terça-feira, 28 de junho de 2011

Medidas que o Governo irá implementar na área da Educação

Ensino Pré-Escolar, Básico e Secundário

A Educação é uma área que determina, de forma indelével, o nosso futuro colectivo. Só se obtêm resultados com determinação e rigor, com a cooperação dos pais, professores e alunos e com a criação de um ambiente de civilidade, trabalho, disciplina  e exigência. Assim, as soluções preconizadas visam, face à realidade das escolas portuguesas, qualificar os nossos alunos e desenvolver a sua formação cívica. O Governo assume a Educação como serviço público universal e estabelece como sua  missão a substituição da facilidade pelo esforço, do laxismo pelo trabalho, do dirigismo  pedagógico pelo rigor científico, da indisciplina pela disciplina, do centralismo pela  autonomia. A necessidade de melhorar a qualidade do que se ensina e do que se aprende, com  vista à concretização de metas definidas, assenta na definição de uma estratégia que  permita a criação de consensos alargados em torno das grandes opções de política  educativa. Para o conseguir, é fundamental estabelecer um clima de estabilidade e de  confiança nas escolas.

Objectivos estratégicos
A actual situação do sistema de ensino em Portugal exige que se definam objectivos claros para responder aos desafios actuais. Salientam-se entre esses objectivos os  seguintes.

- Construir uma visão estratégica para um sistema educativo que permita cumprir as metas assumidas no Programa 2015-2020;

- Criar consensos alargados sobre o plano estratégico de desenvolvimento tendo  como horizonte temporal o ano de 2030;

- Estabelecer e alargar contratos de autonomia que constituem uma das políticas  essenciais para garantir a diversidade e o prémio do mérito nas escolas;

- Apostar no estabelecimento de uma nova cultura de disciplina e esforço, na maior  responsabilização de alunos e pais, no reforço da autoridade efectiva dos  professores e do pessoal não docente;

- Desenvolver progressivamente iniciativas de liberdade de escolha para as famílias  em relação à oferta disponível, considerando os estabelecimentos de ensino  público, particular e cooperativo; 

- Desenvolver um sistema para o processo digital do aluno, para maior eficácia da  gestão, nomeadamente nos processos de matrícula e de transferência de alunos;

- Reforçar o Programa Escola Segura em zonas urbanas de maior risco criando  incentivos ao voluntariado da comunidade educativa;

- Lançar novas iniciativas que permitam reduzir assimetrias, potenciando os  recursos humanos já existentes nas escolas, autarquias e redes sociais locais, no  âmbito da prevenção do abandono escolar;

- Proceder a uma intensa desburocratização e à avaliação das práticas e dos  processos administrativos aplicados à gestão da Educação;

- Criar condições para a implementação de bolsas de empréstimo de manuais  escolares;

- Implementar modelos descentralizados de gestão de escolas.

Medidas
Com o propósito de criar uma cultura de transparência orientada para resultados, e  dada a actual situação, o Governo tomará as seguintes medidas:

- Definição de metas para a redução do abandono escolar, melhoria do sucesso  escolar em cada ciclo e aumento da empregabilidade dos jovens, associando estas  metas a princípios de rigor na avaliação, de exigência nas provas e de mérito nos  resultados;

- Criação de um sistema nacional de indicadores de avaliação da Educação, em  linha com as melhores práticas internacionais, garantindo transparência e  confiança aos cidadãos e incentivando as famílias a tomar decisões mais  informadas no exercício da sua liberdade de escolha;

- Generalização da avaliação nacional: provas para o 4.º ano; provas finais de ciclo  no 6.º e 9.º anos, com um peso na avaliação final; exames nacionais no 11.º e 12.º  ano;

- Reestruturação do Programa Novas Oportunidades com vista à sua melhoria em  termos de valorização do capital humano dos Portugueses e à sua credibilização  perante a sociedade civil;

- Revisão do modelo de contratualização da autonomia das escolas, assentando-o  em objectivos e incentivos definidos pelo Ministério e pela comunidade escolar, de  forma a que as escolas se possam abrir a projectos educativos diferenciados e  credíveis. 

