terça-feira, 25 de outubro de 2016

Notícia - Nova técnica permite explodir células cancerígenas

Recorrendo a lasers e nanopartículas, cientistas da Universidade de Rice, nos estados Unidos, descobriram uma nova técnica para separar células doentes de um indivíduo, destruindo-as com pequenas explosões.

Nos testes em células cancerígenas, os investigadores descobriram que podiam sintonizar os lasers para criar “nano-bolhas” com capacidade para estourar as células.

“A segmentação de células singulares é uma das inovações mais elogiada na nanomedicina e, a nossa abordagem é nesse sentido, permitindo realizar um efeito no interior de uma única célula”, afirmou Dmitri Lapotko, físico responsável pela investigação publicada agora na revista ‘Nanotechnology’. “O nosso objectivo é detectar e tratar as células doentes cedo, antes que a doença se propague pelo organismo”, acrescentou Lapotko.

As bolhas são criadas quando nanopartículas de ouro, inseridas no interior das células cancerígenas, são atingidas por impulsos de laser de curta duração. As bolhas, visíveis ao microscópio, servem depois como meio de controlo para as explosões que visam a destruições das células.

Durante os ensaios de laboratório, a equipa de Lapotko descobriu que podiam utilizar as explosões para rebentar depósitos existentes nas artérias sanguíneas.

“Este trabalho com as bolhas funciona como um martelo eléctrico", destacou o Lapotko.

Lapotko e o seu colega Jason Hafner, professor adjunto de física e química, testaram a abordagem em células de leucemia e células cancerígenas da cabeça e pescoço. Foram ainda anexados anticorpos às nanopartículas de modo a definirem como alvo apenas as células cancerígenas.
Os investigadores acreditam que esta técnica pode utilizada como um processo que combina o diagnóstico e terapia. Além disso, como as células passam a ser visíveis ao microscópio devido às bolhas, a técnica pode ainda ser utilizada para avaliação pós-terapêutica.

“As propriedades mecânicas e ópticas das bolhas oferecem vantagens exclusivas nas aplicações biomédicas a nível de células individuais, ou até mesmo nos trabalhos dentro das células”, concluiu Hafner.

Sem comentários: