domingo, 25 de junho de 2017

Powerpoint - Biometria


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Conteúdo - Francis Bacon


Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626, estava envolvido com experiências sobre o frio e a conservação. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. Encontra-se sepultado em St Michael Churchyard, St Albans, Hertfordshire na Inglaterra.

Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos idola antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna Sociologia do Conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essays são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. Há muitos que acreditam que tenha sido ele o verdadeiro autor das peças de Shakespeare, teoria surgida há séculos, na chamada Questão da autoria de Shakespeare.

1558 — Morte de Maria I, que é sucedida por Elizabeth I.
1561 — Nasce Francis Bacon.
1564 — Nasce Galileu Galilei
1576 — Bacon viaja para França.
1588 — Derrota da Invencível Armada.
1596 — Nasce Descartes.
1618 — Bacon é Lorde Chanceler e barão de Verulam.
1620 — Publicação de Novum Organum
1621 — Bacon é acusado de corrupção
1624 — Publicação de Nova Atlantis
1626 — Morte de Bacon.

Manual - Higiene e Segurança Alimentar


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Vídeo - Isto é Matemática T04E02 Para Onde Foi o Quadrado

Biografia - Mata Ratos


BIOGRAFIA
O grupo formou-se em 1982. A formação original incluía o vocalista Jorge "Morte Lenta" Leal, o guitarrista Pedro Coelho, o baixista Pinela  e o baterista Jó (Jorge Cristina).

As aspirações tornaram-se  mais profundas em 1988. Nesta altura, o grupo era constituído por Miguel Newton (voz), Pedro Coelho (guitarra), Cascão (baixo) e Jó (bateria).

A primeira edição oficial dos Mata-Ratos foi a maqueta homónima, edição da Raticida Records, gravada em 1989. Oito temas entre os quais "A Minha Sogra é Um Boi" , "O Eterno Enrabado" e "Jardim da Celeste". A cassete venderia cerca de 700 cópias.

Em 1989 concorrem ao 6º concurso do Rock Rendez-Vous mas são afastados da final. 

O grupo assina pela EMI-VC. Em Maio de 1990 gravam em Paço de Arcos o seu álbum de estreia com produção de Paulo Pedro Gonçalves.

"Rock Radioactivo" é editado em Julho de 1990. O disco, com clássicos como "A Minha Sogra é Um Boi", "Xavier" e "Armando É Um Comando",  atinge o 5º lugar do top português e vende mais de 6 mil cópias.

Em 1990, Cascão e Jó saem e o grupo está vários meses sem ensaiar. Entram Cenoura (baixo) e Alberto (bateria). Em Agosto de 1991, João Brr entra para o lugar de Cenoura.

Em Dezembro de 1991 gravam cinco temas ("Xu-Pa-Ki", "Expulsos do Bar", "Paralisia Cerebral",  "Aníbal Caga Tudo" e "Tira, Enrola e Come") para apresentar à editora. A EMI não aceita os temas e o grupo rescinde o contrato.

Em 1993, Moles e Delfin entram para os lugares de Brr e de Alberto.

"Expulsos do Bar",  EP em vinil  com os temas gravados em Dezembro de 1991, é editado em 1994. No ano seguinte foi editado (reedição em vinil cinzento) na Alemanha pela editora Street Beat.

Ainda em 1994, a Drunk Records editou um split-CD com temas de Mata-Ratos, Pé de Cabra e Garotos Podres. O registo incluía três dos cinco temas do EP "Expulsos do Bar" mais oito temas gravados ao vivo.

Em 1995 foi editado o disco "Estás Aqui, Estás Ali". Os Mata-Ratos, em conjunto com o grupo brasileiro Garotos Podres, fazem uma digressão pela Alemanha de forma a promover este novo disco. As duas bandas lançam o split EP "Bebedeiras & Miúdas Tour 95" (Walzwerk).

Em 1996,  Vieira entra para o lugar de Delfin e Gordo Metralha substitui Moles.

"Xu-Pa-Ki 82-97", uma edição limitada, comemorativa dos 15 anos de carreira do grupo, é editada em 1997. A compilação inclui temas do EP "Expulsos do Bar", temas incluídos na compilação "Vozes da Raiva", músicas ao vivo e músicas das primeiras maquetas. 

Em Outubro de 1997, os Mata-Ratos gravam o disco "Sente o Ódio". A seguir à gravação deste disco, Pedro Coelho decide sair do grupo.

"Sente o Ódio" só seria editado em 1999, através da Alarm! Records (subsidiária da Guardians Of Metal). O disco inclui 12 temas entre os quais, "Festa Tribal", "Entre Os Destroços" e "Leis de Merda".

Ainda em 1999 é editado, pela francesa Crânes Blasés, o 7'' EP "Crime", gravado já com a nova formação. Trata-se de uma edição limitada a 555 cópias (vinil colorido) que inclui um tema inédito e três antigos.

No ano de 2000, o grupo grava, no formato CD-r, "Por Um Punhado de Ratos" (B.A.R. Prod).

É editado um split-CD, de Mata-Ratos e Urban Crew, em 2002. Em Novembro de 2002 andam em tournée (Portugal, França, Espanha e Bélgica) com os The Suspects.

