sexta-feira, 9 de março de 2018

Biografia - Benjamin Disraeli


Primeiro ministro britânico, em 1868 e de 1874 a 1880, foi o principal responsável pela política de defesa das classes trabalhadoras realizada pelo Partido Conservador britânico e pelo desenvolvimento da democracia na Grã-Bretanha.

Nasceu em Londres, em 21 de Dezembro de 1804; 
morreu na mesma cidade em 19 de Abril de 1881.

Filho mais velho de Isaac D'Israeli e Maria Basevi, o acontecimento mais importante da sua infância deveu-se à disputa do Pai com a  sinagoga londrina de Bevis Market. A disputa fez com que o Pai rompesse com o Judaísmo e baptizasse, em 31 de Julho de 1817, os filhos, tornando-os membros da igreja anglicana, no próprio ano em que Disraeli poderia ter realizado o seu Bar Mitzah. Sem esta mudança de religião, a carreira política de Disraeli nunca teria tido o desenvolvimento que teve, já que os membros da religião judaica só puderam ser eleitos para o Parlamento britânico a partir de 1858.

Disraeli, educado em pequenas escolas privadas, começou a trabalhar numa firma de advogados aos 17 anos. Em 1824 decidiu especular em acções de minas na América do Sul, tendo perdido, no ano seguinte, todo o dinheiro investido. As dívidas contraídas tinham sido tão grandes que a sua vida financeira só se regularizou muito mais tarde. Tendo lançado anteriormente o jornal diário Representative, que foi um completo fracasso, e não tendo podido cumprir com a parte do capital a que se tinha comprometido, entrou em disputa com os seus sócios, que gozou no seu primeiro romance Vivian Grey, que tinha publicado anonimamente. Descoberta a autoria do livro, Disraeli foi severamente criticado, tendo sofrido aquilo a que hoje se chamaria um esgotamento nervoso.

Escreveu um novo livro, The Young Duke, publicado em 1831, e foi de viagem para o Mediterrâneo e Médio Oriente. As viagens foram importantes para as descrições orientais incluídas nos seus  futuros romances, mas também lhe permitiram ter um conhecimento em primeira mão do Oriente quando, como político, foi confrontado nos anos 70 com o Problema Oriental. Regressado a Inglaterra, começou a frequentar a vida social e literária londrina tendo-se tornado uma personagem muito conhecida, devido à sua figura de dandy, maneiras afectadas e extraordinária auto-estima, mesmo que nem sempre fosse verdadeiramente popular. Tendo entrado no círculo de festas londrino conheceu as celebridades do tempo. Nessa época escreveu Contarini Fleming, publicado em 1832, um dos seus livros mais autobiográficos. 

Foi após a viagem ao Oriente que decidiu entrar na política. Tentou ser eleito deputado pelo condado de Buckingham, perto da localidade onde a sua família vivia, tendo-se apresentado três vezes às eleições como radical independente. Perdeu-as todas. Decidiu-se, por isso, a integrar um dos dois partidos existentes naquele tempo. Tendo uma interpretação muito própria das posições do partido Tory, achou que as suas posições radicais se integravam melhor no futuro partido conservador, do que com os liberais do partido Whig. A decisão foi acertada, e em 1835 foi escolhido como candidato oficial pela associação conservadora de Tauton. Perdeu as eleições, de novo. Mas a verdade é que a sua vida privada não o ajudava muito, mantendo uma ligação pública com uma mulher casada, tendo  enormes dívidas e um comportamento pessoal bastante extravagante. Mas o Partido Conservador não perdeu a confiança nele, e em 1837 foi eleito, finalmente, deputado por Maidstone, no Kent. O seu primeiro discurso na Câmara dos Comuns, sobre as eleições na Irlanda, foi um desastre. As suas elaboradas metáforas, os seus maneirismos afectados e a sua extravagante maneira de vestir levaram a que fosse impedido de continuar o discurso. Acabou-o afirmando profeticamente: «Sento-me, mas o tempo virá em que me ouvirão». 

