quinta-feira, 15 de março de 2018
quarta-feira, 14 de março de 2018
Notícia - Mariano Gago sublinha que nunca houve tantos jovens a estudar ciências em Portugal

O ministro falava no final da Gala da Ciência promovida pelo jornal online Ciência Hoje, no Casino da Figueira da Foz.
No entanto, o ministro considerou que a actividade científica em Portugal "ainda tem muito que crescer".
"Mas é muitíssimo superior àquela que alguma vez foi na História portuguesa", declarou.
O facto de existir em Portugal uma investigação científica "consistente em muitas áreas", concretamente nas empresas, aliado aos numerosos cientistas é, segundo Mariano Gago, um sinal de "esperança".
No discurso que proferiu durante a Gala da Ciência, em que foram atribuídos os prémios "Seeds of Science" a investigadores de dez áreas científicas, o ministro sublinhou que a ciência não existe sem reconhecimento.
"Claro que o reconhecimento que conta para a ciência é o reconhecimento de quem trabalha em ciência. Não há ciência sem que outros cientistas reconheçam que aquela é uma ciência que vale a pena, que é boa", frisou.
Entre os galardões atribuídos, o prémio "Carreira" distinguiu Álvaro Maceira-Coelho, investigador já reformado, cujo trabalho se desenvolveu na área da biologia celular e molecular do envelhecimento e do cancro. "De todas as recompensas, as que nos tocam mais são as que vêm do país onde nascemos", disse Maceira-Coelho, que vive em França, onde desenvolveu grande parte da sua actividade científica.
Além de Álvaro Maceira-Coelho, foram distinguidos com o "Seeds of Science" Alexandre Quintanilha, Mário Barbosa e Sobrinho Simões, na rubrica "Consagração", Cecília Arraiano ("Ciências da Vida") e Gustavo Castelo-Branco ("Ciências Exactas").
Elvira Fortunato ("Engenharias e Tecnologias"), Irene Pimentel ("Ciências Sociais"), Instituto Gulbenkian de Ciência ("Comunicação"), Ricardo Serrão Santos ("Ciências do Mar, da Terra e Atmosfera"), Pedro Russo ("Especial 2009") e André Afonso ("Júnior") foram os restantes galardoados.
A segunda edição dos prémios "Seeds of Science", atribuídos anualmente pelo jornal online de informação científica Ciência Hoje, contou com a colaboração da Agência Ciência Viva, Fundação Calouste Gulbenkian e Associação de Laserterapia e Tecnologias Afins.
Lusa
terça-feira, 13 de março de 2018
Biografia - Ademar de Barros
Político populista, Ademar de Barros exerceu grande influência no estado de São Paulo em meados do século XX. Ademar Pereira de Barros nasceu em Piracicaba SP, em 22 de abril de 1901. Formado em medicina pela Universidade do Brasil em 1923, fez pós-graduação durante quatro anos na Universidade Popular de Berlim. De volta ao Brasil, trabalhou no Instituto Osvaldo Cruz, até 1932, quando se engajou nas fileiras da revolução constitucionalista. Com a derrota do movimento, asilou-se no Paraguai e na Argentina. Em 1934, elegeu-se deputado pelo Partido Republicano Paulista. Mais tarde fundou o Partido Republicano Progressista, que se transformaria no Partido Social Progressista (PSP). Interventor em São Paulo durante o Estado Novo, em 1947 elegeu-se governador, com o apoio dos comunistas. Candidatou-se em 1955 à presidência da república pelo PSP, mas foi derrotado. Elegeu-se em 1957 prefeito da capital paulista; no ano seguinte candidatou-se ao governo do estado e em 1960 novamente à presidência, sendo derrotado nas duas ocasiões. Foi eleito governador de São Paulo pela segunda vez em 1962, depois de haver apoiado no ano anterior o movimento em favor da investidura de João Goulart na presidência, após a renúncia de Jânio Quadros. Participou, entretanto, da conspiração que resultou no movimento militar de 31 de março de 1964, o que não impediu que fosse afastado do cargo pelo presidente Castelo Branco e tivesse os direitos políticos cassados por dez anos, sob a acusação de corrupção. Ademar de Barros morreu em 17 de março de 1969 em Paris, onde passara a residir.