Em Setembro de 2003, a Rastilho edita um EP em Vinil com 4 temas (três inéditos e um tema gravado ao vivo). A edição de "Deus, Pátria e Família" é limitada e numerada a 525 cópias. A formação actual inclui Miguel Newton (voz), Bacala (bateria), Bibi Ramone (baixo) e Arlock Dias (guitarra).

Participam no disco "Hangover HeartAttack" de tribito aos Poison Idea.

Bacala e Bibi saem e dá-se o regresso do baterista Ricardo Vieira e a entrada de Arlock Esteves para o baixo.

O álbum "És um Homem ou és um Rato" é editado em Junho de 2004 pela Ataque Sonoro.

Em 2005 é editado "Festa Tribal" gravado ao vivo em Martingança (Maceira/Leiria), em 24/04/05, que agrupa 20 temas do grupo. O registo inclui ainda um cd-extra com conteúdos multimédia.

Regressam em 2007 com novo disco. Em 2010 é editado um disco de tributo aos Mata Ratos.

DISCOGRAFIA
Rock Radioactivo (LP, EMI-, 1990)
Expulsos do Bar (EP, Drunk/Fast'n'Loud, 1994)
Estás Aqui,  Estás Ali! (CD, Drunk/Fast'n'Loud, 1995)
Xu-Pá-Ki 1982-1997 (Compilação, Drunk/Fast'n'Loud, 1997)
Sente o Ódio (CD, Alarm! Records, 1999)
És Um Homem Ou És Um Rato? (CD, Ataque Sonoro, 2004)
Festa Tribal (2CD, Rastilho/Compact, 2005)
(CD, 2007)

SINGLES
Mata-Ratos, os Pé de Cabra e Garotos Podres (Split Cd, Drunk, 1994)
Bebedeiras e Miúdas Tour 1995 [Mata-Ratos/Garotos Podres] (split 7´´, Walzwek, 1995)
To The East And To The West - Portugal Vs. Czchec Republic (7"EP, Bastard Rec./Fast'N'Loud, 1998)
Crime (7'', Crânes Blasés, 1999)
(LISBONNE VS. PARIS) Mata-Ratos/Urban Crew (Split-CD, Bords du Seine, 2002)
Deus, Pátria & Família (7'' EP, Rastilho, 2003 )

Colectãneas
Vozes da Raiva Vol. 1 [Drunk] (1994) - Xu-pa-ki/Expulsos do Bar/Paralisia Cerebral/ O Teu Funeral/Inocente o Doente/Vozes da Raiva/Festa Tribal/Jardim da Celeste/Carnes No Inferno/Os Mortos Também Dançam/Crime
Play It Loud [Fast'N'Loud] (1995) - Paralesia Cerebral
Oi! Um Grito de União [Rotten] (1995) -  
Vozes da Raiva 2 (1995) - 7 Dias Uma Vida/O Porco Que .../Zebedeu/Pequenas Hemorróidas/O Eterno Enrabado
Songs About Drinking [Too Many Records] (1996) - Expulsos do Bar
We Are The Bois! [Bronco Bullfrog] (1996) - Zebedeu / O Eterno Enrabado
Caught In The Cyclone [Cyclone] (1997) - Napalm na Rua Sésamo
Caos Em Portugal [Fast'N'Loud] (1997) - Aníbal Caga Tudo / Pedra No sapato
Scene Killer! [Outsider] (1998) - O Eterno Enrabado
Hangover HeartAttack - A Tribute to Poison Idea [Ataque Sonoro] (2003) - Drain - A Verdade Por Trás
Rock'n'Riots (2004) - No Meu Sonho Era o Figo/*
A Portuguese Nightmare [Raging Planet] (2004)

NO RASTO DE...
Pedro Coelho e João Brr formaram os Anti-Clockwise.


Informação retirada daqui

EFA - STC - Exercício - Diferentes Formas de Mobilidade Territorial - Sociedade, Tecnologia e Ciência

Desde os século XII que os portugueses se começaram a espalhar pelo mundo. Primeiro fizeram-no pela Europa (Flandres, Inglaterra, França). A partir do século XV espalharam-se por África, para depois pela América, a seguir pela Ásia e a Oceania. Em todo o lado fundaram milhares de cidades, criaram vários países ou estiveram na origem da sua independência, ajudando-nos com a sua criatividade e trabalho a desenvolverem-se. 


A maioria destes portugueses acabou por adoptar a nacionalidade dos países que escolheram para viver, apenas uma minoria regressou a Portugal. O que subsiste da suas presença em muitos lugares, são certos traços fisionómicos, nomes de famílias portuguesas e costumes cujo sentido há muito se perdeu no tempo. Apesar de tudo é espantoso que nos sítios mais distantes da terra, milhões de pessoas continuem a manter uma relação muito viva com a pátria dos seus antepassados.

Um país tradicionalmente de emigração transformou-se num país de imigração: eis uma das mais dramáticas mudanças ocorridas em Portugal nas últimas décadas. 







As nacionalidades estrangeiras mais representativas em Portugal são o Brasil,
Ucrânia, Cabo Verde, Angola, Roménia, Guiné-Bissau e Moldávia, as quais,
no seu conjunto, representam cerca de 71% da população estrangeira com
permanência regular em território nacional.


Relaciona a inversão do sentido da migração com o desenvolvimento do país.

Higiene e Segurança no Trabalho - Powerpoint sobre o trabalho seguro com substâncias químicas


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Atenção docentes do Ensino Superior, das AEC, do IEFP, de diversos Ministérios (Exceto Educação) e Investigadores – Prazo expira em 30 de junho!