Motivar e desenvolver os recursos humanos da educação

Neste âmbito, é propósito do Governo lançar um programa de formação para os  recursos humanos que vise:

- A simplificação do Estatuto da Carreira Docente a par do estabelecimento de  medidas que reforcem as competências dos directores de escola;

- Uma selecção inicial de professores que permita integrar no sistema os mais bem  preparados e vocacionados designadamente através da realização de uma prova  de avaliação de conhecimentos de acesso à profissão.


Estabilidade e dignificação da profissão docente

Para uma melhoria dos processos de ensino e aprendizagem é necessário valorizar o  papel dos professores e educadores:

- Reforçando a autoridade do professor;

- Valorizando profissionalmente os docentes através de um investimento na  formação contínua e na elaboração de um modelo de selecção e de  profissionalização, em exercício, dos novos professores e educadores.

- Reformando o modelo de avaliação do desempenho dos docentes de forma a  desburocratizar o processo, promovendo um regime exigente, rigoroso, autónomo  e de responsabilidade, sem que estes princípios conduzam a cargas desmedidas de  procedimentos burocráticos e administrativos, e ponderando os resultados de  outros modelos de avaliação, nomeadamente os já obtidos no modelo de  avaliação em vigor no ensino particular e cooperativo.

Desenvolver e consolidar uma cultura de avaliação a todos os níveis do sistema de ensino

- Conferir estabilidade, autonomia técnica e funcional ao serviço de provas e  exames nacionais, credibilizando estes instrumentos de avaliação; 

- Desenvolver uma unidade autónoma e independente, capaz de se relacionar com  entidades internas e externas ao Ministério, com competências científicas em  várias áreas, de forma a conceber e aplicar provas e exames nacionais validados,  fiáveis e comparáveis. 

- Implementar uma política de avaliação global, incidindo não apenas sobre os  professores, mas também sobre a escola, os alunos e os currículos;

- Prosseguir a política de avaliação e certificação de manuais escolares.

Racionalização da rede de oferta de ensino

- Incrementação progressiva da descentralização de competências no domínio dos  estabelecimentos de ensino, em cada comunidade e município, integrando as  escolas nas suas comunidades locais;

- Estabilização do processo de organização dos agrupamentos de escolas,  privilegiando a verticalização pedagógica e organizacional de todos os níveis de  ensino, bem como a progressiva autonomia da sua organização e funcionamento;

- Contratualização com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses de um  novo modelo de delegação de competências correspondente aos objectivos acima  enunciados.

Gestão descentralizada da rede de estabelecimentos de ensino

Neste domínio, importa assegurar uma maior articulação e cooperação entre a oferta  de ensino pública e privada, visando potenciar a sua complementaridade. Essa  cooperação e articulação serão concretizadas em torno do objectivo de qualificação e  de racionalização do serviço público de educação com o melhor aproveitamento  possível dos recursos existente, através das seguintes medidas:

- Defesa da política de contratos de associação com estabelecimentos de ensino  particular e cooperativo que prestam serviço público de ensino em regime de  contrato com o Estado;

- Concessão de estabilidade jurídica e equidade económica ao modelo de  financiamento dos contratos de associação e contratos simples com o ensino  particular e cooperativo;

- Lançamento de concursos públicos para contratualização de oferta privada em  situações de carência ou ruptura da rede de oferta de ensino.

