segunda-feira, 2 de julho de 2018

Conteúdo - Plano de higienização

Plano de higienização
A boa higiene exige uma limpeza eficaz e regular dos estabelecimentos, equipamentos e utensílios.
Todos os equipamentos e utensílios que contactem com os alimentos devem ser limpos após cada utilização e/ou no final de cada período de trabalho e sempre que se justifique.

Processo de Higienização
O processo de higienização compreende as seguintes fases:
1.  Limpeza prévia (força física e remoção de detritos);
2.  Limpeza profunda (aplicação de detergente para remover matéria orgânica e inorgânica, respeitando as dosagens e o tempo de ação prescrito);
3.  Enxaguamento;
4.  Desinfeção (quando aplicável e respeitando sempre as indicações de dosagens, tempo de contacto e modo de aplicação);
5.  Enxaguamento;
6.  Secagem.

Nota: O uso de certos desinfetantes químicos pode dar lugar à seleção de microorganismos resistentes, assim deverá ter-se em atenção em alternar os desinfetantes, no plano de higienização, de um modo periódico.

Produtos Químicos
De forma a serem tomadas as medidas necessárias para proteger a saúde e o ambiente e garantir a segurança nos locais de trabalho, é necessário ter no estabelecimento as fichas de dados de segurança dos produtos (vulgarmente designadas por fichas técnicas) que constam no plano de higienização.

Os produtos químicos devem estar devidamente rotulados e fechados, bem como devem ser conservados nas suas embalagens de origem, de modo a evitar o risco de contaminação dos alimentos.
Os produtos químicos devem ser armazenados fora das áreas onde são manuseados os alimentos, em local fechado e devidamente identificado.

Nota: As fichas de dados de segurança devem ser datadas e nelas devem constar a identificação do produto e a sociedade/empresa, a composição/informação sobre os componentes, a identificação de perigos, os primeiros socorros, as medidas de combate a incêndios, as medidas a tomar em caso de fugas acidentais, o manuseamento e armazenagem, o controlo da exposição/proteção individual, as propriedades físicas e químicas, a estabilidade e reatividade, a informação toxicológica, a informação ecológica, as considerações relativas à eliminação, as informações relativas ao transporte, a informação sobre regulamentação e outras informações.

Plano de Higienização

Após a definição dos produtos químicos a utilizar nas operações de limpeza e de desinfeção deverá ser estabelecido um plano de higienização, onde deverão constar, entre outras, rubricas como: o que deve ser limpo (zonas, estrutura/equipamento), com o que deve limpar/desinfetar (detergente/desinfetante utilizado), quando deve ser limpo (periodicidade de higienização), como deve ser limpo (equipamento utilizado na limpeza/desinfeção e instruções de limpeza/desinfeção) e quem deve limpar (responsável pela execução da operação).

O plano de higienização deverá estar afixado em local visível. 

A realização de um registo de higienização permite demonstrar a aplicação do estabelecido no Plano de Higienização, devendo nesse registo constar, entre outras, rubricas como: data, com o que limpou (detergente/desinfetante utilizado), como limpou (acessórios de limpeza utilizados), quem limpou (responsável pela limpeza).

Verificação dos procedimentos de higienização
Deverá ser feito regularmente um controlo para a verificação da adequação do plano de higienização e da execução do mesmo, que poderá ser:
1. Qualitativo, através de uma verificação dos procedimentos de limpeza e desinfeção efetuados ou por inspeção visual. 
2. Quantitativo, através de controlo analítico (microbiológico/químico)

O registo da verificação efetuada poderá ser individual ou acrescentado ao registo de higienização, com as rubricas quem verificou e como verificou.

Regras básicas:
1. Antes de iniciar as operações de limpeza, proteger todos os alimentos (incluindo os colocados em expositores e vitrines);
2.  Separar os lixos de acordo com as práticas da autarquia local e efetuar a sua remoção diariamente, no final do serviço de limpeza das instalações, evitando a coincidência com o horário de receção de matéria-prima ou período de laboração. Utilizar recipientes apropriados, acionados por pedal, devidamente tapados e ensacados;
3. Utilizar preferencialmente, para limpeza de bancadas e equipamentos, material descartável para evitar focos de contaminação;
4.  Não varrer a seco os pavimentos das áreas de manipulação de alimentos e toda a zona de exposição/ zona de venda;
5.  As operações de limpeza devem ser feitas sempre de cima para baixo;
6.  Quando efetuar a limpeza, cobrir todas as partes eléctricas dos equipamentos;
7.  Desmontar, quando possível, os equipamentos, de modo a remover todos os resíduos, lavar com água corrente, aplicar o detergente adequado e enxaguar. Quando previsto aplicar o desinfetante.

http://www.asae.gov.pt/seguranca-alimentar/haccp/plano-de-higienizacao.aspx

UFCD - 0157 - X-HTML

0157 - X-HTML
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
X-HTML
Código:
0157
Carga Horária:
50 horas
Pontos de crédito:
4,50
Objetivos

  • Executar com correções as operações em X-HTML.
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Desenvolvimento de aplicações para Internet/Intranet com acesso a Banco de Dados X-HTML
  • X-HTML, modelagem visual/operacional
  • Uma visão das linguagens de marcação SGML, HTML, X-HTML, XML, HTML
  • Elementos e TAG’s; atributos; documentos estruturados em X-HTML
    • Estrutura básica de um documento
    • Anatomia de um elemento X-HTML
    • Elementos básicos (título, espaço em branco, paragrafo, comentários, elementos de bloco e inline…)
    • Links relativos e absolutos; para parte de um documento; para recursos FTP e para e-mail
    • Imagens; Imagens como link
    • Meta informação
    • Caracteres especiais
    • Listas (ordenadas, não ordenadas e de definição)
    • Tabelas
    • Formulários (entradas, controlos, grupos de opções)
    • Validação
Histórico de Alterações

(*) 2008-05-14   Criação de UFCD.
2015-07-08  Exclusão da UFCD

Vídeo - Como Incentivar uma a parceria Escola/Família

Biografia - Francisco Rolão Preto

Um dos fundador do Integralismo Lusitano, e  «Chefe» do Nacional-Sindicalismo.