Termina no dia 30 de junho (sexta-feira da próxima semana) o prazo para a entrega à respetiva Comissão de Avaliação Bipartida (CAB) do requerimento para que os docentes e investigadores, com vínculo precário, solicitem a avaliação da sua situação no sentido do reconhecimento de que se encontram a satisfazer necessidades permanentes.

Este requerimento pode ser preenchido online na página do PREVPAP ou ser enviado pelo correio para a CAB específica.

A FENPROF alerta para a importância de os requerentes detalharem, o melhor possível, todos os tipos de vínculo que têm ou tiveram, bem como o seu historial de vínculos com outros organismos da Administração Pública, discriminando sempre as funções efetivamente desempenhadas e as suas datas de início, das (sucessivas) renovações e do seu termo.

Naturalmente, os 150 caracteres que são disponibilizados para o efeito na plataforma online do PREVPAP serão insuficientes para fazer este enquadramento.

Por este motivo, a FENPROF recomenda que os requerimentos sejam enviados por correio à respetiva CAB, na modalidade de correio registado com aviso de receção (podendo isso ser feito até ao último dia do prazo), para o que deve ser utilizada a minuta que consta do anexo à Portaria nº 150/2017. Neste caso, os requerimentos podem ainda ser acompanhados de quaisquer anexos que os requerentes considerem relevantes para melhor apresentarem o seu caso ou justificarem as tarefas que alegam desempenhar ou ter desempenhado.

Biografia - Alexander Fleming




"Não inventei a penicilina.
A natureza é que a fez.
Eu só a descobri por acaso."






Harry Lambert estava a morrer, a temperatura subira e o corpo era sacudido por constantes espasmos e soluços incontroláveis. Alexander Fleming estava convencido que restavam a Harry poucos instantes de vida. Não tinham conseguido isolar o micróbio que o atacava e os poucos medicamentos de que dispunham tinham agravado, ainda mais a situação. Inicialmente, parecia uma espécie de gripe, mas à medida que o seu estado foi piorando, começaram a surgir sintomas de meningite.

Após a colheita de uma amostra de líquido cefalo-raquidiano, conseguiu isolar uma estirpe da bactéria estreptococos extremamente virulenta. As hipóteses de Harry esgotavam-se, mas Fleming decidiu tentar mais uma vez. Telefonou a Howard Florey, chefe de uma equipa de cientistas que desenvolvia, em Oxford, um novo medicamento a partir da penicilina descoberta 14 anos antes por Fleming. Florey forneceu toda a penicilina existente, em Oxford, para o tratamento do paciente de Fleming, explicando minuciosamente a forma de utilização deste medicamento.

A penicilina foi injectada no paciente e foi verificado o extraordinário efeito produzido por esta. O paciente acalmava progressivamente, e ao fim de 24 horas a febre desaparecera. As injecções prolongaram-se pela semana, mas o paciente começou a mostrar sinais de recaída; a temperatura aumentou e voltou a ter fases de delírio.

Fleming retirou mais uma amostra de líquido cefalo-raquidiano e observou-o em busca de penicilina, mas não encontrou nenhuma. Isto significava que os estreptococos não eram destruídos no líquido cefalo-raquidiano. Fleming telefona, então, a Howard e questiona-o se já teria tentado injectar penicilina directamente no canal raquidiano de um paciente - a resposta foi negativa. De qualquer forma, Fleming decidiu tentar a sua sorte, e injectar a penicilina no canal raquidiano de Lambert. Ao mesmo tempo que Fleming procedia a este delicada intervenção, Florey injectou penicilina no canal raquidiano de um coelho e este teve morte imediata!

No entanto, o quadro clínico do paciente teve aqui a sua reviravolta. Lentamente a febre baixou, e voltou a estar consciente. Nos dias seguintes recebeu mais injecções e as melhorias tornaram-se mais acentuadas. Passado um mês, saia a pé do hospital, completamente curado.



Alexander Fleming, ou Alec, como todos o chamavam, nasceu numa remota quinta nas terras altas do Ayrshire, no sudeste da Escócia, a 6 de Agosto de 1881.

Do primeiro casamento o pai teve 4 filhos; após a morte da mulher casou-se com Grace, aos 60 anos, de quem teve mais 4 filhos, dos quais Alec era o terceiro. O pai faleceu, quando Alec tinha ainda sete anos; a partir desta data a mãe e o irmão Hugh passaram a dirigir a família e a cuidar da exploração de gado, e o seu irmão Tom partiu para Glasgow para estudar medicina. Alec passava os dias, nesta época, com o irmão John, dois anos mais velho, e com Robert, dois anos mais novo: exploravam a propriedade, seguiam os ribeiros e pescavam nas águas do rio... Desde cedo que Alec ficou fascinado pela natureza, desenvolvendo um sentido excepcional de observação do que o rodeava.

No verão de 1895, Tom propôs-lhe que fosse estudar para Londres, onde este tinha um consultório que se dedicava a doenças oculares. Juntaram-se, assim, os três irmãos em Londres: Alec, John e Robert. John aprendeu a arte de fazer lentes (o director da empresa onde ele trabalhava era Harry Lambert, o famoso paciente de Alec) e Robert acompanhou Alec na Escola Politécnica. Aos 16 anos, tinha realizado todos os exames, mas não tinha ainda certeza sobre qual o futuro a seguir. Assim, empregou-se numa agência de navegação da American Line.