Orientar a organização do Ministério da Educação para os resultados

Os serviços centrais e regionais do Ministério devem concentrar a sua acção na criação  de valor e na correcção de assimetrias do sistema educativo pelo que será necessário  apostar no mérito e nas carreiras dos seus quadros, com o propósito de constituir uma  nova geração de elevada competência e com uma cultura de gestão por objectivos e resultados, nomeadamente através da:

- Criação das bases que potenciem o acesso ao conhecimento e a experiências  exteriores, em particular contratualizando com parceiros da sociedade civil os  seguintes aspectos:

- Selecção de projectos/parcerias com elevado valor acrescentado para as escolas;

- Gestão e promoção da excelência do ensino e do conhecimento;

- Reforço da rede, dos recursos técnicos e das competências das escolas de  referência em educação especial;

- Introdução de metodologias de promoção do sucesso escolar e de  combate ao abandono escolar;

- Aprofundamento da articulação entre a educação, a cultura e ciência.

Desenvolver e aperfeiçoar o ensino pré-escolar

- Continuar a alargar a rede pré-escolar que constitui um factor de equidade no  progresso educativo dos alunos;

- Apostar na articulação entre o ensino pré-escolar e o ensino básico;

Melhorar a qualidade das aprendizagens no 1.º Ciclo

- Reforçar a aprendizagem das duas disciplinas estruturantes: Língua Portuguesa e Matemática.

- Reavaliar e ajustar o Plano Nacional de Leitura e o Plano de Acção para a  Matemática tendo em conta o seu valor.

- Avaliar as actividades de enriquecimento curricular e promover a qualidade do  ensino nessas actividades.

- Avaliar a componente de apoio à família e organizá-la de forma a constituir um  estímulo directo para o estabelecimento de relações positivas entre a escola, a  família dos alunos e a comunidade local. 

Aumentar o sucesso escolar no 2.º e 3.º Ciclos

Concentração da acção nestes níveis de ensino em três vertentes: 

- Prevenção do insucesso escolar no 2.º Ciclo, com identificação precoce dos  factores de risco e áreas lacunares em cada disciplina para reforço dirigido das  aprendizagens; 

- Combate ao insucesso escolar, nomeadamente por via de uma intervenção  atempada;

- Redução da dispersão curricular do 3.º Ciclo;

- Erradicação do abandono escolar em idades inferiores a 15 anos com sinalização  dos alunos em risco e intervenções articuladas a nível local.

Apostar fortemente no ensino técnico e na formação profissional

- No ensino secundário, a grande aposta deve incidir num sistema de formação  dual que articule a formação teórica das escolas profissionais com a formação  prática nas empresas;

- As empresas devem ser incentivadas a apoiar os perfis profissionais, devendo  também ser chamadas a ajudar a execução da formação prática, assim facilitando  a transição para o mercado de trabalho;

- O financiamento desta rede pode ser partilhado entre o Estado e as empresas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Confissão de um professor ...

Publicado em 19 de Novembro de 2010 por Arnaldo Antunes
Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.

Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.

De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.
Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche.
O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas...
Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta.
Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos. É este o Portugal de sucesso e orgulho do Sócrates!!!!
Divulguem e não se cansem de divulgar por esse mundo fora.....Não se calem.....

CNO do Centro de Formação Profissional de Leiria

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Materiais de luxo em escolas novas

Há escolas requalificadas pelo Parque Escolar com acabamentos de luxo. A denúncia é da Associação Nacional dos Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas que dá exemplos de estabelecimentos com escadas em mármore, granitos polidos e até recintos específicos para a prática de voleibol de praia.
"Há pelo menos uma escola que no projecto tem previsto campos para vólei de praia. Nas escolas que já visitei, fiquei com a ideia de que com materiais mais baratos até se podia alargar esta requalificação a mais escolas", afirmou Adalmiro Botelho da Fonseca, criticando a gestão da empresa Parque Escolar: "O importante é que os projectos sirvam o ensino de uma forma digna e não luxuosa. A Parque Escolar não fez um esforço na contenção dos gastos".
Confrontada com estas acusações, a empresa responsável pela requalificação garante gastar uma média de 14,5 milhões de euros em cada escola e que "uma das grandes preocupações tem sido evitar espaços desnecessários e acabamentos de luxo", negando a existência de campos de voleibol de praia: "Não promovemos esses equipamentos por questões sanitárias, dada a dificuldade em garantir a limpeza da caixa de areia".
Sintra Nunes, presidente da Parque Escolar, diz que as obras não vão parar devido à crise.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Conteúdo - O Sistema Excretor


