domingo, 19 de março de 2017
Biografia - Adam Smith
Filósofo e economista escocês
?/?/1723, Kirkcaldy, Escócia
17/7/1790, Edimburgo, Escócia
"Ao buscar seu próprio interesse, o indivíduo freqüentemente promove o interesse da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo." Defendendo o valor do interesse individual para garantir o interesse público, Adam Smith criou, neste trecho de sua "A Riqueza das Nações", o conceito de "mão invisível do mercado", fundamental para a doutrina do liberalismo.
Filho de um fiscal da alfândega, Adam Smith fez seus primeiros estudos em Kirkcaldy, sua cidade natal. Aos 14 anos, ingressou na Universidade de Glasgow, onde se graduou em 1740 e conseguiu uma bolsa de estudos para a Universidade de Oxford, onde estudou filosofia.
Seis anos depois, retornou à Escócia e tornou-se conferencista público em Edimburgo. Adquiriu reconhecimento como filósofo, o que lhe proporcionou ser professor de lógica na Universidade de Glasgow, em 1751. No ano seguinte, passou a lecionar filosofia moral, cadeira pleiteada alguns anos antes, sem sucesso, pelo filósofo David Hume.
Nessa época, travou relações com nobres e altos funcionários, freqüentando a sociedade de Glasgow e, em 1758, foi eleito reitor da Universidade. Seu primeiro trabalho, "A Teoria dos Sentimentos Morais", foi publicado no ano seguinte.
Por intermédio do político Charles Townshend, foi convidado para o cargo de tutor do duque de Buccleuch. Em 1763, Adam Smith renunciou ao seu posto na Universidade de Glasgow e mudou-se para a França. Passou quase um ano na cidade de Toulouse e depois foi para Genebra, onde se encontrou com o filósofo Voltaire.
Já em Paris, Adam Smith pode freqüentar os salões literários e travou contato com os filósofos iluministas. Um incidente com um irmão de seu pupilo, no entanto, obrigou Adam Smith a ir para Londres, onde passou a residir.
Em 1767, Smith retornou a Kirkcaldy, onde iniciou a elaboração e revisão de sua célebre teoria econômica. Passou mais três anos em Londres, onde seu livro foi concluído. "Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações" foi publicado em 1776, tornando-se um dos mais influentes livros de teoria moral e econômica do mundo. As teorias formuladas em "A Riqueza das Nações" lançaram as bases do liberalismo, como a teoria da livre concorrência e o conceito de livre mercado.
Depois da publicação do livro, tornou-se comissário da alfândega na Escócia, o que lhe garantiu bons proventos. Reconhecido e considerado por seus contemporâneos, Adam Smith morreu em 1790, aos 67 anos.
Notícia retirada daqui
Biografia - Michael Faraday
(1791 - 1867) Físico e reverenciado químico inglês, nascido em Newington, Surrey, subúrbio de Londres, descobridor da indução eletromagnética (1831) e cujos conceitos da física experimental e do eletromagnetismo abriram caminho para o progresso da eletrônica e da eletrotécnica. Suas concepções teóricas, entre as quais as que tratam das linhas de força, serviram de base aos trabalhos de Maxwell para o estabelecimento da moderna teoria das ondas eletromagnéticas. Filho de um pobre ferreiro, dos 13 aos 20 anos trabalhou como encadernador e, enquanto isso, autodidata, lia tudo que lhe era entregue para encadernação, principalmente os textos científicos, sobretudo os de química. Passou a freqüentar a Sociedade Filosófica e depois a Royal Instituition, onde chamou a atenção de Humphrey Davy, passando a ser seu assistente no laboratório da Royal Institution e também nas suas viagens ao exterior do país. Apesar de poucos conhecimentos teóricos, seu espírito de experimentação o levou a importantes descobertas para a química e a física. Publicou seu primeiro trabalho de notoriedade (1816), sobre análises químicas de determinados calcários.
Atraído pela experiência do físico dinamarquês Oersted, que demonstrou a propriedade da corrente elétrica de modificar a direção de uma agulha magnética, descobriu o efeito contrário dos magnetos sobre os condutores e com essa experiência, fundamental para o desenvolvimento tecnológico posterior, criou o primeiro motor eletromagnético (1821). Especialista na pesquisa com fluxo de eletricidade através dos líquidos, descobriu a eletrólise (1823). No mesmo ano conseguiu liquefazer o gás cloro com o abaixamento da temperatura e aumento da pressão, procedimento em que seu mestre havia fracassado anteriormente, causando-lhe até uma certa dose de ciúmes e, a partir daí, conseguiu liquefazer praticamente todos os gases conhecidos.
No ano seguinte (1824), graças à notoriedade conquistada por suas descobertas, entrou para a Royal Society. Prosseguindo em suas experiências, isolou o benzeno (1825) e, retomando os estudos sobre o eletromagnetismo, descobriu a indução eletromagnética (1831), um fenômeno, já entrevisto por Arago e por Ampère, mas que só então foi definitiva e cientificamente explicado. A formulação da lei da indução eletromagnética, demonstrou a possibilidade da transformação direta de energia mecânica em energia elétrica (quase que simultaneamente com Joseph Henry, nos EEUU). Através de experiências com limalhas de ferro, descobriu e designou as linhas de força (1831), e esclareceu a noção de energia eletrostática.