Em 1901, os irmãos Fleming receberam uma herança de um tio recentemente falecido. Tom utilizou-a para abrir um novo consultório e assim, aumentar o número de clientes. Robert e John estabeleceram-se por conta própria como fabricantes de lentes, onde obtiveram um enorme sucesso. E Alec utilizou a sua parte da herança para tirar o curso de medicina, ingressando em Outubro de 1901 na Escola Médica do Hospital de St. Mary.

Apesar de ter seguido medicina para fugir à rotina do escritório, apercebeu-se rapidamente que gostava bastante do curso. Incrivelmente, tinha ainda tempo para praticar actividades extracurriculares: jogava pólo aquático, entrou para a Associação Dramática e para a Associação de Debates e tornou-se um membro distinto do Clube de Tiro.

Em Julho de 1904, fez os primeiros exames de medicina, e pensou seguir a especialidade de cirurgia. Dois anos mais tarde, completou o curso de medicina, preparando-se para continuar na escola médica, onde iria realizar um exame superior que lhe daria mais opções para o futuro.

John Freeman, um dos membros do Clube de Tiro, arranjou a Fleming um trabalho no Hospital de St. Mary, de forma a garantir a sua participação no campeonato de tiro. Assim, nesse verão, Fleming ingressou no Serviço de Almroth Wright - Professor de Patologia e Bacteriologia - um dos pioneiros da terapia da vacinação. Era uma solução temporária, mas o trabalho apaixonou-o tanto que não iria mais abandonar este serviço. Ali estudavam-se, principalmente, as consequências das vacinas no sistema imunitário. Tentavam identificar as bactérias que provocavam uma dada doença, e para obterem uma vacina contra essas bactérias, cultivavam-nas, matavam-nas e misturavam-nas num líquido.

Em 1908, Fleming fez novos exames, onde obteve Medalha de Ouro. E decidiu preparar-se para o exame de especialidade que lhe permitia ser cirurgião. Um ano mais tarde, concluiu esse exame – ainda assim optou por permanecer com Almroth Wright.

Á medida que o seu trabalho prosseguia, Fleming ganhava fama como especialista da terapia de vacinação. Simultaneamente, torna-se conhecido ao simplificar o teste da sífilis.

No início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, Fleming foi transferido juntamente com toda a equipa de Wright para um hospital em França. A aplicação da vacina de Wright evitou a perda de muitas vidas no exército britânico. Realizaram, durante este período, diferentes investigações e melhoraram o tratamento das feridas infectadas (estas medidas só viriam a ser implementadas durante a 2ª Guerra Mundial).

Numa das suas curtas licenças, Fleming casou-se em Londres, a 23 de Dezembro de 1915, com Sally McElroy, mais tarde conhecida por Sareen. Logo após o casamento, Fleming voltou para França. A sua vida matrimonial só iria iniciar verdadeiramente em Janeiro de 1919, quando voltou para Inglaterra. Algum tempo depois, o seu irmão John casou-se com a irmã gémea de Sally, Elisabeth McElroy, estreitando-se assim os laços entre a família Fleming e a McElroy.

Corria o ano de 1921, quando Fleming descobriu as lisozimas, a partir da observação de uma cultura de bactérias, já com algumas semanas. As lisozimas são hoje conhecidas como sendo a primeira linha do sistema imunitário. Mas, na altura, não se tinha inteira consciência do que isso significava, e seriam precisos anos de investigação para se conhecer bem esse sistema de defesa. Como tal, ninguém se apercebeu da real importância desta descoberta e Fleming também não era homem para obrigar os outros a prestarem-lhe atenção.

Numa manhã de Setembro de 1928, Fleming percorria o laboratório central, levando uma cultura que parecia achar bastante interessante. Todos deram uma vista de olhos, mas a maioria pensou tratar-se de mais um exemplo da acção da lisozima, só que desta vez sobre um fungo. Na realidade, este fungo apresentava uma acção nunca conseguida pela lisozima; atacava uma das bactérias que causava um maior número de infecções – Estafilococos. Aparentemente, um bolor desconhecido que aparecera, por acaso, numa placa de cultura, dissolvia as bactérias, e não atacava o organismo humano.

Alec tornou-se um coleccionador fanático de fungos, não se convencia de que aquele fosse o único com propriedades excepcionais. A sua busca permanente tornou-se famosa entre amigos e familiares: queijo, presunto, fatos velhos, livros e quadros antigos, pó e sujidade de toda a espécie – nada escapava à caça de Fleming. Mas o seu fungo era de facto único; quanto mais o estudava, mais extraordinário lhe parecia, até matava as bactérias causadoras da gangrena gasosa. Descobriu, ainda, que podia utilizar a penicilina para isolar bactérias como, por exemplo, as que estão na origem da tosse convulsa. Este uso laboratorial na selecção de bactérias, fazia da penicilina o primeiro dos grandes antibióticos.

Paralelamente, uma equipa em Oxford, chefiada por Howard Florey e Ernst Chain, começou a trabalhar no desenvolvimento da penicilina. Quando Fleming ouviu falar dessa investigação científica, dirigiu-se imediatamente para lá, visitando as instalações e ficando a conhecer os últimos avanços.

