quarta-feira, 20 de julho de 2016

Selvagem Grande, a ilha das cagarras


Não tem uma árvore, nem água doce. As gentes da Madeira iam caçar aves marinhas e pescar a este pedaço de terra no Atlântico, que agora é reserva natural. Rochedo apenas, como diz Espanha, ou ilha, como diz Portugal? A maior expedição portuguesa de sempre às ilhas Selvagens esteve a inventariar a biodiversidade e foi também uma afirmação de soberania. Agora que acabaram de tomar o pequeno-almoço no alpendre da casa encravada no sopé da Selvagem Grande, com vista para a baía das Cagarras, estão preparados para subir a encosta quase a pique da ilha e continuar o trabalho que os trouxe até aqui.

Avançam escarpa acima, uma parede castanha árida que, num repente, brota mais de 100 metros do mar como o dorso de um animal marinho, com cabeça e cauda mergulhadas na água. Paulo Catry segue na dianteira, chapéu e mochila às costas, Ana Almeida de lenço na cabeça e também mochila, e pelo trilho íngreme delimitado por pedras, ziguezagueando como equilibristas, cruzam-se a cada passo com os principais habitantes da ilha - as cagarras, aves marinhas, migradoras admiráveis.

Daqui elas têm vista privilegiada: os ninhos que fizeram nos buracos na escarpa escancaram-se para um azul imenso. Ao longe, a 11 milhas, podem aperceber-se de um pedaço de terra tão esborratado que mal se distingue entre o mar e o céu, a Selvagem Pequena, apenas com 20 hectares e 49 metros de altitude máxima. Ao lado, mais pequeno ainda, fica o ilhéu de Fora.

E lá em baixo, deparam-se com a rampa que permite o desembarque de botes entre os rochedos na Selvagem Grande, com a casa dos dois vigilantes da natureza sempre presentes, os únicos habitantes humanos, mais a única casa privada da ilha uns metros acima na falésia - e, nos últimos dias, com um cenário nunca antes presenciado.

Há agora um colorido de tendas no terreiro em frente à casa dos vigilantes e no pátio da casa privada, além de estendais com roupa dos 19 recém-chegados à Selvagem Grande, ilha do arquipélago da Madeira. Desembarcaram no fim de Junho por uma semana para inventariar a fauna e a flora marinhas (na semana anterior, fizeram o mesmo na Selvagem Pequena).

Sem telemóveis, sem Internet, sem água doce para tomar banho ou uma praia, e sem um produto muito desejado por quase todos - queijo, que viria a protagonizar uma peripécia -, os cientistas vieram vasculhar a ilha, desde o topo do planalto até aos cinco metros de profundidade, passando pela zona entre marés. Podem sempre contentar-se em pôr um postal no marco de correio no alpendre da casa dos vigilantes, com carimbo das "Selvagens, Portugal" (vai é demorar até ao destino, uma vez que os vigilantes são rendidos a cada três semanas e é nessa altura que levam a correspondência num navio-patrulha até ao Funchal).

Indiferentes aos passos de Paulo Catry e Ana Almeida, as cagarras chocam os ovos. Enquanto um dos elementos do casal permanece no ninho, o outro viaja durante uma semana no mar alto à procura de alimento. Depois ficam juntos alguns dias e revezam-se.

É pelas cagarras que os cientistas caminham pela encosta abrupta - esta manhã, mais uma vez. Sem se deterem nos ninhos do varandim panorâmico, dirigem-se para as que optaram por se instalar no topo da ilha, mesmo no centro.

Nova paragem, agora numa parte mais plana do trilho, quase, quase no topo, uff. Avistam-se os três navios da expedição que assentaram arraiais ao largo deste pedaço de terra, e que representam três tempos da descoberta e exploração dos oceanos pelos portugueses: a Vera Cruz, réplica das caravelas dos Descobrimentos, da Associação Portuguesa de Treino de Vela; o veleiro Creoula, construído nos anos 30 como bacalhoeiro na Terra Nova e agora ao serviço da Marinha; e o navio oceanográfico Almirante Gago Coutinho, também da Marinha, equipado com tecnologias do século XXI, de que o Luso, veículo não tripulado que mergulha até aos seis mil metros, é a estrela principal.

O que faz tanta gente nesta ilha e à sua volta? Em terra e no mar, mais de 70 cientistas inventariam a biodiversidade marinha, naquela que é a maior expedição científica às ilhas Selvagens, 163 milhas náuticas a sul da Madeira e apenas 82 a norte das Canárias. O extremo sul de Portugal é aqui. A pergunta é: porquê uma expedição às Selvagens e não a outro sítio qualquer?

As cagarras são a expressão mais visível da biodiversidade das Selvagens (e audível, dirá quem dorme nas tendas). Ou não albergasse a Selvagem Grande a maior colónia mundial desta ave do tamanho de uma gaivota - desde o final de Fevereiro, quando chegam as primeiras para a época de nidificação, até Novembro, quando partem as últimas.

A equipa de Paulo Catry, de 42 anos, ornitólogo do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), em Lisboa, estuda-as há cerca de sete anos. Por vezes, vira-se na escarpa e explica o seu trabalho, uma oportunidade para quem o acompanha recuperar o fôlego. "Há cinco anos contámos todos os ninhos de cagarras, por isso sabemos que os casais que nidificam na ilha são 30 mil."

É também possível saber o número aproximado de cagarras na Selvagem Grande porque lhes têm posto anilhas (serão, assim, mais de 60 mil). "Como têm uma taxa de sobrevivência elevada, a maior parte já foi anilhada. Há aves cuja idade é superior a 30 anos."

Nesta história há um nome incontornável: Paul Alexander Zino, ornitólogo de origem inglesa natural da Madeira, que luta pela preservação das cagarras das Selvagens. Participa na primeira expedição científica multidisciplinar: em Julho de 1963, o director do Museu Municipal do Funchal traz às Selvagens um grupo de cientistas europeus e, quando regressa ao Funchal, Zino quer salvar as cagarras.

Nesses tempos, são um pitéu: apreciadas na Madeira pelos pescadores, organizam-se campanhas sazonais de recolha das crias na Selvagem Grande. Espalmadas, salgadas e secas ao sol, armazenam-nas em barricas que seguem para a Madeira. Numa campanha anual, podem matar-se 20 mil juvenis. Os adultos são poupados, senão esta actividade económica acabaria. Nada se desperdiça: das penas fazem-se colchões e até os excrementos se aproveitam como adubo.

As Selvagens são na altura propriedade privada: concedidas a quem se distinguiu nas conquistas além-mar, em 1904 acabam por ser vendidas pelos herdeiros ao banqueiro madeirense Luiz da Rocha Machado. Por oito mil escudos, ou 40 euros.

Na última caçada, que parte do Funchal em Setembro de 1967, o declínio das cagarras é tal que já só se apanham 13 mil. Nesse ano, Zino compra a licença de caça por alguns anos, quer que a colónia recupere. Tem também autorização do proprietário para construir a primeira casa da Selvagem Grande, como apoio ao estudo das cagarras, que o filho de Zino, médico e ornitólogo, ainda mantém.

As anilhagens começam a partir de 1968, com Zino, entre outros ornitólogos portugueses e franceses. Ele defende que as Selvagens sejam uma reserva natural e, em 1970, negoceia a sua compra pelo Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF), associação internacional de defesa da natureza. Mas, em 1971, o Estado português prefere comprá-las - por 1500 contos, ou 7500 euros (450 mil euros, no valor actual). Nesse ano, são classificadas como reserva natural.