Nasceu no Gavião, em 12 de Fevereiro de 1893;
morreu em Lisboa em 18 de Dezembro de 1977.

Ainda estudante do liceu abandonou Portugal e foi ter com Paiva Couceiro, oficial monárquico que a partir da Galiza, nos anos de 1911 e 1912, tentou derrubar o regime republicano instaurado em Portugal, tendo participado em várias incursões. Estabelecendo-se na Bélgica, tornou-se secretário da revista Alma Portuguesa, o primeiro órgão do Integralismo Lusitano. Acabou o curso liceal no Liceu português de Lovaina, tendo ingressado posteriormente na Universidade católica da mesma cidade. Devido ao começo da primeira guerra, foi para França, onde se licenciou em Direito, na Universidade de Toulouse. 

Regressado a Portugal em 1917, começou a escrever para o jornal integralista A Monarquia, sendo seu director quando Hipólito Raposo foi preso. Membro da Junta Central do Integralismo Lusitano a partir de 1922, tornou-se colaborador do general Gomes da Costa, sendo o redactor dos 12 pontos do documento distribuído em Braga no começo do movimento militar de 28 de Maio de 1926, que instaurou a ditadura militar. A inactividade do Integralismo Lusitano a seguir ao golpe de 1926 afastaram-no dessa organização política. Por isso, em 1930, dirigiu com David Neto e outros sidonistas a Liga Nacional 28 de Maio, grupo de origem universitária, que se auto proclamara defensora da Revolução Nacional.

Mas foi em Fevereiro de 1933 que Rolão Preto se tornou uma figura nacional, com o lançamento público do Nacional-Sindicalismo no decurso de vários banquetes-comício que comemoravam o primeiro ano de publicação do jornal Revolução, Diário Académico Nacionalista da Tarde, aparecido em 15 de Fevereiro de 1932 e que em 27 de Agosto desse mesmo ano tinha adoptado o subtítulo Diário Nacional-Sindicalista da Tarde. Rolão Preto era o seu director desde 14 de Março. Movimento de tipo fascista, conhecido pelos camisas azuis, o Nacional-Sindicalismo foi uma organização que conseguiu algum apoio nas universidades e na oficialidade mais jovem do Exército português. Devido a incidentes nas comemorações de 1933 do 28 de Maio em Braga, onde houve confrontos entre os nacional-sindicalistas e a polícia, ao discurso de Rolão Preto de 16 de Junho, numa sessão no São Carlos, claramente anti-salazarista, o jornal Revolução acabou por ser suspenso em 24 de Julho. Restabelecido fugazmente em Setembro seguinte - saíram só três números - o Nacional-Sindicalismo dividiu-se em Novembro quando um grupo, o mais numeroso, decidiu apoiar Salazar e integrar-se na União Nacional, abandonando assim as ideias de independência perante o novo regime defendidas por Rolão Preto e Alberto Monsaraz.

Após uma última representação ao Presidente da República, general Carmona, em defesa de um governo nacional com a participação de todas as tendências políticas nacionalistas, é detido em 10 de Julho de 1934 e exilado quatro dias depois, residindo durante um tempo em Valência de Alcântara, em Espanha, frente a Castelo de Vide. Em 29 de Julho o nacional-sindicalismo é proibido por meio de uma nota oficiosa de Salazar, que afirma que o movimento se inspirava «em certos modelos estrangeiros».

Indo para Madrid, hospedou-se em casa de José António Primo de Rivera, filho do ditador espnhol,, com quem terá colaborado na redacção do programa da Falange espanhola. Regressou em Fevereiro de 1935 a Portugal, mas foi implicado numa tentativa de golpe contra o regime, em Setembro de 1935 - o Golpe de Mendes Norton, com tentativa de revolta do navio Bartolomeu Dias e do destacamento militar do Quartel da Penha de França -, e obrigado a novo exílio. Residindo em Espanha, acompanhará a Guerra Civil ao lado dos falangistas.

Regressado a Portugal retoma a intervenção política apoiando o MUD - Movimento de Unidade Democrática -, criado no Outono de 1945 para participar nas eleições de Novembro seguinte, as primeiras eleições do Estado Novo em que se admitiram listas alternativas. Nesse ano publica o seu livro A Traição Burguesa. Mais tarde, apoia a candidatura de Quintão Meireles nas eleições para a presidência da República de 1951 contra o candidato oficial, Craveiro Lopes, discursando na única sessão política da campanha. Em 1958 apoiará Humberto Delgado, participando activamente na campanha eleitoral, sendo responsável pelos serviços de imprensa da candidatura.

Em 1970, constitui com outras personalidades monárquicas a colecção «Biblioteca do Pensamento Político» e integra a Convergência Monárquica, organização política monárquica que reúne o Movimento Popular Monárquico, de Gonçalo Ribeiro Teles, a Renovação Portuguesa de Henrique Barrilaro Ruas, em que participava, e uma facção da Liga Popular Monárquica de João Vaz de Serra e Moura. Participa nas eleições de 1969, nas Comissões Eleitorais Monárquicas, as únicas eleições durante o período de governo de Marcelo Caetano. Em 1974 assume a Presidência do Directório e do Congresso do Partido Popular Monárquico (PPM), fundado em 23 de Maio.