Foi o responsável pela introdução no Conselho de Whewell (1833) de uma nova terminologia na química, que é empregada até hoje, como eletrólise, íons, ânion, anodo, cátion, catodo, etc. Formulou as leis da eletrólise (1834) e, por isso, denominou-se faraday a quantidade de eletricidade necessária para libertar um equivalente-grama de qualquer substância. Definiu corrente elétrica como resultado da vibração provocada pelas rápidas alternâncias de tensão nas moléculas dos bons condutores (1838).
Notícia - Descobertas duas espécies de invertebrados no Algarve e em Montejunto
Duas novas espécies cavernícolas, um pseudoescorpião e um escaravelho, foram descobertas para a ciência em grutas do Algarve e do Montejunto pela bióloga e espeleóloga portuguesa Sofia Reboleira. O pseudoescorpiao foi encontrado em cavidades nas grutas algarvias.
O pseudoescorpião – apenas semelhante ao escorpião no exterior – Titanobochica magna representa a descoberta de uma nova espécie e de um novo género, explicou a investigadora. O escaravelho Trechus tatai é uma nova espécie, juntando-se às três espécies de escaravelhos cavernícolas já conhecidas em Portugal Continental, no maciço calcário das Serras de Aire e Candeeiros, todas endémicas. Duas delas foram oficialmente descobertas no ano passado, no âmbito do Mestrado da investigadora.
A descoberta do pseudoescorpião, depois de um ano de trabalho de campo, "foi uma enorme surpresa", contou Sofia Reboleira, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. "Quando vamos para o campo estamos à espera de encontrar alguma coisa nova, mas quando realmente a encontramos, é sempre uma grande surpresa".
A espécie, que só foi encontrada em quatro cavidades dos maciços calcários do Algarve - da zona de Portimão à de Olhão -, pode ser considerado um “gigante”, com os seus cerca de dois centímetros, dado que o tamanho destes animais oscila, normalmente, entre um e cinco milímetros. "Esta espécie não tem parentes à superfície, todos se extinguiram com as glaciações, alterações climáticas ou perturbações das placas tectónicas", explicou. "São verdadeiras relíquias" que só conseguiram sobreviver graças ao ambiente muito estável das grutas, nomeadamente às temperaturas constantes ao longo do ano.
Além do pseudoescorpião, Sofia Reboleira descobriu ainda uma nova espécie de escaravelho cavernícola, Trechus tatai, numa cavidade de Montejunto. “É despigmentado e tem os olhos muito reduzidos” descreveu.
Apesar de viverem em ambientes até agora pouco estudados, estas espécies merecem atenção. "As espécies cavernícolas não conseguem sobreviver em mais nenhum local, logo têm a sua distribuição geográfica muito reduzida. Qualquer perturbação pode pôr em causa a sua sobrevivência", sublinhou Sofia Reboleira. A investigadora lembrou, nomeadamente, a poluição por pesticidas e insecticidas que se podem infiltrar nas grutas e a perturbação ou mesmo destruição daqueles locais por actividades humanas.
Além disso, estas populações nunca são de grande dimensão. "Não tendo luz, as grutas onde vivem estes animais não têm plantas e as fontes de alimento são muito escassas. Por isso, as populações não podem ser muito grandes. Na verdade, estes são exemplares raríssimos".
Ainda assim, Sofia Reboleira acredita que a dimensão das populações destes insectos ainda não é conhecida na sua totalidade. "As grutas são apenas uma janela para observarmos a fauna, à qual temos acesso. Depois há uma rede de fissuras, por onde os animais passam, à qual não podemos chegar."
A descoberta das duas espécies, publicadas há duas semanas e na sexta-feira passada em revistas científicas especializadas em Zoologia, ocorreu durante o trabalho de campo no âmbito do doutoramento de Sofia Reboleira, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (faculdade de biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).
O trabalho foi financiado pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia da qual Sofia Reboleira é bolseira há dois anos e meio.
Professores trabalham, em média, mais de 46 horas por semana - 2
"Os professores não podem continuar a sacrificar as suas vidas pessoais e familiares, suportando cargas de trabalho extremas que acabam por prejudicar, direta ou indiretamente, a resposta pedagógica adequada e de qualidade para os alunos e, igualmente, o seu bem-estar psicossomático, nem a colmatar a escassez de recursos das escolas com os seus bens materiais."
A FENPROF não podia ser mais clara na apresentação das conclusões do inquérito que promoveu a nível nacional (Norte, Região Centro, Grande Lisboa, Zona Sul, Açores e Madeira) sobre os horários dos docentes do 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário.
Divulgadas em conferência de imprensa realizada na manhã da passada sexta-feira, 10 de março, em Lisboa, as conclusões desse inquérito, com 5 709 respostas validadas, apontam: os professores trabalham, em média, mais de 46 horas por semana! Confirma-se, assim, um problema já conhecido mas que não tem merecido qualquer solução por parte de várias equipas ministeriais.
