sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Biografia- António Variações
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, filho de camponeses minhotos, desde muito cedo revelou propensão para a música. Nascido em 3 de Dezembro de 1944, abandonou a sua aldeia natal (Lugar do Pilar, freguesia de Fiscal) em 1957 e foi para Lisboa, onde se dedicou a várias actividades profissionais desde empregado de escritório até barbeiro.
Em 1975 viaja até Londres, onde fica durante um ano e parte, depois para Amsterdão onde aprende a profissão de cabeleireiro. Esta aprendizagem servir-lhe-á para se instalar, novamente, na capital portuguesa; onde se estabelece com o primeiro cabeleireiro unissexo de Portugal. Esta actividade não resulta muito bem e, para ganhar a vida, abre uma barbearia na Baixa lisboeta.
Em 1978 grava uma maqueta com alguns temas, que apresenta à Valentim de Carvalho, com a qual assinará contrato.
Na sua própria descrição a música que produz situa-se entre Braga e Nova Iorque. É no programa "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro que António se apresenta ao grande público (1). Os temas que cantou nessa emissão chamavam-se "Toma O Comprimido" e "Não Me Consumas" e ainda permanecem inéditos, uma vez que nunca foram registados em disco.
O primeiro trabalho que gravou foi o single "Povo Que Lavas No Rio", imortalizado por Amália Rodrigues (2).
Amália era, aliás, uma das suas referências, que teve direito a uma canção de Variações ("Voz Amália de Nós"). O seu primeiro longa duração "Anjo da Guarda" (3) é também dedicado à popular fadista.
Neste disco participam Vítor Rua (com o pseudónimo Vick Vaporub) e Tóli César Machado, músicos dos GNR. Quem não recorda " É P'ra Amanhã" ou "O Corpo É Que Paga"? (4)
Durante o Verão de 1983 Variações é muito solicitado para espectáculos ao vivo, sobretudo em aldeias por este país fora.
Em Fevereiro do ano seguinte, António Variações entra em estúdio com os músicos dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo longa duração que se intitulará "Dar e Receber".(5) O tema mais conhecido deste disco é, sem sombra de dúvidas, "Canção De Engate" que, posteriormente, se tornará um imenso sucesso numa versão dos Delfins.
Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares (Braga), perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos acompanhando o funeral.
Com a sua morte desaparece um dos maiores renovadores da canção portuguesa das últimas décadas.
No entanto o seu espólio musical foi sendo aberto e Lena d'Água edita, em 1989, o disco "Tu Aqui" que inclui cinco composições inéditas de António Variações. (6)
Em Janeiro de 1994 é editado um disco de homenagem a António Variações que reúne, em torno de versões do cantor, os nomes de Mão Morta, Três Tristes Tigres, Resistência, Sitiados, Madredeus, Sérgio Godinho, Santos e Pecadores, Delfins, Isabel Silvestre e Ritual Tejo.
Isabel Silvestre incluirá no seu disco de 1996 "A Portuguesa" o tema "Deolinda de Jesus" de Variações. Este tema, uma sentida homenagem de Variações à sua mãe (que se chama exactamente Deolinda de Jesus) é o contraponto de qualidade a todas as "Mães Queridas" e quejandos deste país.
Em 1997 é editado o CD "O Melhor de António Variações", o qual recupera material editado em todos os seus discos.
Em 2006 é editada a compilação "A História de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque".
Se Variações não tivesse desaparecido tão precocemente, a música portuguesa seria diferente? Esta é a interrogação que se impõe, tendo em conta o que o cantor/autor fez, em tão pouco tempo, pela música portuguesa.
(1) Em 1980 o programa "Meia de Rock" da Renascença grava a canção "Toma O Comprimido" em casa do cantor e toca-a na rádio. No ano seguinte, António & Variações (o nome da banda que o acompanhava), cantam a canção no programa "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro (um dos clientes da barbearia). O cantor apresentou-se na TV vestido de aspirina e lançando "smarties" para o público e para as câmaras...
(2) O contrato com a Valentim de Carvalho datava de 1977. O irmão, o advogado Jaime Ribeiro, pressiona a editora que acaba por vergar e António Variações entra finalmente em estúdio para gravar o seu primeiro disco. O single (e Máxi) de estreia, lançado em Julho de 1982, incluía uma versão do clássico "Povo que lavas No Rio" e o inédito "Estou Além".
(3) Em 1998 o disco foi reeditado, em versão remasterizada, com a inclusão de "Povo Que Lavas No Rio".
(4) Disco com arranjos e produção de Tóli César Machado e Vítor Rua substituído posteriormente por José Moz Carrapa. A mudança corresponde também à saída de Vitor Rua dos GNR após uma pausa nas gravações do disco.
(5) A edição em versão remasterizada de "Dar e Receber" inclui o inédito "Minha Cara Sem Fronteira" (gravado nas sessões de gravação do disco) e duas remisturas desse tema.
(6) A versão em CD do álbum "Tu Aqui" de Lena d'Água inclui cinco temas inéditos e recupera a versão do tema "Estou Além" incluída no álbum "Aguaceiro".
DISCOGRAFIA
Anjo da Guarda (LP, EMI, 1983)
Dar e Receber (LP, EMI, 1984)
O Melhor de António Variações (Compilação, EMI, 1997)
A História de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque (Compilação, EMI, 2006)
SINGLES
Povo Que Lavas no Rio / Estou Além (Single, EMI, 1982) - duplo lado A
Povo Que Lavas no Rio / Estou Além (Maxi, EMI, 1982)
É P'ra Amanhã (Maxi, EMI, 1983)
É P'ra Amanhã/Quando Fala Um Português (Single, EMI, 1983)OCEQP
O Corpo É Que Paga (Single, EMI, 1997) - É P'ra Amanhã (remistura de Nuno Miguel)
REFERÊNCIAS/HOMENAGENS
O álbum "Tu Aqui" de Lena d'Água, editado em 1989, incluía cinco temas inéditos.
Anamar -"António Variações"
Madredeus - "A Sombra"
"A Festa da Música de Variações" - Espectáculo de Fernando Pereira
Versões (Delfins, Amarguinhas, Isabel Silvestre, M.D.A., etc...)
