átomo exibe espotaneamente um desvio mínimo da linha reta indeterminado e imprevisível, desvio esse chamado clinamen. Esse desvio mínimo é que explicaria o choque e encontro entre os átomos.

Visto que, na concepção de Demócrito, o cosmos não é determinado por um poder que estivesse acima dele e o submetesse a algum plano ou finalidade (tal como divindades religiosas ou a causa final que Aristóteles defendia; ver artigo teleologia), mas sim pelo movimento imanente (auto-criador ou emergente) do próprio cosmos, sua ideia de necessidade era intrínseca à de acaso, e a de ordem, intrínseca à de caos. Esse modo de pensar pode ser encontrado amplamente difundido desde o renascimento e permeia toda a filosofia e ciência modernas, desde Giordano Bruno, Galileu Galilei e Espinoza até a física quântica e a cosmologia atual, passando pela teoria da evolução das espécies, mesmo que sua ideia original do átomo tenha se tornado obsoleta desde o século XVIII.

Demócrito foi um escritor prolífico e Diógenes Laércio Dentre estas, destacam-se:
-Pequena ordem do mundo;
-Da forma;
-Do entendimento;
-Do bom ânimo;
-Preceitos
.
No entanto, nenhuma obra de Demócrito sobreviveu até os tempos presente. Assim, tudo o que se sabe dele vem de citações e comentários de outros autores. Portanto, de sua imensa obra só restaram fragmentos (que totalizam 300) de suas teorias. A coletânea de fragmentos mais conhecida é a organizada por Hermann Alexander Diels, em sua obra Die Fragmente der Vorsokratiker (Os Fragmentos dos Pré-socráticos).

Alguns fragmentos éticos:
Sobre a agressividade:
"Toda belicosidade é insensata; pois enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos o nosso próprio interesse." Fragmento 237

Contra a educação autoritária:
"Melhor (educador) para a virtude mostrar-se-á aquele que usar o encorajamento e a palavra persuasiva, do que o que se servir da lei e da coerção. Pois quem evita o injusto apenas por temor a lei, provavelmente cometerá o mal em segredo; quem, ao contrario, for levado ao dever pela convicção, provavelmente não cometerá o injusto nem em segredo nem abertamente, Por isto, quem agir corretamente com compreensão e entendimento, mostrar-se-á corajoso e correto de pensamento." fragmento 181

A felicidade - agir sabendo os limites de nossas forças
"Bem mais sensato do que o homem é o animal que, em sua necessidade, sabe quanto necessita. O homem, ao contrario, quanto necessita não o sabe." Frag. 198

"Os insensatos desejam as coisas ausentes, mas desperdiçam as presentes ainda que mais valiosas que as passadas." frag. 202

"É preciso que aquele que quer sentir-se bem não faça muitas coisas nem particular nem publicamente, e que aquilo que faz não assuma além de sua força e natureza. Ao contrário, é preciso que, mesmo que a sorte lhe seja hostil e, pela aparência, o leve pouco a pouco ao excesso, tenha cuidado bastante para renunciar e não procurar mais que suas forças permitem, pois uma plenitude razoável é coisa mais segura que uma superplenitude." Frag. 3

"A moderação aumenta o gozo e acresce o prazer." Frag. 211

"Sábio é quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui."Frag. 231

Notícia - Esperança de vida da próxima geração de portugueses será inferior à actual

A próxima geração de portugueses vai ter uma esperança de vida inferior à da actual geração, afirmou hoje Manuel Coelho e Silva, professor da Universidade de Coimbra, na apresentação de um estudo em Angra do Heroísmo, Açores.

“Actualmente, a longevidade situa-se entre os 78 e os 80 anos, mas vamos assistir ao longo das próximas décadas a uma regressão da longevidade da população portuguesa devido aos jovens com peso a mais, sedentarismo elevado e inaptidão cardio-respiratória”, afirmou.

Esta conclusão resulta de um estudo sobre 'Tendência secular de crescimento e bem-estar físico e psicológico na população jovem escolar da Região Autónoma dos Açores', realizado pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra.

Manuel Coelho e Silva salientou que este estudo é um caso único no país e dos poucos a nível europeu, frisando em nos trabalhos realizados em 1988, 1998 e 2008 foram analisados quase cinco mil jovens das ilhas açorianas.