Mário Soares, enquanto Presidente da República, condecorou-o a título póstumo, em 10 de Fevereiro de 1994, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique pelo seu «entranhado amor pela liberdade».

Fontes:
José Manuel Alves Quintas, «Rolão Preto», Unica Semper Avis, Maio de 2000, página acedida em 13 de Janeiro de 2002 e em 8 de Fevereiro de 2003. (a ligação abre numa nova janaela)

João Medina, Salazar e os Fascistas: Salazarismo e Nacional-Sindicalismo, a história dum conflito, 1932/1935, Lisboa, Livraria Bertrand, 1979.

Vídeo - Portugal, Um Retrato Social - Igualdade e conflito (episódio 6)

domingo, 1 de julho de 2018

Vídeo - Sexo, drogas e plantas


Em toda nossa volta algo incrível está acontecendo: Plantas e flores estão começando a falar conosco: ___Alô ? Alguém acabou de me molhar mas não foi o suficiente… e elas tem segredos incríveis para compartilhar. Em sua luta pela sobrevivência, algumas plantas parecem quase humanas. Elas ajudam seus vizinhos, constroem relacionamentos e adoram se exibir e quando os tempos estão difíceis, elas enganam, roubam e até matam. Bem vindo ao bizarro, romântico e as vezes violento universo das plantas.


sábado, 30 de junho de 2018

Vídeo - Expressividade da Linha e Textura

Resumo - Regras da Sistemática


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Vídeo - As Ferramentas e o Homem - Episódio 1 – O Martelo



Resumo - Organização Económica das Sociedades



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Conteúdo - Estruturas e equipamentos

Estruturas e Equipamentos

Na conceção/reestruturação das estruturas dos estabelecimentos do setor alimentar e na escolha dos equipamentos, deverá ter-se em consideração, para além dos aspetos operacionais, os aspetos relacionados com a segurança alimentar, considerando os seguintes aspetos:

Registo e aprovação dos estabelecimentos

Todos os operadores das empresas do sector alimentar, conforme estipulado no nº2, do artigo 6º do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de abril têm a obrigação de:

a) Notificar a autoridade competente do licenciamento, sob a forma requerida, de todos os estabelecimentos sob o seu controlo que se dedicam a qualquer das fases de produção, transformação e distribuição de géneros alimentícios, tendo em vista o registo de cada estabelecimento;

b) Assegurar que a entidade competente do licenciamento, dispõe de informações atualizadas sobre os estabelecimentos, incluindo qualquer alteração significativa de atividade e do eventual encerramento de um estabelecimento existente.

Lay-out

Na conceção do interior dos estabelecimentos do setor alimentar, deverão ser contempladas as diferentes áreas, os equipamentos disponíveis em cada área, e os circuitos das matérias-primas, dos produtos acabados, dos produtos não alimentares, do pessoal, dos resíduos, entre outros.

O fluxo do produto deverá seguir o circuito “marcha-em-frente”, desde a entrada das matérias-primas até à expedição/distribuição dos produtos finais, sem que nessa sequência ocorram contaminações cruzadas entre as diferentes operações, que tornem os alimentos impróprios para consumo humano, perigosos para a saúde ou contaminados de tal forma que não seja razoável esperar que sejam consumidos nesse estado.

Estruturas

Devem ser projetadas de forma a:
-Permitir bom acesso dos funcionários;
-Possibilitar a correta instalação dos equipamentos;
-Facilitar a realização das operações de produção, nas condições de temperatura e ventilação adequadas;
-Facilitar todas as operações de higienização;
-Evitar ou minimizar a entrada e crescimento de pragas.

Equipamentos
Devem ser escolhidos, de forma a:
-Permitir fácil manipulação pelos operadores;
-Garantir a eficácia das operações de produção;
-Possibilitar a realização de uma correta higienização.

Requisitos de higiene
Os requisitos gerais e específicos de higiene aplicáveis às instalações do setor alimentar (permanentes e amovíveis) encontram-se definidos no Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de abril, relativo à higiene dos géneros alimentícios e são aplicáveis a todos os operadores das empresas do setor alimentar (excepto quando se aplica o anexo I).



Os Estabelecimentos de Restauração têm que possuir cubas individualizadas para peixe, carne e legumes?
De acordo com o nº3 do capítulo IX do Anexo II do Regulamento CE nº 852/2004, em todas as fases de produção, transformação e distribuição, os alimentos devem ser protegidos de qualquer contaminação que os possa tornar impróprios para consumo humano, perigosos para a saúde ou contaminados de tal forma que não seja razoável esperar que sejam consumidos nesse estado.

Assim, não é obrigatório que os estabelecimentos de restauração estejam dotados com cubas independentes ou zonas específicas para cada tarefa, mas deverão dispor de procedimentos de higiene e segurança alimentar, de modo a evitar a possível ocorrência de contaminação cruzada.
As copas devem ser individualizadas da restante zona de trabalho?

De acordo com o disposto no artigo 6º da Portaria nº 215/2011, de 31 maio, que estabelece os requisitos específicos relativos às instalações, funcionamento e regime de classificação aplicáveis aos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, as zonas de serviço que compõem a área de serviço podem estar integradas, desde que o circuito adotado e equipamentos utilizados garantam o fim especifico a que se destina cada zona, e não seja posta em causa a higiene e segurança alimentar e se evite a propagação de fumos e cheiros.