Disco de tributo
Documentário de Maria João Rocha
Concerto AVariações
Projecto Humanos
COMENTÁRIOS
Gostava de dar e receber, o António. O António Joaquim Rodrigues Ribeiro, o que nasceu no Minho, em 1945. Mas também o António Variações, que subia a rua do Carmo na década de 80, em Lisboa, e fazia os transeuntes virar-se para trás por causa de uma imagem peculiar. Barbas longas e roupas extravagantes aos olhos da maioria. Mas o António não queria saber. Procurava a provocação como forma de afirmar a sua independência. A sua identidade. Mas isso era partir do pressuposto que era uma personagem, coisa que não é verdade. Era genuíno, o António. Era como era. Na música foi um dos melhores. Tinha uma voz peculiar, mas era mais do que isso. Era aquela forma de apelar à memória colectiva, a uma certa tradição da música portuguesa, e mesmo assim produzir uma sonoridade profundamente modernista. De tal forma que, depois daquela madrugada de 14 de Junho de 1984, a sua música continua a manter a mesma pertinência. O álbum "Dar e Receber" foi agora reeditado - contém um inédito e duas remisturas inúteis - e quem não acreditar, faça favor de o ouvir. (Vitor Belanciano/Público)
Biografia retirada de Anos80
Conteúdo - Gottfried Wilhelm Leibniz - O Argumento Ontológico de Leibniz - Demonstração da compatibilidade entre dois tributos arbitrários
Antes da demonstração é importante fazer algumas definições:
Podemos entender um atributo afirmativo não-analisável como um predicado (qualidade) necessário que não pode ser decomposto em outros predicados.
Podemos chamar dois predicados de Compatíveis quando tanto um predicado A quanto um predicado B podem atuar sobre um mesmo sujeito sem gerar contradição.
Chamamos de Proposição Analítica uma proposição verdadeira em si própria em virtude do seu significado. (ex.: Todo casado é não-solteiro).
Dados A e B como atributos afirmativos não-analisáveis, tomamos como hipótese que A e B são incompatíveis; dessa hipótese se segue necessariamente que A e B não podem estar em um mesmo sujeito - devido a própria definição de predicados compatíveis -, ou seja, da suposição da incompatibilidade de A e B, podemos concluir a seguinte proposição: Se A então não-B ( A → ¬ B ) ( ou ainda: se é o caso que A, então não é o caso que B).
Podemos categorizar, prima facie, tal proposição como analítica ou demonstrável, no entanto:
I) A proposição não pode ser analítica, pois, devido a sua forma lógica, é possível construir uma relação de equivalência entre A e a negação de B ( ou entre B e a negação de A), ou seja, A e B funcionariam como um par de contrários, o que é absurdo, pois, não é possível, pela própria definição de atributo afirmativo, que a negação de um atributo afirmativo seja um atributo afirmativo. Logo, todos os atributos são verdadeiros.
II) A proposição é não-demonstrável, pois para demonstra-la, seria preciso fazer a análise do conceito de A, de B ou de ambos, o que contraria a hipótese de que A e B são não-analíticos.
Logo, não é possível demonstrar a hipótese da incompatibilidade de A e B, logo, A e B são compatíveis. Sendo assim, por exercício análogo, podemos provar a afirmatividade e a compatibilidade entre quaisquer outros atributos não-analíticos, logo, é possível conceber um ser com estes atributos. C.Q.D.
Conteúdo - Dieta Mediterrânica - Como implementar?
O conceito de Dieta Mediterrânica promove um padrão de ingestão alimentar baseado na diversidade, nos produtos locais e da época, na predominância de produtos vegetais frescos à mesa. Promove ainda o azeite como gordura principal e os preparados culinários simples como a sopa. As leguminosas como o feijão, o grão ou a ervilha estão presentes com regularidade bem como o pão de qualidade.
Acompanha-se com água em todos os momentos e vinho ocasionalmente e de forma moderada às refeições principais. Este padrão alimentar, a par do exercício físico regular é, provavelmente, a melhor forma conhecida de ter mais anos com saúde sem esquecer o prazer da mesa e o bem-estar que dele decorre.
De acordo, com os trabalhos científicos mais recentes é possível seguir esta “dieta” se forem respeitadas determinadas regras. De notar que pessoas com cuidados especiais de saúde poderão ter de restringir alguns alimentos aqui aconselhados, bem como adaptar quantidades a diferentes idades e estados fisiológicos, Em caso de dúvida consulte um profissional de saúde.
1. Faça no mínimo três refeições principais: pequeno-almoço, almoço e jantar, intercaladas com pequenos lanches, de modo a não estar mais de 3,5 horas sem comer. Fazer pequenas refeições a horas certas, várias vezes ao dia, ajuda a controlar a quantidade de alimentos que se consome a cada refeição.
2. Inclua diariamente nas refeições principais: Cereais pouco refinados como pão de mistura ou integral, arroz pouco polido, massas de trigo duro e couscous. Estes alimentos são excelentes fontes alimentares de amido (principal fonte de energia do organismo), fibra, vitaminas do complexo B e minerais (magnésio, fósforo, cálcio, ferro,…).
Produtos hortícolas em abundância, de diferentes cores e texturas, ao almoço e ao jantar, na sopa e no prato, para garantir o aporte diário de fibra, de vitaminas, de minerais e de substâncias antioxidantes.
Uma a duas peças de fruta. Faça da fruta a sua sobremesa preferida. Leve sempre fruta consigo quando sai de casa, para comer a meio da manhã ou ao lanche da tarde. Os produtos hortícolas e fruta são muito ricos em substâncias protetoras com elevado potencial antioxidante e contribuem para diminuir o risco de desenvolvimento de várias doenças, como as doenças neuro-degenerativas, as doenças vasculares e vários tipos de cancro.
3. Beba bastante água durante todo o dia. Em alternativa, beba infusões de ervas (tília, cidreira, camomila, lúcia-lima,…) ou chá sem açúcar. Outras bebidas não açucaradas e sopa com pouco sal e gordura constituem também excelentes formas de hidratação. Uma correta hidratação garante a manutenção do equilíbrio da água corporal, fundamental para o bom funcionamento dos rins e intestino.
4. Consuma laticínios, duas vezes por dia. Dê preferência a lacticínios magros. Estes alimentos contribuem para a boa saúde dos seus ossos.
5. Dê preferência ao azeite para cozinhar e temperar os alimentos. O azeite é rico em ácido oleico que contribui para aumentar a porção HDL do colesterol, protetora do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Apesar de ser uma excelente gordura consuma com moderação dado o seu valor calórico.
6. Evite o consumo de sal em excesso. Enriqueça o sabor dos alimentos e dos cozinhados substituindo o sal por ervas aromáticas (salsa, coentros, louro, tomilho, manjericão, orégãos,…), quantidades moderadas de especiarias (cravinho, noz-moscada, cominhos,…), cebola e alho. Não use sal de mesa e evite aperitivos salgados. O consumo excessivo de sal contribui para o aparecimento e manutenção de hipertensão arterial.
7. Redescubra o prazer de comer pequenas quantidades de azeitonas, nozes e amêndoas, figos secos, tremoço e sementes. (Prefira estes alimentos com a menor quantidade possível de sal.) São ricos em gorduras insaturadas, proteína de origem vegetal, vitaminas, minerais e fibras. Em pequenas quantidades, podem constituir um lanche, em alternativa, a produtos alimentares ricos em gorduras saturadas e açúcar como os croissants, bolos e bolachas entre outros.