Em 1839 casou-se com a Sra. Wyndham Lewis, uma viúva rica doze anos mais velha do que ele, o que fez com que conseguisse resolver os seus mais prementes problemas financeiros. Segundo a própria afirmava, com o acordo do marido: «Dizzy casou comigo por dinheiro, mas se voltasse atrás casava comigo por amor.»  O casamento não só melhorou o estatuto social de Disraeli, como lhe moderou os ímpetos extravagantes. Não demorou a que o Parlamento começasse a ouvi-lo com atenção.

Em 1841 os Conservadores ganharam as eleições, mas Disraeli não foi convidado para o Gabinete, possivelmente por ter sido acusado de suborno de eleitores, o que provocou a sua separação do grupo de sir Robert Peel, o novo primeiro-ministro. Ligou-se ao grupo parlamentar Jovem Inglaterra, criado pelo futuro lorde Stangford, que defendia uma visão romântica, aristocrática e nostálgica para a Inglaterra em fase de rápida industrialização, e que foi descrita na sua obra Coningsby or The New Generation (de 1844). Em 1845, devido à Fome na Irlanda e à defesa do livre-cambismo, o governo conservador revogou as altas taxas alfandegárias impostas aos cereais importados, conhecidas pelas Corn Laws. A Jovem Inglaterra lutou afincadamente contra essa medida, tendo obtido o apoio, não só dos aristocratas proprietários de terras, como também dos pequenos e médios proprietários em geral, que eram o esteio do partido conservador. Disraeli tinha encontrado o seu ponto de ruptura com Peel.

Os discursos de Disraeli na câmara, sobretudo o de Fevereiro de 1845 em que atacou Peel por ignorar a vontade do Partido Conservador, e os de Maio de 1846 que foram bastante violentos, azedaram bastante a discussão sobre a revogação das Leis, o que levou a um corte profundo com o grupo de Peel. Disraeli não conseguiu o restabelecimento das pautas proteccionistas, mas conseguiu que o governo de Peel perde-se votações cruciais, que o obrigaram à demissão em 1846. Devido à morte de Lorde Bentinck, chefe dos conservadores proteccionistas e ao afastamento dos antigos ministros de Peel, Disraeli tornou-se de facto o líder da oposição ao novo governo do Partido Liberal (Whig).

A sua direcção do partido foi muito controversa, devido a ter modificado a sua posição em relação ao proteccionismo, tornando-se um defensor do livre-cambismo, e à permanente afirmação da sua ascendência judaica, de que se orgulhava publicamente. Mas os seus talentos não podiam ser ignorados pelo partido.

Em 1847 foi, finalmente, eleito deputado pelo condado de Buckingham, e no ano seguinte comprou Hughenden Manor, o que fortificou a sua posição social e política. Em Dezembro desse ano apoiou a proposta para acabar com as restrições eleitorais dos judeus. Quando o governo Whig caiu, em 1852, Disraeli foi nomeado Chanceler do Tesouro (ministro das finanças) no governo conservador de Lorde Derby, conhecido pelo nome de «Who? Who?» (Quem? Quem?). O orçamento apresentado na câmara dos comuns, com um discurso de durou cinco horas, e que propunha algumas medidas proteccionistas, foi derrotado levando à queda do governo. Disraeli fundou então o seu jornal semanal The Press, que durou até 1858. Na oposição de novo, o partido conservador voltou ao poder, dirigido novamente por Lorde Derby, em 1858, mas novamente por pouco tempo. Disraeli apresentou uma lei de reforma parlamentar que, tendo sido derrotada, levou o governo a pedir a demissão. Derby e Disraeli formaram novamente governo (o terceiro) em 1865, devido à revolta do partido liberal contra a proposta de reforma eleitoral do primeiro ministro Lorde Russell. 

O governo conservador apresentou, no ano seguinte, por iniciativa da rainha Vitória e de Lorde Derby, uma proposta de reforma eleitoral que foi defendida por Disraeli na Câmara dos Comuns. O resultado foi a duplicação do número de eleitores na Grã-Bretanha. Derby considerava-a um «salto no escuro», mas Disraeli considerou-a a «realização do sonho da minha vida e o restabelecimento do partido Tory como um instituição nacional.»