Salienta-se que na copa suja, de acordo com o nº 9 do artigo 6º da Portaria nº 215/2011, de 31 maio, deve existir pelo menos uma cuba de lavagem equipada com água quente e fria e máquina de lavar loiça.

http://www.asae.gov.pt/seguranca-alimentar/haccp/estruturas-e-equipamentos.aspx

UFCD - 0156 - ASP (Application Server Provider)

0156 - ASP (Application Server Provider)
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
ASP (Application Server Provider)
Código:
0156
Carga Horária:
50 horas
Pontos de crédito:
4,50
Objetivos

  • Executar com correções as operações em ASP (Application Service Provider).
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Introdução
  • Preparação do ambiente de trabalho
  • Escrever arquivo ASP
  • Trabalho com ASP
  • Noções de VBScript
  • Estrutura de dados
  • Operadores
  • Estruturas de controlos
  • Sub-rotinas e funções
  • Convenções em VBScript
  • Objetos do ASP
  • Application
  • Server
  • Session
  • Response
  • Request
  • Trabalho com os objetos em exemplos
  • Envio de dados ao utilizador
  • Recuperação de informações do utilizador
  • Criação e envio de formulários
  • Gestão de sessões do utilizador
  • Cookies
  • Interacção entre utilizador e objetos
  • ASP
  • Correio eletrónico e ASP
  • Trabalhar com arquivos
  • ASP e banco de dados
  • Noções de banco de dados
  • Trabalhar com access
  • Recuperação, gravação, modificação de dados
  • Paginação dos dados
  • Componentes ASP
Histórico de Alterações

(*) 2008-05-14   Criação de UFCD.
2010-07-15   Alteração da designação para ASP (Active Server Pages).
Alteração dos Objetivos. 

Vídeo - A Escola e a Família

Biografia - Manuel da Silva Passos

n.       5 de janeiro de 1801.
f.        16 de janeiro de 1862.

Um dos vultos mais proeminentes das lutas liberais; bacharel formado em leis pela Universidade de Coimbra; advogado, deputado em diversas legislaturas, par do Reino, ministro de Estado, etc. Nasceu na freguesia de S. Martinho, de Guifões, concelho de Bouças, distrito do Porto, a 5 de janeiro de 1801, faleceu em Santarém a 16 de janeiro de 1862. Era irmão mais novo de José da Silva Passos (V.o artigo antecedente). 

Ambos os irmãos começaram desde muito novos a manifestar uma inteligência notável, e seus pais, lavradores pouco abastados, reconhecendo que o melhor legado que poderiam deixar-lhes, era a instrução, empregaram todos os possíveis esforços para que recebessem uma boa educação literária. Depois de frequentarem os estudos menores, como então se dizia, os dois irmãos foram para a Universidade. de Coimbra, e matricularam se em 1817, destinando-se Manuel Passos à faculdade de leis. Muitos portugueses andavam influenciados pelas ideias republicanas que se haviam desenvolvido na França, e Portugal sofrendo também terríveis consequências dessas ideias, havia suportado três invasões, e, visto com desgosto o abandono da família real, que se refugiara no Brasil, apenas se dera a primeira invasão. Manuel Passos, e José Passos, mais velho do que ele e companheiro inseparável das suas fadigas e infortúnios, preocupados com o estudo, estimulados nos brios pela honrosa competência das lides intelectuais, cursavam as aulas, quando a Revolução de 1820 os veio surpreender, abrasando-lhes o entusiasmo, e despertando-os para a realidade dumas ideias liberais tão conhecidas nos seus sonhos de imaginação ardente e exaltada. Manuel Passos prosseguia o curso com tanta distinção, que recebia um prémio pecuniário de 40$000 reis, vindo a formar-se em 1822. 

Com o entusiasmo pelas ideias liberais, fundou em Coimbra em 1823, com seu irmão, o jornal Amigo do Povo, que pouco depois acabou por ter triunfado a reacção nesse mesmo ano de 1823. Manuel Passos foi então para o Porto, e matriculou-se como advogado de número da Relação e Casa do Porto, exercendo a advocacia, e entregando-se aos seus estudos literários predilectos, até que em 1828, tendo tomado parte na insurreição de 16 de maio tentada contra o governo de D. Miguel, depois do golpe de Estado que este dera em Lisboa restabelecendo a monarquia absoluta, viu-se obrigado a emigrar nesse mesmo ano com seu irmão e outros para a Corunha, partindo dali para Plymouth, onde estava a 26 de setembro de 1828, porque é essa a data dum soneto escrito por ele com o pseudónimo de Almeno Damoeta, e por ele dirigido à rainha D. Maria lI. Algum tempo se demorou em Inglaterra, seguindo depois para a Bélgica, e daí para França. Foi aqui que se relacionou, parece que intimamente, com Saldanha, a quem dirigiu um soneto laudatório com o referido pseudónimo, e em Paris publicou dois Memoriais sobre o estado do país e sobre a necessidade de destruir o governo de D. Miguel e de restabelecer o trono da rainha D. Maria II, um opúsculo intitulado Breve razoamento a favor da liberdade lusitana e um Exame de algumas opiniões e doutrinas de Filipe Ferreira de Araújo e Castro e de Silvestre Pinheiro Ferreira. Todos estes opúsculos começaram a dar uma certa notoriedade ao seu nome; mas uma pendência grave que se levantou entre o ministro da guerra liberal Cândido José Xavier e o coronel Rodrigo Pizarro, deu origem a que os dois irmãos Passos emitissem a sua opinião sobre o assunto num opúsculo impresso em Paris em 1832, e intitulado Parecer de dois advogados da casa do Porto, etc. Também os dois irmãos, reunidos em Paris, e nesse mesmo anuo, publicaram em português e francês uma resposta a umas acusações formuladas pelo Times contra o duque de Saldanha. Tudo isto foi dando aos dois irmãos reputação e prestígio. 