8. Modere o consumo de vinho e/ou cerveja e faça-o apenas às refeições principais (1 copo pequeno, por dia, para as mulheres e 2 copos pequenos, por dia para os homens). Evite o consumo de bebidas destiladas como aguardentes, licores e whisky, pois possuem um elevado teor alcoólico.
9. Inclua nas refeições principais:
– Pescado, duas ou mais vezes, por semana; carne de aves e coelho, duas vezes por semana; ovos (dois a quatro, por semana – inclua os ovos utilizados em preparações culinárias). Estes alimentos fornecem proteína de excelente qualidade com um baixo teor de gorduras saturadas. O pescado é ainda rico em ácidos gordos polinsaturados ómega-3, protetores do sistema cardiovascular.
– Leguminosas secas e frescas (feijão, grão-de-bico, lentilhas, chícharo, fava, ervilha), mais de duas vezes por semana. Combine as leguminosas com cereais (arroz, massa, couscous,…) ou com batata (não consumir mais de três vezes por semana), e obtenha uma excelente fonte de proteína vegetal com baixo teor de gordura.
– Carnes vermelhas, reduza o seu consumo para uma a duas vezes por semana e carnes processadas (fiambre, enchidos, presunto e outros produtos de charcutaria) menos de uma vez por semana, e em pequenas quantidades. Estes alimentos apresentam um teor elevado em gorduras saturadas e o seu consumo excessivo está associado ao desenvolvimento de doença vascular e de alguns tipos de cancro.
10. Pratique uma culinária rica em sabores e aromas e pobre em gorduras.
Prefira as sopas ricas em produtos hortícolas e leguminosas, os ensopados, as caldeiradas e os assados com pouca gordura. Evite os refogados e os fritos. Poupe no sal e abuse na simplicidade e na variedade das suas refeições. Use a sua imaginação!
A alimentação mediterrânica baseia-se na variedade e na abundância de alimentos de origem vegetal e na moderação de alimentos de origem animal. Privilegia, também, o consumo de produtos alimentares locais, frescos e sazonais.
Redescubra as nossas tradições alimentares e pratique um estilo de vida saudável, faça refeições em família, conviva com os seus amigos à volta da mesa e seja ativo.
* Nutricionista, docente no Curso de Dietética e Nutrição da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve
PARTILHAR
8445
FONTES
Anna Bach-Faig, Elliot M Berry, Denis Lairon, Joan Regaut, Antonia Trichopoulou, Sandro Dernini, F Xavier Medina, Maurizio Battino, Rekia Belahsen, Gemma Miranda, Lluis Serra-Majem. Mediterranean diet pyramid today. Science and cultural updates. Public Health Nutrition.2001;14 (12A):2274-2284
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Conteúdo - Autismo - Autismo e outras perturbações da Infância (Vídeo)
(Clique na Imagem)
Autismo e outras perturbações da Infância" é o tema do Causa Pública desta 3ª feira.
Especialista e Associações estão preocupados com o elevado número de casos de autismo no arquipélago dos Açores, por comparação com o continente. Para abordar a questão Víctor Alves convida o pediatra Nuno Lobo Antunes e Luísa Mendes, mãe de uma criança portadora de autismo.
UFCD - 0023 - Identificação e digitalização de originais
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
Identificação e digitalização de originais
Código:
0023
Carga Horária:
25 horas
Pontos de crédito:
2,25
Objetivos
- Identificar e digitalizar originais.
Recursos Didáticos
Conteúdos
- Análise do original
- Digitalização do original
Referenciais de Formação
213001 - Operador/a de Pré-Impressão |
Histórico de Alterações
(*) 2008-05-14 Criação de UFCD.
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
EFA - STC - Exercício - Transportes e Meio Ambiente - Sociedade, Tecnologia e Ciência
As previsíveis consequências do extraordinário aumento do parque automóvel e do sector dos transportes a que se tem vindo a assistir e que, previsivelmente, se manterá nas próximas décadas (40% nos próximos 20 anos), impõe que a sociedade encontre soluções alternativas claras.
Em primeiro lugar, a evolução do sector dos transportes está indissociavelmente ligado a um incremento do volume de emissões de gases de combustão. Apesar das emissões de poluentes dos veículos novos, vendidos hoje em dia, serem cerca de 90 % inferiores às de um veículo de 1970, o volume de emissões gasosas proveniente de veículos automóveis tem vindo continuamente a aumentar. Daqui resultam consequências nefastas para o meio ambiente e, por consequência, para a saúde pública, pelo que a redução da carga poluente emitida pelos veículos automóveis se tornou uma prioridade dos governos dos países industrializados, em especial da Europa, Estados Unidos e Japão. Por outro lado, o sector dos transportes é o sector que maior consumo de energia final apresenta. Uma utilização racional e sustentável de energia impõe que se analisem as alternativas à dependência crónica do petróleo deste sector e se encontre o modo de compatibilizar a utilização de energias renováveis nos transportes.
Finalmente, é visível o impacto da evolução do sector dos transportes na qualidade de vida das cidades e as consequências nefastas na população, visível nos congestionamentos de tráfego, no aumento do tempo de deslocação, no estacionamento anárquico, no modo de ocupação do solo, nas dificuldades em desenvolver e manter as infraestruturas necessárias. Estes factos impõem que o futuro da mobilidade urbana tenha que ser encarada de um modo claro e se criem condições para o reforço da utilização de diferentes modos de transporte público de qualidade, compatibilizados com a utilização do veículo individual.
O modo como esta utilização individual do automóvel é encarada e tem vindo a ser desenvolvida, o papel social que representa a propriedade de um veículo individual, necessitam de ser profundamente analisados, repensados e alterados, correndo-se o risco de se tornar impossível qualquer política que tenha como objectivo um desenvolvimento sustentável.
Com a consciência de que o problema que se apresenta corresponde também, e principalmente, a uma mudança de mentalidade e de um modo de estar social do que um problema de tecnologias, estes comentários pretendem demonstrar que as soluções tecnológicas alternativas existem e estão à espera de uma oportunidade de poderem vir a ser desenvolvidas. Como alternativas ainda não sedimentadas no mercado, que pretendem fazer frente a uma solução monopolizadora, carecem de incentivo e de oportunidade para demonstrarem as suas reais vantagens e desvantagens.