Em 12 de Fevereiro de 1941 surgiu a oportunidade de tratar o primeiro doente! Tratava-se de um polícia chamado Albert Alexander, com um arranhão infectado, causado pelo espinho de uma rosa. Após um período de sensíveis melhorias, as bactérias invadiram, novamente, o organismo. Mas não havia penicilina disponível para o tratar, e faleceu a 15 de Março.

O segundo doente foi um rapaz de 15 anos com uma infecção pós-operatória, após a administração da penicilina recuperou por completo. Outros seis doentes foram tratados com penicilina e melhoraram significativamente. E como estes, mais doentes foram salvos.

Em Agosto de 1942, deu-se o caso de Harry Lambert. Até então, Fleming não tivera oportunidade de ver actuar a "penicilina de Oxford". Poucos dias após a cura de Harry Lambert, o caso chegou aos jornais. A partir de então, Fleming deixou de ter vida privada, já que os resultados obtidos anteriormente tinham sempre passado completamente despercebidos.

O relato da descoberta da penicilina e a história dos primeiros anos de Fleming passados na Escócia rural entusiasmou a imaginação popular. Porém, a felicidade destes anos terminou com o agravamento do estado de saúde da sua mulher, Sareen, que faleceu a 28 de Outubro de 1949. Com a sua morte, Fleming ficou extremamente só. A porta do laboratório – normalmente sempre aberta aos visitantes – passou a estar fechada. Só a muito custo é que a paixão pelo trabalho conseguiu distraí-lo do seu desgosto e fazê-lo retomar parte da sua antiga vitalidade.

Depois da II Guerra Mundial, uma jovem cientista grega, Amalia Voureka, veio colaborar com Fleming no laboratório. Passou a ser a sua companheira predilecta, e por fim, em 1953, casou-se com Fleming. Alec continuou a trabalhar e viajar até à sua morte, que ocorreu inesperadamente, a 11 de Março de 1955, devido a um ataque cardíaco.

"Não há dúvida que o futuro da humanidade depende, em grande parte, da liberdade que os investigadores tenham de explorar as suas próprias ideias. Embora não se possa considerar descabido os investigadores desejarem tornarem-se famosos, a verdade é que o homem que se dedicar à pesquisa com o objectivo de conseguir riqueza ou notoriedade, escolheu mal a sua profissão! Alexander Fleming

Glória Almeida

sábado, 24 de junho de 2017

Curiosidade - Sardenha - Ilhas europeias para férias de verão inesquecíveis


Sardenha tem muito mais a oferecer que a sua belíssima costa, repleta de praias paradisíacas, iates, restaurantes e hotéis de luxo. Conheça também as suas ruínas romanas e a sua cultura Nuragui ancestral.

Informação retirada daqui

Desenhos para colorir - Primavera


Biografia - Charles Vincent

n: 21 de Março de 1753 em Bourg-en-Bresse (França)
m: 1831

Oficial de Engenharia em 1773, estuda na Escola de Mezières, com o posto de 2º tenente. Exerce a sua actividade na Ilha de São Domingos de 1786 a 1801, sendo tenente-coronel em 1796. Em 1802 é nomeado director de fortificações no Exército de Itália.
Em 1807, já Coronel, e em comissão de serviço em Baiona, é nomeado Comandante da Engenharia do 1º Corpo de Observação da Gironda. Com o regresso a França, é enviado para a Toscânia como Director da sua arma. Em 1814 é nomeado Marechal de campo honorário e oficial da Legião de Honra, antes de ser reformado.

Fonte:
António Pedro Vicente,
Le Génie Français au Portugal sous l'Empire, 
Lisboa, Serviço Histórico Militar, 1984. 

3ºAno - Estudo do Meio - Vídeo - Sistema Cardiovascular

Conteúdo - Síndrome de Asperger - Comportamentos repetitivos e restritos


Os indivíduos com Síndrome de Asperger geralmente possuem comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas, por vezes focadas de forma intensa e anormal. Além disso, apego à rotinas, movimentos estereotipados e repetitivos, ou preocupação exacerbada com certos objetos são algumas das características que apresentam.

A obsessão por áreas específicas do conhecimento é uma das características mais marcantes da SA. Tais pessoas geralmente se informam e possuem leitura profunda de assuntos nos quais se interessam, como dados meteorológicos ou nomes de personalidades notórias, sem necessariamente ter uma verdadeira compreensão do tópico geral. Por exemplo, uma criança pode memorizar modelos de câmeras enquanto pouco se importa com fotografia. Este comportamento é comum em torno dos 5 ou 6 anos. Embora seus focos mudem de tempos em tempos, normalmente parecem bizarros e pelo foco exagerado, dominam tanto o assunto que causam a curiosidade da família. Há vezes em que os interesses restritos de crianças com Asperger passam despercebidos pelos pais. A família tende a achar que são "manias da infância" e que a criança apenas tem uma forte preferência por isso ou aquilo, que é um traço de personalidade ou temperamento, e quando alguns desses assuntos de interesse são relativamente normais, como carros, dinossauros ou bonecas, a obsessividade e restrição ficam ainda mais mascaradas, sendo ainda menos percebidas pela família.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Powerpoint - Erros na BIOS e UPGRADES


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Biografia - Frédéric Chopin

Conteúdo - Francis Bacon


O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenómenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico, mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenómenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenómenos.

Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença (responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência (responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação (responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.

O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão.

