sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

China está no centro da exploração florestal ilegal


A procura de madeira e a importação desta, sem controlo da proveniência, continua a aumentar na China, para consumo e para a indústria exportadora. Os portos e as cidades da China são o principal destino das redes de exploração e comércio de madeira ilegal. 
A China está no centro de um vasto tráfico global de madeira explorada ilegalmente. Apesar dos acordos internacionais de conservação, a actividade ilegal é abundante e está a destruir florestas inteiras em diversos locais do Mundo.
A investigação académica e de organizações não governamentais já revelaram redes de comércio de madeira ilegal na África Central, na Burma ou na Rússia. O destino dessa madeira comercializada são os portos e as cidades chinesas. As acusações já são feitas directamente a Pequim, ao estarem implicadas empresas públicas e responsáveis governamentais locais neste comércio ilegal e lucrativo.
O relatório "China, appetite for destruction", publicado agora no final de Novembro, explica como a procura de madeira na China aumentou desmesuradamente nas últimas décadas, não só para o crescente consumo da classe média como para alimentar a Indústria de madeira para exportação.
A China tornou-se no maior, importador, consumidor e exportador de madeira no Mundo. As florestas chinesas fornecem menos de 40% da madeira utilizada. Mesmo com o massivo plano de reflorestação que começou a ser implementado há mais duma década para combater as grandes cheias, a distância entre o fornecimento doméstico e a procura continuou a aumentar. A importação de madeira cresceu 300% em apenas uma década.
Em resultado da pressão da opinião pública muitos países (EUA, Austrália ou da UE) adoptaram legislação para banir possíveis importações de madeira ilegal, mas o governo chinês não teve qualquer iniciativa nesse sentido.
Na análise dos dados de 36 países fornecedores de madeira à China, concluiu-se que 10% da madeira tem origem em explorações florestai ilegais. O relatório descreve esquemas de corrupção com governos fracos como na Burma, na Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão e cita importações ilegais de Moçambique e da Indonésia. O relatório denuncia ainda casos particulares como a importação de madeiras nobres que é especialmente lucrativo e onde são cortadas ilegalmente espécies de árvores em risco de extinção.

Fonte: Nuno Leitão/Guardian

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