Mobilidade sustentável e soluções tecnológicas alternativas
A importância da mobilidade sustentável no quadro de desenvolvimento futuro impõe a necessidade de um amplo debate envolvendo todos os intervenientes e interessados, tendo em vista a definição de um política de desenvolvimento de soluções alternativas de propulsão. É deste modo que a análise de soluções de mobilidade, utilizando propulsão eléctrica ou outras alternativas à utilização do motor de combustão interna tradicional, deverão ser assumidas como uma oportunidade:
para discutir e re-equacionar todas as questões dos transportes e da mobilidade urbana (só por si, os veículos de propulsão alternativa não são a solução do problema do congestionamento de tráfego urbano e da mobilidade urbana; por outro lado, será que as limitações que o veículo eléctrico apresenta são, na realidade, mesmo limitações no dia a dia urbano?);
para uma menor dependência estratégica nacional do petróleo e para uma diversificação das fontes primárias de energia;
para a introdução das energias renováveis nos sector dos transportes rodoviários;
de negócio para os fornecedores de gás natural e da energia eléctrica (no caso da energia eléctrica, este novo consumo poderá ser deslocado parcialmente para as horas de vazio, reforçando o valor da capacidade de produção já instalada);
para o desenvolvimento da intervenção industrial nacional, assumida numa perspectiva diferente e num sector-chave da nossa economia (indústria automóvel e de componentes, industria eléctrica e electrónica);
para o desenvolvimento de um "saber-fazer" nacional num domínio tecnológico que, ainda, não é competitivo, o que corresponde a uma oportunidade para a investigação e desenvolvimento.
As tecnologias alternativas de propulsão (sejam elas a propulsão eléctrica, o GPL, o gás natural veicular, o bio diesel, o hidrogénio nos motores de combustão interna, o ar comprimido, etc.) terão que evoluir, pois não existe actualmente a solução tecnológica perfeita. O fundamental, no actual momento, é que seja assegurado o desenvolvimento de cada uma destas alternativas de modo a que a análise das vantagens e das desvantagens de cada uma acabem por fazer prevalecer a que demonstrar melhor desempenho.
Neste processo evolutivo concorrencial, não deverá ser esquecido o acompanhamento da evolução que ainda irá ocorrer no motor de combustão interna, tal como se pode observar na evolução recente dos motores Diesel - o surgimento de potenciais alternativas veio "acordar" uma solução tecnológica que ainda tem muito potencial a dar. Todos os passos que forem dados no bom sentido deverão ser apreciados, relevados e acarinhados.
Tecnologia dos Veículos Eléctricos
Segundo a Agência Internacional de Energia: "a chave para o transporte avançado e sustentável é o motor de tracção eléctrica". Esta afirmação necessita de ser validada pela prática mas o elevado rendimento energético do motor de tracção eléctrica e a sua capacidade de efectuar uma travagem regenerativa de energia (durante a travagem do veículo é possível recuperar energia, em vez de a dissipar sob a forma de calor, como ocorre nos travões convencionais), tornam esta solução como uma das de maior potencial de médio prazo.
Os motores de tracção eléctrica provaram, de um modo consistente, que são fiáveis, robustos, e eficientes. As melhorias e reduções no custo dos conversores electrónicos de potência utilizados para comandar os motores eléctricos, verificados nos últimos dez anos, contribuíram para incrementar a eficiência energética e económica dos motores de tracção eléctrica.
Os veículos eléctricos são caracterizados pela quase total ausência de emissões no local em que circulam e por um silêncio e suavidade de funcionamento ímpares, que imediatamente os distinguem dos seus congéneres accionados por motor térmico. A utilização agradável destes veículos está bem patente quando se verificou que nos correios franceses os carteiros que conduziram veículos eléctricos "recusaram" voltar a conduzir veículos accionados por motor térmico, dada a suavidade e o reduzido stress que a condução de veículos eléctricos proporciona. Uma reacção idêntica foi verificada junto dos carteiros que têm conduzido os veículos eléctricos na distribuição postal no centro histórico de Évora.
Os veículos eléctricos rodoviários podem ser divididos em três tipos consoante o seu processo de armazenamento ou geração de energia eléctrica:
Veículos alimentados a partir de baterias electroquímicas;
Veículos híbrido-eléctricos, que combinam um motor térmico com um motor eléctrico;
Veículos eléctricos alimentados a partir de uma pilha de combustível.
A tipologia mais conhecida corresponde aos veículos alimentados a partir de baterias electroquímicas. Nesta solução, os veículos possuem um motor eléctrico alimentado pela energia acumulada em baterias electroquímicas, que são recarregadas a partir da rede eléctrica de distribuição. Correspondem a veículos que efectivamente são de emissão-nula no local da sua circulação e o seu nível de emissões global depende do modo como a energia eléctrica está a ser produzida. Portugal corresponde a um caso de utilização favorável já que a produção de energia eléctrica apresenta uma componente interessante de produção hidroeléctrica e o reforço da produção eléctrica tem sido feito à custa de centrais com um elevado rendimento e níveis baixos de emissões.
Se bem que tenha havido um esforço claro neste domínio no passado recente, a tecnologia disponível de baterias limita a autonomia destes veículos.
Os veículos híbridos são uma solução promissora no curto prazo; no entanto, não correspondem a uma solução isenta de emissões no local de circulação. A utilização de um motor de combustão interna accionando um gerador eléctrico permite conceber uma fonte de energia eléctrica alternativa à utilização de baterias no automóvel. Esta solução de armazenamento e disponibilização de energia eléctrica combinada com um conjunto reduzido de baterias e um sistema de propulsão eléctrico permite viabilizar soluções comercializáveis de veículos híbridos que no momento actual aparentam ser competitivas.
Um sistema promissor de médio/ longo prazo corresponde à utilização de pilhas de combustível. Este processo de armazenamento e de disponibilização da energia eléctrica com vista à utilização em veículos eléctricos rodoviários, encontra-se numa importante fase de desenvolvimento, sendo uma aposta de empresas ligadas aos grupos dos grandes fabricantes da indústria automóvel.
O impacte destas três soluções na utilização de veículos eléctricos vai depender muito da evolução tecnológica atingida por cada uma delas. Num futuro mais ou menos próximo, será natural que se continue a observar o desenvolvimento das três soluções, tendo em vista o colmatar de necessidades de segmentos específicos de mercado, criando espaço para a sua afirmação própria.
Uma outra questão passa por saber de onde virá a electricidade necessária para alimentar os motores de tracção eléctrica. Aproveitando a introdução de uma nova tecnologia, os veículos de propulsão eléctrica acabam também por constituir um desafio à introdução de energias renováveis no sector dos transportes.
De momento, a solução passa por gerar a electricidade a partir de uma fonte de energia renovável, colocar essa energia eléctrica na rede de transporte e distribuição eléctrica, a partir da qual se recarregam baterias electroquímicas que, posteriormente, irão alimentar o motor de tracção eléctrica. No entanto, com o desenvolvimento da solução da pilha de combustível, no médio prazo, perfilam-se mais duas soluções de elevado interesse:
a electricidade é gerada a partir de uma fonte de energia renovável; de seguida, e através de um processo de electrólise, produz-se hidrogénio que é armazenado e transportado; posteriormente este hidrogénio é utilizado para alimentar uma pilha de combustível (colocada no interior do veículo) que produz a energia eléctrica necessária para fazer funcionar o motor de tracção eléctrica;
um bio-combustível do tipo metanol é utilizado para alimentar a pilha de combustível que produz a energia eléctrica necessária para fazer funcionar o motor de tracção eléctrica.