Função
O aparelho excretor é um conjunto de órgãos que produzem e excretam a urina, o principal líquido de excreção do organismo. Os dois rins filtram todas as substâncias da corrente sanguínea, estes resíduos formam parte da urina que passa, de forma contínua, pelos ureteres até à bexiga.
Depois de armazenada na bexiga, a urina passa por um conduto denominado uretra até o exterior do organismo. A saída da urina produz-se pelo relaxamento involuntário de um esfíncter que se localiza entre a bexiga e a uretra e também pela abertura voluntária de um esfíncter na uretra.

Excreção
Excreção é o processo pelo qual eliminam substâncias nitrogenadas tóxicas (denominadas excretas ou excreções que provêm principalmente da degradação de aminoácidos ingeridos no alimento), produzidas durante o metabolismo celular.

Ureia
A ureia é a principal excreta, sendo eliminada dissolvida em água, formando a urina. Por terem a ureia como principal excreta, os homens são chamados de ureotélicos.



Os rins, são duas glândulas de cor vermelha escura colocadas simetricamente nos lados da coluna vertebral, na região lombar. Medem 10 cm de largura e pesam cerca de 150 gr cada um. O peritoneo, membrana serosa que cobre a superfície interior do abdómen, prende-os fortemente contra a parede abdominal. A extremidade superior de cada rim é coberta por uma glândula endócrina, a glândula supra-renal.

O sangue que vai se depurar passa pela artéria renal até os rins e sai pela veia renal, debaixo do envoltório granuloso formado pelos glóbulos glomérulos de Malpighi. Tais glomérulos são constituídos por capilares sanguíneos, arteríolas, e envoltos na cápsula de Bowman, que é uma bolsa que continua com o tubo urífero. Cada rim contém dois milhões destes tubos, agrupados em feixes piramidais, são os que contém a urina, a qual passa a pélvis renal e daí aos uréteres, que são o conduto excretor do rim que comunica a pélvis com a bexiga.

A bexiga tem um comprimento aproximado de uns 30cm e um diâmetro de 5mm. Nela se deposita a urina até o momento de sua expulsão ao exterior.

Formação de urina
O sangue chega ao rim pela artéria renal que se ramifica em numerosos capilares.
O rim extrai deste sangue água e substâncias prejudiciais em excesso formando assim a urina.
O sangue purificado passa para a veia renal saindo do rim.
A urina assim formada passa aos ureteres e desce à bexiga onde é armazenada
Quando a bexiga se enche sentimos vontade de urinar
A urina sai da bexiga através da uretra.

Suor
O suor é um líquido produzido pelas glândulas sudoríparas, que se encontra na pele. Existem cerca de dois milhões de glândulas sudoríparas espalhadas por nosso corpo; grande parte delas localiza-se na fronte, nas axilas, na palma das mãos e na planta dos pés.
O suor contém principalmente água, além de outras substâncias, como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio (o sal de cozinha). As substâncias contidas no suor são retiradas do sangue pelas glândulas sudoríparas. Através de canal excretor - o duto sudoríparo -, elas chegam até a superfície da pele, saindo pelos poros. Eliminando o suor, a actividade das glândulas sudoríparas contribui para a manutenção da temperatura do corpo.