Em 1868 Derby retirou-se da vida política e Disraeli tomou o seu lugar na direcção do governo. Tinha finalmente chegado ao topo, mas era o «topo de um poste ceboso», já que o governo que dirigia só se mantinha em funções até à realização do novo recenseamento eleitoral. As eleições de finais de 1868 deram a vitória aos liberais.

Nos doze anos seguintes, a vida política britânica polarizou-se em torno dos dois partidos tradicionais, mas que se passaram a definir mais em torno de programas políticos coerentes do que de personalidades. Disraeli criou o «Central Office» em 1870, uma organização profissional, que juntamente com a «National Union» que unificou as associações políticas locais, deu uma nova coerência ao partido, tornando-o de facto o Partido Conservador. Definiu o ideario conservador muito claramente, diferenciando-o do Partido Liberal. Defendeu a Monarquia, a Câmara dos Lordes, e a Igreja Anglicana; definiu políticas de consolidação do império britânico, e de reforma social, e enunciou uma política externa forte, especialmente no que se referia à expansão do império russo.

Em 1872 a mulher de Disraeli morreu de cancro, tendo provocado problemas financeiros ao marido, já que a casa e a fortuna passaram para alguns primos.

Em 1873, o primeiro ministro liberal, Gladstone, o grande rival político de Disraeli, demitiu-se, mas foi obrigado a manter-se em funções até às eleições devido à recusa do dirigente conservador assumir o poder. A estratégia surtiu efeito e o Partido Conservador ganhou as eleições em 1874.

O segundo governo de Disraeli era forte internamente, e tinha o apoio da rainha Vitória. Por isso mesmo, a legislação social do governo, muito controversa, foi quase toda aprovada, tornando o governo conhecido como o «Ministério dos Esgotos». Disraeli apresentou leis sobre saúde publica e habitação social, assim como o trabalho fabril e a organização sindical.

Mas foram as suas acções na política imperial e externa que o tornaram mais popular. Primeiro com a compra a Ismail Pasha, khedive do Egipto, das acções deste da Companhia do Canal do Suez, o que deu o controlo do Canal do Suez à Grã-Bretanha. Depois, em 1877, a outorga do título de Imperatriz da Índia à rainha Vitória, lutando contra uma oposição muito generalizada em todos os sectores da vida britânica, razão pela qual foi feito conde de Beaconsfield, o que o fez passar de líder da Câmara dos Comuns para o da Câmara dos Lordes, um cargo muito menos exigente do ponto de vista físico, e que foi uma das principais razões da sua aceitação do título aos 72 anos de idade.

O conflito entre a Rússia e a Turquia, que a Guerra da Crimeia não tinha resolvido definitivamente, ocupou-o até 1878. A Rússia tinha declarado guerra ao Império Otomano em 1877 e os seus exércitos tinham quase chegado a Constantinopla. A Grã-Bretanha receou pelas comunicações com a Índia, mas Disraeli percebeu que uma mera prova de força seria suficiente para fazer parar as forças russas. O tratado de paz de San Stefano, imposto pela Rússia à Turquia, e que criou a Bulgária independente, foi submetido a um Congresso Europeu, que se reuniu em Berlim em 1878, onde Disraeli conseguiu da Rússia as concessões que desejava, regressando a Londres em triunfo, afirmando que tinha trazido uma «paz com honra».

A rainha ofereceu-lhe um título de duque, que Disraeli recusou, e a Ordem da Jarreteira, que aceitou. A partir dessa época a sua popularidade começou a decair, devido ao desastre sofrido no Afeganistão, ao massacre de um regimento britânico na África do Sul, no começo das guerras com as tribos Zulus, à crise agrícola e à diminuição da produção industrial. Em 1880 o Partido Conservador perdeu as eleições, mas Disraeli manteve a liderança do Partido, tendo acabado o seu romance político Endymion.