Manual - Boas Práticas na Produção de Mel


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Vídeo - Isto é Matemática T04E01 Tenho um Logaritmo no Canto do Olho

Notícia - Uma vida artificial

A revolução das criaturas sintéticas

Em Maio, um grupo de cientistas anunciou ter conseguido criar a primeira bactéria com ADN artificial. Trata-se de um passo de gigante na corrida para fabricar novos seres a partir do zero.

Imagine células sanguíneas a transportar pelas suas veias não apenas o oxigénio necessário para a sobrevivência como, também, fármacos. Imagine sangue desidratado e armazenado durante meses, ou anos, que fosse possível levar para qualquer parte, incluindo o espaço. Imagine transfusões feitas sem risco de contrair qualquer doença. É o que vende a promissora biologia sintética.

O termo foi criado, em 1974, pelo oncologista polaco Waclaw Szybalski: “Até agora, temos estado a trabalhar na fase descritiva da biologia molecular. Todavia, o verdadeiro desafio começará quando entrarmos na fase da biologia sintética. Nessa altura, desenvolveremos novos elementos de controlo para serem acrescentados a genomas já existentes, ou criaremos outros totalmente novos.” Esta combinação de bioquímica e genética colocava duas questões que estamos, actual­mente, muito perto de conseguir resolver: qual o número mínimo de genes necessário para poder haver vida? É possível criar um ser vivo ex novo?

Em Março de 2004, partia do porto de Halifax, no Canadá, o Sorcerer II, o iate privado do conhecido empresário e biólogo John Craig Venter, um dos “pais” do Projecto Genoma. A missão de dois anos consistia em circumnavegar a Terra para recolher espécimes das comunidades microbianas marinhas e avaliar a sua diversidade genética. A expedição Global Ocean Sampling (GOS) reuniu mais de seis milhões de genes e milhares de novas famílias de proteínas.

A energia do futuro, em ADN?

De todos os genes obtidos, Venter está particularmente interessado nas 20 mil que fabricam proteínas que podem metabolizar hidrogénio; o seu faro de homem de negócios diz-lhe que ganhará dinheiro se encontrar uma solução biológica para o problema das novas fontes de energia. Está também de olho no gene da proteína rodopsina, que os vertebrados possuem nas células da retina e que traduz a energia luminosa em impulsos nervosos. Por que será que este pigmento visual foi encontrado nas bactérias marinhas pescadas por Venter? Os microbiólogos pensam que funciona como bóia de sinalização: quando está muito escuro, a rodopsina não produz impulsos eléctricos e o micróbio sabe que se encontra a demasiada profundidade.

Na base do plano de trabalho do biólogo está a identificação da estrutura mínima do genoma necessária para uma bactéria poder subsistir exclusivamente em condições controladas em laboratório, a fim de se poder implantar-lhe genes sintéticos com capacidade para criar biocombustíveis. Depois, será preciso criar uma célula-zombie: retira-se o material genético ao microrganismo para ser substituído pelo ADN artificial. Na última década, foi essa a meta dos J. Craig Venter Institutes (http://www.jcvi.org), em Rockville e San Diego.

Em Junho de 2007, os seus cientistas conseguiam transformar a bactéria da espécie Mycoplasma capricolum noutra, Mycoplasma mycoides, ao substituir o cromossoma da segunda pelo da primeira. Em Janeiro do ano seguinte, Venter e o seu antigo colaborador Hamilton Smith (Prémio Nobel em 1978) anunciavam a criação do primeiro ADN sintético com base no Mycoplasma genitalium, uma bactéria que infecta o aparelho genital dos primatas.

Para não restarem dúvidas de que era artificial, os cientistas criaram um código semelhante ao Morse, mas em que o papel dos pontos e traços era desempenhado pelas quatro “letras” do ADN: timina (T), guanina (G), citosina (C) e adenina (A). Com as letras e os restantes componentes do ADN, formaram uma sequência que, adequadamente descodificada, revelava o nome dos 46 investigadores envolvidos no projecto, o endereço de uma página da internet para onde enviar uma mensagem de correio electrónico se alguém conseguisse decifrar o código, e três citações: uma de James Joyce, outra do físico Richard Feynman e uma outra do livro American Prometheus, a biografia de J. Robert Oppenheimer, um dos pais da bomba atómica.

Em Maio, deram o derradeiro passo: a criação inédita de um organismo sintético. Para fabricar o Mycoplasma mycoides JCVI-syn 1.0 (Synthia, como lhe chamam familiarmente os investigadores), sintetizaram ADN do genoma de M. mycoides e transplantaram-no para uma M. capricolum. Smith recorre a uma metáfora informática para explicar o processo: “O genoma é o sistema operativo, e o citoplasma (o recheio celular) é o equipamento necessário para o executar. Os dois juntos fazem que uma célula funcione.”

Os problemas de “Synthia”

Os problemas começaram quando se tentou “reiniciar” a criatura, pois muitos dos genes sintéticos não trabalham e os que funcionam não têm qualquer utilidade. As bactérias obtidas desta forma limitam-se a crescer e a reproduzir-se. Apesar disso, Venter declarou que se trata da “primeira célula sintética, pois contém um cromossoma fabricado com quatro frascos de produtos químicos, um sintetizador comercial e um computador”.