O homem é um animal homoeotérmico, isto é, mantém a temperatura do corpo praticamente constante, ao redor de 36,5°C. Quando praticamos algum exercício físico (futebol, corrida, levantamento de objectos pesados, etc.), a grande actividade muscular produz muito calor e a temperatura do corpo tende a aumentar. então eliminamos suor; a água contida no suor se evapora na pele, provocando uma redução na temperatura do ar que a circunda. Isso favorece as perdas de calor do corpo para o ambiente, fato que contribui para a manutenção da temperatura do nosso corpo.

É fabricado nas glândulas sudoríparas, abundantes nas palmas das mãos, plantas dos pés e axilas. São compostas por tubos enrolados à volta dos quais se encontram capilares sanguíneos.
As glândulas sudoríparas situam-se na derme abrindo à superfície da epiderme através de um poro.

domingo, 15 de maio de 2011

Conteúdo - O Sistema Digestivo


O sistema digestivo ou gastrointestinal inclui o tubo digestivo (que é constituído por: boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e recto), e órgãos glandulares (glândulas salivares, glândulas estomacais, fígado e pâncreas) que segregam substâncias que lançam no interior desse tubo.

A função deste aparelho é transferir as moléculas orgânicas, água e sais minerais que constituem a alimentação para o meio interno do organismo, de modo a que os átomos e moléculas que os constituem possam ser distribuídos pelas células através do sistema circulatório.
O tubo digestivo de um adulto mede aproximadamente 8/9 metros de comprimentos desde a boca até ao ânus, e o seu interior está em contacto com o exterior através desses dois orifícios, o que quer dizer que, em sentido estrito, o conteúdo do tubo digestivo é exterior ao corpo humano. Ao contrário do que geralmente se imagina, a eliminação de produtos desnecessários (excreção) não é uma função principal do aparelho digestivo. O maior responsável pela eliminação dos resíduos é, no corpo humano, o aparelho renal, enquanto que as fezes são, maioritariamente, constituídas por materiais não digeridos e por bactérias que residem no tubo digestivo, isto é, por materiais que nunca penetram, de facto, no corpo humano.

A digestão

As substâncias simples da nossa dieta, como a água, os sais minerais e as vitaminas (excepto a vitamina B12), podem ser absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. Contudo, as macromoléculas, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono, têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas. As proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos. Os hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose, entre outros. As gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas. A transformação dos alimentos ocorre ao longo do tubo digestivo por acção de fenómenos mecânicos e químicos que, no seu conjunto, constituem a digestão.
Para executar estas transformações, o aparelho digestivo realiza três tipos distintos de actividades, que tornam máximo o aproveitamento dos nutrientes: secreção, movimento e absorção. A digestão é uma função que se desenrola de forma sequencial, isto é, trata-se de um conjunto de fenómenos que acontecem sucessivamente, de acordo com uma determinada ordem.
Esta função recebe o contributo de agentes que são produzidos por alguns desses órgãos, ou então segregados por glândulas secretoras que lhes estão associadas e que, pela sua natureza, auxiliam a transformação dos alimentos em entidades químicas mais simples (secreção).
A esta acção de ataque químicos também se associam, ao longo do trajecto do tubo digestivo, vários outros efeitos mecânicos que resultam da contracção das paredes de alguns órgãos que o constituem. Por exemplo, o estômago, ao contrair-se de forma própria, mistura o seu conteúdo com grande eficiência, e o esófago e o intestino delgado contribuem, com as suas contracções, para o avanço dos materiais ao longo do percurso (movimento).
As moléculas resultantes do processo digestivos são capazes de atravessar as paredes do intestino delgado, através de uma camada de células epiteliais, para se integrarem no sangue ou na linfa (absorção).
Residualmente, ficam no intestino materiais que o aparelho digestivo não transformou em substâncias assimiláveis e que elimina sob a forma de fezes.

Curiosidades:

Qual é o comprimento dos intestinos? Pelo menos 7,5 metros nos adultos. Se acham que é muito, dêem graças a Deus por não serem um cavalo adulto que tem nada mais nada menos do que 27 metros de intestino!