Mário Nogueira, Secretário Geral; Anabela Delgado (SPGL), José Manuel Costa (SPN), João Louceiro (SPRC) e Francisco Oliveira (SPM) integraram a Mesa deste encontro com a comunicação social.
O Secretário Geral da FENPROF fez uma breve introdução e Anabela Delgado apresentou o inquérito, explicando a sua estrutura e aspetos técnicos e analisando os seus principais dados. A dirigente sindical alertou ainda para as ilegalidades que se continuam a registar nos horários dos docentes, dando como exemplo a integração dos apoios a grupos de alunos na componente não letiva. / JPO
sábado, 18 de março de 2017
Conteúdo - Tratamentos do Autismo
Os principais objetivos no tratamento de crianças com autismo são:
-Estimular o desenvolvimento social e comunicativo;
-Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
-Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do quotidiano;
- Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.
Para diminuir os deficits associados e a angústia da família e para aumentar a qualidade de vida e independência funcional. Não existe um único tratamento melhor e o tratamento é geralmente sob medida para as necessidades da criança. As famílias e o sistema de ensino são os principais recursos para o tratamento Estudos de intervenções têm problemas metodológicos que impedem conclusões definitivas sobre eficácia. Embora muitas intervenções psicossociais tenham alguma evidência positiva, sugerindo que alguma forma de tratamento é preferível a nenhum tratamento, a qualidade metodológica de revisões sistemáticas desses estudos tem sido geralmente pobres, os seus resultados clínicos são principalmente tentativa e há pouca evidência para a relativa eficácia das opções de tratamento.
Notícia - A descoberta rara de um elefante esquartejado na Grécia pré-histórica
Perto da cidade grega de Megapólis, escavações arqueológicas revelaram que os humanos comiam elefantes há 300.000 a 600.000 anos. Os resultados deste trabalho, de uma equipa do Ministério da Cultura da Grécia e da Universidade de Tübingen, na Alemanha, dão conta da descoberta de variados instrumentos de pedra usados pelos humanos daquela altura, juntamente com o esqueleto fossilizado de um elefante com sinais de esquartejamento.
Há 300.000 a 600.000 anos, o clima, a vegetação e a flora eram muito diferentes de hoje, permitindo inclusivamente a existência de elefantes na Europa. “No entanto, até agora os vestígios encontrados de elefantes desta época não estavam associados a actividades humanas”, conta Eleni Panagopoulou, arqueóloga do Ministério da Cultura grego e coordenadora do estudo, publicado este ano na revista científica Antiquity. “Esta é a primeira descoberta de vestígios de corte e processamento de carne de elefante com artefactos de pedra nos Balcãs, e uma das poucas com esta idade em toda a Europa”, sublinha a investigadora.
Durante as escavações foram descobertos objectos de pedra talhada – feitos de radiolarito, sílex, calcário e quartzo – e ossos fossilizados de vários animais (bovídeos, cervídeos, roedores, aves, repteis, anfíbios, moluscos ou insectos), datados também com 300.000 a 600.000 anos. A descoberta mais surpreendente da escavação foram ossos dispersos e com sinais de corte, que correspondiam ao esqueleto completo de um elefante. Pertencia à espécie “Elephas antiquus”, que viveu na Europa, incluindo Portugal, e que se extinguiu há mais de 30 mil anos.
“As pessoas comiam elefantes. Eles eram muito valiosos para carne, gordura e até para fazer objectos em osso”, explica Eleni Panagopoulou. No entanto, não é claro como é que os elefantes eram obtidos para consumo humano. “A questão da caça de elefantes neste tempo está ainda em aberto. Ainda não sabemos se os elefantes seriam caçados, se seriam aproveitados elefantes encontrados mortos ou ambos.”
Tudo isto se passou muito antes do aparecimento do homem moderno, ou Homo sapiens sapiens, a nossa espécie. “Naquela altura, provavelmente naquela região vivia o Homo heidelbergensis”, explica a investigadora. Esta espécie de humanos foi identificada pela primeira vez em 1907 na região de Mauer, na Alemanha, e pensa-se que terá dado origem ao homem de Neandertal, extinto há cerca de 28.000 anos do seu último reduto na Europa, a Península Ibérica.
Designado Marathousa 1, o sítio arqueológico onde estava o esqueleto do elefante fica numa mina de carvão a céu aberto, tendo sido a própria exploração mineira a pôr à mostra os primeiros vestígios arqueológicos. Pensa-se que neste local existiu há milhares de anos um grande lago e um pântano com águas pouco profundas.
Marathousa 1 é o primeiro sítio de escavação na Grécia continental do Paleolítico Inferior (período iniciado há cerca de três milhões de anos, indo até há 250.000 anos). Apesar de a Grécia ter uma grande riqueza arqueológica, os estudos têm incidido fundamentalmente no período clássico e no final da pré-história, e são raras as investigações sobre a pré-história mais recuada. A equipa vai prosseguir a investigação no local. Os estudos nesta região são centrais para a compreensão da pré-história, refere um comunicado recente da Universidade de Tübingen, uma vez que se pensa que terá feito parte das rotas de migração dos primeiros humanos de África para a Europa e também um refúgio importante para as populações humanas, a fauna e a flora durante os períodos glaciares.