Informação retirada daqui
domingo, 11 de março de 2018
Biografia - Jacques-Louis David
Deputado à Convenção durante a Revolução francesa, regicida por ter votado a morte do rei de França Luís XVI, pintor histórico, principal expoente da reacção neo-clássica contra o estilo rococo, foi um dos raros grandes artistas franceses da época.
Nasceu em Paris, em 30 de Agosto de 1748;
morreu em Bruxelas em 29 de Dezembro de 1825.
David nasceu no ano em que novas escavações das ruínas de Pompeia e de Herculaneum começavam a encorajar um regresso ao estilo da Antiguidade greco-romana. O pai era um abastado comerciante têxtil, que morreu num duelo em 1757, fazendo com que o jovem David fosse educado por dois tios maternos. Depois de ter realizado os estudos literários e um curso de desenho foi colocado no estúdio do pintor histórico Joseph-Marie Vien, o mais célebre pintor de história e professor do seu tempo, e que pintava de acordo com o novo gosto pelas coisas greco-romanas, sem abandonar completamente o erotismo e o sentimentalismo em moda no princípio do século XVIII.
Aos 18 anos David entrou para a Academia Real de Pintura e Escultura, de França, mas os primeiros tempos de estudo não correram bem, o que o levou a tentar o suicídio à maneira estóica, pela fome. Finalmente, em 1774 ganhou o Prémio de Roma, uma bolsa que não só lhe possibilitava uma estadia em Itália, mas também lhe assegurava futuras encomendas de trabalhos. O quadro premiado «Antíoco e Estratonice» mostra que ainda estava influenciado pela pintura rococo de François Boucher. Foi para Itália no ano seguinte, acompanhado por Vien, tendo sido influenciado pelas principais escolas italianas, a de Caravaggio, a de Nicolas Poussin e a seiscentista de Bolonha. Mas o mais importante foi a sua visita às ruínas de Herculaneum, às colecções de antiguidades de Pompeia existentes em Nápoles, e aos templos dóricos de Paestum. Frente às colunas e aos vasos antigos sentiu-se «como se tivesse sido operado a uma catarata nos olhos».
De regresso a Paris, em 1780, realizou «Belisário pedindo esmola» em que se notam influências de Poussin numa cena da antiguidade. Em 1782 casou com Marguerite Pécoul, filha do empreiteiro e superintendente das obras no Palácio do Louvre. A partir deste momento a situação de David melhorou rapidamente. Em 1784 foi eleito para a Academia Real com o seu «Andrómaca chorando Heitor». Regressou no mesmo ano a Roma, desta vez acompanhado pela mulher e assistentes, para pintar um quadro, que parece ter sido inspirado na peça de Corneille, Horace. O resultado, que acabou por não ser influenciado por nenhuma das peripécias da peça, foi o «Juramento dos Horácios», que é uma afirmação de simplicidade e austeridade estóica anti-rococo. Apresentado pela primeira vez no estúdio de David em Roma, participou no Salão de Paris de 1785, tendo aí provocado sensação, sendo considerado um manifesto em defesa de uma renovação artística. No fundo, acabou por se tornar um manifesto político contra a corrupção da aristocracia afeminada de final do século, e pelo regresso aos rudes princípios morais atribuídos à Roma republicana.
David tornou-se um herói. A sua fama aumentou ainda mais quando em 1787 pintou «A Morte de Sócrates» e no ano seguinte os «Amores de Paris e Helena», e em 1789 «Os Lictores devolvendo a Brutus os corpos dos seus filhos». Quando o «Brutus» foi apresentado a Revolução Francesa já estava em desenvolvimento, e este quadro do cônsul patriota que condenou à morte os seus próprios filhos por traição, teve nesse momento uma importância política inesperada. Para além de que a popularidade de David, e o desenvolvimento do neo-classicismo, fez com que estes quadros fossem fonte de inspiração da moda, tanto no vestuário como na decoração de interiores, na França revolucionária, já que eram considerados reconstituições fidedignas da vida de todos os dias da Roma antiga. Os homens começaram a usar o cabelo curto, «à Brutus», e as mulheres começaram a vestir-se como as filhas, sendo que mais tarde, as mais modernas e ousadas passaram a usar vestidos como as Sabinas, que mostravam os seios.