Não restam muitas aves anilhadas nos primeiros tempos, porque em 1976, na ilha até aí sem vigilantes, há uma matança indiscriminada de adultos e crias. "Alguém veio anilhar cagarras em 1976 e, em vez de milhares, encontrou menos de uma centena", recorda Paulo Catry.

Anos sem pisar terra

Vinte minutos de escalada e está-se finalmente no planalto. Não há uma árvore. A vegetação é rasteira ou limitada a tufos, o terreno pedregoso. O ponto mais elevado, o pico da Atalaia, a 163 metros, ostenta o farol. Tudo o que se ouve é o vento que assobia.

Mas encontra-se gente aqui - que tinha até agora os 245 hectares do planalto só para si. Hany Alonso, de 27 anos (do ISPA), e João Pedro Pio, de 22 (colaborador do Museu Nacional de História Natural de Lisboa), ornitólogo e biólogo, andam absortos com os ninhos.

No centro do planalto dispõem-se quatro muros de pedra, com ninhos numerados. Quando chegam Paulo Catry e Ana Almeida, de 30 anos, bióloga marinha, eles já vão no buraco 52 de um dos muros.

Os quatro, a equipa das aves na Selvagem Grande, continuam a ronda pelos ninhos. Há anos que acompanham perto de 400. "Verificamos se estão ocupados e por quem", explica Catry. "Estes muros são quase de certeza anteriores ao século XX. Não se sabe quem os fez, nem quando. Mas deixaram buracos para recolher os pintos."

Como um ritual, passam em revista cada ninho. Ajoelham-se, retiram a cagarra que choca um único ovo, tomam nota do número da anilha, verificam se é o macho ou a fêmea, cortam o pedaço de uma pena e marcam a ave com tinta. Na próxima ronda podem identificar logo se o ocupante é o mesmo e, se for o outro, repetir o ritual.

Querem saber tudo da vida dos bichos. "A sobrevivência, o sucesso reprodutivo, a fidelidade entre casais, a taxa de divórcio - esse tipo de trabalho", acrescenta Alonso.

O casal mantém-se junto para a vida? "Acasalam quase sempre com o parceiro do ano anterior. Há divórcios, mas a taxa é baixa, talvez da ordem dos três a quatro por cento ao ano", diz Catry. Para que querem a pena? "Para análise da composição química e de isótopos." Através da análise de formas de carbono e azoto, pode saber-se onde comem e o quê durante o Inverno. "Não é possível ter informação directa sobre a alimentação nas zonas de invernada, porque elas estão no mar alto", explica Alonso, que faz o doutoramento sobre a ecologia alimentar das cagarras, co-orientado por Catry.

Descobriu-se, através de receptores GPS nas costas das cagarras, que as das Selvagens vão alimentar-se muito longe durante a nidificação. "A maior parte vai à costa de Marrocos, a 400 quilómetros", diz Catry.

Terminada a época de nidificação, os adultos abandonam as Selvagens em Outubro, as crias em Novembro. As ilhas ficam então desertas de cagarras. Os adultos regressam no ano seguinte, mas os juvenis ficam no mar alto. "Só voltam a pôr o pé em terra firme ao fim de três ou quatro anos. Mesmo passados esses anos, estão aqui uma semana, a socializar e a conhecer o sítio, e vão-se embora. Só nidificam em média aos nove anos." Seleccionado o local de reprodução, é raro mudarem.

No Inverno, as cagarras das Selvagens vão até ao largo da África do Sul, mas podem ir até Moçambique e Madagáscar. Algumas, porém, ficam no Atlântico Noroeste, entre os Açores e os EUA.

A equipa de Catry seguiu a migração de 70 cagarras das Selvagens, com um aparelho na pata, e concluiu que têm seis áreas de invernada (além do Atlântico Noroeste, dirigem-se ao meio do Atlântico Sul e às correntes de Agulhas, de Benguela, do Brasil e das Canárias). Um dos juvenis fez algo extraordinário: "Em dois anos, visitou as seis áreas. Andou a explorar o mundo. Voou mais de 30 mil quilómetros por ano."

Nisto tudo, é hora de almoço. É a vez de o grupo das aves cozinhar para os 19 cientistas na ilha, mais aqueles que vêm e vão para os navios, e, por isso, há que descer à casa dos vigilantes. À noite, os quatro tencionam voltar a subir. Querem ter informação directa sobre a alimentação das cagarras. A coisa promete.

Caravelas da descoberta

Há que ter cuidado a atravessar o planalto. "A partir daqui é a colónia de calcamares." Zona interdita aos caminhantes incautos portanto, porque estas aves marinhas que andam sobre o mar, daí o nome, escavam os ninhos no chão arenoso. Só há esta subespécie nas Selvagens.

Desde a erradicação dos coelhos na Selvagem Grande, proliferam também os tufos acinzentados da Schizogyne sericea, planta endémica destas ilhas e das Canárias.

Pouco depois da descoberta das ilhas no século XV, os coelhos e as cabras são introduzidos na Selvagem Grande como fonte de alimento de quem a visita. O navegador português Diogo Gomes é o descobridor oficial, pensa-se que em 1438. Encontra-as com as suas caravelas quando regressa de uma viagem à costa africana, ao serviço do Infante D. Henrique.

Cedo começa a recolher-se urzela, um líquen que cresce nas escarpas, para tingir de púrpura tecidos e papel. Além das cagarras, a pesca e a salga de peixe são fontes de rendimento. Sobrevivem vestígios das tentativas de colonização humana, de que são exemplo os muros de pedra. A inexistência de água doce na ilha ditou o seu falhanço.

As cabras extinguem-se devido à caça no século XIX, mas os coelhos persistem até ao início do século XXI. No fim do século XIX também é introduzida a planta tabaqueira para lenha, mas atinge uma área tal que prejudica as aves marinhas. Está a ser erradicada (desde 2001, pelo que restam poucas), tal como uma outra planta invasora, a Conyza bonariensis.

O Serviço do Parque Natural da Madeira quer preservar os tesouros biológicos das Selvagens, de que é outro exemplo a osga Tarentola boettgeri bischoffi, subespécie que ocorre só nestas ilhas vulcânicas. O Governo Regional da Madeira tenciona recandidatar as Selvagens a património mundial natural da UNESCO (depois de a candidatura de 2002 ter sido retirada por falta de informação sobre a biodiversidade marinha) e esta expedição pode facilitar o processo.

Se até há muita informação sobre a biodiversidade em terra, com as cagarras entre as espécies mais estudadas, a vida neste mar mantém-se bastante desconhecida. Por isso, os cientistas têm batido as costas da Selvagem Grande na zona entre marés, à procura de algas, cracas, peixes nas poças...

Ao mesmo tempo, no Creoula, equipas de mergulhadores vão até aos 25 metros de profundidade recolher exemplares de fauna e flora, fotografar e filmar. Entre os afazeres obrigatórios para todos - limpar o navio ou ajudar na cozinha a escamar douradas e a lavar panelões -, cumprem-se cinco mergulhos por dia. Dispostos em tabuleiros no convés, os exemplares recolhidos são triados, identificados, preservados em frascos.

Entretanto, o Luso, da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), também tem mergulhado até aos dois mil metros e trazido amostras biológicas, rochas e água.

Todos os dados, das equipas em terra e nos navios, vão sendo inseridos no M@rbis - Sistema de Informação para a Biodiversidade Marinha, desenvolvido pela EMEPC e o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade. O projecto pretende inventariar de forma exaustiva as espécies marinhas em Portugal.