Interessa, pois, realçar que o conceito de veículo eléctrico engloba qualquer veículo rodoviário que utilize propulsão eléctrica, independentemente da solução de armazenamento e fornecimento de
energia que utilize, sejam elas baterias electroquímicas, soluções híbridas, pilhas de combustível ou outras.
Como a propulsão eléctrica é adequada a um vasto tipo de utilizações, existem desde bicicletas assistidas electricamente e "scooters", a triciclos, quadriciclos, veículos ligeiros de passageiros de mercadorias, autocarros e veículos de carga com aplicações especiais, todos utilizando propulsão eléctrica.
Não esquecendo que um domínio onde a propulsão eléctrica está perfeitamente afirmada corresponde ao transporte sobre carris, a propulsão eléctrica rodoviária ganha em se afirmar coordenada com todas as outras soluções eléctricas de transporte e que, deste modo, interessa promover um conjunto muito vasto de soluções de utilização de veículos de propulsão eléctrica no interior de instalações industriais, comerciais ou outras.
Contributo actual da utilização dos VE
É fundamental tornar claro que, independente da alternativa tecnológica que se venha a afirmar no médio e longo prazo, as soluções existentes actualmente e os veículos eléctricos que se encontram disponíveis comercialmente podem responder a um grande número das necessidades de mobilidade e de transporte que, pelo menos no ambiente urbano, ocorrem no dia a dia.
Provavelmente, a questão da opção pela utilização de um veículo eléctrico rodoviário deverá começar por ser colocada no seio das empresas cujas frotas têm uma dimensão suficiente para permitir associar veículos diferentes a funções específicas. Uma utilização criteriosa permitirá ao gestor da frota tornar rentável a opção pelos veículos eléctricos, ultrapassar as eventuais limitações e permitir que a empresa contribua, de uma forma clara, para a qualidade de vida urbana.
Um outro aspecto que deverá ser tornado claro é que não se considera que o veículo eléctrico rodoviário seja, por si só, a solução para o problema do congestionamento do tráfego urbano e da mobilidade urbana. A posição que se assume não corresponde a propor a substituição de todos os veículos com motor de combustão interna por veículo eléctricos rodoviários já que, deste modo, o essencial do problema se manteria. Provavelmente, as limitações que os veículos eléctricos rodoviários aparentam, poderão ser utilizadas como base para uma reflexão que permita reforçar a conclusão que a solução para a questão da mobilidade urbana passa pela utilização conjugada de diversos modos de transporte, em que transportes públicos de qualidade se combinam com soluções de transporte individualizado.
Actividade:
Com base no texto que acabou de ler, responda às seguintes questões:
1. Identifique os factores que impõem o desenvolvimento de sistemas de propulsão alternativos aos sistemas de propulsão actuais.
2. Qual o sistema de propulsão proposto no texto como alternativa à utilização do motor de combustão interna tradicional?
3. Os veículos que utilizam este sistema de propulsão alternativa podem ser divididos em três tipos, identifique-os.
4. Quais as fontes de energia actualmente utilizadas para gerar a electricidade necessária para alimentar os motores de tracção eléctrica?
5. Segundo a Agência Internacional de Energia:"a chave para o transporte avançado e sustentável é o motor de tracção eléctrica". Encontre no documento apresentado razões que justifiquem esta afirmação.
6. Realize uma pesquisa sobre as iniciativas realizadas em prol do desenvolvimento e introdução de sistemas de propulsão alternativos nos autocarros colectivos públicos, na área urbana da sua residência.
Não são manuais escolares, são livros de entretenimento
Conselho editorial da Porto Editora garante que não há “qualquer discriminação” nos livros de atividades para meninos e meninas e volta a colocá-los à venda. Editora refere que fez uma “análise serena e ponderada do caso”, assegura que não há “matéria objetiva e relevante” para retirar livros dos pontos de venda, e refuta várias observações feitas pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
Os blocos de atividades para meninos e meninas dos 4 aos 6 anos de idade, que tanta polémica e debates causaram no último mês, voltam a estar à venda. A Porto Editora (PE) chegou a suspender a venda desses livros após críticas de discriminação feitas pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG). A editora e a CIG reuniram-se entretanto e anunciaram que vão trabalhar em conjunto na produção de materiais destinados a crianças. O conselho editorial da empresa livreira esteve a analisar o caso e resolveu voltar a colocar os livros no mercado para compra livre.
Segundo a editora, não há motivos para a retirada definitiva desses livros. “(…) tendo-se concretizado os objetivos pretendidos, e comprovada a não existência de qualquer discriminação, põe-se fim à suspensão da venda daqueles livros no quadro do exercício pleno da liberdade de expressão da autora e das ilustradoras, bem como da liberdade de edição, respeitando estes valores fundamentais”, sustenta a PE em nota da Direção Editorial.
A empresa adianta que a suspensão da venda deveu-se à vontade de fazer “uma análise serena e ponderada do caso, sem ceder às pressões e avaliações imediatistas e precipitadas, e como forma de denunciar a lamentável manipulação que esteve na origem da polémica”. Debruçou-se então sobre o parecer técnico da CIG, que, entre outras coisas, referia que os livros promoviam a discriminação e diferenciação entre homens e mulheres, e refuta várias observações desse documento.
“A Porto Editora tem plena consciência da sua missão e da sua responsabilidade na promoção do desenvolvimento educacional, cultural e civilizacional. Um compromisso que honra diariamente, procurando fazer sempre mais e melhor nas diferentes áreas editoriais em que atua e, dessa forma, satisfazer a pluralidade de gostos, interesses e necessidades das suas leitoras e dos seus leitores”, lê-se na nota da Direção Editorial.
Os blocos de atividades, com capa azul para meninos e capa cor-de-rosa para meninas, com vários exercícios para crianças dos 4 aos 6 anos, estiveram no centro das atenções no último mês. A editora e a CIG reuniram-se, acertaram uma estreita colaboração, e anunciaram um trabalho conjunto na promoção de “conteúdos que fomentem uma educação promotora de igualdade de oportunidades e do desenvolvimento das diferentes capacidades e talentos de todas as crianças, contribuindo assim para a construção de uma sociedade em que mulheres e homens exercem uma cidadania plena”.
Bolas para meninas, peluches para meninos
A PE leu com atenção o parecer técnico da CIG, agradece o trabalho realizado, mas considera que não há “matéria objetiva e relevante que justifique” a recomendação de retirar os livros dos pontos de venda. “As liberdades artística e criativa da autora, ilustradoras e editora não podem ser condicionadas por questões de gosto, no mínimo, subjetivas e discutíveis”, conclui. A editora refuta comentários feitos pela CIG e esclarece que os blocos de atividade não são manuais escolares ou de apoio à escola, nem tão-pouco fazem parte de um programa letivo e, por isso, na sua opinião, “é errada qualquer associação destas edições ao contexto da escola”.