Informação retirada daqui
Notícia - Viaja pelo mundo a viver há 20 anos em navios de cruzeiro
Mario Salcedo tem 65 anos e vive há cerca de vinte em navios de cruzeiro. Enquanto para a maioria das pessoas um cruzeiro não é mais do que uma escapadela fortuita, para este senhor é o seu dia-a-dia. Apesar de ter um apartamento num condomínio em Miami, nos EUA, prefere a vida em alto mar. E integra a elite de passageiros permanentes que, tal como ele, fazem de um navio o seu lar.
«Super Mario» é o nome que pode ler-se na pequena placa feita à mão, pendurada na porta de uma cabine no deque 11 do Navigator of the Seas. É o escritório de Mario Salcedo, onde ele trabalha no seu negócio de gestão de investimentos. Claro que só o faz quando não está a dançar, a fazer mergulho ou a fumar um charuto num lounge do navio.
Apesar de há 20 anos não idealizar tornar umas férias de cruzeiro num estilo de vida, aos 45 achou necessário fazer uma mudança: quis iniciar um novo capítulo, viajando pelo mundo. Decidiu começar com um cruzeiro. Depois de muito procurar e de ter viajado noutras companhias, reservou uma viagem no maior navio da época, o Voyager of the Seas, da empresa Royal Caribbean . A partir daí, sempre foi fiel a esta companhia de cruzeiros. Está agora prestes a comemorar a noite número 6 mil com a Royal Caribbean, depois de já ter passado por 850 cruzeiros desta companhia. A bordo, todos o conhecem.
O orçamento anual de «Super Mario» para as suas viagens varia entre 60 a 70 mil dólares. Os voos são pagos com cartão de crédito para ganhar milhas e poder pagar com elas o transporte aéreo entre as cidades de onde partem os navios. Salcedo reserva sempre tudo com mais ou menos dois anos de antecedência, o que lhe permite ficar sempre na mesma cabine – onde apenas dorme e toma banho – durante vários cruzeiros consecutivos.
Para não ter gastos exagerados, Mario Salcedo tenta manter aquilo a que chama “equilíbrio”: salta uma das refeições do dia e tenta comer de forma inteligente. Durante os dias em que o navio está atracado nos portos, dispensa a maioria das excursões pelas cidades e fica a dedicar-se a uma das suas grandes paixões – o mergulho. Os dias em alto mar são os seus preferidos – é aí que pode fazer novos amigos, dançando, saboreando uma bebida depois do jantar, e vendo jogos de basquetebol e futebol na televisão.
Durante todo o ano, «Super Mario» passa apenas 15 dias em terra, muitos dos quais aproveitando para ir ao médico ou ao banco, ou a viajar para a próxima escala do novo cruzeiro.
Governo reitera intenção de reduzir número de alunos por turma
O secretário de Estado da Educação reiterou a intenção do Ministério da Educação de reduzir de forma progressiva o número de alunos por turma, já no próximo ano letivo, embora o assunto ainda esteja em debate, avança a agência Lusa.
“O ministro da Educação disse já que é nossa intenção reduzir de forma progressiva”, referiu João Costa, no grupo de trabalho da Comissão de Educação criado para analisar os projetos de lei de Os Verdes, Bloco de Esquerda e PCP sobre a matéria, acrescentando que tem de ser salvaguardada a continuidade pedagógica e que o debate público sobre esta matéria está em curso e que terá de estar concluído em março.
O secretário de Estado sublinha que é unânime que a redução do número de alunos é importante mas alerta que não deve ser apenas administrativa, mas deve ter em conta a promoção do sucesso escolar. “Há um consenso alargado por todas as pessoas. Se fosse uma questão menor não tinha consenso tão alargado.”
O grupo de trabalho da Comissão de Educação está a debater o número de alunos por turma, mas também o número de alunos por professores e o estudo em consonância com a autonomia das escolas de algumas disciplinas serem semestrais.
sexta-feira, 17 de março de 2017
Conteúdo - A precisar reduzir os níveis de stress? Coma mais fruta e vegetais
Se o seu dia-a-dia é muito stressante, saiba que deve comer mais fruta e vegetais para tentar reduzir os níveis de stress. Esta é a sugestão de um estudo australiano que concluiu que consumir cinco a sete porções de fruta e vegetais ao longo do dia baixa os níveis de stress psicológico, especialmente nas mulheres.
O estudo, publicado na revista British Medical Journal Open, indica que as pessoas que consomem cinco a sete porções de fruta e vegetais diariamente têm 14% menos risco de stress do que as que consomem zero a quatro porções. Sendo que no caso das mulheres, comer cinco a sete porções de fruta e vegetais diminuía o seu risco de stress em 23%.
Apesar de demonstrar que basta um consumo diário moderado de fruta e vegetais para ter níveis mais baixos de stress psicológico, o estudo realizado pela Universidade de Sidney destaca ainda que por cada vegetal ou fruta extra que adiciona ao seu prato, reduz os níveis de stress em 5%.