Da passagem pela Selvagem Pequena, antes portanto de a expedição se mudar para a Selvagem Grande, encontram-se ecos no diário pessoal de Mónica Albuquerque, bióloga da EMEPC. "O dia promete ser animado, porque vem muita gente a terra e há o jogo de Portugal [com a Costa do Marfim]", escreve a 15 de Junho, acrescentando que, após o pequeno-almoço, as visitas começam a chegar para ajudar nas saídas entre marés e na recolha de lixo. "Chocou-me o facto de serem ilhas desabitadas, mas com muito lixo provocado pelo homem e que é lançado no mar chegando a destinos tão longínquos como este", anota. "De tarde, a vida em terra foi abalada com a chegada de 30 ou 40 pessoas para verem o jogo. Conseguiram mesmo trazer do Creoula uma televisão maior."

A noite dos vómitos

Voltando ao almoço preparado pelo grupo das aves, atum com batatas e ovo cozido vai ser servido numa mesa ao correr do alpendre na casa dos vigilantes. Por esta altura, já muitos andam desejosos de queijo.

A saga das bolas de queijo começou uns dias antes entre Mónica Albuquerque, em terra, e Manuel Pinto de Abreu, o responsável pela EMEPC, a bordo do Almirante Gago Coutinho. Quem estava no Creoula e na caravela Vera Cruz, que transportou cientistas até às Selvagens, também ouviu.

"Professor, do Gago Coutinho preciso de queijo", disse Mónica Albuquerque via rádio.

"Tenho aqui cinco testemunhas que carregaram as bolas de queijo. Não há mais queijo!", respondeu Pinto de Abreu.

"Vou pôr toda a gente à procura do queijo perdido", devolve a bióloga, que voltará ao assunto. "Professor, queremos queijo!"

"Vou telefonar para o Funchal para termos queijo à nossa espera", brinca.

Inglaterra vai jogar com a Eslovénia, e na televisão na sala ao lado da kitchenette na casa dos vigilantes vai poder ver-se o jogo, até porque aqui há painéis solares. Os cadeirões convidam.

Numa estante da sala guardam-se os diários da Selvagem Grande onde os vigilantes registam os pequenos nadas. "Terça-feira, 8 de Junho de 2010: dia dedicado a limpezas na estação, visto que amanhã está prevista a chegada de três embarcações com cientistas e outras pessoas para ficarem cá cerca de 20 dias. Ao fim do dia foi efectuada uma subida ao topo para ver se estava tudo bem e ainda arrancámos alguns pés de Conyza."

Cinco dias depois, a 13 de Junho: "[Na comunicação via rádio com a Selvagem Pequena] ficámos a saber que o [Almirante Gago Coutinho] ia para o Funchal reparar o robô submersível que tinha avariado."

Tinha-se partido a peça que permite determinar a posição do Luso em relação ao navio. Era um percalço menor face ao que viria a acontecer.

Depois do jantar, pelas dez da noite, a equipa das aves volta a subir a encosta para descobrir o que jantaram as cagarras. Na escarpa e no planalto, o sossego do dia deu lugar a uma chinfrineira desde as sete da tarde, quando as cagarras começam a regressar do mar. Fazem voos rasantes e ouvem-se entrecruzados os característicos gritos dos machos "au, au, au, hã".

Com uma lanterna no chapéu, Paulo Catry avança pelo escuro e apanha uma cagarra, que encandeou e que não pára de gritar. "Este, em princípio, é um novo reprodutor que veio do mar", diz Hany Alonso quando o recebe.

João Pedro Pio: "Como sabes que é um novo reprodutor?"

Paulo Catry: "Um macho adulto em reprodução não anda armado em parvo a meio da noite. Tem mais que fazer do que andar nas coboiadas da juventude. Os reprodutores podem dar dois gritos à entrada do ninho e vão lá para dentro."

Sentado no chão, com um tabuleiro e um garrafão de água salgada à frente, Alonso empurra um tubo pela boca da ave. Ana Almeida bombeia a água, até que o bicho vomita no tabuleiro o que parece um pedaço de lula. Com uma pinça, coloca-o num frasco com álcool, enquanto João Pedro Pio toma notas de tudo.

"Pronto, já passou", diz Alonso, enquanto submete outra cagarra ao mesmo procedimento.

Seis cagarras depois, finalmente uma lavagem ao estômago dá um resultado de jeito. "Há ali uma espinha", avisa Ana Almeida. "Olha, talvez carapau, talvez...", diz Alonso, que observa melhor. "É carapau quase de certeza."

Nesta ilha não há sossego? "Não!", atira Ana Almeida. "Há no Inverno. Deve ser uma tristeza", e ri-se.

"Uau, uma lula inteira", diz a bióloga marinha. "A pota-voadora é a espécie que mais aparece na dieta", explica Alonso sobre a lula em questão. "Disseste pota-voadora?! Que espectáculo!", comenta João Pedro Pio.

Doze cagarras depois, os vómitos forçados terminam. "Queremos perceber melhor o ecossistema deste mar profundo e pouco produtivo. Há pouca pesca, só ao atum", explica Catry.

Encosta abaixo à meia-noite, a iluminação do Almirante Cago Coutinho sinaliza que o Luso se encontra em operação. Está a terminar um mergulho a 615 metros, saber-se-ia depois, o quinto ao largo das Selvagens.

Na manhã seguinte, dia da visita já programada de Marcos Perestrello e Humberto Rosa, secretários de Estado da Defesa Nacional e do Ambiente, chega à Selvagem Grande a má notícia. O cabo de ligação do Luso ao navio cortou-se, perto das 11 da noite. O veículo, que já estava a 130 metros de profundidade, voltou ao fundo. Seria montada mais tarde uma operação de resgate (o que já ocorreu com sucesso).

Acto de soberania

Mesmo com este revés, vai começar um frenesim mediático. Ao início da tarde, aproxima-se da ilha das aves um helicóptero militar, que levanta uma nuvem de poeira no planalto onde pousa. Dele desembarcam também os chefes de Estado-Maior da Armada e da Força Aérea, o almirante Fernando Melo Gomes e o general Luís Araújo, e um batalhão de jornalistas. Da ilha seguem de bote para o Creoula, depois para o Almirante Gago Coutinho, há declarações de circunstância, sublinha-se a dimensão da expedição da EMEPC e a cooperação entre muitas instituições científicas, quer dar-se visibilidade política à missão, e ao fim da tarde quase todos os que vieram partem na ave metálica.

Expedição e visitas podem também interpretar-se como um acto de soberania. "Não foi essa a razão por que pensámos ir às Selvagens, mas não podemos dizer que o que estivemos a fazer não teve importância na afirmação da soberania. Teve com certeza", reconhece Pinto de Abreu. Entre os motivos principais da expedição está o M@rbis, acrescenta, que precisava de ser testado no terreno.

Aliás, em Julho de 2008, o El País publicava uma reportagem nas Selvagens, com o título O maior litígio, referindo-se aos cinco séculos de disputa por estes pedaços de terra. Apenas em 1997 Espanha reconheceu a soberania portuguesa, mas o conflito, lembrava o jornal espanhol, mantém-se quanto à delimitação da zona económica exclusiva (ZEE).

Em causa está a natureza das Selvagens. São meros rochedos, incapazes de suportarem habitantes humanos e uma actividade económica, como diz Espanha? Ou são ilhas, como defende Portugal? Como rochedos, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, estabelece que o Estado apenas tem direito às 12 milhas do mar territorial e a uma zona contígua, até às 24 milhas. Como ilhas, o Estado tem por exemplo direito a uma ZEE, que pode chegar às 200 milhas.