Mastigar comida demora entre 5 e 30 segundos.

Engolir demora cerca de 10 segundos

A comida pode andar às voltas no estômago durante 3 a 4 horas.

A comida demora 3 horas a atravessar o intestino.

A secagem e 'passeio' da comida pelo intestino grosso pode demorar entre 18 horas e 2 dias.

Durante uma vida, o sistema digestivo aguenta com 50 toneladas de comida.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conteúdo - Sistema Circulatório

Do sistema circulatório fazem parte o coração, que é o órgão central, as artérias, arteríolas e capilares que levam o sangue enriquecido em O2 aos tecidos e as veias que transportam o sangue com CO2, produto das trocas gasosas nos tecidos, até ao coração, que por sua vez o remete para os pulmões. O coração é constituído pelo miocárdio, que tem a particularidade de autogerar impulsos nervosos de uma maneira rítmica, conferindo-lhe a capacidade de se contrair e relaxar de acordo com a frequência determinada por esses impulsos. É este ritmo que captamos através da frequência cardíaca que, usualmente, se situa em repouso entre as 60 e 80 pulsações por minuto.

O sangue desempenha três funções essenciais: transportar oxigénio, distribuir os alimentos e remover o dióxido de carbono e outros detritos eliminados pelas células.

Em 1900, um biologista alemão, Karl Landsteiner, anunciou a descoberta dos chamados grupos sanguíneos - A, B, AB ou O. Além disso, descobriu também a existência de uma substância nos glóbulos vermelhos, factor Rh (as pessoas que possuem essa substância são Rh positivas e as que não possuem são Rh negativas). Isto faz com que o conjunto dos diversos grupos sanguíneos que hoje se podem identificar à superfície dos glóbulos vermelhos de uma pessoa a tornem perfeitamente individualizável e distinta de qualquer outra.

Vasos sanguíneos : existem três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.
Artérias: a sua função é levar o sangue desde o coração até os tecidos. Três capas formam as suas paredes, a externa ou adventícia de tecido conjuntivo; a capa media de fibras musculares lisas, e a interna ou íntima formada por tecidos conectivos, e por dentro dela se encontra uma capa muito delgada de células que constituem o endotélio.
Veias: devolvem o sangue dos tecidos ao coração. À semelhança das artérias, as suas paredes são formadas por três capas, diferenciando-se das anteriores somente por sua menor espessura, sobretudo ao diminuir a capa media. As veias têm válvulas que fazem com que o sangue circule desde a periferia rumo ao coração ou seja, que levam a circulação centrípeta.
Capilares: são vasos microscópicos situados nos tecidos, que servem de conexão entre as veias e as artérias; sua função mais importante é o intercâmbio de materiais nutritivos, gases e desperdícios entre o sangue e os tecidos. As suas paredes compõem-se de uma só capa celular, o endotélio, que se prolonga com o mesmo tecido das veias e artérias em seus extremos.
O sangue não se põe em contacto directo com as células do organismo, se bem que estas são rodeadas por um líquido intersticial que as recobre; as substâncias se difundem, desde o sangue pela parede de um capilar, por meio de poros que contém os mesmos e atravessa o espaço ocupado por líquido intersticial para chegar às células.
As artérias antes de se transformarem em capilares são um pouco menores e chamam-se arteríolas, e o capilar quando passa a ser veia novamente tem uma passagem intermediária nas que são veias menores chamadas vénulas; os esfíncteres pré-capilares ramificam os canais principais, abrem ou fecham outras partes do leito capital para satisfazer as variadas necessidades do tecido. Dessa maneira, os esfíncteres e o músculo liso de veias e artérias regulam o fornecimento do sangue aos órgãos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Conteúdo - O Sistema Respiratório

O sistema respiratório é constituído pelas fossas nasais, pela boca, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. O tecido pulmonar é constituído por uma grande quantidade de alvéolos. Por sua vez, a parede dos alvéolos é atapetada por uma membrana respiratória ao nível da qual se processam as trocas gasosas. Assim, os pulmões funcionam como o interface entre o meio gasoso e o meio líquido que é o sangue, pois é neles que este se enriquece de oxigénio e elimina o dióxido de carbono.