O trabalho hoje apresentado, relativo a 2008, abrangeu 1.700 crianças e permitiu concluir que “31 por cento tem sobrecarga ponderal (obesidade) e, entre estes, dois em cada três jovens associa o sedentarismo e a inaptidão cardio-respiratória”, revelou Manuel Coelho e Silva.

Na sequência destes resultados, o investigador aconselhou, tendo em conta a saúde pública, que “devem ser definidos objectivos para uma década”.

Por seu lado, António Gomes, director regional do Desporto, garantiu que o executivo açoriano vai continuar a apostar na "manutenção dos programas de actividade física da população em geral e dos atletas federados em particular”.

António Gomes admitiu que “a tradição alimentar açoriana tem vindo a perder implantação junto da juventude, em favor de uma alimentação mais industrializada”, com menos legumes e frutas.

“Para contrariar esse fenómeno, têm sido feitas intervenções junto das cantinas escolares que melhoraram a sua oferta em termos de qualidade”, acrescentou.

Para António Gomes, “estas atitudes não são suficientes”, defendendo a necessidade de “intervir junto das famílias, não só para melhorar a alimentação, mas também para se criarem hábitos de exercício físico regular", já que "os adultos podem ser modelos para os jovens”.

Vídeo - Isto é Matemática T03E02 Parabólicas, Castanhas e Orelhas Grandes

domingo, 23 de abril de 2017

Conteúdo - Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade - Imagens


A imagem da direita ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa sem TDAH e a imagem da esquerda de uma pessoa com TDAH.

Desenhos para colorir - Outono


Biografia - Filipe III de Espanha e II de Portugal

n.       [ 14 de abril de ] 1578.
f.        31 de março de 1621.

Nasceu em Madrid em 1578, onde também faleceu em 31 de março de 1621. Era filho de Filipe II, e de sua quarta mulher, D. Ana de Áustria.

Subiu ao trono em 1598, contando vinte anos de idade. Tinha um carácter fraco, apático e irresoluto, e foi completamente dominado pelo seu ministro duque de Lerma, D. Cristóvão de Moura, que fora elevado a marquês de Castelo Rodrigo, e nomeado vice-rei de Portugal, o que muito indignou os portugueses, apesar da sua administração ser das mais hábeis, segundo consta. O duque de Lerma procurava um pouco favorecer Portugal e cimentar a união dos dois reinos da península, adoptando medidas de grande importância. Assim tratou tanto quanto possível do desenvolvimento da marinha, aboliu os Portos secos, as alfândegas, abriu os portos de Portugal ao comércio inglês, e por algum tempo também os teve abertos ao comércio holandês, mas essa ultima medida pouco tempo durou, o que prejudicou muito Portugal. Em 1609, vendo que não podia lutar por mais tempo com os estados da Holanda, assinou com eles uma trégua de doze anos, mas tão ineptamente procedeu o marquês de Castelo Rodrigo que, assinando a trégua na Europa, deixou que continuassem as hostilidades nas colónias, onde mais prejudiciais eram ao país. Por essa mesma época publicou Filipe III um edito expulsando definitivamente de Espanha os descendentes dos mouros. Depois da conquista de Granada por Fernando, o Católico, esses mouros tinham sido forçados a abraçar o Cristianismo, formavam uma massa de população submissa, industriosa, cultivando admiravelmente a terra e enriquecendo o Estado, mas o fanatismo espanhol não lhes perdoava a sua origem. A sua expulsão foi uma grande fatalidade para a península, que perdeu perto de um milhão doa seus habitantes mais industriosos, e arruinou a sua agricultura e a sua indústria. Desses desgraçados, os que se recusavam a abandonar a pátria, eram perseguidos como feras e assassinados, ficando somente as crianças de menos de sete anos, que se venderam como escravas, depois de se baptizarem. Esta expulsão dos mouros não foi movida só pelo fanatismo, porque Filipe III tratava ao mesmo tempo com os judeus de Portugal para os proteger contra os rigores da Inquisição, a troco dum subsídio importante. 