A distância entre as Selvagens e as Canárias é de 82 milhas, por isso Portugal defende que a delimitação da ZEE se trace a meio das duas - ou seja, a 40 milhas de cada uma. Esta proposta empurra a ZEE portuguesa cerca de 80 milhas mais a sul do que Espanha quer, refere o El País. Espanha quer que a linha seja traçada entre as Canárias e a Madeira, separadas por cerca de 245 milhas, o que traria a delimitação mais para norte. A pouco mais de 120 milhas da Madeira, que, recorde-se, fica a 163 das Selvagens.

"As Selvagens são ilhas de facto", afirma Pinto de Abreu. "Em determinada altura, eram fonte de alimento para a população da Madeira e havia um comércio associado às cagarras."

Só por motivos de protecção ambiental se acabou com esse comércio e estão habitadas pelos vigilantes, escrevia o jornal espanhol sobre os argumentos portugueses: "No dia em que se decidir povoá-las, poderia desenvolver-se uma actividade económica baseada no turismo ecológico. Se dúvidas restassem, pregaram uma caixa de correio na maior ilha para deixar clara a sua soberania."

Por agora, as Selvagens recebem 500 visitantes por ano, vindos sobretudo nos seus iates, e a ida a terra requer autorização do Serviço do Parque Natural da Madeira.

Afirmação ou não da soberania, na expedição na Selvagem Pequena e na Selvagem Grande os biólogos fizeram 100 mergulhos, houve 25 saídas de campo, apanharam-se mais de 3300 exemplares de fauna e flora,identificaram-se 900 espécies, há outras 700 por triar e uma imensidão de fotografias e vídeos. E, com as visitas governamentais, pôs-se fim a pelo menos um problema imediato. Mónica Albuquerque pediu um favor. As visitas não se esqueceram e trouxeram duas bolas de queijo.

No Ano Internacional da Biodiversidade, vamos publicar quinzenalmente, e até Novembro, reportagens sobre os trabalhos que investigadores portugueses desenvolvem em Portugal e no estrangeiro na conservação da natureza. Os conteúdos são da inteira responsabilidade do P2.

Estudo prevê extinção de cerca de 900 espécies de aves até 2100

Entre 600 a 900 espécies de aves, especialmente as tropicais como os colibris, poderão extinguir-se até 2100 se as temperaturas médias do planeta aumentarem 3.5ºC, prevê um estudo científico publicado na revista Biological Conservation Journal.

O estudo, coordenado por Cagan Sekercioglu – biólogo na Universidade do Utah – concluiu que as aves mais afectadas serão aquelas que vivem em zonas montanhosas tropicais, nas florestas perto da costa, aquelas que já ocupam um território muito limitado e as que não têm acesso a territórios com altitudes mais elevadas.

"Em aguns modelos, a perda de habitat pode aumentar as extinções causadas pelas alterações climáticas em 50%", escrevem os autores no artigo.

Os investigadores estimam que 89% das extinções vão acontecer nos trópicos.

“A percepção das pessoas é que a maioria das aves é migradora e que, por isso, as alterações climáticas não são um problema. Mas a verdade é que a maioria das espécies do planeta são extremamente sedentárias”, disse Sekercioglu, citado pela BBC.

Para sobreviver a temperaturas mais elevadas, as aves terão de se adaptar fisiologicamente e escapar para zonas de floresta húmida mais elevadas. Estas vão recuando para o cimo das montanhas, onde têm de competir com povoações humanas, notou o investigador.

“As espécies que vivem na zona costeira também são muito vulneráveis. As florestas costeiras são muito sensíveis à salinidade e podem ser muito afectadas por tempestades, eventos que se prevê aumentarem de intensidade e frequência”, acrescentou Sekercioglu.

“Já sabemos que muitas espécies de aves tropicais não são muito boas a dispersar para outros territórios. Por isso, este será um grande problema no futuro se os climas adequados para elas se deslocarem centenas de quilómetros. Algumas aves não serão capazes de mudar os seus territórios suficientemente rápido”, notou Mike Crosby, da federação Birdlife International para a Ásia.

Os autores do estudo acreditam que "as áreas protegidas serão mais importantes do que nunca, mas devem ser desenhadas tendo em consideração as alterações climáticas". Ainda assim, salientam, no espaço de um século, 92% das áreas protegidas actuais correm o risco de se tornarem climaticamente desadequadas. Na Europa também.

Num artigo publicado em Abril de 2011 na revista Ecology Letters, o investigador Miguel Araújo – da Universidade de Évora e do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid e um dos autores do estudo – salientou que no final do século, se os modelos climáticos se vierem a verificar, mais de metade das espécies que ocorrem nas áreas protegidas europeias encontrar-se-ão numa situação de stress climático. De acordo com o especialista, entre as espécies mais vulneráveis às alterações do clima estão “as espécies tolerantes a ambientes frios” e as “menos tolerantes a períodos de seca prolongada, as espécies de mobilidade reduzida, espécies especialistas no uso de determinados recursos ecológicos ou muito dependente de interacções com outras espécies, espécies com baixa fertilidade”.

Para Sekercioglu, vai tornar-se claro que as novas áreas protegidas do planeta terão de ser definidas “tendo em conta territórios com maior altitude e deixando mais espaço para as espécies ameaçadas se moverem para maiores altitudes”.

“Temos de nos preparar para começar a medir as temperaturas, a precipitação e monitorizar o que se passa com os animais nas áreas protegidas, para que consigamos dar uma resposta adequada”, comentou Crosby.

Estudo revela que espécies invasoras podem desencadear extinções em massa

A chegada de espécies invasoras a um ecossistema pode ser grave o suficiente para travar a formação natural de novas espécies e desencadear extinções em massa, revela um estudo da Universidade norte-americana de Ohio publicado na revista “PLoS ONE”.

Alycia Stigall estudou o colapso da vida marinha no planeta há entre 378 e 375 milhões de anos e concluiu que os ecossistemas que hoje lutam contra a perda da biodiversidade podem ter o mesmo destino.

O planeta já passou por cinco grandes extinções em massa mas a crise ambiental que ocorreu no fim do Devónico terá sido especial. “Referimo-nos ao fim do Devónico como uma extinção em massa. Mas na realidade foi uma crise da biodiversidade”, contou Alycia Stigall, citada em comunicado pela National Science Foundation.

Com base no estudo de um bivalve, dois braquiópodes e um crustáceo, a investigação, publicada a 29 de Dezembro, sugere que as espécies invasoras travaram a formação de novas espécies naquele período. Aqueles pequenos animais marinhos estavam entre os habitantes mais comuns nos oceanos do final do Devónico, período durante o qual apareceram as primeiras florestas e ecossistemas terrestres e que os anfíbios começaram a caminhar na terra. Com a subida do nível dos mares e a transformação dos continentes, algumas espécies tiveram acesso a ambientes onde nunca tinham estado. As espécies invasoras, mais resistentes, tornaram-se dominantes e erradicaram as espécies mais especializadas. Todo o ecossistema marinho entrou em colapso. Os corais que formavam recifes foram dizimados e estes só voltaram a aparecer no planeta cem milhões de anos depois. Os peixes gigantes, as esponjas e os braquiópodes entraram em declínio drasticamente.

Stigall considera que esta investigação é relevante no cenário actual de crise da biodiversidade, numa altura em que a actividade humana introduziu grande número de espécies invasoras em novas ecossistemas. “Mesmo que consigamos travar a perda de biodiversidade, o facto de estarmos a mover todas estas espécies invasoras pelo planeta vai adiar a recuperação natural. Tudo porque o elevado nível das invasões suprime o ritmo a taxa de especiação de forma substancial”, comentou Stigall, cuja investigação foi financiada pela American Chemical Society e pela Universidade de Ohio.

Japão vai voltar à Antárctida para caçar baleias, agora com escolta

O Japão anunciou que vai regressar às águas da Antárctida, a partir de Dezembro, para caçar baleias. Mas desta vez, a frota baleeira terá uma escolta nipónica para a proteger dos navios ecologistas da Sea Shepherd.