“Ao contrário dos manuais escolares, estes blocos têm uma função diferente, implicam um contacto superficial com as crianças, assumindo um papel de entretenimento, repleto de ludicidade, ainda que explorando competências importantes para a faixa etária a que se destinam. Por isso, parece-nos muito exagerado considerar que a realização deste tipo de blocos de atividades de alguma forma condicione, no futuro, as opções pessoais e profissionais das crianças”, refere a PE no relatório que elaborou.
Os blocos de atividades são livros que têm folhas destacáveis para fins lúdicos e ocupação de tempos livres. Nos dois em questão, o conceito assentou, segundo a editora, “na elaboração de dois blocos de atividades lúdicas com o mesmo conteúdo em termos de competências a abordar, com a mesma tipologia de exercícios e grau de complexidade”.
“Na forma, um dos blocos deveria ser mais destinado aos rapazes/meninos, contendo elementos gráficos e situações próximos dos seus gostos e preferências mais comuns e o outro, mais ao agrado da maioria das meninas/raparigas. Para tal, cada livro foi entregue a uma ilustradora diferente que livremente desempenhou um trabalho criativo e artístico. Não se conhecem, nem viram o trabalho uma da outra”, adianta a PE.
Os conteúdos foram concebidos por uma educadora de infância, a execução foi acompanhada por uma coordenadora editorial, a parte gráfica ficou a cargo de uma designer e duas ilustradoras. A empresa livreira assegura que estas mulheres não tiveram como objetivos reforçar a segregação de género ou diferenciar o grau de dificuldade das atividades. Além disso, explica, a seleção das cores e dos elementos gráficos das capas obedeceu a “critérios estéticos e comerciais e à liberdade criativa das ilustradoras”.
Há bolas no bloco das meninas e peluches no dos meninos e numa das atividades tanto a menina como o menino arrumam os seus quartos. “A maior parte das atividades dos blocos atribui gostos comuns a meninas e rapazes: contacto com a Natureza, animais domésticos e selvagens; atividades extracurriculares; tempo livre com os avós; livros; doces; atividades culturais e desportivas; convívio com os amigos; colecionismo”, exemplifica.
“Importa esclarecer também que estas obras não foram desenvolvidas sob uma perspetiva comparativa, pelo que consideramos despropositada e desadequada essa abordagem que surgiu nas redes sociais e que, em grande medida, serviu de fundamento ao parecer da CIG”. A PE justifica os blocos de atividades com uma opção editorial e lembra que a compra é livre. “A igualdade de oportunidades não está comprometida, porque todos podem ter acesso à obra que entenderem”.
A empresa livreira, líder no setor, sublinha que o rigor, a responsabilidade, a proximidade, a excelência e a inovação são valores com que trabalha diariamente e que todas as publicações para crianças “obedecem a grandes cuidados editoriais, congregando o esforço de uma equipa vasta e especializada, incluindo editores, autores, consultores, ilustradores, designers, etc., com profundo conhecimento da área”. E no início do relatório recorda o que diz a Constituição Portuguesa sobre os direitos da liberdade de expressão.
Informação retirada daqui
Biografia - Nicolau Copérnico
(1473 - 1543) Mikolaj Kopernik em polaco, astronomo e matemático nascido em Torun, na Prússia polaca, que derrubou a teoria ptolomaica da astronomia, ao propor a teoria segundo a qual a Terra daria uma volta diária completa em torno de seu eixo e uma volta anual em torno do Sol, a teoria heliocêntrica, desencadeando uma revolução na ciência, na filosofia e na religião.
De uma família de ricos negociantes, iniciou estudando matemática em Cracóvia (1491), universidade fundada (1364) e famosa na época por empreender o estudo da matemática como fundamento da astronomia, direito canônico e astronomia em Bolonha (1497). Professor em Roma, praticou física em Heilberg e foi cônego da catedral de Frauenburg. Voltou à Polônia (1497) para assumir o cargo de cônego da catedral de Frauenburg, que lhe garantia emprego vitalício. Ainda voltou à Itália para estudar medicina e leis em Pádua, universidade fundada desde 1222, e aprofundar seus conhecimentos matemáticos e na língua e cultura da Grécia clássica.
Foi durante seus estudos na Itália que iniciou sua elaboração da teoria do sistema solar, segundo a qual o Sol era o centro do universo e não a Terra, e que esta girava em torno desse astro juntamente com os outros planetas, ao contrário do que pensava Aristóteles e justificou Ptolomeu. Novamente na Polônia, terminou de construir um observatório (1510) e começou a estudar o movimento dos corpos celestes. A partir daí dedicou-se exclusivamente à área que realmente lhe interessava: a astronomia. Publicou Commentariolus (1513), apresentando suas primeiras conclusões sobre o heliocentrismo, mostrando as pesquisas astronômicas que o levaram a duvidar da teoria geocêntrica, então de aceitação geral, segundo a qual a Terra era o centro do universo.
Publicou De lateribus et angulis triangulorum (1542), escrita antes (1533), a base trigonométrica da publicação revolucionária que viria a público no ano seguinte. Pela necessidade de evitar acusações de heresia, procurou e só conseguiu licença papal para publicação de suas conclusões definitivas já muito próximo de sua morte (1543), mesmo assim com o prefácio de que aquelas observações eram puramente hipotéticas, ou seja, sem provas matemáticas, através da obra De revolutionibus orbium caelestium. Assim, suas relações com a igreja nunca chegaram ao declarado antagonismo que caracterizaria a posição dos teólogos como, por exemplo, Galileu. Esta obra, a demonstração da teoria do universo heliocêntrico, conhecida como a revolução copernicana, tornou-se um dos marcos no surgimento da era da ciência moderna, colocando a observação e a experiência acima da autoridade e dos dogmas. É, historicamente, o principal sábio da cosmologia. Entre seus seguidores e consolidadores de suas teorias, destacaram-se Kepler com as leis de movimentos dos planetas, Galileu com sua mecânica e as provas definitivas da teoria e Newton com a gravitação universal.
Notícia - Árctico e Antárctico partilham 235 espécies

"Encontrar tantas espécies nos dois extremos da Terra, algumas delas sem ligações conhecidas entre si, levanta sérias questões do ponto de vista da evolução", afirmou Russ Hopcroft, da Universidade de Fairbanks, no Alasca, que participou nas expedições do Censo. Entre as espécies comuns às duas regiões polares contam-se cinco espécies de baleias, cinco de aves marinhas e cerca de cem espécies de crustáceos. "Não estamos ainda certos do que tudo isto significa", reconheceu Bodil Bluhm, investigadora no projecto.