Disraeli envelheceu muito no decorrer do seu governo, e tendo adoecido morreu em Abril de 1881. A  rainha Vitória, impedida pelo protocolo de participar no funeral, foi visitar o jazigo da família de Disraeli em Hughenden, pouco tempo depois, para homenagear o seu primeiro ministro favorito.


Fontes: 
Enciclopédia Britânica;

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quarta-feira, 7 de março de 2018

Biografia - Biografia de Adolf Hitler

Adolf Hitler (1889-1945) foi um político alemão. Líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista ou Nazi. Aos 33 anos torna-se chefe do partido que já tinha três mil filiados. Hitler elabora o programa do partido inspirado no fascismo de Mussolini, na Itália e no bolchevismo. Nomeado Chanceler começa a aplicar o programa nazista. Numa sucessão de golpes, atos ilegais e assassinatos instala sua ditadura. Com a morte do presidente alemão acumula a função de chanceler e presidente. Tinha início o Terceiro Reich.

Adolf Hitler (1889-1945) nasceu em Braunau, na Áustria, no dia 20 de Abril de 1889. Filho de Alois Hitler empregado de alfândega e Klara Hitler. Ficou órfão de pai e de mãe. Por duas vezes tentou, sem sucesso, entrar na Academia de Belas Artes de Viena.

Em 1913 muda-se para Munique e em agosto de 1914 alista-se no Regimento de Infantaria, o Regimento List. Luta na Primeira Guerra Mundial. Ferido em 1916 na Batalha de Somme, é enviado para a Alemanha. Em 1918 ferido novamente na Batalha decisiva em Wernick, é enviado ao Hospital de Pasewalk em Pomerânia.

Em 1919 filia-se ao Partido Trabalhista Alemão, em 1920 muda o nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. O símbolo era a bandeira vermelha com a suástica. Incorpora ao partido uma organização paramilitar a SA, encarregada de perturbar as reuniões dos adversários.

Hitler reorganiza o programa do partido inspirado no fascismo e no bolchevismo. A ideologia do nazismo era: o racismo, os alemães pertenciam a uma raça superior e os judeus eram considerados os principais inimigos. O totalitarismo se resumia em um povo (Volk), um império (Reich), e um líder (Führer).

Em 1923 Hitler é preso, depois de fracassar na tentativa de golpe em Munique. Condenado a cinco anos só cumpriu oito meses. Na prisão escreve a primeira parte do livro Minha Luta.

Em 1926 Hitler passa a fazer comícios e desfiles da SA e SS. Com a crise de 1929 o extremismo toma conta da Alemanha. Em 1930 Hitler torna-se cidadão alemão e já reúne 1,5 milhões de adeptos ao partido. Nas eleições legislativas de 1932 os nazistas elegem 230 deputados mas Hitler perde a eleição para presidente. O marechal Hindenburg foi reeleito.

Hitler é nomeado chanceler pelo presidente alemão, em janeiro de 1933, em meio a uma séria crise política. Em apenas 23 meses numa sucessão de golpes, bane partidos políticos, prende opositores, torna o serviço militar obrigatório e dá início a expansão de seu território. Dissolve o parlamento e encarrega o marechal Hermann a preparar novas eleições gerais. Os nazistas ficam em maioria absoluta. Hitler obtém o voto de plenos poderes e começa a aplicar o programa nazista. Os opositores e judeus são levados aos campos de concentração.

Em 1934 morre o presidente Hindenburg e Hitler acumula as funções de chanceler e presidente. A bandeira do partido nazista passa a ser a da Alemanha. O parlamento todo nazista reunia-se conforme a vontade de Hitler. O partido controlava toda população.