A notícia foi dada em conferência de imprensa pelo ministro japonês das Pescas, Michihiko Kano, segundo o qual um navio patrulha da Agência de Pescas nipónica vai acompanhar a frota baleeira. Desta vez, a caça à baleia “será realizada com maior protecção contra obstruções”, citou a estação de televisão japonesa, NHK.

Nos últimos anos, a caça à baleia tem vindo a tornar-se mais tensa por causa dos confrontos entre caçadores e ecologistas. No ano passado, em Fevereiro, as perturbações nas águas da Antárctida terão levado, pela primeira vez, Tóquio a suspender a sua campanha na Antárctida. O Sea Shepherd mobilizou várias embarcações para seguir a frota japonesa, utilizando cordas para bloquear as hélices dos navios nipónicos e colocando-se entre estes e as baleias. A organização garante ter conseguido evitar a morte de 800 animais.

Pouco depois, o Japão anunciou que iria ponderar o fim da caça “científica” à baleia, uma prática tolerada pela Comissão Baleeira Internacional, que proíbe desde 1986 a caça comercial aos cetáceos. Os países defensores das baleias e ambientalistas denunciam esta prática como uma caça comercial disfarçada.

Mas o ministro japonês acabou com as dúvidas e afirmou que o seu objectivo é conseguir a retoma da caça comercial e que, por isso, precisa continuar a investigação científica na Antárctida.

Por seu lado, a Sea Shepherd criticou a decisão do Governo japonês e disse que este ano vai reforçar os meios para travar a frota nipónica, com a operação “Operation Divine Wind”. No âmbito desta operação, serão mobilizados cem activistas voluntários para a Antárctida.

Paul Watson, o responsável da Sea Shepherd, acusa o Japão de “estar, simplesmente, obcecado por matar baleias não por necessidade mas por lucro, porque acredita que tem o direito de fazer aquilo que quer num santuário para baleias, reconhecido internacionalmente, apenas para defender a sua honra”.

Turistas e cientistas estão a levar para a Antárctida milhares de plantas invasoras

Os 40.000 turistas e cientistas que estiveram na Antárctida em 2007 levaram consigo, e sem o saberem, sementes de plantas exóticas invasoras, ameaçando um dos ecossistemas mais intocados do planeta, revela um estudo científico.

“Quisemos avaliar os riscos para a Antárctida como um todo, descobrindo que espécies estão a ser levadas para lá, de onde são originárias e quais os locais onde mais provavelmente se vão fixar”, disse o coordenador do estudo internacional, Steven Chown, da Universidade Stellenbosch, na África do Sul.

O estudo, publicado na segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), revela que foram inquiridas 5600 pessoas, sobre os seus locais de origem e trajectos de viagem, de um total de 33.000 turistas e 7000 cientistas que estiveram na Antárctida em 2007.

Depois, os investigadores passaram em revista a bagagem e equipamento de 853 voluntários. No final do trabalho concluíram que, cada pessoa levava, em média, dez sementes na roupa, bagagem, bastões, calçado e equipamento. As equipas de cientistas tendem a levar mais espécies exóticas, mas a média baixa porque o número de turistas é muito mais elevado.

Os investigadores concluíram que metade das 2600 sementes recolhidas veio de outras regiões frias do planeta. “Isto significa que muitas destas plantas conseguem sobreviver às baixas temperaturas da Antárctida, o que é preocupante”, disse Steven Chown, em comunicado. De acordo com a Universidade de Stellenbosch, muitas das sementes pertencem a famílias de plantas que já são invasoras no Árctico, por exemplo.

Tendo em conta que “algumas zonas da Antárctida vão continuar a aquecer nos próximos 100 anos”, os investigadores acreditam que “é elevada a probabilidade de muitas espécies exóticas se estabelecerem e prosperarem lá”. As zonas mais ameaçadas são a Península da Antárctida, o Mar de Ross e as regiões costeiras da zona Este. “Com as alterações climáticas, estas zonas serão muito sensíveis porque será mais fácil para as plantas sobreviverem e fixarem-se nos locais onde o gelo recuou”, disse Chown.

Actualmente, várias espécies invasoras já se fixaram na Antárctida, como a gramínea Poa annua, em Portugal conhecida por relva-dos-caminhos.

“O problema das espécies invasoras é mundial mas particularmente delicado nas ilhas onde os ecossistemas são mais frágeis”, disse à agência AFP Marc Lebouvier, da Universidade de Rennes, França, e um dos autores do estudo. “O risco em ilhas como a Antárctida é de um desequilíbrio do ecossistema que se pode traduzir na substituição progressiva destas espécies de origem por espécies importadas que podem eliminar as plantas locais”, acrescentou.

As implicações deste estudo para a conservação dos ecossistemas da Antárctida serão debatidas no próximo encontro do Tratado da Antárctida, marcado para Junho na Austrália. O estudo fez parte do projecto do Ano Polar Internacional (2007-2008) “Aliens in Antarctica” e foi apoiado pelo Comité Científico para a Investigação na Antárctida (SCAR, sigla em inglês).

Há poluentes novos que estão a levantar preocupações

Os medicamentos são engolidos por milhões de pessoas todos os dias e muitas substâncias são excretadas para a natureza sem serem degradadas pelo corpo, por isso acabam por acumular-se na natureza.

Este é apenas um dos exemplos das centenas de substâncias que a humanidade produz, mas que ainda não controla o destino final, como mostra o “Engenharia num minuto”, uma rubrica feita pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. 

“São já conhecidos efeitos resultantes da acumulação destes compostos na natureza ao longo dos últimos anos, quer ao nível da fauna marinha (excitabilidade dos peixes, diminuição de reprodutibilidade), quer ao nível dos sedimentos e águas, afectando o desenvolvimento da flora natural”, disse Arminda Alves, especialista em análise de micropoluentes e docente na FEUP. A investigadora sublinha que as porções mínimas destas substâncias não afectam a saúde das pessoas.

As substâncias mais preocupantes são, para Arminda Alves, “alguns fármacos, cuja acumulação no meio ambiente é ainda desconhecida, as fragrâncias e alguns químicos industriais como os agentes retardadores de fogo que existem em quase todos os bens de consumo”. Para a cientista deve-se fazer de imediato uma análise que avalie os riscos a que as populações estão expostas a nível regional, o que obriga a ter em consideração os hábitos de consumo das comunidades e as condições do ambiente.

Áreas Protegidas de âmbito regional/local

Áreas Protegidas de âmbito regional/local são áreas criadas e geridas pelas associações de municípios ou municípios. Tipologias admitidas: Parque natural, Reserva natural, Paisagem protegida, Monumento natural (acrescentadas de “regional” ou “local”).

No âmbito do DL 19/93, de 23 de Janeiro foram designadas as seguintes Paisagens Protegidas: Albufeira do Azibo, Corno do Bico, Lagoa de Bertiandos e São Pedro dos Arcos e a Serra de Montejunto.

Designadas no âmbito do DL 142/2008, de 24 de Julho existem: a Reserva Natural Local do Paul de Tornada, a Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica do Mindelo, a Paisagem Protegida Local do Açude da Agolada, a Paisagem Protegida Local do Açude Monte da Barca, a Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena e a Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola.