Segundo as melhores informações, Manuel da Silva Passos, regressou ao Porto., quando já estava restabelecido o regime constitucional, e logo em 1834, nas primeiras cortes de deputados que se constituiriam, foi eleito por uma das divisões eleitorais do norte. Parecia talhada para o seu talento parlamentar a questão da Regência, que então surgia cravada de dificuldades e cercada de perigos. D. Pedro havia a assumido ditatorialmente, e Manuel Passos entendia que, segundo a Carta Constitucional, não a podia ele exercer. Logo nas primeiras palavras que pronunciou, se reconheceu que estava ali um orador admirável com todo o fogo da palavra tribunícia, e ao mesmo tempo com toda a urbanidade da palavra académica; tratava com toda a consideração e respeito o homem que prestara tão relevantes serviços à causa da Liberdade, mas punha acima de todas as considerações o respeito da lei: Um bom principio, dizia ele, vale mais do que um homem, e foi essa a norma constante da sua austera vida política. Manuel Passos, ou Passos Manuel, como então lhe começaram a chamar para o distinguirem de seu irmão José Passos, começou desde logo a inspirar vivas simpatias aos próprios inimigos, e ardente entusiasmo aos correligionários. Numa outra questão levantou Manuel Passos a sua voz no mesmo dia em que se estreava um outro orador notável, que tinha de ser muitas vezes seu adversário político, mas sempre amigo pessoal, Rodrigo da Fonseca Magalhães. Nunca Manuel Passos subira tão alto como nesse pleito da lei de indemnizações, que se pretendia arrancar aos bens dos vencidos o necessário para indemnizar as vítimas do regime anterior. Era mentir ás tradições generosas do partido liberal, era arrolar para satisfazer vindictas e caprichos de momento, os grandes princípios do novo regime. Manuel Passos protestou energicamente contra esse facto, e foi verdadeiramente eloquente. Nessa primeira câmara de 1834, fazendo sempre oposição ao ministério conhecido pelo nome de ministério dos devoristas, e aos que se lhe seguiram, e que trilharam um pouco a mesma senda, Manuel Passos granjeou uma grande reputação de orador; de todos os homens novos postos em evidência pela eleição de 1834, era ele quem se mostrava mais conhecedor dos negócios, o parlamentar mais brilhante, o democrata mais ardente, sem perder as suas grandes qualidades de urbanidade e cortesia. Entretanto sucediam-se os ministérios uns aos outros, e sem estabilidade nem firmeza, praticavam erros sobre erros. O primeiro ministério da rainha, presidido pelo duque de Palmela, caíra diante das acusações da opinião, e fora substituído primeiro pelo ministério de transição do conde de Linhares, e afinal pelo ministério Saldanha, que caiu principalmente em consequência do descontentamento produzido pela expedição de Espanha. Sucedeu-lhe o ministério José Jorge Loureiro, que caiu em consequência da atitude indecisa que adoptou na questão da nomeação do rei D. Fernando para comandante em chefe do exército. Foi o ministério seguinte, presidido pelo duque da Terceira, que resolveu a questão nomeando D. Fernando para o lugar de que se tratava. Este acto, porém, e outros do ministério, levantaram grande agitação entre os membros do partido avançado, que tomou em todo o reino uma atitude decidida. 

Em Lisboa, o Clube dos Camilos, assim chamado por celebrar as suas sessões no antigo convento dos Camilos, tocava as raias da demagogia exaltada. O ministério que tinha pouca confiança nas câmaras, dissolveu-as, e isso ainda mais exacerbou o país. Contudo, as eleições foram favoráveis ao governo em toda a parte, excepto em dois distritos, o do Porto e o de Viseu. As novas câmaras tinham sido convocadas para 5 de agosto, o governo adiou-as para 11 de setembro. No dia 9 deste mês desembarcaram em Lisboa os deputados vindos do Porto. Recebidos com o mais vivo entusiasmo, a ovação que se lhes fez, tomou o carácter duma manifestação política. Nesse mesmo dia a guarda nacional pegou em armas, capitaneada por Fernando Soares Caldeira, e proclamou a constituição de 1822 com as modificações que as cortes lhe introduzissem. As tropas de linha, enviadas para sufocar este movimento, fraternizaram com a guarda nacional. Com este movimento estava feita a revolução popular de 9 de setembro de 1836, conhecida pelo nome de Revolução de Setembro. A rainha, obrigada a ceder a um movimento que não pudera reprimir, chamou em 10 de setembro aos seus conselhos os homens que representavam a opinião predominante. Esses homens, presididos pelo conde de Linhares, que também ficou com a pasta da guerra, foram: Vieira de Castro, ministro da justiça; visconde de Sá da Bandeira, da fazenda e interino dos estrangeiros; Vasconcelos Correia, da marinha; e Passos Manuel, do reino. Este ministério tinha forçosamente de assumir a ditadura. Assumiu-a tratando ao mesmo tempo de convocar imediatamente cortes constituintes. Passos Manuel, como ministro do reino, começou logo a tratar da instrução pública. Pelo decreto de 18 de novembro de 1836, criou em Lisboa um depósito geral de máquinas, modelos, utensílios, desenhos, descrições, e livros relativos ás diferentes artes e ofícios, com a denominação de Conservatório das Artes e Ofícios, e com o fim principal de promover a instrução prática em todos os processos industriais por meio da imitação. Por decreto de 5 de janeiro de 1837 foi criado no Porto um deposito geral com a designação de Conservatório Portuense de Artes e Ofícios, com o mesmo fim, método de organização, administração e regulamento que o de Lisboa. Foi também Passos Manuel quem fundou a Academia de Belas Artes; foi ele quem referendou os três decretos de 25 de outubro de 1836, todos relativos à Academia. O 1.º daqueles decretos teve por fim criar a Academia; o 2.º, colocá-la numa parte do edifício do extinto convento de S. Francisco da Cidade, onde ainda hoje existe, e criou uma biblioteca especial de Belas artes no mesmo edifício; o 3.º nomeou para os. diversos empregos da academia as pessoas constantes duma relação que acompanhava o mesmo decreto A academia ficava sob a protecção imediata da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando. Nesse mesmo ano de 1836, também por iniciativa do distinto ministro do reino, se criou a Casa Pia de Évora por decreto de 27 de outubro. Por decreto de 12 de janeiro de 1837, referendado pelos ministros Passos Manuel e visconde de Sá da Bandeira, foi criada uma Casa Pia, com a denominação de Asilo Rural Militar, destinada exclusivamente para recolher, alimentar, e educar oitenta alunos, filhos de praças de pré do exército. O asilo ficaria assente no edifício do extinto convento do Varatojo, aplicando-se-lhe também a respectiva cerca, e uma porção de terreno não muito distante do estabelecimento. Em 28 de setembro de 1836, Manuel da Silva Passos encarregou Almeida Garrett de elaborar e propor ao governo um plano para a fundação e organização do Teatro Nacional de Lisboa, devendo ao mesmo tempo informar acerca das providencias necessárias para efectuar melhoramentos possíveis nos teatros existentes. Do plano elaborado por Almeida Garrett resultou o decreto de 15 de novembro criando a Inspecção geral de teatros, e simultaneamente estabelecendo um Conservatório Geral da. Arte Dramática. Por decreto de 29 de dezembro de 1836 deu uma nova e radical organização ás escolas de cirurgia de Lisboa e Porto, dando-lhes a denominação de Escolas médico-cirúrgicas de Lisboa e Porto. Também na fecundíssima ditadura de Passos Manuel, se fundou em janeiro de 1837 a Academia Politécnica do Porto em substituição da antiga Academia Real de Marinha; transformou os estudos da universidade, formou um novo plano para as escolas de instrução primária, recomendou a criação de associações agrícolas, fabris e industrias nas terras mais importantes do reino. Este ministério estava no poder havia apenas dois meses quando rebentou o movimento da Belenzada (V. Portugal, vol. II, pag. 263 e seguintes) A rainha retirou-se para Belém, demitiu o ministério, organizou outro gabinete, e fez proclamar nos arredores do Paço a restauração da Carta Constitucional. Conhecedor do que se passava, Passos Manuel tratou logo de ver quais eram os sentimentos da guarda nacional, e achou-a pronta a acompanhá-lo. A tropa de linha; que estava em Lisboa, mantivera-se fiel também ao ministério; Manuel Passos e os seus amigos não aceitaram as suas demissões. Em presença desta atitude, a rainha desanimou, voltou para Lisboa, e continuou a funcionar o regime estabelecido. Não fora essa a primeira tentativa de reacção contra o ministério setembrista. 