Segundo reporta o Hindustan Times, para este estudo a equipa de investigadores analisou mais de 60 mil australianos com 45 ou mais anos de idade e mediu o seu consumo de fruta e vegetais, bem como fatores de estilo de vida e stress psicológico (onde se teve também em conta a ansiedade e a depressão) entre 2006 e 2008 e em 2010.
As conclusões deste estudo surgem pouco depois de um outro estudo ter sugerido que comer dez porções de fruta e vegetais por dia ajuda a viver mais e melhor.
Informação retirada daqui
Notícia - Fauna perigosa
Cuidado com as picadas e mordeduras
As férias levam-nos a um contacto mais próximo com a mãe-natureza, desde o frenesim balnear até às actividades mais radicais nas serranias, passando por uma sesta à sombra de uma árvore. O biólogo Jorge Nunes revela alguns dos riscos que podem resultar de encontros indesejáveis com a nossa fauna mais perigosa.
O Verão convida a passeios na natureza e o calor incita aos corpos desnudados, às t-shirts, aos tecidos finos e às sandálias. Como este é o período do ano em que a bicharada anda igualmente mais activa (numa roda-viva à cata de alimento, atarefada com a reprodução ou a alimentar e proteger a prole), tudo se conjuga para acontecerem alguns encontros indesejáveis. Os bichos nem sequer têm a intenção de nos incomodar: se puderem, evitam-nos a todo o custo e fogem a sete pés. Somos nós que, frequentemente, nos chegamos perto demais e os incomodamos ou ameaçamos com as nossas actividades de veraneio. E o mais curioso é que o perigo não vem dos grandes animais da nossa fauna. Alguns dos mais incómodos são até de reduzidas dimensões, uma vez que a perigosidade resulta principalmente dos seus arsenais químicos constituídos por substâncias venenosas (toxinas).
As mordeduras e picadas, muitas vezes, não passam de pequenos sustos e breves momentos de dor. Contudo, principalmente em pessoas alérgicas ou com saúde debilitada e ainda em crianças e idosos, podem ter consequências mais graves, como a reacção anafilática, uma reacção alérgica do organismo ao veneno que pode pôr em risco funções vitais como a respiração e a circulação sanguínea e por isso exige ajuda médica urgente. De igual modo, as ferroadas ou mordidelas infligidas por animais mais invulgares devem ser objecto de aconselhamento médico, pois cada pessoa apresenta reacções específicas às diferentes toxinas. Para quaisquer esclarecimentos sobre picadas e mordeduras de animais, telefone para o Centro de Informação Antivenenos (808 250 143 ou 112), entidade ligada ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que se encontra disponível 24 horas por dia.
Riscos à beira-mar
No litoral português, não se encontram animais verdadeiramente perigosos. No entanto, as picadas dolorosas dos peixes-aranha, dos ouriços-do-mar, das alforrecas, dos rascassos, das moreias e das raias (os dois últimos só constituem uma verdadeira preocupação para os mergulhadores) podem exigir acompanhamento médico. Apesar de a orla marítima não apresentar grande perigo, convém verificar onde põe os pés, designadamente em poças de água das zonas rochosas (onde podem esconder-se ouriços-do-mar e rascassos). Evite tocar em massas gelatinosas que podem ser alforrecas ou partes dos seus tentáculos e, em zonas em que ocorram frequentemente picadas de peixes-aranha, utilize sandálias de plástico, uma vez que é impossível ver ou prever onde se escondem.
Os peixes-aranha e os rascassos possuem espinhos venenosos nas suas barbatanas dorsais, pelo que as suas picadas não resultam de qualquer ataque, mas de serem pisados inadvertidamente. Os peixes-aranha surgem principalmente em praias arenosas, em águas pouco profundas, enterrados na areia. Picam nos pés quando são pisados e, em casos muito excepcionais, no abdómen das crianças, quando estas se deitam na água para chapinhar em pequenas poças de água. Os rascassos, por seu lado, são habitantes característicos das zonas rochosas, surgindo dissimulados entre a vegetação que atapeta as rochas submersas e as poças de água na maré baixa. Para aliviar a dor provocada pela picada dos peixes-aranha, pode recorrer-se ao calor, colocando o membro afectado em água quente. É ainda recomendável o uso de analgésicos e de antissépticos.
Os crustáceos (caranguejos e afins) e os polvos podem também infligir mordeduras, principalmente quando se introduzem as mãos em buracos ou espaços por baixo das pedras. Já os ouriços-do-mar, completamente revestidos de espinhos, criam algumas situações muito desagradáveis. Normalmente, exigem longas horas de pinça na mão para retirar todos os espinhos que ficam cravados na pele (a aplicação local de vinagre dissolve os espinhos, o que poderá tornar este tratamento menos moroso).
Fortalezas revestidas de veneno
As alforrecas e as caravelas-portuguesas, apesar do seu aspecto singelo e gelatinoso, constituem autênticas fortalezas revestidas pelos nematocistos (aparelhos de injecção de veneno). Trata-se de colónias de animais, com forma semelhante a um guarda-chuva, ou seja, com uma umbrela que serve de flutuador e a partir da qual pendem tentáculos em número e comprimento variável, consoante a espécie. Mesmo depois de chegarem mortas à praia e, por vezes, despedaçadas, os fragmentos de tentáculos mantêm as suas capacidades urticantes e são tão perigosos quanto o indivíduo vivo, pois os nematocistos permanecem activos durante muito tempo após a morte.