Monumento natural

Entende -se por monumento natural uma ocorrência natural contendo um ou mais aspectos que, pela sua singularidade, raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais, exigem a sua conservação e a manutenção da sua integridade.
A classificação de um monumento natural visa a protecção dos valores naturais, nomeadamente ocorrências notáveis do património geológico, na integridade das suas características e nas zonas imediatamente circundantes, e a adopção de medidas compatíveis com os objectivos da sua classificação.
Os Monumentos Naturais actualmente classificados são sete:
Ourém/Torres Novas (integrado no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros), sendo o mais antigo e datando de 1996; Carenque; Cabo Mondego; Pedreira do Avelino; Pedra da Mua e Lagosteiros (os dois últimos integrados no Parque Natural da Arrábida) e Portas de Ródão, o mais recente, de 2009.

Mapa da Rede Nacional de Áreas Protegidas


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Criação de Áreas Protegidas

O processo de criação de Áreas Protegidas (AP) é actualmente regulado pelo Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho. A classificação das AP de âmbito nacional pode ser proposta pela autoridade nacional (ICNB) ou por quaisquer entidades públicas ou privadas; a apreciação técnica pertence ao ICNB, sendo a classificação decidida pela tutela. No caso das AP de âmbito regional ou local a classificação pode ser feita por municípios ou associações de municípios, atendendo às condições e aos termos previstos no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho.

As tipologias existentes são Parque nacional, Parque natural, Reserva natural, Paisagem protegida e Monumento natural; com excepção do “Parque Nacional” as AP de âmbito regional ou local podem adoptar qualquer das tipologias atrás referidas, devendo as mesmas ser acompanhadas da designação “regional” ou “local”, consoante o caso (“regional” quando esteja envolvido mais do que um município, “local” quando se trate apenas de uma autarquia).


O Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho, prevê ainda a possibilidade de criação de Áreas Protegidas de estatuto privado (APP), a pedido do respectivo proprietário; o processo de candidatura, a enviar ao ICNB, está regulado pela Portaria n.º 1181/2009, de 7 de Outubro, envolvendo o preenchimento de um Formulário, disponível no subcanal "Formulário".

As AP de âmbito nacional e as APP pertencem automaticamente à RNAP (Rede Nacional de Áreas Protegidas); no caso das AP de âmbito regional ou local a integração ou exclusão na RNAP depende de avaliação da autoridade nacional.

Áreas Protegidas de âmbito privado

Áreas Protegidas de âmbito privado são áreas propostas e geridas pelos proprietários, através dos procedimentos previstos na Portaria n.º 1181/2009, de 7 de Outubro, sendo a designação efectuada pela autoridade nacional. Tipologia admitida: Área protegida privada.

Neste âmbito, existe a Área Protegida Privada Faia Brava.

Reserva Natural

Entende-se por reserva natural uma área que contenha características ecológicas, geológicas e fisiográficas, ou outro tipo de atributos com valor científico, ecológico ou educativo, e que não se encontre habitada de forma permanente ou significativa.
A classificação de uma reserva natural visa a protecção dos valores naturais existentes, assegurando que as gerações futuras terão oportunidade de desfrutar e compreender o valor das zonas que permaneceram pouco alteradas pela actividade humana durante um prolongado período de tempo, e a adopção de medidas compatíveis com os objectivos da sua classificação.

Estão classificadas nove Áreas como reservas naturais o Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António que data de 1975, sendo aliás a primeira AP criada após o 25 de Abril, as Dunas de São Jacinto, a Serra da Malcata, o Paul de Arzila, as Berlengas, o Paul do Boquilobo, o Estuário do Tejo, o Estuário do Sado, as Lagoas de Santo André e da Sancha, a mais recente, de 2000.

Mapa da Rede Natura 2000


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Mapa da Rede Nacional de Áreas Protegidas


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Paisagem Protegida

Entende-se por «paisagem protegida» uma área que contenha paisagens resultantes da interacção harmoniosa do ser humano e da natureza, e que evidenciem grande valor estético, ecológico ou cultural.
A classificação de uma paisagem protegida visa a protecção dos valores naturais e culturais existentes, realçando a identidade local, e a adopção de medidas compatíveis com os objectivos da sua classificação.
De âmbito nacional, figuram as Paisagens Protegidas da Serra do Açor, de 1982 e da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, de 1984.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Áreas protegidas de âmbito nacional

Áreas protegidas de âmbito nacional são áreas criadas e geridas pela autoridade nacional, podendo no entanto ser propostas por quaisquer entidades públicas ou privadas, nomeadamente autarquias locais e associações de defesa do ambiente. Tipologias admitidas: Parque nacional, Parque natural, Reserva natural, Paisagem protegida, Monumento natural.

domingo, 17 de julho de 2016

Notícia - Ausência de mortes em Portugal não vai continuar

O director-geral da Saúde congratulou-se por Portugal não ter registado qualquer morte associada à gripe A, mas alertou que esta situação não vai manter-se, prevendo que a crise causada pela epidemia dure até dois anos.

Num encontro promovido pela Ordem dos Médicos para esclarecimento sobre as várias questões que preocupam os clínicos, a propósito da gripe A, Francisco George realçou a importância da resposta portuguesa à crise, que se traduz numa ausência de mortes.

Contudo, o especialista em saúde pública alertou: "Não vamos continuar com uma letalidade de zero".

Francisco George estima que a crise epidémica deverá durar entre um e dois anos e defende uma preparação contínua.

Neste encontro participam representantes dos colégios das especialidades que, prevê-se, sejam as que mais terão de lidar com a doença: medicina interna, pediatria, infecciologia, pneumologia, medicina geral e familiar e do trabalho.

Isabel Caixeiro, da secção regional do sul da Ordem dos Médicos e promotora do encontro, disse aos jornalistas que o evento se realiza na altura certa, ou seja, quando se prevê que as respostas venham a ser mais necessárias.

Foram muitas as perguntas que os profissionais presentes lançaram a debate, relacionadas com questões como a falta de pessoal para responder a uma cada vez maior solicitação e também aspectos práticos, como os da administração dos medicamentos e das vacinas.

A este propósito, Etelvina Calé, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), alertou para uma racional administração dos medicamentos anti-virais disponíveis, defendendo que, como medida quimioprofiláctica, apenas as pessoas que pertencem aos grupos de risco e que tenham estado em contacto próximo com uma pessoa infectada é que devem receber o Tamiflu.

A especialista alertou para os perigos de uma toma desenfreada de antiviral como medida profiláctica, preocupação que foi corroborada por outros clínicos presentes.

A propósito do Tamiflu, Francisco George garantiu que o medicamento tem demonstrado eficácia e que, actualmente, apenas dez doentes em todo o mundo apresentaram resistência a este fármaco, escolhido por Portugal para a reserva estratégica de medicamentos contra uma pandemia de gripe.