A respiração compõe-se de três partes: a entrada de ar ou inspiração, a apneia que é uma pequena paragem e a expiração, ou seja, a saída do ar. Para respirar é indispensável efectuar movimentos ao nível da caixa torácica que possibilitem a inspiração e expiração. Os músculos intercostais, escalenos, abdominais e o diafragma entre outros, asseguram os movimentos necessários.


As vias respiratórias são constituídas por uma série de dutos que permitem ao ar passar do ambiente externo aos pulmões e vice-versa. O ar entra pelo nariz percorre as fossas nasais e passa para a faringe; daí desce pela laringe que é continuada pela traqueia. Esta, chegando no tórax, se bifurca em dois ramos, o brônquio direito e o brônquio esquerdo que chegam aos respectivos pulmões. Para a respiração contribui também a caixa torácica, da qual os movimentos de expansão e de redução são essenciais para que o ar possa entrar e sair das vias respiratórias.
Fossas nasais e faringe, mesmo fazendo parte das vias respiratórias, desempenham ainda outras funções: as fossas nasais são a sede do sentido do olfacto, enquanto a faringe pode ser considerada também um órgão do aparelho digestivo desde que por ela (ou melhor, pela porção faringe que está atrás da boca) passa o bolo alimentar, além do ar.
A laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões são, ao contrário, órgãos unicamente respiratórios e não tem outras funções.





A DINÂMICA DA RESPIRAÇÃO


Pode dividir-se em distintos processos:
1. Inspiração: Consiste na entrada de ar até os alvéolos pulmonares. Ingressa oxigénio.
2. Processo de intercâmbio de oxigénio e bióxido de carbono entre os alvéolos pulmonares e o sangue; e transporte do sangue aos tecidos. Expiração Inspiração


3. Expiração: consiste na saída do ar dos alvéolos pulmonares para o exterior. Elimina-se bióxido de carbono.
O oxigénio ingressa pela narina, atravessa a faringe, a laringe e traqueia. A traqueia se ramifica em dois brônquios, que se dirigem cada um a um pulmão.
No pulmão os brônquios vão se dividindo e, ao mesmo tempo, diminuem seu calibre até formar os bronquíolos.
Esses continuam se dividindo em condutos ainda menores até o bronquíolo terminal ou respiratório, que formam finalmente os sacos aéreos ou alvéolos. Em volta de cada alvéolo há uma rede de capilares sanguíneos. Nos pulmões o oxigénio passa por difusão dos alvéolos aos capilares sanguíneos e o bióxido de carbono dos capilares para os alvéolos.
Nos tecidos corporais o oxigénio passa do sangue e líquidos corporais às células, e o bióxido de carbono no sentido oposto, também pelo processo de difusão. As funções metabólicas normais das células requerem um fornecimento constante de oxigénio e, por sua vez, produzem bióxido de carbono como resíduo, portanto a carga de bióxido de carbono nas células é maior e a de oxigénio é menor em relação à dos capilares, o que produz a difusão de uma zona de maior concentração a outra de menor.





Hematose Pulmonar





Curiosidades:

Os pulmões contêm quase 2400 quilómetros de vias aéreas e mais de 300 milhões de alvéolos.

As plantas são nossas parceiras na respiração. Nós inspiramos oxigénio e expiramos dióxido de carbono. As plantas absorvem o dióxido de carbono e largam oxigénio.

As pessoas têm tendência para apanhar mais constipações no Inverno porque passam mais tempo dentro de casa e mais tempo perto de outras pessoas. Quando uma pessoas espirra, tosse ou até mesmo respira, os germes passam para o ar.