André Rebouças (1838-1898) foi engenheiro e militar brasileiro. Planejou e construiu as docas da alfândega e da Gamboa no Rio de Janeiro. Serviu na Guerra do Paraguai, no acampamento do General Osório, em São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul. Projetou as docas do Maranhão, de Cabedelo na Paraíba, do Recife e da Bahia. Construiu uma rede de abastecimento de água para o Rio de Janeiro.
André Rebouças (1838-1898) nasceu em Cachoeira, província da Bahia, no dia 13 de janeiro de 1838. Filho do advogado Antônio Pereira Rebouças, eleito deputado pela Bahia, ao Parlamento Imperial. Franzino e raquítico, passou os primeiros anos de vida quase sempre doente. André e seu irmão Antônio, iniciaram os estudos no Colégio Valdetaro. Eram amigos inseparáveis.
Em 1849, estudam no Colégio Kopke, em Petrópolis e depois no Colégio Marinho, onde concluem os estudos de geografia, latim e inglês. Em casa estudavam para a Escola Militar. Em 1854, ingressam no curso de Engenharia Militar. Em 1855, os dois irmãos entram como voluntários no Batalhão de Artilharia. Em 1858, concluem o curso de Engenharia Militar e recebe os galões de primeiro tenente. Em 1861, recebem uma bolsa de estudos e seguem para Europa, para cursos de especialização. De volta ao Brasil, André escreve "Memórias sobre os Caminhos de Ferro da França" e junto com o irmão escreve "Estudos sobre Portos de Mar".
Com dificuldades para conseguir emprego, só em 1863, o Ministro de Guerra, Polidoro Quintanilha contrata André para inspecionar as fortificações do Litoral Sul. Segue depois para o Maranhão, para reforma do porto. Tinha planos de construir diques no Rio de Janeiro e instalar uma linha telegráfica entre Parnaíba e Cabedelo, mas seus projetos não tiveram o apoio desejado.
Com o início da Guerra do Paraguai, André volta ao Rio de Janeiro em 1865. Sugeriu ao Ministro de Obras, a construção de uma estrada desde o Paraná até a zona de Combate, mas não foi ouvido. Nesse mesmo ano parte para a guerra. O seu destino era o acampamento do General Osório, em São Francisco de Assis. Aos poucos vai se tornando um oficial conceituado. É contra o bombardeio de Uruguaiana, tomada pelos paraguaios. O Conde d'Eu é favorável à sua tática. Inicia-se assim uma longa amizade entre o engenheiro e o Conde d'Eu.
André Rebouças adoece com pneumonia em 1866, e ainda em tratamento luta em defesa do acampamento de Tuiuti, bombardeado pelos paraguaios. Em 16 de julho do mesmo ano é atacado pela varíola. Volta ao Rio de janeiro. Nessa época morre sua mãe. Pede baixa do Exército e inscreve-se no concurso para lecionar hidráulica na Escola Central. Quem assume a vaga é Borja Castro. Tenta dar aulas no Pedro II mas não consegue o emprego.
Em outubro de 1866, é nomeado engenheiro da alfândega e dirige a construção das docas do Rio de Janeiro. Em 1871, Rebouças é demitido, recebe 200 contos de réis, e em seu lugar assume Borja Castro. Rebouças é agora gerente de uma companhia particular. Em 1872, vai para a Europa. Visita Portugal, Madri, Paris e em dezembro chega à Itália onde encontra-se com Carlos Gomes, assiste seus ensaios da ópera O Guarani. É convidado para padrinho do filho de Carlos Gomes e Adelina Peri.
Continua sua viagem, volta a seus estudos, vai para Londres e Nova York, onde chega em 1873. Tem dificuldade de conseguir hotel e conclui que é por causa da cor de sua pele. É impedido de assistir o espetáculo no Grand Opera House. Nesse ano morre seu irmão Antônio. Em 1880, morre seu pai. De volta ao Brasil, assume o cargo de professor na Escola Central. Integra a Campanha pela abolição, junta-se a Nabuco, Patrocínio e outros.
Depois da abolição veio a república, Rebouças sentia admiração e respeito por D. Pedro II, junta-se à família real e embarca para Europa. O Imperador elogia os fieis amigos e menciona o ilustre Engenheiro. Em 1891, com a morte do Imperador, embarca para a Africa. Desespera-se com a fome na África. Muda-se para Funchal, na Ilha da Madeira, onde começa a dar aulas. Em 1896, recusa um convite de Taunay para voltar e reassumir o cargo de professor, havia muitas recordações desagradáveis.
André Pinto Rebouças morre em Funchal, na ilha da Madeira, no dia 9 de maio de 1898.
Notícia retirada daqui
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