Notícia - Swine flu jab link to killer nerve disease: Leaked letter reveals concern of neurologists over 25 deaths in America



A girl wearing a face mask to prevent swine flu in London
Prevention: Is the swine flu jab safe?
A warning that the new swine flu jab is linked to a deadly nerve disease has been sent by the Government to senior neurologists in a confidential letter.
The letter from the Health Protection Agency, the official body that oversees public health, has been leaked to The Mail on Sunday, leading to demands to know why the information has not been given to the public before the vaccination of millions of people, including children, begins.
It tells the neurologists that they must be alert for an increase in a brain disorder called Guillain-Barre Syndrome (GBS), which could be triggered by the vaccine.
GBS attacks the lining of the nerves, causing paralysis and inability to breathe, and can be fatal.
The letter, sent to about 600 neurologists on July 29, is the first sign that there is concern at the highest levels that the vaccine itself could cause serious complications.
It refers to the use of a similar swine flu vaccine in the United States in 1976 when:
  • More people died from the vaccination than from swine flu.
  • 500 cases of GBS were detected.
  • The vaccine may have increased the risk of contracting GBS by eight times.
  • The vaccine was withdrawn after just ten weeks when the link with GBS became clear.
  • The US Government was forced to pay out millions of dollars to those affected.
Concerns have already been raised that the new vaccine has not been sufficiently tested and that the effects, especially on children, are unknown.
It is being developed by pharmaceutical companies and will be given to about 13million people during the first wave of immunisation, expected to start in October.
Top priority will be given to everyone aged six months to 65 with an underlying health problem, pregnant women and health professionals.
The British Neurological Surveillance Unit (BNSU), part of the British Association of Neurologists, has been asked to monitor closely any cases of GBS as the vaccine is rolled out.
One senior neurologist said last night: ‘I would not have the swine
flu jab because of the GBS risk.’
There are concerns that there could be a repeat of what became known as the ‘1976 debacle’ in the US, where a swine flu vaccine killed 25 people – more than the virus itself.
A mass vaccination was given the go-ahead by President Gerald Ford because scientists believed that the swine flu strain was similar to the one responsible for the 1918-19 pandemic, which killed half a million Americans and 20million people worldwide.
Swine flu vaccines being prepared
The swine flu vaccine being offered to children has not been tested on infants
Within days, symptoms of GBS were reported among those who had been immunised and 25 people died from respiratory failure after severe paralysis. One in 80,000 people came down with the condition. In contrast, just one person died of swine flu.
More than 40million Americans had received the vaccine by the time the programme was stopped after ten weeks. The US Government paid out millions of dollars in compensation to those affected.
The swine flu virus in the new vaccine is a slightly different strain from the 1976 virus, but the possibility of an increased incidence of GBS remains a concern.
Shadow health spokesman said last night: ‘The last thing we want is secret letters handed around experts within the NHS. We need a vaccine but we also need to know about potential risks.
‘Our job is to make sure that the public knows what’s going on. Why
is the Government not being open about this? It’s also very worrying if GPs, who will be administering the vaccine, aren’t being warned.’
Two letters were posted together to neurologists advising them of the concerns. The first, dated July 29, was written by Professor Elizabeth Miller, head of the HPA’s Immunisation Department.
It says: ‘The vaccines used to combat an expected swine influenza pandemic in 1976 were shown to be associated with GBS and were withdrawn from use.
‘GBS has been identified as a condition needing enhanced surveillance when the swine flu vaccines are rolled out.
‘Reporting every case of GBS irrespective of vaccination or disease history is essential for conducting robust epidemiological analyses capable of identifying whether there is an increased risk of GBS in defined time periods after vaccination, or after influenza itself, compared with the background risk.’
The second letter, dated July 27, is from the Association of British Neurologists and is written by Dr Rustam Al-Shahi Salman, chair of its surveillance unit, and Professor Patrick Chinnery, chair of its clinical research committee.
America swine flu 1976
Halted: The 1976 US swine flu campaign
It says: ‘Traditionally, the BNSU has monitored rare diseases for long periods of time. However, the swine influenza (H1N1) pandemic has overtaken us and we need every member’s involvement with a new BNSU survey of Guillain-Barre Syndrome that will start on August 1 and run for approximately nine months.
‘Following the 1976 programme of vaccination against swine influenza in the US, a retrospective study found a possible eight-fold increase in the incidence of GBS.
‘Active prospective ascertainment of every case of GBS in the UK is required. Please tell BNSU about every case.
‘You will have seen Press coverage describing the Government’s concern about releasing a vaccine of unknown safety.’
If there are signs of a rise in GBS after the vaccination programme begins, the Government could decide to halt it.
GBS attacks the lining of the nerves, leaving them unable to transmit signals to muscles effectively.
It can cause partial paralysis and mostly affects the hands and feet. In serious cases, patients need to be kept on a ventilator, but it can be fatal.
Death is caused by paralysis of the respiratory system, causing the victim to suffocate.
It is not known exactly what causes GBS and research on the subject has been inconclusive.
However, it is thought that one in a million people who have a seasonal flu vaccination could be at risk and it has also been linked to people recovering from a bout of flu of any sort.
The HPA said it was part of the Government’s pandemic plan to monitor GBS cases in the event of a mass vaccination campaign, regardless of the strain of flu involved.
But vaccine experts warned that the letters proved the programme was a ‘guinea-pig trial’.
Dr Tom Jefferson, co-ordinator of the vaccines section of the influential Cochrane Collaboration, an independent group that reviews research, said: ‘New vaccines never behave in the way you expect them to. It may be that there is a link to GBS, which is certainly not something I would wish on anybody.
‘But it could end up being anything because one of the additives in one of the vaccines is a substance called squalene, and none of the studies we’ve extracted have any research on it at all.’
He said squalene, a naturally occurring enzyme, could potentially cause so-far-undiscovered side effects.
Jackie Fletcher, founder of vaccine support group Jabs, said: ‘The Government would not be anticipating this if they didn’t think there was a connection. What we’ve got is a massive guinea-pig trial.’
Professor Chinnery said: ‘During the last swine flu pandemic, it was observed that there was an increased frequency of cases of GBS. No one knows whether it was the virus or the vaccine that caused this.
‘The purpose of the survey is for us to assess rapidly whether there is an increase in the frequency of GBS when the vaccine is released in the UK. It also increases consultants’ awareness of the condition.
Panic over? The number of swine flu cases has fallen sharply in the past week
Panic over? The number of swine flu cases has fallen sharply in the past few weeks
‘This is a belt-and-braces approach to safety and is not something people should be substantially worried about as it’s a rare condition.’
If neurologists do identify a case of GBS, it will be logged on a central database.
Details about patients, including blood samples, will be collected and monitored by the HPA.
It is hoped this will help scientists establish why some people develop the condition and whether it is directly related to the vaccine.
But some question why there needs to be a vaccine, given the risks. Dr Richard Halvorsen, author of The Truth About Vaccines, said: ‘For people with serious underlying health problems, the risk of dying from swine flu is probably greater than the risk of side effects from the vaccine.
‘But it would be tragic if we repeated the US example and ended up with more casualties from the jabs.
‘I applaud the Government for recognising the risk but in most cases this is a mild virus which needs a few days in bed. I’d question why we need a vaccine at all.’
Professor Miller at the HPA said: ‘This monitoring system activates pandemic plans that have been in place for a number of years. We’ll be able to get information on whether a patient has had a prior influenza illness and will look at whether influenza itself is linked to GBS.
‘We are not expecting a link to the vaccine but a link to disease, which would make having the vaccine even more important.’
The UK’s medicines watchdog, the Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency, is already monitoring reported side effects from Tamiflu and Relenza and it is set to extend that surveillance to the vaccine.
A Department of Health spokesperson said: ‘The European Medicines Agency has strict processes in place for licensing pandemic vaccines.
‘In preparing for a pandemic, appropriate trials to assess safety and the immune responses have been carried out on vaccines very similar to the swine flu vaccine. The vaccines have been shown to have a good safety profile.
‘It is extremely irresponsible to suggest that the UK would use a vaccine without careful consideration of safety issues. The UK has one of the most successful immunisation programmes in the world.’
I COULDN''T EAT OR SPEAK... IT WAS HORRENDOUS
Hilary Wilkinson
Victim: Hilary Wilkinson spent three months in hospital after she was diagnosed with Guillain-Barre Syndrome
When Hilary Wilkinson woke up with muscle weakness in her left arm and difficulty breathing, doctors initially put it down to a stroke.
But within hours, she was on a ventilator in intensive care after being diagnosed with Guillain-Barre Syndrome.
She spent three months in hospital and had to learn how to talk and walk again. But at times, when she was being fed through a drip and needed a tracheotomy just to breathe, she doubted whether she would survive.
The mother of two, 57, from , Cumbria, had been in good health until she developed a chest infection in March 2006. She gradually became so weak she could not walk downstairs.
Doctors did not diagnose Guillain-Barre until her condition worsened in hospital and tests showed her reflexes slowing down. It is impossible for doctors to know how she contracted the disorder, although it is thought to be linked to some infections.
Mrs Wilkinson said: ‘It was very scary. I couldn’t eat and I couldn’t speak. My arms and feet had no strength and breathing was hard.
I was treated with immunoglobulin, which are proteins found in blood, to stop damage to my nerves. After ten days, I still couldn’t speak and had to mime to nurses or my family.
‘It was absolutely horrendous and I had no idea whether I would get through it. You reach very dark moments at such times and wonder how long it can last.
But I’m a very determined person and I had lots of support.’
After three weeks, she was transferred to a neurological ward, where she had an MRI scan and nerve tests to assess the extent of the damage.
Still unable to speak and in a wheelchair, Mrs Wilkinson eventually began gruelling physiotherapy to improve her muscle strength and movement but it was exhausting and painful.
Three years later, she is almost fully recovered. She can now walk for several miles at a time, has been abroad and carries out voluntary work for a GBS Support Group helpline.
She said: ‘It makes me feel wary that the Government is rolling out this vaccine without any clear idea of the GBS risk, if any. I wouldn’t wish it on anyone and it certainly changed my life.
‘I’m frightened to have the swine flu vaccine if this might happen again – it’s a frightening illness and I think more research needs to be done on the effect of the vaccine.’