No começo da Revolução David ligou-se ao grupo extremista dos Jacobinos de Robespierre. Foi eleito para a Convenção Nacional em 1792, a tempo de votar a execução de Luís XVI. Em 1793 durante o governo do Terror jacobino e enquanto membro da Comissão parlamentar de Arte, David tornou-se o ditador artístico francês, o «Robespierre do pincel». A Academia foi substituída por uma Comuna das Artes e mais tarde por uma Sociedade Popular e Republicana das Artes. Nesta época, David estava ocupado fundamentalmente com propaganda revolucionária - medalhas comemorativas, levantamento de obeliscos, festivais, funerais para os mártires do novo regime. A maior parte dos seus projectos de pintura não são terminados, como o «Joseph Bara», tributo a um tambor morto por monárquicos, ou o «Juramento da Sala do Jogo da Pela» comemorando o momento em que o Terceiro Estado jurou não se separar sem ter aprovado uma Constituição escrita. A «Morte de Lepeletier de Saint-Fargeau» pintado em honra de um deputado assassinado, considerado por David como um dos seus melhores quadros, foi destruído, o que implica que esta fase da sua obra seja representada pelo «Marat Morto», pintado em 1793 pouco depois da morte do dirigente revolucionário. Esta «pietá da Revolução», como foi chamada, é considerado como a grande obra de David, mostrando como o neoclassicismo se podia tornar Realismo.
Em 1794, com a destituição e morte de Robespierre, David foi preso. Duas vezes, mas por pouco tempo - 6 meses em dois anos -, e em lugares bastante agradáveis, como seja o Palácio de Luxemburgo, tendo autorização para pintar. A mulher, que se tinha divorciado dele dois anos antes por ele ter votado a morte do rei, voltou para lhe dar apoio, o que levou a novo casamento, desta vez permanente. Pintou dois quadros nesse tempo, um deles o seu auto-retrato. Mesmo na prisão manteve três estúdios no Louvre, e quando foi libertado, devido à amnistia aprovada em 1795, abandonou a actividade política e dedicou-se com a mesma intensidade ao ensino. Nos trinta anos que medeiam entre 1785 e 1815, David foi responsável pela formação e doutrinação de uma geração de pintores que incluíram Gros, Gérard e Ingres, a quem afirmava que o contorno era a base da arte, o que levou a que o desenho teve um influência muito grande na pintura do resto do século XIX.
É nesta época que pinta o seu maior famoso retrato, o de «Madame Récamier», a mulher mais bonita do seu tempo, por quem Chateaubriand, o famoso escritor e político francês da Restauração, se apaixonou.
Mas David não era homem para se dedicar exclusivamente ao ensino e ao retrato de pessoas famosas, e em 1799 apresentou «As Sabinas». O quadro não representa o «Rapto das Sabinas», mas sim a «Intervenção das Sabinas» num conflito entre Romanos, seus maridos e filhos, e Sabinos, seus parentes. O quadro representa Hersilia, a sabina, tentando reconciliar Romulus, o fundador de Roma que dirigiu o rapto, de Tacius, o chefe dos Sabino, que as vinha tentar libertar. Segundo o autor a intenção era afastar-se da dura maneira romana para a mais graciosa maneira grega, e fê-lo com o aplauso do público que gostou da elegância das figuras. Mas a cena de reconciliação também foi vista, com aprovação geral, como uma proposta de pacificação da sociedade francesa ao fim de sete anos de luta política revolucionária. Também teve o benefício de mudar a alcunha de David, que deixou de ser o «Robespierre do pincel» para se tornar o «Rafael dos jacobinos», devido à nudez das figuras do quadro.
Napoleão Bonaparte, que tomou o poder em França em finais de 1799, percebeu que podia utilizar o talento de David em seu benefício próprio. Napoleão utilizou-o tanto no Consulado, como no Império, sendo dele a «Coroação» de Napoleão, pintado de 1805 a 1807, a «Distribuição das Águias» de 1810 e o «Napoleão no seu escritório» de 1812, um quadro com intuitos oficiais que o mostra claramente em declínio.
Com a queda de Napoleão Bonaparte, e a Restauração das Dinastia dos Bourbons, David foi exilado para Bruxelas, não tendo pintado praticamente mais nada.
Informação retirada daqui
sábado, 10 de março de 2018
sexta-feira, 9 de março de 2018
Biografia - Benjamin Disraeli
Primeiro ministro britânico, em 1868 e de 1874 a 1880, foi o principal responsável pela política de defesa das classes trabalhadoras realizada pelo Partido Conservador britânico e pelo desenvolvimento da democracia na Grã-Bretanha.
Nasceu em Londres, em 21 de Dezembro de 1804;
morreu na mesma cidade em 19 de Abril de 1881.
Filho mais velho de Isaac D'Israeli e Maria Basevi, o acontecimento mais importante da sua infância deveu-se à disputa do Pai com a sinagoga londrina de Bevis Market. A disputa fez com que o Pai rompesse com o Judaísmo e baptizasse, em 31 de Julho de 1817, os filhos, tornando-os membros da igreja anglicana, no próprio ano em que Disraeli poderia ter realizado o seu Bar Mitzah. Sem esta mudança de religião, a carreira política de Disraeli nunca teria tido o desenvolvimento que teve, já que os membros da religião judaica só puderam ser eleitos para o Parlamento britânico a partir de 1858.
Disraeli, educado em pequenas escolas privadas, começou a trabalhar numa firma de advogados aos 17 anos. Em 1824 decidiu especular em acções de minas na América do Sul, tendo perdido, no ano seguinte, todo o dinheiro investido. As dívidas contraídas tinham sido tão grandes que a sua vida financeira só se regularizou muito mais tarde. Tendo lançado anteriormente o jornal diário Representative, que foi um completo fracasso, e não tendo podido cumprir com a parte do capital a que se tinha comprometido, entrou em disputa com os seus sócios, que gozou no seu primeiro romance Vivian Grey, que tinha publicado anonimamente. Descoberta a autoria do livro, Disraeli foi severamente criticado, tendo sofrido aquilo a que hoje se chamaria um esgotamento nervoso.
Escreveu um novo livro, The Young Duke, publicado em 1831, e foi de viagem para o Mediterrâneo e Médio Oriente. As viagens foram importantes para as descrições orientais incluídas nos seus futuros romances, mas também lhe permitiram ter um conhecimento em primeira mão do Oriente quando, como político, foi confrontado nos anos 70 com o Problema Oriental. Regressado a Inglaterra, começou a frequentar a vida social e literária londrina tendo-se tornado uma personagem muito conhecida, devido à sua figura de dandy, maneiras afectadas e extraordinária auto-estima, mesmo que nem sempre fosse verdadeiramente popular. Tendo entrado no círculo de festas londrino conheceu as celebridades do tempo. Nessa época escreveu Contarini Fleming, publicado em 1832, um dos seus livros mais autobiográficos.
Foi após a viagem ao Oriente que decidiu entrar na política. Tentou ser eleito deputado pelo condado de Buckingham, perto da localidade onde a sua família vivia, tendo-se apresentado três vezes às eleições como radical independente. Perdeu-as todas. Decidiu-se, por isso, a integrar um dos dois partidos existentes naquele tempo. Tendo uma interpretação muito própria das posições do partido Tory, achou que as suas posições radicais se integravam melhor no futuro partido conservador, do que com os liberais do partido Whig. A decisão foi acertada, e em 1835 foi escolhido como candidato oficial pela associação conservadora de Tauton. Perdeu as eleições, de novo. Mas a verdade é que a sua vida privada não o ajudava muito, mantendo uma ligação pública com uma mulher casada, tendo enormes dívidas e um comportamento pessoal bastante extravagante. Mas o Partido Conservador não perdeu a confiança nele, e em 1837 foi eleito, finalmente, deputado por Maidstone, no Kent. O seu primeiro discurso na Câmara dos Comuns, sobre as eleições na Irlanda, foi um desastre. As suas elaboradas metáforas, os seus maneirismos afectados e a sua extravagante maneira de vestir levaram a que fosse impedido de continuar o discurso. Acabou-o afirmando profeticamente: «Sento-me, mas o tempo virá em que me ouvirão».