O contacto com as alforrecas provoca dor intensa, edema local, cãibras musculares e queimaduras dolorosas, que deixam flictenas (vesículas com líquido que caracterizam as queimaduras de segundo grau) na pele humana. O toque nas alforrecas pode ser especialmente perigoso quando a vítima está a nadar num local sem pé, uma vez que a dor insuportável pode levar o nadador a entrar em pânico, provocando o seu afogamento.
Os danos provocados pelas vesículas saram em dois ou três dias. Porém, nos casos mais graves, é possível que permaneçam cicatrizes por mais de um ano. Os sintomas são a dor aguda e imediata e o prurido persistente, apresentando como lesões os eritemas e as queimaduras. O tratamento, que deve fazer-se com a maior brevidade possível, consiste na remoção imediata dos fragmentos de tentáculos que fiquem presos à pele, seguido da aplicação local de creme gordo e de analgésicos e anti-inflamatórios sistémicos.
Ameaças por via aérea
Do ar, chegam igualmente perigos inesperados, que são perpetrados pelos insectos voadores. Nos himenópteros (insectos que possuem dois pares de asas membranosas), merecem destaque a abelha e a vespa. Uma simples picada de um desses insectos, para além da dor que provoca, pode acarretar situações mais graves. Assim, as pessoas que possuem antecedentes alérgicos devem trazer sempre consigo os “primeiros socorros” prescritos pelo médico, uma vez que pode ser-se picado nos lugares mais inusitados.
A abelha possui um ferrão farpado, ligado a três glândulas de veneno, que fica preso à ferida após a picadela e, caso não seja retirado, continuará a injectar veneno. Como o pequeno insecto fica extirpado aquando da picada, acabará por morrer (só consegue utilizar o ferrão uma única vez). O veneno das abelhas é constituído por várias substâncias (apitoxina, histamina, serotonina, cininas, entre outras). A quantidade injectada por uma única abelha é demasiado pequena para colocar em risco a vida de um ser humano. No entanto, picadas múltiplas, resultantes de um enxame, poderão originar situações potencialmente mortais.
No caso de a vítima ser alérgica, uma única picada pode desencadear igualmente reacções sistémicas graves (como urticária generalizada, reacção asmática ou choque anafilático). Também as picadelas na boca ou nas vias respiratórias superiores constituem sempre motivo de enorme preocupação e de emergência médico-cirúrgica, devido ao facto de o edema local poder obstruir as vias respiratórias e provocar a morte por asfixia. Felizmente, no comum dos mortais, a picada da abelha origina apenas dor intensa e leva à formação de um pequeno inchaço branco rodeado por uma zona avermelhada (que poderá evoluir para um edema local), que se vai desvanecendo nos dias subsequentes.
O tratamento de uma picada de abelha deve começar sempre pela remoção do ferrão para evitar que continue a injectar veneno. Deve seguir-se a desinfecção com um antisséptico, o controlo da dor com aplicação local de gelo e de compressas humedecidas de bicarbonato ou amónia (ajudam a neutralizar o veneno, de características ácidas). Por último, como terapêutica, utilizam-se analgésicos e anti-histamínicos.
A vespa distingue-se com facilidade da abelha devido à sua cor amarelada e às manchas negras nos segmentos abdominais. Este insecto possui um ferrão sem farpelas, pelo que não fica preso à vítima, o que lhe permite infligir picadas múltiplas. O seu veneno também é diferente do da abelha e, devido ao facto de o ferrão não ficar na ferida, é geralmente inoculado em pequena quantidade. No entanto, não há bela sem senão. As vespas podem originar infecções com mais facilidade, uma vez que o ferrão transporta agentes infecciosos, em virtude de se alimentarem de cadáveres em decomposição.
A picada da vespa provoca dor intensa e origina edema e inflamação local que, se não forem tratados, podem persistir até 15 dias. O tratamento é similar ao da picada de abelha, com duas pequenas diferenças: não é necessário retirar o ferrão e, devido ao facto de o seu veneno ter características alcalinas, as compressas de bicarbonato devem ser substituídas por compressas embebidas em vinagre ou sumo de limão (substâncias ácidas).
Nos dípteros (insectos que possuem um par de asas membranosas), incluem-se as moscas, os mosquitos e as melgas, insectos que são também muito incomodativos. As suas picadas, especialmente em destinos exóticos e climas tropicais, podem ter grande importância médica, devido à transmissão de agentes infecciosos de que são vectores. Por cá, as picadas das moscas e de insectos afins provocam apenas dor, podendo em alguns casos levar a inflamação local com formação de inchaço avermelhado e prurido intenso.
O tratamento das picadelas de dípteros é relativamente simples, uma vez que as suas consequências são limitadas e evoluem geralmente de forma rápida e favorável. A aplicação local de gelo, a lavagem com água corrente e a aplicação de uma loção calmante permitem diminuir o sofrimento. O melhor método para evitar estas picadas consiste em utilizar cremes repelentes e fazer nebulizações das casas com insecticidas.