Hotline staff given access to confidential records

Confidential NHS staff records and disciplinary complaints could be accessed by hundreds of workers manning the Government’s special swine flu hotline.
They were able to browse through a database of emails containing doctors’ and nurses’ National Insurance numbers, home addresses, dates of birth, mobile phone numbers and scanned passport pages – all details that could be used fraudulently.
And private and confidential complaints sent by hospitals about temporary medical staff – some of whom were named – were also made available to the call-centre workers, who were given a special password to log in to an internal NHS website.
It could be a breach of the Data Protection Act.
The hotline staff work for NHS Professionals, which was set up using taxpayers’ money to employ temporary medical and administrative staff for the health service.
The not-for-profit company runs two of the Government’s swine flu call centres – with 300 staff in Farnborough, Hampshire, and 900 in Watford, Hertfordshire.
Shadow Health Secretary described the revelations as ‘disturbing’.
Anne Mitchell, a spokeswoman for Unison, said: ‘There’s no excuse for such a fundamental breach of personal security. Action needs to be taken as soon as possible to make sure this does not happen again.’
A spokeswoman for NHS Professionals would not confirm whether access to the confidential files had been granted.

Notícia - As verdades que não nos dizem

Uma carta confidencial do Governo britânico para médicos directores de departamentos de neurologia foi revelada ao jornal "The Mail".
A vacina contra a Gripe Suína causa uma doença nervosa fatal.
Levanta-se a questão: Porque é que o Governo não avisou o público uma vez que estão planeados milhões de vacinações - inclusivo a mulheres grávidas e crianças?
Uma vez que este tipo notícia dificilmente chega ao universo português, façam o favor de avisar as pessoas que vos são queridas para não tomarem a vacina contra a gripe suína.
Será deste perigo que o Director Geral de Saúde refere? Será que muita gente vai morrer da cura e não da doença? Terá esta pandemia sido criada em laboratório, para dar mais uns milhões à indústria farmacêutica?

in

Notícia - Vacina da gripe A pode ser fatal

A nova vacina da gripe A pode provocar uma doença neurológica grave, a síndrome Guillain-Barré, que causa paralisia, insuficiência respiratória e pode levar à morte.

O alerta parte do Governo britânico que, através da Agência de Protecção da Saúde (Health Protection Agency), entidade que supervisiona a saúde pública, enviou uma carta confidencial aos neurologistas a exigir saber por que razão não foi tornada pública a informação sobre as possíveis consequências da vacina antes do início da vacinação de milhões de pessoas, incluindo crianças .

A missiva dá conta de que os neurologistas devem estar alerta para um aumento do número de casos de distúrbios cerebrais com a síndrome Guillain-Barré, que podem ser desencadeados pela vacina. Aquela síndrome ataca o sistema nervoso, causando paralisia e incapacidade respiratória, o que pode ser fatal.

O documento confidencial foi enviado a 600 neurologistas britânicos a 29 de Julho e é o primeiro sinal de que há preocupação ao mais alto nível sobre as possíveis complicações muito graves decorrentes da vacina .

A carta refere ainda o uso de uma vacina semelhante nos Estados Unidos, em 1976, quando morreram mais pessoas devido à vacinação do que devido à gripe. Além disso, 500 casos da síndrome foram detectados e concluiu-se que a vacina pode ter aumentado o risco da doença em oito vezes. A vacina foi retirada ao fim de dez semanas, quando foi estabelecida uma ligação clara com a síndrome. Por fim, o governo americano foi obrigado a pagar milhões de dólares de indemnização às pessoas afectadas.

Questionado pelo CM sobre os efeitos adversos da vacina, o presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Rêgo, admitiu as consequências: "Essa situação é muito bem conhecida da classe médica." Adiantou, porém, que quase todas as vacinas e as infecções podem causar essa síndrome, mas o aparecimento destes casos são raros. Contudo, disse, "as vacinas não estão isentas de riscos."

BOMBEIROS CRITICAM FALHAS NA PROTECÇÃO

O presidente da Associação dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, disse ontem que há muitas câmaras que não estão preparadas para lidar com o vírus da gripe A. "Muitas autarquias ainda colocam a prevenção, a segurança e o trabalho dos bombeiros em segundo plano quer em termos financeiros, de efectivos e de organização", lamentou Fernando Curto, que se reuniu com o Ministério da Saúde. Curto defende a vacinação de todos ou quase todos os bombeiros e a reposição dos kits de protecção e de desinfecção sempre que necessário.

FÉRIAS SUSPENSAS

O Ministério da Saúde deu indicação a todos os profissionais da saúde – médicos, enfermeiros e auxiliares – para não gozarem férias neste período de pandemia da gripe, dado o aumento do número de novos casos.

ESCLARECIMENTOS

O centro de saúde de Évora promove hoje e amanhã sessões de esclarecimento sobre a gripe A, na Direcção Regional de Educação do Alentejo.

GRIPE A VISTA À LUPA

2983 novos casos de gripe foram diagnosticados em Portugal entre os dias 7e 13 de Setembro. Totalizam, neste momento 10 496.

SEM GRAVIDADE

Segundo a ministra da Saúde, Ana Jorge, a maioria dos casos diagnosticados na última semana não registou gravidade.

3205 pessoas morreram em todo o Mundo devido à gripe A, até ao dia 6 de Setembro.

MÉDICOS DE BAIXA

Autoridades da Venezuela revelaram que nove (50 por cento) dos médicos do Hospital Central do Estado de Aragua estão de baixa por estarem infectados com o vírus.

19 pessoas infectadas com o novo vírus da gripe A necessitaram de cuidados hospitalares na última semana, tendo estado internadas durante alguns dias.

UMA OU DUAS DOSES

As autoridades da saúde ainda não sabem se basta uma dose da vacina para garantir a profilaxia da gripe ou se é necessária uma segunda dose.

5 portugueses foram internados nos Cuidados Intensivos, de acordo com os dados revelados ontem.

"Se todos os bombeiros fazem o socorro e somos veículo de transmissão de doença, temos de ter todas as precauções"

Fernando Curto, Ass. Nac. Bombeiros Profissionais


CM