Em 1839 casou-se com a Sra. Wyndham Lewis, uma viúva rica doze anos mais velha do que ele, o que fez com que conseguisse resolver os seus mais prementes problemas financeiros. Segundo a própria afirmava, com o acordo do marido: «Dizzy casou comigo por dinheiro, mas se voltasse atrás casava comigo por amor.» O casamento não só melhorou o estatuto social de Disraeli, como lhe moderou os ímpetos extravagantes. Não demorou a que o Parlamento começasse a ouvi-lo com atenção.
Em 1841 os Conservadores ganharam as eleições, mas Disraeli não foi convidado para o Gabinete, possivelmente por ter sido acusado de suborno de eleitores, o que provocou a sua separação do grupo de sir Robert Peel, o novo primeiro-ministro. Ligou-se ao grupo parlamentar Jovem Inglaterra, criado pelo futuro lorde Stangford, que defendia uma visão romântica, aristocrática e nostálgica para a Inglaterra em fase de rápida industrialização, e que foi descrita na sua obra Coningsby or The New Generation (de 1844). Em 1845, devido à Fome na Irlanda e à defesa do livre-cambismo, o governo conservador revogou as altas taxas alfandegárias impostas aos cereais importados, conhecidas pelas Corn Laws. A Jovem Inglaterra lutou afincadamente contra essa medida, tendo obtido o apoio, não só dos aristocratas proprietários de terras, como também dos pequenos e médios proprietários em geral, que eram o esteio do partido conservador. Disraeli tinha encontrado o seu ponto de ruptura com Peel.
Os discursos de Disraeli na câmara, sobretudo o de Fevereiro de 1845 em que atacou Peel por ignorar a vontade do Partido Conservador, e os de Maio de 1846 que foram bastante violentos, azedaram bastante a discussão sobre a revogação das Leis, o que levou a um corte profundo com o grupo de Peel. Disraeli não conseguiu o restabelecimento das pautas proteccionistas, mas conseguiu que o governo de Peel perde-se votações cruciais, que o obrigaram à demissão em 1846. Devido à morte de Lorde Bentinck, chefe dos conservadores proteccionistas e ao afastamento dos antigos ministros de Peel, Disraeli tornou-se de facto o líder da oposição ao novo governo do Partido Liberal (Whig).
A sua direcção do partido foi muito controversa, devido a ter modificado a sua posição em relação ao proteccionismo, tornando-se um defensor do livre-cambismo, e à permanente afirmação da sua ascendência judaica, de que se orgulhava publicamente. Mas os seus talentos não podiam ser ignorados pelo partido.
Em 1847 foi, finalmente, eleito deputado pelo condado de Buckingham, e no ano seguinte comprou Hughenden Manor, o que fortificou a sua posição social e política. Em Dezembro desse ano apoiou a proposta para acabar com as restrições eleitorais dos judeus. Quando o governo Whig caiu, em 1852, Disraeli foi nomeado Chanceler do Tesouro (ministro das finanças) no governo conservador de Lorde Derby, conhecido pelo nome de «Who? Who?» (Quem? Quem?). O orçamento apresentado na câmara dos comuns, com um discurso de durou cinco horas, e que propunha algumas medidas proteccionistas, foi derrotado levando à queda do governo. Disraeli fundou então o seu jornal semanal The Press, que durou até 1858. Na oposição de novo, o partido conservador voltou ao poder, dirigido novamente por Lorde Derby, em 1858, mas novamente por pouco tempo. Disraeli apresentou uma lei de reforma parlamentar que, tendo sido derrotada, levou o governo a pedir a demissão. Derby e Disraeli formaram novamente governo (o terceiro) em 1865, devido à revolta do partido liberal contra a proposta de reforma eleitoral do primeiro ministro Lorde Russell.
O governo conservador apresentou, no ano seguinte, por iniciativa da rainha Vitória e de Lorde Derby, uma proposta de reforma eleitoral que foi defendida por Disraeli na Câmara dos Comuns. O resultado foi a duplicação do número de eleitores na Grã-Bretanha. Derby considerava-a um «salto no escuro», mas Disraeli considerou-a a «realização do sonho da minha vida e o restabelecimento do partido Tory como um instituição nacional.»
Em 1868 Derby retirou-se da vida política e Disraeli tomou o seu lugar na direcção do governo. Tinha finalmente chegado ao topo, mas era o «topo de um poste ceboso», já que o governo que dirigia só se mantinha em funções até à realização do novo recenseamento eleitoral. As eleições de finais de 1868 deram a vitória aos liberais.