Hitler tinha como prioridade a indústria bélica. Em 1939 ocupa Praga e em 1 de setembro ocupa a Polônia. O mundo marchava para a Segunda Guerra Mundial. Em 1942 Hitler governava a Europa, de Berlim ele controlava o império, que além da Alemanha incluía mais dezoito países, várias ilhas do mediterrâneo, quase toda costa setentrional da África e grande parte da União Soviética. A Itália é sua aliada. A Espanha de Franco e Portugal de Salazar são simpatizantes. Na Europa só restam neutras a Suécia, a Suíça e a Turquia. A Europa está nas mãos de Adolfo Hitler.

Lentamente a expansão foi regredindo, Hitler foi perdendo seu poderio em todos os países ocupados pelos nazi fascistas, organizava-se a Resistência. Foi decisiva a derrota dos alemães na União Soviética, na batalha de Stalingrado, em 1943.

A Alemanha estava envolvida por todos os lados. Hitler se refugiou no abrigo antiaéreo em Berlim. No dia 30 de abril de 1945, Hitler, sua mulher Eva Braun e o Chanceler Golbbels suicidaram-se.

Biografia retirada daqui

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segunda-feira, 5 de março de 2018

Biografia - Thomas Jefferson


Político americano, 3.º presidente dos Estados Unidos da América, redigiu a Declaração de Independência.
Nasceu em Shadwell, Virgínia, em 13 de Abril de 1743; 
morreu em Monticello, Virgínia, Estados Unidos da América, em 4 de Julho de 1826.

Filho de Peter Jefferson, topógrafo e cartógrafo auto-didacta, que cedo se estabeleceu no que viria a tornar-se a região de Albemarle, na colónia britânica da Virgínia, e de Jane Randolph que descendia de boas famílias de Inglaterra e da Escócia, o que assegurou uma posição social importante na colónia aos Jefferson, pai e filho. Peter Jefferson constituiu um património assinalável, que incluía vastos terrenos agrícolas e escravos para os trabalhar, tendo-o transmitido na sua quase totalidade ao filho Thomas.

Jefferson começou a sua educação numa escola paroquial, tendo sido enviado aos 17 anos para o Colégio «William and Mary» em Williamsburg, capital da colónia. Neste colégio conheceu um professor escocês, o único verdadeiramente iluminado no meio dos clérigos anglicanos, que o interessou pelo estudo das ciências. Mas Jefferson seguiu um caminho mais seguro e estudou direito, começando a praticar com um importante advogado da capital da colónia. A sua situação social levou-o ao convívio com o governador britânico. O convívio com estes três cultos patronos nunca foi esquecido por Jefferson. O direito levou-o ao estudo dos direitos e liberdades inglesas, e à descoberta das suas origens, no direito anglo saxónico, como qualquer bom membro do partido Whig faria. Tendo feito o seu exame em 1767, Jefferson tornou-se um advogado conhecido iniciando-se na política, actividade que lhe deu a preparação necessária para a governação.

A vida política começou, de facto, em 1769 quando os pequenos proprietários de Albermarle o elegeram para a Câmara dos Burgueses. Nessa época, começou a construir Monticello, tendo de ser o seu próprio arquitecto, já que os não havia na colónia. Estudou arquitectura, e com base nos ensinamentos do célebre arquitecto italiano do renascimento Palladio, que tinha seguido os padrões romanos, construiu a sua casa, que mais não é que uma vila paladiana modificada.

Em princípios de 1772 casou com Martha Wayles Skelton, uma jovem viúva de 22 anos, bonita e abastada. O casamento durou 10 anos, até à morte da mulher, tendo havido 6 filhos do matrimónio. Só duas filhas ultrapassaram a infância, e só a mais velha, Marta, sobreviveu ao pai. Thomas Jefferson não voltou a casar. 