Logo no dia 18 de setembro tinham protestado contra a revolução vinte sete membros da câmara alta. No dia 5 de outubro constava ao novo governo que o Batalhão de Caçadores n.º 5 queria fazer a contra-revolução, o batalhão foi mandado para o Algarve combater o Remexido, e como o chefe cartista Gomes parecia operar de acordo com o guerrilheiro português, e podia por conseguinte a sua união acarretar sérios perigos, após caçadores n.º 5 marchou para o sul do rio Tejo uma divisão comandada pelo barão de Bonfim. O movimento da Belenzada malogrou-se, além de muitas outras causas, pela intervenção dos marinheiros ingleses que desembarcaram, diziam eles, com o fim de proteger a rainha, o que irritou profundamente os próprios cartistas. Foi Manuel Passos quem primeiro protestou, e com toda a energia, contra a intervenção inglesa, mais ou menos disfarçada. Estava detido em Belém, onde a rainha o mandara chamar. Esse simulacro de contra revolução durou pouco tempo. A 5 de novembro a rainha nomeava presidente do conselho de ministros o visconde de Sá da Bandeira, que ceamos logo para seu lado Vieira de Castro e Passos Manuel. Até 1 de junho do 1837 se dilatou esta situação, em que Manuel Passos tinha a seu cargo, ora alternada, ora simultaneamente, as pastas do reino, da fazenda e da justiça. Além das grandes medidas já citadas, Passos Manuel resolveu, refundir, mais ainda, criou o nosso sistema tributário. Deu ás alfandegas do reino a pauta de 10 de janeiro de 1837, da qual procedem todas as que depois dela tem sido decretadas, e libertou assim para uma vida nova o comércio, que estava ainda sujeito à pauta aduaneira de 14 de fevereiro de 1782. Em 31 de dezembro de 1836 promulgou um código administrativo, em que também colaborou seu irmão José; nesse trabalho havia excelentes disposições. Tratou também o notável ministro de providenciar com relação ao modo de facilitar aos devedores à fazenda o pagamento dos seus débitos sem prejuízo do tesouro, e a respeito da exportação dos vinhos do Douro, da redução de tenças e de pensões, da extinção do papel moeda. Alguns dos relatórios que precedem estes decretos são verdadeiras obras-primas. As cortes constituintes, convocadas no dia 12 de outubro de 1836, só vieram a reunir-se no dia 18 de janeiro de 1837. As reformas de Passos Manuel, reformas a que se deve acrescentar outra importantíssima, a criação do registo hipotecário, tinham levantado muitos atritos. O ministério contava agora um grande número de inimigos, até nas fileiras dos avançados. Foi um deles José Estêvão, que se estreou na tribuna, combatendo o ministério de 5 de novembro. Todos consideravam perfeitamente transitórias e efémeras as reformas de Passos Manuel, muitas das quais ainda se têm conservado, atestando pelos seus imensos resultados a sensatez do legislador; Passo Manuel, porém, já estava cansado das intrigas miseráveis da política, e aproveitou o primeiro ensejo que teve para sair do ministério. A 5 de abril começara a discutir-se a Constituição; em Maio discutia-se a criação dos lugares de secretários de Estado, proposta. por Passos Manuel, e rejeitada pela câmara. Era o dia 10 de maio de 1837; nesse mesmo dia Passos Manuel e os seus amigos pediram a demissão, e nunca mais esse estadista voltou a ocupar as cadeiras do poder. Recolhendo-se à vida privada, acompanhou lealmente os seus amigos, sem despertar a cólera dos inimigos. 