Nos doze anos seguintes, a vida política britânica polarizou-se em torno dos dois partidos tradicionais, mas que se passaram a definir mais em torno de programas políticos coerentes do que de personalidades. Disraeli criou o «Central Office» em 1870, uma organização profissional, que juntamente com a «National Union» que unificou as associações políticas locais, deu uma nova coerência ao partido, tornando-o de facto o Partido Conservador. Definiu o ideario conservador muito claramente, diferenciando-o do Partido Liberal. Defendeu a Monarquia, a Câmara dos Lordes, e a Igreja Anglicana; definiu políticas de consolidação do império britânico, e de reforma social, e enunciou uma política externa forte, especialmente no que se referia à expansão do império russo.
Em 1872 a mulher de Disraeli morreu de cancro, tendo provocado problemas financeiros ao marido, já que a casa e a fortuna passaram para alguns primos.
Em 1873, o primeiro ministro liberal, Gladstone, o grande rival político de Disraeli, demitiu-se, mas foi obrigado a manter-se em funções até às eleições devido à recusa do dirigente conservador assumir o poder. A estratégia surtiu efeito e o Partido Conservador ganhou as eleições em 1874.
O segundo governo de Disraeli era forte internamente, e tinha o apoio da rainha Vitória. Por isso mesmo, a legislação social do governo, muito controversa, foi quase toda aprovada, tornando o governo conhecido como o «Ministério dos Esgotos». Disraeli apresentou leis sobre saúde publica e habitação social, assim como o trabalho fabril e a organização sindical.
Mas foram as suas acções na política imperial e externa que o tornaram mais popular. Primeiro com a compra a Ismail Pasha, khedive do Egipto, das acções deste da Companhia do Canal do Suez, o que deu o controlo do Canal do Suez à Grã-Bretanha. Depois, em 1877, a outorga do título de Imperatriz da Índia à rainha Vitória, lutando contra uma oposição muito generalizada em todos os sectores da vida britânica, razão pela qual foi feito conde de Beaconsfield, o que o fez passar de líder da Câmara dos Comuns para o da Câmara dos Lordes, um cargo muito menos exigente do ponto de vista físico, e que foi uma das principais razões da sua aceitação do título aos 72 anos de idade.
O conflito entre a Rússia e a Turquia, que a Guerra da Crimeia não tinha resolvido definitivamente, ocupou-o até 1878. A Rússia tinha declarado guerra ao Império Otomano em 1877 e os seus exércitos tinham quase chegado a Constantinopla. A Grã-Bretanha receou pelas comunicações com a Índia, mas Disraeli percebeu que uma mera prova de força seria suficiente para fazer parar as forças russas. O tratado de paz de San Stefano, imposto pela Rússia à Turquia, e que criou a Bulgária independente, foi submetido a um Congresso Europeu, que se reuniu em Berlim em 1878, onde Disraeli conseguiu da Rússia as concessões que desejava, regressando a Londres em triunfo, afirmando que tinha trazido uma «paz com honra».
A rainha ofereceu-lhe um título de duque, que Disraeli recusou, e a Ordem da Jarreteira, que aceitou. A partir dessa época a sua popularidade começou a decair, devido ao desastre sofrido no Afeganistão, ao massacre de um regimento britânico na África do Sul, no começo das guerras com as tribos Zulus, à crise agrícola e à diminuição da produção industrial. Em 1880 o Partido Conservador perdeu as eleições, mas Disraeli manteve a liderança do Partido, tendo acabado o seu romance político Endymion.
Disraeli envelheceu muito no decorrer do seu governo, e tendo adoecido morreu em Abril de 1881. A rainha Vitória, impedida pelo protocolo de participar no funeral, foi visitar o jazigo da família de Disraeli em Hughenden, pouco tempo depois, para homenagear o seu primeiro ministro favorito.