Ao marquês de Castelo Rodrigo sucedera no governo de Portugal o bispo de Coimbra, a este o bispo de Leiria, voltara depois ao marquês, novamente ao bispo de Leiria, ao arcebispo de Braga, ao arcebispo de Lisboa, e finalmente ao marquês de Alenquer, espanhol de origem, e que por conseguinte estava completamente fora das condições estipuladas pelas cortes de Tomar. O descontentamento dos portugueses era geral, e Filipe III, que não o ignorava, empreendeu uma viagem a Portugal, resolução que muito aplaudiu o novo ministro e valido, o duque de Uzeda, filho do duque de Lerma, que descaíra do valimento real, e se havia afastado da corte. A viagem realizou-se em 1619. Dela ficou a interessantíssima narrativa ilustrada de João Baptista Lavanha, e que, embora impressa em Madrid, o foi à custa da cidade de Lisboa. O soberano foi acolhido por toda a parte com o maior entusiasmo, as câmaras e as corporações portuguesas gastaram enormes somas para uma pomposa recepção, esperando grandes proveitos desta viagem, imaginando que o soberano daria providencias contra os danos de que todos se queixavam das arbitrariedades dos governadores. Filipe III, porém, nada fez, nem sequer soube cativar simpatias. Insinuou-se-lhe que fizesse de Lisboa a capital da vasta monarquia espanhola, e Filipe nem se dignou responder; os fidalgos e os jurisconsultos queixaram-se de que nem recebiam mercês, nem eram empregados nos tribunais, nas embaixadas, nas universidades espanholas, e Filipe não fez o mínimo caso destas reclamações. O duque de Uzeda, muito menos hábil que seu pai tratou com aspereza o duque de Bragança, que viera também prestar homenagem à majestade castelhana. Depois de estar alguns meses em Lisboa, sem fazer mais do que causar grandes despesas aos seus súbditos portugueses, Filipe retirou-se em outubro do referido ano de 1619, deixando Portugal descontentíssimo, agravando-se ainda mais esse descontentamento, depois da sua saída, com a recondução do marquês de Alenquer no cargo de vice-rei de Portugal. Na Índia, contudo, mantinha-se o nosso domínio, ainda que, a muito custo; os holandeses já tinham tentado tomar-nos as Molucas, Malaca e Moçambique, mas batidos por André Furtado de Mendonça e Estêvão de Ataíde, haviam desistido dessa empresa. Na América também os holandeses ainda não tinham atacado as nossas colónias. 

Filipe III casou com D. Margarida de Áustria, filha do arquiduque Carlos, no dia 18 de abril de 1599. Ao sair de Portugal Filipe adoeceu gravemente em Covarrubias, e nunca mais se restabeleceu, falecendo pouco mais dum ano depois. Diz-se que a sua morte foi devida ao rigor de etiqueta, porque sentindo-se muito incomodado com o calor dum braseiro, teve de o suportar enquanto não apareceu o fidalgo, que pela sua hierarquia, segundo as praxes palacianas, era encarregado de o fazer remover para outro lugar. No Panorama, vol. II da 2.ª série, 1843, a pág. 218, 238 e 253, vem uma narrativa intitulada O Braseiro, em que se descreve este facto. No seu reinado publicou-se a reforma das Ordenações do reino, que Filipe II tratou logo no começo do seu reinado; apesar de já estar concluída em 1597, só veio a publicar-se em 1603. São as conhecidas ordenações denominadas Filipinas, e que na ordem dos tempos foram precedidas pelas intituladas Afonsinas e Manuelinas.

Biografia e ficha genealógica de Filipe II
O Portal da História

Biografia retirada daqui

Biografia - Ana Néri

Ana Néri (1814-1880) foi a pioneira da enfermagem no Brasil. Prestou serviços voluntários, nos hospitais militares de Assunção, Corriente e Humaitá, durante a Guerra do Paraguai.

Ana Néri (1814-1880) nasceu em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814. Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néri, capitão-de-fragata da Marinha, que estava sempre no mar. Ana acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade. Ficou viúva com 29 anos. Em 1843, seu marido morre a bordo do veleiro Três de Maio, no Maranhão. Criou sozinha os três filhos, Justiniano, Isidoro e Pedro Antônio. Os dois primeiros tornaram-se médicos e o Pedro Antônio, militar.

Em 1865, o Brasil integrou a Tríplice Aliança, que lutou na Guerra do Paraguai. Os filhos de Ana Néri foram convocados para lutar no campo de batalha. Sensibilizada com a dor da separação, no dia 8 de agosto, escreveu ao presidente da província oferecendo-se para cuidar dos feridos de guerra, enquanto o conflito durasse. Seu pedido foi aceito.