A Constituição acabou de se discutir e promulgou-se, e Passos Manuel foi eleito senador. Na câmara alta pronunciou alguns discursos muito notáveis, mas persistiu em se abster de entrar na parte verdadeiramente política dos debates. Depois da contra-revolução do Porto, em 1842, que deu em resultado o restabelecimento da Carta Constitucional; e sendo extinta a câmara dos senadores, Passos Manuel foi reeleito deputado, e assentou-se nos bancos da oposição. No entretanto, poucas vezes apareceu na câmara, e poucas vezes também usou da palavra. Estava completamente entregue ás suas ocupações agrícolas; tornara-se lavrador no Ribatejo, e entregava-se com entusiasmo aos cuidados da lavoura. O seu nome adquirira por isso mesmo um extraordinário prestígio. Esse homem que atravessara o poder sem se demorar, e que deixara, contudo, um rasto brilhantíssimo da sua passagem; que servira sempre desinteressadamente o seu pais, que dele não recebera nem honras, nem empregos, nem benefícios, que se mostrara sempre liberal sincero, patriota ardente, que ligara o seu nome à ditadura mais brilhante da história portuguesa, a uma série de fundações notáveis, e que nunca entrara nas lutas mesquinhas da política, que nunca se metera nas suas intrigas, que tivera o mais constante e o mais nobre desprendimento, a mais nobre altivez de animo, que falara alto aos reis nos seus paços, e quando eles tinham por si a força e a vontade de a empregar, que nunca lisonjeara baixamente o povo, que fora levantado ao poder por uma revolução que ele não provocara, e que o levantara nos escudos como ao mais digno, cuja palavra se levantara sempre a favor das causas sagradas da liberdade e da tolerância, e que depois de tudo isso fora entregar-se tranquilamente aos modestos trabalhos da agricultura, adquirira no país um prestigio verdadeiramente extraordinário. 

Em 1844, quando se malogrou a revolta de Torres Novas, que foi morrer em Almeirim, Passos Manuel ergueu a voz para protestar contra a repressão violenta a que recorrera o partido vencedor e contra as vinganças a que se deixara arrastar. Nesse discurso há frases imortais, que deviam ainda hoje ser meditadas por todos que lidam na política. Infelizmente, Passos Manuel voltou ao seu silêncio habitual e à sua vida de lavrador. As eleições de 1845, tristemente célebres, irritaram profundamente o país, já fatigado do governo opressor do conde de Tomar, e na primavera de 1846 rebentou a revolução do Minho, conhecida pela Maria da Fonte. A rainha sentiu que a situação era grave e demitiu o ministério que assim sublevara a opinião. Já a esse tempo se organizavam por toda a parte juntas incumbidas de auxiliar o movimento do norte, Os descontentes do distrito de Santarém agruparam-se em torno do simpático vulto de Passos Manuel. Não podia este, nem queria entrar no ministério. Mousinho de Albuquerque, ministro do reino, pediu-lhe para aceitar o cargo de governador civil de Santarém, cargo que podia exercer, quase sem sair de casa. Passo Manuel aceitou. Ao mesmo tempo era proposto deputado pelo Porto, mas nem chegou a ser eleito, nem pôde ser por muito tempo governador civil, porque a 6 de outubro dava a rainha o golpe de Estado celebre dessa data, a notícia transmitida para o Porto fazia com que rebentasse a revolução, cuja alma foi desde logo José Passos, o irmão enérgico de Passos Manuel. Parecia natural que a Passos Manuel pertencesse a direcção suprema, ele, porém, não desejava senão viver obscuro. Esteve sempre durante a revolução ao lado da Junta do Porto, combatendo, porém, como voluntário, sem ambições de poder nem de brilho. Auxiliou muito a Junta, e quando esta ficou definitivamente vencida, voltou à tranquilidade do seu viver doméstico. Depois da convenção de Gramido, em 1847, não voltou, nem tentou voltar à câmara. Dando se o movimento da Regeneração, em 1851, tornou a ser eleito deputado, sendo reeleito em outras legislaturas até 1858, mas poucas vezes tomou a palavra, e em muitas sessões não compareceu por falta de saúde. Por carta régia de 17 de maio de 1861 foi eleito par do reino, mas não chegou a tomar assento na câmara alta. No anuo seguinte falecia em Santarém, causando a sua morte a mais profunda consternação. Quando a noticia foi sabida em Lisboa, a câmara dos deputados, que estava reunida, lançou na acta um voto de sentimento pela morte do grande liberal, e por proposta de Mendes Leal, determinou que na sala da biblioteca da câmara, fundada pelo eminente tribuno, se colocasse o seu busto. Anos depois, os seus patrícios do concelho de Bouças lhe erigiram uma estátua na alameda de Leça. 

Manuel da Silva Passos havia casado a 28 de dezembro de 1838 com D. Gervásia de Sousa Falcão, filha de João de Sousa Falcão, e de sua mulher D. Maria Xavier Farinha Falcão. Deste consórcio houve duas filhas: D. Beatriz de Passos Manuel, que teve o titulo de viscondessa de Passos, em atenção aos serviços de seu pai; e D. Antónia de Passos Manuel, que casou com Pedro de Sousa Canavarro, neto do 1.º barão de Arcossô. 