Perigos terrestres
Os passeios pedestres, como não podia deixar de ser, também escondem os seus perigos, que tanto podem vir de pequenas carraças e aranhas como de alguma cobra venenosa que seja perseguida ou importunada.
Apesar de quase todas as aranhas produzirem venenos neurotóxicos (que afectam o sistema nervoso) ou necrosantes (que matam as células), a esmagadora maioria das espécies europeias não possui quelíceras (agulhas de injecção de veneno) suficientemente robustas para perfurar a pele humana. Assim, as picadas de aranha são extremamente raras no nosso país, sendo a viúva-negra-europeia e a tarântula-europeia duas das poucas espécies que poderão incomodar o homem.
A viúva-negra-europeia tem cerca de um centímetro de comprimento, é escura, com algumas linhas brancas, e possui 13 manchas vermelhas vivas no abdómen. Só a fêmea parece ser perigosa, e a gravidade da sua picada varia com a estação do ano e com a sensibilidade da vítima. Embora o seu veneno seja considerado mais tóxico do que o da maioria das serpentes venenosas, devido às suas reduzidas dimensões e à ínfima quantidade que é injectada numa picada, os especialistas consideram que só poderá existir perigo de morte em crianças com peso inferior a 15 quilos.
A picada da viúva-negra pode quase não ser sentida, embora na maioria dos casos exista alguma dor localizada. No local de penetração das quelíceras, notam-se, geralmente, dois pontos vermelhos e surge edema. Dez a quinze minutos após a picadela, aparecem os primeiros sintomas essencialmente neurotóxicos (agitação, abrandamento das frequências cardíaca e respiratória, cãibras musculares generalizadas, suores profusos e hipersalivação, entre outros). O tratamento consiste no repouso absoluto, na colocação de um garrote acima do local da picada e na administração de analgésicos (a colocação de um cubo de gelo sobre o local da picada permite aliviar a dor). As vítimas deverão ser conduzidas à presença de um médico o mais rapidamente possível (assim, evitam consequências maiores, poderão começar a recuperar ao fim de 12 a 24 horas e curam-se em um ou dois dias).
A tarântula que se encontra em Portugal é uma aranha que não produz teia e que usa as cavidades naturais do terreno para se refugiar. As suas patas são robustas e peludas, apresentando o cefalotórax também peludo e vermelho escuro, com bandas castanhas. O abdómen é acastanhado com manchas negras. Apesar do seu aspecto feroz, não é agressiva. Com efeito, só pica quando é atacada e o seu veneno não é dos mais perigosos. Após a picada, pode existir localmente dor não muito intensa, seguida de edema e formação de uma pequena acumulação de pus que acabará em bolhas de água. Esta lesão pode deixar uma ulceração profunda, com necrose e eventualmente gangrena ao fim de uma semana. A cura tardará cerca de seis a oito semanas. Também neste caso, é aconselhável assistência médica com urgência.
Escorpiões ao entardecer
Essencialmente ao entardecer, em zonas secas e pedregosas, os escorpiões (também conhecidos como “lacraus” em muitas regiões do país) deixam os seus abrigos subterrâneos e tornam-se mais activos. A gravidade das suas picadas depende de vários factores, como a quantidade de veneno inoculado, a idade e o peso da vítima e o local do corpo afectado. No que respeita à quantidade de veneno, obviamente que quanto maior for a porção de veneno inoculado, mais graves serão as consequências. No que concerne à idade e ao peso da vítima, quanto menor a idade e o peso, maiores as preocupações, pois o veneno tenderá a ficar em concentrações muito maiores num organismo que possua menor massa corporal.
Quanto ao local da picada, ele é geralmente circunscrito aos membros inferiores e superiores, pois as picadas costumam ocorrer quando se pisam os lacraus com os pés descalços ou se apertam inadvertidamente com as mãos. Felizmente, nas plantas dos pés e nas palmas das mãos, devido à espessa camada epidérmica, a difusão do veneno é geralmente limitada. O mesmo não acontece com outras zonas do corpo onde, apesar de serem muito mais raras, as picadas inspiram cuidados maiores, devido ao perigo de inoculação profunda do veneno.
Após a picada, os sinais no local podem ser quase imperceptíveis, mas a dor é muito intensa e o membro afectado tenderá a formar edema, podendo até ficar temporariamente paralisado. Os sintomas são variados: ansiedade, arrepios, cãibras musculares e hipotensão. A dor manter-se-á várias horas, especialmente se o paciente não for medicado, e os sintomas podem persistir durante vários dias (podendo os neurológicos prolongar-se por mais de uma semana). O efeito do veneno geralmente não é fatal, excepto quando as vítimas são crianças de tenra idade ou sofrem de hipersensibilidade.
O membro afectado tem de ser imediatamente imobilizado e colocar-se um garrote na proximidade da picada. Para controlar a dor, sugere-se a aplicação de gelo ou de cloreto de etilo no local da picada ou de compressas quentes embebidas numa solução de bicarbonato de sódio, para neutralizar o veneno. O acompanhamento médico deve fazer-se com a maior brevidade possível, principalmente quando se trata de crianças, que podem facilmente entrar em estado de choque.