Embora, em termos conceptuais, Synthia não traga nada de novo, do ponto de vista tecnológico é um verdadeiro tour de force. Manipular grandes pedaços de ADN, sobretudo quando se pretende que encaixem e formem uma sequência com total precisão, é extremamente complexo. “A criação e inserção de um genoma sintético com mais de um milhão de pares de bases [as “letras”] é um autêntico feito”, diz a bioquímica Frances Arnold, do California Institute of Technology, em Pasadena.

Todavia, o mais importante é o conceito radical que implica: esbateu-se a linha de separação entre o vivo e o não-vivo, um caminho aberto pelo químico alemão Friedrich Whöler, em 1828, ao sintetizar um composto orgânico, a ureia, a partir de moléculas inorgânicas. Em meados do século XX, a biologia molecular demonstrou que as leis físico-químicas que regem o universo também governam os processos vivos. No início do século XXI, Venter constata que se pode manipular a matéria para criar uma forma de vida anteriormente inexistente. Apesar disso, as incógnitas da biologia ainda andam por aí, como adverte Arnold: “Podemos escrever o que quisermos. O problema é que não sabemos o que escrever.”

Há investigadores empenhados em ir ainda mais longe: criar vida a partir do zero para se poder, assim, compreendê-la. Que melhor do que engendrar sistemas que funcionem com uma química que não está presente nos seres vivos? Um desses espíritos radicais é Drew Endy: para este professor do Departamento de Engenharia Biológica do Instituto Tecnológico do Massachusetts (MIT), “nenhum perito inteligente teria fabricado os genomas dos organismos do modo como a evolução fez: algumas partes sobrepõem-se e outras perderam a sua função, mas não se podem suprimir; só ficaram a ocupar espaço”.

A explicação para esta confusão é simples: a Natureza trabalha com o que tem; não pode criar a partir do nada ou do zero, e é isso que Endy pretende tentar: “O principal objectivo da biologia sintética é facilitar a vida ao engenheiro.” Um dos seus colegas, Tom ­Knight, lembrou-se de uma maneira de resolver o problema ao reparar no sistema dos jogos Lego, onde todas as peças encaixam porque são compatíveis. Foi assim que nasceram os BioBricks, cadeias de ADN que possuem “conectores universais” nas extremidades e que se ligam entre si para formar componentes de nível mais elevado.

Por outro lado, a Natureza apenas utiliza uma vintena de aminoácidos para fabricar as proteínas de que os seres vivos necessitam, mas os cientistas conhecem milhares destas moléculas. Por que não utilizá-las? Lei Wang, do Laboratório de Biologia Química e Proteómica do Salk Institute, na Califórnia, está a trabalhar nisso. O livro da vida é escrito com 64 “palavras” (os codões) de três “letras” cada, retiradas das quatro que formam o ARN: A, G, C e U (de uracilo, que substitui a timina do ADN). Cada um destes tripletos corresponde a um aminoácido específico, excepto três de finalização que servem para assinalar aos ribossomas (as fábricas proteicas da célula) que a proteína está esgotada. Como temos mais codões do que aminoácidos, isso significa que um único aminoácido é codificado por mais de um tripleto. É por isso que os biólogos dizem que o código genético é defeituoso. Incomodado com esta redundância, Wang conseguiu atribuir uma nova missão a um dos três codões stop da bactéria Escherichia coli: agora, esta reconhece um aminoácido não-biológico e incorpora-o nas proteínas.

Genoma com capacidade de evoluir

Por sua vez, Peter Carr, do MIT, e Farren Isaacs, da Harvard Medical School, pretendem eliminar todas as instruções supérfluas do genoma da E. coli. Já o conseguiram com uma das três reiterações que indicam que a proteína está pronta. Se alcançarem o seu objectivo e a nova bactéria for viável, terão 43 tripletos aos quais atribuir outras tarefas.

É no mesmo sentido que se desenvolve um promissor estudo a decorrer num recipiente de precipitados de um laboratório da Foundation for Applied Molecular Evolution, na Florida. Designado por AEGIS, acrónimo de Artificially Expanded Genetic Information System, é, segundo o seu criador, Steven Benner, o primeiro sistema genético sintético capaz de evoluir. “Está a cumprir aquilo para que foi concebido”, assegura o bioquímico. O mais curioso do referido AEGIS é que se trata de um ADN fabricado com 12 bases diferentes, entre as quais se incluem as quatro que definem a vida terrestre. Tal como diria o Dr. McCoy de Star Trek: “É vida, Jim, mas não como a conhecemos.”

Esse poderia igualmente ser o lema do galego Antón Vila, que pretende, no seu laboratório da Universidade da Califórnia em Berkeley, acrescentar um bom número de genes à mitocôndria das nossas células, o organelo responsável pela respiração celular. Possui o seu próprio ADN porque, há 2000 milhões de anos, se tratava de uma bactéria autónoma que se uniu em simbiose a outras para formar a célula eucariota. Gradualmente, começou a desfazer-se do material genético de que não tinha necessidade para poder sobreviver. Actualmente, “consiste em apenas uma trintena de genes; estimamos que o complemento mínimo necessário seja de cerca de 300”, afirma Vila. O objectivo é apagar o caminho evolutivo percorrido pela mitocôndria e... voltar a torná-la autónoma.