Na Assembleia colonial, Jefferson associou-se aos opositores ao regime colonial britânico, que desde o fim da Guerra dos Sete Anos, e devido à crise financeira da monarquia tentava controlar cada vez mais as colónias da América do Norte. Devido a estas ligações políticas, foi eleito em 1774 para a primeira convenção revolucionária da Virgínia, que acabou por eleger delegados para o primeiro Congresso Continental. Impedido por doença de estar presente nas reuniões, escreveu um vasto trabalho, que não sendo aceite pela convenção, foi publicado com o título de Uma Visão Sumária dos Direitos da América Britânica [ A Summary View of the Rights of British America ]. Os argumentos que Jefferson publicitou nesta obra baseavam-se na tradicional visão Whig da constituição britânica, e ainda não o tinham levado a declarar o direito natural dos americanos de se governarem a eles próprios, mas já afirmavam que as colónias eram independentes desde a sua origem. De facto, Jefferson neste época já rejeitava a subordinação ao Parlamento britânico, mas pensava que a América poderia continuar a integrar o império britânico, por meio da subordinação a um rei comum. O problema é que esta solução era inaceitável para a monarquia britânica, como para os colonos americanos era inaceitável  regressar ao passado, ao estatuto de  sujeição total das colónias ao governo da metrópole.

Em Março de 1775, é eleito para o 2.º Congresso Continental, em substituição do tio, Payton Randolph, antigo presidente da assembleia, eleito presidente da Assembleia da Virgínia. Quando chega a Filadélfia, em Junho os combates entre colonos e tropas britânicas generalizaram-se, e George Washington já tinha sido nomeado comandante das forças militares conjuntas das colónias. Escreve, com John Dickinson, Declaração sobre as Causas e  Necessidade de Tomar Armas [ A Declaration of the Causes & Necessity for Taking Up Arms ]. Em 11 de Junho de 1776, é eleito para a comissão de cinco pessoas encarregues pelo Congresso Continental de preparar uma declaração de independência, que inclui duas personagens com mais peso político que ele - Benjamin Franklin e John Adams. Mas é Jefferson que, tendo já segundo Adams uma reputação de «homem de literatura e ciência, com talento para a composição» e «peculiar facilidade de expressão», será o redactor da Declaração. Após a apresentação de um primeiro esboço, que só será alvo de pequenos cortes, apresentará um novo que foi aprovado pela comissão e entregue ao Congresso. A assembleia debaterá o texto durante 3 dias, fazendo algumas modificações, sobretudo na listagem dos agravos contra o governo do rei Jorge III da Grã-Bretanha. 

Os fundamentos do pensamento de Jefferson estavam bem definidos em 1776. O mais importante era o racionalismo científico do Iluminismo europeu. Bacon, Newton e Locke eram a sua trindade de heróis. Tinha evoluído do racionalismo inglês e escocês para o da Europa continental, abraçando Montesquieu, Voltaire, Diderot, Holbach e Beccaria, entre outros, o que o aparentava a um philosophe quando esteve em Paris. Para Jefferson, a missão da filosofia já não era reflectir sobre o mundo, mas transformá-lo. O Iluminismo fazia com que Jefferson defendesse o progresso ilimitado do espírito humano e a moralidade intrínseca a todos os homens, professando um deísmo, que não era mais do que uma religião natural herética. Os autores da antiguidade pagã eram importantes para ele, enquanto observadores críticos da tirania. Na teoria política foi influenciado pela história da constituição inglesa, cuja fundação atribuía, como bom leitor de Montesquieu e da Germânia de Tácito, aos anglo-saxões.

Jefferson regressou à Virgínia em Setembro de 1776 com planos concretos de reformar o antigo estado das coisas. Como tinha sido proposto pelo Congresso Continental, tinha sido adoptada uma Constituição, mas que era bem menos democrática do que a que ele tinha redigido ainda em Filadélfia e que tinha enviado para a capital da colónia.

Bibliografia:Merrill D. Peterson (ed.),The Portable Thomas Jefferson,Nova Iorque, The Viking Press, 1975Biografia retirada daqui 

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sábado, 3 de março de 2018

Biografia - Aderbal de Araújo Jurema

Político, advogado e professor, foi senador por Pernambuco entre 1979/1986. Deputado federal em cinco legislaturas: 1958/62, 1962/66, 1966/70, 1970/74 e 1974/78. Nasceu em João Pessoa, Paraíba, a 17/08/1912. Morreu em São Paulo, a 20/05/1986.

Noticia retirada daqui