Bibliografia: Memorial sobre a necessidade e meios de destruir prontamente o tirano de Portugal, e restabelecer o trono de sua majestade à senhora D. Maria II e a Carta de 1826, Paris, 1831; Segundo memorial sobre o estado presente de Portugal, e como não ha razão, nem direito, nem força para tirar à senhora D. Maria II a sua coroa, e a nós a nossa liberdade, Paris, 1831; Breve razoamento a favor da liberdade lusitana, e da senhora D. Maria II, duquesa do Porto, e rainha constitucional dos portugueses, Paris, 1842; Exame de algumas aptidões e doutrinas, que os senhores Filipe Ferreira de Araújo e Castro, e Silvestre Pinheiro Ferreira expendem em seu «Parecer, Notas e Analise das observações do sr. José Ferreira Borges», Paris, 1832; Parecer de dois advogados da Casa do Porto: 1.º sobre a carta particular que o sr. Cândido José Xavier dirigiu ao sr. Rodrigo Pinto Pizarro; 2.º sobre a comunicação que S. M. E o sr. D. Pedro de Bragança fez ao general Conde de Saldanha, etc., Paris, 1832; Resposta aos artigos publicados no "Times" contra o ex.mo sr. general Conde de Saldanha, e que supomos serem obra dum olheiro chamorro bem conhecido, 1832; este mesmo opúsculo saiu mais extensamente desenvolvido em francês, com o título: Réponse aux accusations publiées derníérement dans le "Times" contre le général Comte de Saldanha; dediée á ses amis personnels et politiques par les citoyens portugais Joseph et Manuel da Silva Passos, Paris, 1832; Relatório apresentado ás Cortes extraordinárias e constituintes, pelo ministro secretario de Estado dos Negócios do Reino, etc., Lisboa, 1837; Discurso do sr. Passos (Manuel) pronunciado na sessão de 16 de julho de 1841, na Câmara dos Senadores, Porto, 1841; versa sobre o requerimento dum estrangeiro, que pedia uma pensão ao parlamento em remuneração de serviços feitos a causa constitucional; Discurso do sr. Passos (Manuel) sobre as contribuições municipais, Porto, 1841; Discurso do sr. Passos (Manuel) pronunciado na sessão de 13 de fevereiro de 1840, Porto, 1840; teve por assunto a questão do tráfico da escravatura, na discussão da resposta ao discurso da Coroa; Discurso do sr. deputado Passos (Manuel) na sessão de 18 de outubro de 1844, Lisboa, 1845; sobre o uso e abuso dos poderes ditatoriais de que o governo se revestira, por ocasião da sublevação de Torres Novas em Fevereiro do mesmo ano.

 Informação retirada daqui

Vídeo - Portugal, Um Retrato Social - Cidadãos (episódio 5)

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Conteúdo - O que é a Sistemática?


A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e classificação das [espécies] e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros taxa a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.

O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.

A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados.

O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie.

Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o correcto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo em outro género. A reclassificação tem ocorrido com certa freqüência desde o século XX. O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da descrição, entre parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais etc.

Vídeo - Como a Cerveja Salvou o Mundo - 2


No século 21, seres humanos são os mestres do planeta. Atrás de nós, 10 mil anos de civilização, moldando a natureza à nossa própria vontade. E tudo começou com uma grande invenção… não a roda, não o carro, não o avião. A maior invenção de todas foi…  cerveja ! !  “A cerveja mudou o curso da história humana, não uma nem duas vezes desde o seu descobrimento.”  Ela criou as primeiras fazendas. ” A revolução agrícola aconteceu por causa da necessidade de fazer cerveja.”  Ela construiu a primeira maravilha do mundo. “Não teríamos as pirâmides se não fosse pela cerveja. ”  A cerveja estabeleceu o sistema de saúde moderno. ” Cerveja e ciência andam de mãos dadas.” Ela até deu fim a uma das maiores vergonhas do mundo. ” A cerveja foi parte, senão toda a motivação para o fim do trabalho infantil.”  Mas o mais importante que tudo: Ela nos deu algo para beber durante o jogo de bola !! Essa é a história da maior invenção de todos os tempos. ” É uma história maravilhosa, uma que ainda não havia sido contada….” até agora. ” Sem cerveja nós provavelmente ainda estaríamos vivendo em cavernas.


Vídeo - A História da Educação Física

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Vídeo - A cor no meio envolvente


Resumo - Reino Monera

O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem núcleo diferenciado). Esses seres microscópios são geralmente menores do que 8 micrómetros ( 1µm = 0,001 mm).

As bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os ecossistemas da Terra e são de grande importância para a saúde, para o ambiente e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos seres vivos.

Exemplos da importância das bactérias:
-na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobicamente;
-agentes que provocam doença no homem;
-em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do leite em coalhada;
-no ciclo do nitrogénio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogénio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas;
-em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e a hormona de crescimento.


Estrutura das Bactérias
Bactérias são microorganismos unicelulares, procariotas, podendo viver isoladamente ou construir colónias de diversos formatos. A célula bacteriana contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma, ribossomas e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único cromossoma bacteriano.

A região ocupada pelo cromossoma bacteriano costuma ser denominada nucleóide. Externamente à membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de composição química específica de bactérias).

É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossoma bacteriano - espalhados pelo hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos.




Algumas espécies de bactérias possuem, externamente à membrana esquelética, outro envoltório, mucilaginoso, denominado cápsula. É o caso dos pneumococos (bactérias causadoras de pneumonia). 

A parede da célula bacteriana, também conhecida como membrana esquelética, reveste externamente a membrana plasmática, e é constituída de uma substância química exclusiva das bactérias conhecida como mureína (ácido n-acetil murâmico).