Contudo, existe outra via para fabricar uma protocélula artificial com matéria-prima biológica: fazê-lo de baixo para cima ou, dito de outro modo, fabricá-la com base nos própios ingredientes químicos essenciais. Um dos mais destacados defensores desta ideia, o físico dinamarquês Steen Rasmussen, do Los Alamos National Laboratory, já anunciou que “estamos à beira de criar vida”. Segundo Giovanni Murtas, do Centro Enrico Fermi da Universidade de Roma 3, seria efectivamente possível, com uma soma de dez milhões de dólares.

Murtas tem motivos para se sentir optimista. Em 2007, conseguiu sintetizar proteínas dentro de umas gotinhas de gordura (vesículas) chamadas “lipossomas”. Algo de semelhante fora conseguido, três anos antes, pelo físico Albert Libchaber e pelo seu aluno Vincent Noireaux, da Universidade Rockefeller de Nova Iorque, com um extracto de E. coli injectado num lipossoma. Murtas fez o mesmo com um cocktail de 37 enzimas, algumas moléculas e o gene que produz uma proteína fluorescente. Durante algunas horas, os biorreactores vesiculares conseguiram produzir a proteína. Actualmente, procura incorporar novos genes, tendo como meta a principal característica da vida: a reprodução.

Todavia, criar um autêntico ser artificial exigiria desenvolver estruturas semelhantes com recurso à engenharia pura. Em 2009, George Church, da Universidade de Harvard, e Anthony Forster, da Universidade Vanderbilt, em Nashville (ambas nos Estadios Unidos), conseguiram obter, com um pouco de bioquímica e 115 genes, um ribossoma sintético viável em condições de laboratório. Por sua vez, Achim Muller, da universidade alemã de Bielefeld, fabricou uma membrana artificial a partir de uma macromolécula inorgânica: um agregado esférico de molibdato de polioxietileno.

A linha mais promissora

Todavia, a linha mais promissora é a que deriva de um projecto recentemente completado e em que participaram 13 grupos de investigação europeus: Programmable Artificial Cell Evolution (PACE). O objectivo era determinar as regras seguidas por qualquer ser vivo e, na posse delas, conceber uma criatura completamente distinta. “Não se parte de um genoma que já existe, mas de matéria inanimada, com recurso a sistemas químicos que não têm de ser forçosamente biológicos”, esclarece Ricard Solé, director do Laboratório de Sistemas Complexos da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona) e um dos investigadores que participam no projecto. O seu grupo foi incumbido de elaborar os modelos teóricos que prevêem a dinâmica e a evolução das futuras protocélulas artificiais: os resultados mostram que é possível. Solé está convencido de que, dentro de pouco mais de uma década, teremos a primeira célula artificial.

Podemos imaginá-la como um nano-robô, a trabalhar à escala molecular, composto por três estruturas bioquímicas elementares: um tabique de contenção (a membrana que delimita o compartimento celular), um sistema de fabrico (o metabolismo) e um sistema capaz de armazenar informação. O problema não é conceber estes três componentes, mas conseguir que funcionem acoplados.

A empresa Protolife, associada à PACE e fundada em 2004 pelo pioneiro da teoria do caos Norman Packard e pelo filósofo Mark Bedau, espera fabricar o ente criado pelo seu sócio Steen Rasmussen, e já baptizado com o sugestivo nome de O Bicho. Bastará uma gotinha de gordura para desenvolver a molécula sintética da hereditariedade: o ANP, ou ácido nucleico peptídico, que desempenharia o papel de ADN. “Se queremos saber o que é a vida, nada como fabricá-la”, diz Rasmussen.

Claro que todas estas tentativas suscitam críticas e dão origem a acusações de estarem a “brincar a Deus” e às clássicas alusões a Frankenstein. Todavia, como recorda Arthur Caplan, director do Centro de Bioética da Universidade da Pensilvânia, “a dignidade da vida nunca esteve no seu mistério, mas na diversidade, complexidade e capacidade para se manifestar em todo o tipo de condições e circunstâncias”. Seguramente, se há algum mistério na criação de seres vivos, reside em saber se seremos capazes de o fazer.

Patentear a vida?

O britânico John Sulston, Prémio Nobel da Medicina, lançou um verdadeiro ataque mediático contra Craig Venter e o seu indisfarçável desejo de patentear todos os resultados que saem do seu laboratório. Sulston está sobretudo preocupado com a possibilidade de Venter registar comercialmente as técnicas utilizadas para fabricar a sua bactéria sintética, tendo afirmado: “Espero que muitas dessas patentes não sejam concedidas, pois isso deixaria toda a engenharia genética sob o controlo do J. Craig Venter Institute.”

Não é a primeira vez que os dois cientistas entram em rota de colisão. Há dez anos, lideravam equipas rivais na corrida para ler a sequência do genoma humano. Venter procurava patentear sequências particularmente utéis do genoma. A trabalhar no projecto para o consórcio público, Sulston criticou duramente a sua visão empresarial. Para desvalorizar comercialmente o trabalho do norte-americano, tornou públicos todos os seus dados. Após a algazarra mediática em ambos os lados do Atlântico, a empresa Celera, de Venter, renunciou aos seus direitos.

Um exemplo do perigo para o qual nos alerta é o da empresa Myriad Genetics. Há alguns anos, conseguiu obter os direitos sobre dois genes do cancro da mama, pelo que qualquer tratamento baseado neles devia pagar royalties à Myriad. Contudo, graças à acção de grupos de defesa dos direitos civis, essa parte das patentes foi retirada.

M.A.S.
SUPER 149 - Setembro 2010