Partiu de Salvador, em direção ao Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Com 51 anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários e durante toda a guerra prestou serviços nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá. Tornou-se a primeira mulher enfermeira do país.

Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso de doentes, Ana Néri chamou a atenção, por sua dedicação ao trabalho como enfermeira, por todos os hospitais onde passou.

Ana montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo exército brasileiro. No final da guerra, em 1870, Ana voltou ao Brasil com três órfãos de guerra. Foi homenageada com a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. D. Pedro II, por decreto, lhe concedeu uma pensão vitalícia.

Ana Justina Ferreira Neri, faleceu no Rio de Janeiro em 20 de maio de 1880.

Carlos Chagas batizou com o nome de Ana Néri a primeira escola oficial brasileira de enfermagem, em 1926. O dia do enfermeiro é comemorado no dia 20 de maio.

Notícia retirada daqui

Higiene e Segurança no Trabalho - Exposição ao Ruído


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Fotogaleria - Amor Electro


Professor(a) de Biologia/Geologia

O Tubo de Ensaio, centro de estudos que desenvolve trabalho na área das explicações individuais e em grupo, Coaching e Formação encontra-se a recrutar um(a) professor(a) de Biologia/Geologia para fazer preparação para exames do 11º e 12º anos. 

Requisitos: 
- Formação académica ao nível do Ensino Superior, de acordo com as funções a desempenhar; 
- Capacidade para motivar os alunos; 
- Dinâmico(a) e com espírito de iniciativa; 
- Domínio dos programas e da disciplina; 
- Conhecimentos de ferramentas e técnicas de estudo; 
- Forte sentido de responsabilidade e organização; 
- Experiência pedagógica; 
- Conhecimento de técnicas de coaching (factor não eliminatório) 

 Se tiver o perfil desejado, envie o seu CV para: info@tubodeensaio.net

sábado, 22 de abril de 2017

EFA - STC - NG7 - DR2 - Ficha de Trabalho nº6 - Processos e Métodos Científicos - Sociedade, Tecnologia e Ciência

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Powerpoint - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC


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4ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho

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Conteúdo - Demócrito


Demócrito de Abdera (em grego antigo: Δημόκριτος, Dēmokritos, "escolhido do povo"; ca. 460 a.C. — 370 a.C.) nasceu na cidade de Mileto, viajou pela Babilônia, Egito e Atenas, e se estabeleceu em Abdera no final do século V a.C. É tradicionalmente considerado um filósofo pré-socrático. Cronologicamente é um erro, já que foi contemporâneo de Sócrates e, além disso, do ponto de vista filosófico, a maior parte de suas obras (segundo a doxografia) tratou da ética e não apenas da physis (cujo estudo caracterizava os pré-socráticos).

Demócrito foi discípulo e depois sucessor de Leucipo de Mileto. A fama de Demócrito decorre do fato de ele ter sido o maior expoente da teoria atômica ou do atomismo. De acordo com essa teoria, tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados átomos (do grego, "a", negação e "tomo", divisível. Átomo= indivisível). Não há certeza se a teoria foi concebida por ele ou por seu mestre Leucipo, e a ligação estreita entre ambos dificulta a identificação do que foi pensado por um ou por outro. Todavia, parece não haver dúvidas de ter sido Demócrito quem de fato sistematizou o pensamento e a teoria atomista. Demócrito avançou também o conceito de um universo infinito, onde existem muitos outros mundos como o nosso.

Embora amplamente ignorado em Atenas durante sua vida, a obra de Demócrito foi bastante conhecida por Aristóteles, que a comentou extensivamente. É famosa a anedota de que Platão detestava tanto Demócrito que queria que todos os seus livros fossem queimados. Há anedotas segundo as quais Demócrito ria e gargalhava de tudo e dizia que o riso torna sábio, o que o levou a ser conhecido, durante o renascimento, como "o filósofo que ri".

Na Grécia antiga, Protágoras de Abdera teria sido seu discípulo direto e, posteriormente, o principal filósofo influenciado por ele foi Epicuro. No renascimento muitas de suas ideias foram aceitas (por exemplo, Giordano Bruno), e tiveram um papel importante durante o iluminismo. Muitos consideram que Demócrito é "o pai da ciência moderna".