As expedições realizadas no âmbito do Censo permitiram também concluir que há espécies a migrar para os pólos para escapar ao aquecimento das águas. A maior recolha de sempre sobre a vida marinha nos pólos envolveu 500 cientistas de 25 países, entre os quais Portugal, nas várias expedições realizadas pelos cientistas.
O Censo concluiu que há 7500 espécies marinhas no Oceano Antárctico e 5500 no Árctico, estimando-se que o número total em todos os oceanos do Planeta seja entre 230 a 250 mil espécies. Segundo Ron O’Dor, director científico do Censo, o projecto encontra--se "numa etapa de síntese, em que se tenta reunir os 17 projectos para dar ao mundo uma imagem da biodiversidade dos oceanos".
O aquecimento global vai levar a que o Árctico, no extremo Norte do Planeta, tal como o conhecemos hoje, deixe de existir dentro de 20 anos, com a temperatura na região a aumentar sete graus centígrados. Especialistas em ciência polar reunidos em Chicago, EUA, consideram que o aquecimento em curso não se trata de "um mero ciclo passageiro", pelo que "o atestado de óbito do Árctico está assinado".
"Teremos um Verão sem gelo no Árctico em 2030 ou antes disso", vaticinou Mark Serreze, da Universidade de Colorado.
A capacidade dos oceanos para absorver e armazenar dióxido de carbono (CO2) diminuiu dez vezes nos últimos 20 anos, provocando um aumento da concentração do gás com efeito de estufa, concluiu o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) francês.
Segundo o CNRS, nas regiões austrais, a explicação para o fenómeno poderá estar na intensificação de ventos que induzem a circulação em profundidade da água, provocando a subida para a superfície do CO2 retido em águas profundas. Já no Atlântico norte, a explicação pode estar nas "alterações na circulação oceânica, numa resposta dos ecossistemas ou como resultado da actividade biológica". As emissões de CO2 geradas pelo Homem subiram desde os anos 90 de 6000 para 10 000 milhões de toneladas.
Para realizar o Censo da Vida Marinha, os cientistas tiveram de enfrentar ondas de 16 metros no Antárctico. Já no Árctico trabalharam com o auxílio de vigilantes armados, por causa dos ursos polares.
Programa internacional de investigação científica iniciado em 2000, o Censo apresentará resultados finais em 4 de Outubro de 2010, em Londres. Para 2009 estão previstas, entre outras, expedições para conhecer vulcões a 5 mil metros de profundidade.
Bernardo Esteves
Biografia - Francisco Solano
Solano Ortiz de Rozas, Francisco Maria
Marquês do Socorro e de Solana
n: 10 de Dezembro de 1769 em Caracas (Nova Granada) [Venezuela]
m: 29 de Maio de 1808 em Cádiz (Espanha)
Educado no Seminário dos Nobres de Madrid e na Casa dos Pajens, ingressou no exército nas Guardas Reais de Infantaria. Em 1793, sendo nomeado tenente coronel num regimento de reserva pediu um posto de campanha. Tendo entretanto casado com a marquesa de Solano adoptou o título. Na guerra contra a França, entre 1793 e 1795, participou no sector Catalão, chegando a marechal de campo, o primeiro posto do generalato naquela altura. Após a assinatura da paz entre a Espanha e a França serviu como voluntário no Exército francês do Reno, sob as ordens do general Moreau.
Em 1801 comandou a guarda avançada do Exército espanhol que invadiu Portugal sob o comando de Godoy. Tenente-general em 1802, foi nomeado Governador interino de Cádiz e Capitão General da Andalúzia em 1805, tendo-se distinguido no salvamento dos náufragos e na ajuda aos feridos provocados pela batalha de Trafalgar. Em 1807 comandou a Divisão que ocupou o Alentejo e Algarve em nome de Godoy, Príncipe dos Algarves de acordo com o artigo n.º 2 do tratado de Fontainebleau desse ano, tendo estabelecido o seu quartel-general em Setúbal. Regressou a Espanha, em Março de 1808, por ordem de Godoy para preparar ao que se pensa a retirada da família real espanhola para o México. Recebeu em Badajoz a ordem de aclamação do Rei José que acatou, sendo nomeado novamente capitão-general da Andalúzia por Murat.
A atitude do marquês do Socorro durante a revolta contra os franceses em Cádiz foi dúbia. Não querendo distribuir armas pela população revoltada, também não quis atacar a frota francesa fundeada na baía. Esta última decisão indignou a população que se dirigiu à sua residência oficial, perseguindo-o pelas ruas da cidade e acabando por o matar.
Informação retirada daqui
Biografia - Armando Gama
Armando António Capelo Dinis da Gama nasceu em Luanda no dia 1 de Abril de 1954. Em 1971 é editado o seu primeiro disco, com o Duo Marinho e Gama, que incluía dois temas da sua autoria.
Com Manuel Cardoso forma os Tantra em 1976. Sai do grupo em 1977, após a edição do álbum "Mistérios e Maravilhas".
Em 1978 junta-se a Cris Kopke para formar o duo Sarabanda que dura até 1981.
Trabalha como arranjador e como produtor em vários discos (Dina, Mário Mata, Doce, Damas Rock, etc...). Interpreta o tema principal da série "Bana e Flapi" e as canções da série "Sport Billy".
Armando Gama e os Cânone em 1981Armando Gama e os Cânone lançam, em 1981, o single "Miúda Funky".
No álbum "Quase Tudo", de 1982, aparece uma primeira versão do tema que iria marcar a sua carreira.
Em 1983 vence o XX Festival RTP da Canção, realizado na cidade do Porto, com "Esta Balada Que Te Dou". É aí que conhece a locutora Valentina Torres que foi a apresentadora do festival desse ano.
Foram feitas versões do tema em inglês ("When Love Has Gone", adaptação de Mike Sergeant), francês ("Ce Soir Je Chante", Kris Kopke) e alemão ("Dieses Lied Ist Mein Geschenk Am Dich", Jan Van Djck). O tema foi editado em 17 países e gravado por alguns nomes estrangeiros.
Em 1984 lança os singles "Mais Uma Canção" e "Amor Até Ao Fim".
O single "No Teu Abraço" foi editado pela Materfonis em 1986.
Armando Gama começa a cantar a duo com a sua esposa, Valentina Torres, com quem lança vários discos.
Em 1992 concorre ao XXX Festival RTP da Canção com o tema "Se Eu Sonhar".
Foi editada uma compilação de Armando Gama na série "Clássicos da Renascença" editada pela Movieplay em colaboração com a Rádio Renascença.
Em 2006 apresenta-se ao vivo com o espectáculo "Armando Gama o 5º Beatle". Grava um DVD experimental, com banda, a 13 de Maio, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.