Fontes:
Enciclopédia Britânica;
quinta-feira, 8 de março de 2018
quarta-feira, 7 de março de 2018
Biografia - Biografia de Adolf Hitler
Adolf Hitler (1889-1945) foi um político alemão. Líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista ou Nazi. Aos 33 anos torna-se chefe do partido que já tinha três mil filiados. Hitler elabora o programa do partido inspirado no fascismo de Mussolini, na Itália e no bolchevismo. Nomeado Chanceler começa a aplicar o programa nazista. Numa sucessão de golpes, atos ilegais e assassinatos instala sua ditadura. Com a morte do presidente alemão acumula a função de chanceler e presidente. Tinha início o Terceiro Reich.
Adolf Hitler (1889-1945) nasceu em Braunau, na Áustria, no dia 20 de Abril de 1889. Filho de Alois Hitler empregado de alfândega e Klara Hitler. Ficou órfão de pai e de mãe. Por duas vezes tentou, sem sucesso, entrar na Academia de Belas Artes de Viena.
Em 1913 muda-se para Munique e em agosto de 1914 alista-se no Regimento de Infantaria, o Regimento List. Luta na Primeira Guerra Mundial. Ferido em 1916 na Batalha de Somme, é enviado para a Alemanha. Em 1918 ferido novamente na Batalha decisiva em Wernick, é enviado ao Hospital de Pasewalk em Pomerânia.
Em 1919 filia-se ao Partido Trabalhista Alemão, em 1920 muda o nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. O símbolo era a bandeira vermelha com a suástica. Incorpora ao partido uma organização paramilitar a SA, encarregada de perturbar as reuniões dos adversários.
Hitler reorganiza o programa do partido inspirado no fascismo e no bolchevismo. A ideologia do nazismo era: o racismo, os alemães pertenciam a uma raça superior e os judeus eram considerados os principais inimigos. O totalitarismo se resumia em um povo (Volk), um império (Reich), e um líder (Führer).
Em 1923 Hitler é preso, depois de fracassar na tentativa de golpe em Munique. Condenado a cinco anos só cumpriu oito meses. Na prisão escreve a primeira parte do livro Minha Luta.
Em 1926 Hitler passa a fazer comícios e desfiles da SA e SS. Com a crise de 1929 o extremismo toma conta da Alemanha. Em 1930 Hitler torna-se cidadão alemão e já reúne 1,5 milhões de adeptos ao partido. Nas eleições legislativas de 1932 os nazistas elegem 230 deputados mas Hitler perde a eleição para presidente. O marechal Hindenburg foi reeleito.
Hitler é nomeado chanceler pelo presidente alemão, em janeiro de 1933, em meio a uma séria crise política. Em apenas 23 meses numa sucessão de golpes, bane partidos políticos, prende opositores, torna o serviço militar obrigatório e dá início a expansão de seu território. Dissolve o parlamento e encarrega o marechal Hermann a preparar novas eleições gerais. Os nazistas ficam em maioria absoluta. Hitler obtém o voto de plenos poderes e começa a aplicar o programa nazista. Os opositores e judeus são levados aos campos de concentração.
Em 1934 morre o presidente Hindenburg e Hitler acumula as funções de chanceler e presidente. A bandeira do partido nazista passa a ser a da Alemanha. O parlamento todo nazista reunia-se conforme a vontade de Hitler. O partido controlava toda população.
Hitler tinha como prioridade a indústria bélica. Em 1939 ocupa Praga e em 1 de setembro ocupa a Polônia. O mundo marchava para a Segunda Guerra Mundial. Em 1942 Hitler governava a Europa, de Berlim ele controlava o império, que além da Alemanha incluía mais dezoito países, várias ilhas do mediterrâneo, quase toda costa setentrional da África e grande parte da União Soviética. A Itália é sua aliada. A Espanha de Franco e Portugal de Salazar são simpatizantes. Na Europa só restam neutras a Suécia, a Suíça e a Turquia. A Europa está nas mãos de Adolfo Hitler.
Lentamente a expansão foi regredindo, Hitler foi perdendo seu poderio em todos os países ocupados pelos nazi fascistas, organizava-se a Resistência. Foi decisiva a derrota dos alemães na União Soviética, na batalha de Stalingrado, em 1943.
A Alemanha estava envolvida por todos os lados. Hitler se refugiou no abrigo antiaéreo em Berlim. No dia 30 de abril de 1945, Hitler, sua mulher Eva Braun e o Chanceler Golbbels suicidaram-se.
Biografia retirada daqui
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