Vectores de bactérias
As carraças, também vulgarmente denominadas “carrapatos”, para além de injectarem neurotoxinas aquando da sua picada, podem ainda ser vectores de diferentes bactérias. A febre da carraça ou dos fenos é apenas um dos exemplos e, se não for tratada, pode levar a afecções articulares, neurológicas ou cardíacas graves. Os primeiros sinais da doença consistem no surgimento de uma grande mancha cutânea nas duas a três semanas após o encontro indesejável, que é usualmente acompanhada de febre, rigidez nas articulações e fadiga intensa. Mas estes parentes afastados das aranhas podem também inocular uma forma benigna de tifo, designada por “tularémia”. Neste caso, a picadela origina febre e manchas vermelhas (semelhantes às do sarampo), que surgem geralmente cerca de quinze dias após a picada. O acompanhamento médico e a utilização de antibióticos adequados costumam resolver o problema com alguma facilidade.
Para nossa felicidade, nem todas as carraças são portadoras de bactérias e como tal nem sempre provocam doenças. As suas picadelas costumam ser indolores, pelo que, após realizar um passeio no meio da vegetação, deve verificar-se a roupa e o corpo para despistar a eventual companhia de um destes parasitas (que se fixa no hospedeiro através da sua zona bucal, o rostro, por onde suga o sangue). Como se fixam firmemente, é conveniente evitar puxá-las, pois poderão partir-se e deixar o rostro preso à pele, podendo originar infecções. Para as remover na sua totalidade, é preferível utilizar algodão embebido em éter, o que provoca a retracção do rostro e fá-las desprenderem-se. O tratamento da picada faz-se essencialmente a nível local, através da utilização de pomadas.
Cobras e víboras
Embora as pessoas em geral nutram pouca simpatia por estes magníficos animais rastejantes, os ofídios (cobras e víboras) tudo fazem para evitar cruzar-se connosco. No entanto, dada a coabitação de algumas espécies com as construções humanas, é natural que ocorram encontros inusitados, que se forem aproveitados para admirar a beleza dos animais, a distância segura, só deixarão boas recordações.
Das dez espécies de ofídios existentes no nosso país, apenas quatro podem ser potencialmente perigosas (as restantes são totalmente inofensivas), uma vez que são as únicas que possuem dentes inoculadores de veneno. Duas dessas, a cobra-rateira e a cobra-de-capuz, embora venenosas, não são consideradas perigosas para o homem, dado que os seus dentes venenosos se localizam na região posterior dos maxilares: só conseguem inocular o veneno ao deglutir as presas. Assim, com dentes inoculadores de veneno que se localizam na região anterior dos maxilares superiores, surgem como eventualmente perigosas apenas duas espécies: a víbora-cornuda e a víbora-de-Seoane.
Apesar da perigosidade da mordedura das víboras, convém lembrar que são répteis habitualmente pacíficos e que facilmente se distinguem das outras serpentes: possuem a cabeça triangular bem diferenciada do pescoço, a pupila vertical, a ausência de placas cefálicas (escamas de grandes dimensões presentes na parte superior da cabeça), uma linha dorsal escura em ziguezague, comprimento inferior a 70 cm, corpo robusto e cauda curta. As suas mordeduras atingem geralmente os membros inferiores, pelo que é aconselhável utilizar calçado protector e calças grossas, especialmente nas zonas rochosas e montanhosas que constituem os seus habitats.
O primeiro sintoma de se ter sido mordido é a dor local, de início súbito e intensidade variável. O edema inicia-se rápida e progressivamente durante as 24 horas seguintes. Os sintomas gerais são habitualmente moderados: ansiedade, hipotensão, hipertermia, dores abdominais, náuseas, vómitos, diarreia nos casos mais graves e ocasionais alterações cardíacas. A evolução é habitualmente benigna, embora possa haver necrose da zona mordida e o edema possa demorar várias semanas a ser reabsorvido.
Mais vale prevenir
A mordedura torna-se muito perigosa e preocupante se a vítima for uma criança ou se ocorrer em zonas do corpo mais sensíveis, como o rosto e o pescoço. Como tratamento inicial, sugere-se o posicionamento da vítima em repouso, a lavagem imediata da ferida com água e a aplicação de gelo no local da mordedura, para acalmar a dor. Um dos procedimentos clássicos consiste ainda na colocação de um garrote, embora exista muita controvérsia sobre a eficácia desta prática. Após estes cuidados iniciais, deve providenciar-se o tratamento hospitalar com a maior brevidade possível.
Como diz o adágio popular, “mais vale prevenir do que remediar”. Por isso, caso se cruze com alguma víbora, afaste-se para uma distância segura e nunca tente capturar ou matar o animal. Lembre-se que essa visão fugaz é um prémio da natureza, pois esses répteis são animais raros e devem merecer o nosso respeito e protecção. Afinal, tal como muitos outros “animais perigosos”, só atacam e mordem se forem incomodados.
Retirado de:
J.N.
SUPER 147 - Julho 2010
quinta-feira, 16 de março de 2017
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