DISCOGRAFIA
Quase Tudo (LP, RT, 1982)
SINGLES
Miúda Funky/Não Vou Por Aí (Single, Polygram, 1981) [Armando Gama e os Cânone]
Esta Balada Que Te Dou/Jô (Single, RT, 1983)
Mais Uma Canção/Um Show Grandioso (Single, RT, 1984)
Amor Até Ao Fim/Cantor Popular (Single, RT, 1984)
No Teu Abraço/Qualquer Coisa (No Coração) (Single, Materfonis, 1986)
Adoro Chopin/Tele-Fonema (Single, Discossete, 1987)
COMPILAÇÕES SE
Clássicos da Renascença - Vol. 46 (Compilação, Movieplay, 2000)
Mona Lisa (Máxi-Single, Materfonis, 1986)
O Violino da Carolina/Sonho de Natal (Single, Discossete, 1988)
Maria Linda/Sim Ou Não? (Single, Discossete, 1989)
Menina Agarra O Rapaz/Sempre Apaixonados (Single, Discossete, 1990)
Portugal Amor e Mar (CD, Discossete, 1993)
Cenas do Casamento (CD, Espacial, 1996)
Tu Tens Outra (CD, Espacial, 1998)
NO RASTO DE...
A solo armando Gama gravou um LP, cinco singles e um cd. Lançou depois vários discos com a sua esposa Valentina Torres. Em 2006, depois de alguns anos de paragem, foi comunicado a assinatura do duo com a editora Mundial.
Armando Gama é presença habitual no Casino do Estoril desde 1999 .´
Biografia retirada de Anos80
Conteúdo - Gottfried Wilhelm Leibniz - O Argumento Ontológico de Leibniz - A Demonstração Leibniziana
Definindo Deus como ' O ser mais perfeito' - sendo a perfeição, segundo o pensador, a totalidade das qualidades ou atributos afirmativos -, Leibniz pretende demonstrar a existência de tal ser a partir da compatibilidade entre dois ou mais atributos afirmativos, pois se todos os atributos afirmativos são compatíveis entre si sem gerar contradição, então deve ser possível conceber um ser com todos estes atributos. Assim, necessariamente tal ser existe, pois se ele possui todos os atributos afirmativos, não lhe pode faltar a existência.
Conteúdo - Dieta Mediterrânica - Como se define?
A UNESCO definiu a Dieta Mediterrânica (DM) como património cultural imaterial da humanidade. Ou seja, como um conjunto de conhecimentos, transmitidos de geração em geração, constantemente recriado pelas comunidades e capaz de lhes proporcionar um sentimento de identidade e de continuidade, promovendo o respeito pela diversidade cultural e a criatividade humana.
O conceito de Dieta Mediterrânica teve, na sua origem, o estudo dos hábitos alimentares das populações da Grécia e do Sul da Itália, nas décadas de cinquenta e sessenta do século XX. No entanto, podemos encontrar variantes deste padrão alimentar noutros países da Europa meridional, da zona ocidental da Ásia e da orla costeira do Norte de Árica. A par da diversidade de costumes e hábitos alimentares destes povos, é possível identificar uma matriz alimentar comum que assenta na produção e no consumo de azeite (Nestle, 1995).
Em 1993, na International Conference on Diets of the Mediterranean, foram estabelecidas as principais características, deste modo tradicional de alimentação (Serra-Majem, et al., 2004):
-Consumo abundante de alimentos de origem vegetal (produtos hortícolas, fruta, cereais pouco refinados, leguminosas secas e frescas, frutos secos e oleaginosos);
-Consumo de produtos frescos da região, pouco processados e sazonais;
-Consumo de azeite como principal fonte de gordura;
-Consumo baixo a moderado de lacticínios, sobretudo de queijo e iogurte;
-Consumo baixo e pouco frequente de carnes vermelhas;
-Consumo frequente de pescado;
-Consumo baixo a moderado de vinho, principalmente às refeições.
A Dieta Mediterrânica representa um modelo alimentar completo e equilibrado com inúmeros benefícios para a saúde, longevidade e qualidade de vida (Antonia Trichopoulou, Bamia & Trichopoulos, 2009):
A presença abundante de ácidos gordos insaturados (sobretudo monoinsaturados), a partir do consumo de azeite, principal fornecedor de ácido oleico e ácidos gordos polinsaturados ómega 3, provenientes do pescado e dos frutos secos, a par de um baixo consumo de ácidos gordos saturados e trans presentes nas carnes vermelhas, são fatores nutricionais importantes na proteção da saúde cardio e cérebro vascular (Martinez-Gonzalez, et al., 2009; A Trichopoulou, 2003; Antonia Trichopoulou, Bamia & Trichopoulos, 2005;Willett, 2006).
A riqueza em vitaminas, minerais e substâncias com elevado potencial antioxidante como flavonóis, catequinas isoflavononas, antocianinas, e proantocianinas, entre outras, que se encontram nos produtos hortícolas, fruta, leguminosas frescas e ervas aromáticas condimentares, contribuem também para diminuir o risco de desenvolvimento de doenças neuro-degenerativas, de doenças cardio e cerebrovasculares e de vários tipos de cancro (Scarmeas, et al., 2009; Sofi, Cesari, Abbate, Gensini & Casini, 2008).
Os cereais pouco refinados, os quais se destacam o trigo e o arroz, em conjunto com a batata e com as leguminosas representam as principais fontes alimentares de hidratos de carbono complexos e calorias ( Qué es la dieta mediterránea?, 2002).
O elevado consumo de produtos vegetais em detrimento do consumo de produtos alimentares de origem animal contribui para uma distribuição equilibrada do balanço energético diário em que 55 a 60% da energia diária é proveniente dos hidratos de carbono, 25 a 30% dos lípidos e 10 a 15% da proteína, sobretudo de origem vegetal (leguminosas e cereais) (Qué es la dieta mediterránea?, 2002).
A frugalidade e a simplicidade das refeições quotidianas constituem também elementos importantes na manutenção do equilíbrio energético diminuindo o risco de desenvolvimento de obesidade e de outras doenças metabólicas crónicas como a diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial (Martínez-González, et al., 2008; Panagiotakos, Polychronopoulos, 2007; Willett, 2006).
A cozinha mediterrânica é uma cozinha simples que tem na sua base as sopas, os cozidos, os ensopados e as caldeiradas onde se incorporam os produtos hortícolas e as leguminosas, com quantidades modestas de carne e que usa como condimentos a cebola, o alho e as ervas aromáticas para enriquecer os seus sabores e aromas. Esta simplicidade contrasta com uma culinária mais rica e elaborada reservada para os dias de festa (Valagão, 2011).
Importa pois preservar e promover este modo de vida, que para além de ser uma forma saudável de comer abrange a história, a cultura e arte de bem viver dos povos que a partilham.
Maria Palma Mateus Lopes – Nutricionista, docente no Curso de Dietética e Nutrição da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve
Subscrever:
Mensagens (Atom)