segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Biografia - Thomas Edison
(1847 - 1931) Inventor norte-americano nascido em Milan, Ohio, que registrou 1.093 patentes de inventos, sendo o mais conhecido o da lâmpada incandescente. Filho de um operário de ferro-velho foi alfabetizado pela mãe. Aos 12 anos foi trabalhar como vendedor de jornais, foi vendedor de livros e telegrafista numa ferrovia e, durante a Guerra de Secessão, instalou uma impressora num vagão de trem e fundou seu próprio semanário, The Weekly Herald, onde foi redator, impressor e vendedor. Desde criança demonstrou curiosidade e poder de observação e com a mudança da família (1854) para uma casa espaçosa em Port Huron, Michigan, instalou no sótão um laboratório de química, onde durante dias inteiros realizava experiências científicas. Ali começou a fabricação de aparelhos de utilidade prática, como telégrafos rudimentares. Seu primeiro invento patenteado foi um contador automático de votos (1868).
Dois anos depois (1870) fundou em Newark, Nova Jersey, sua própria empresa, especializada na fabricação de um aparelho que transmitia telegraficamente as cotações da bolsa, o qual logo lhe proporcionou grandes ganhos. Mudou-se para Menlo Park, perto de Nova York (1872), onde iniciou uma intensa pesquisa em diferentes áreas tecnológicas. Nos anos seguintes patenteou diversos outros inventos, como um dispositivo para agilizar transmissões telegráficas, uma pena elétrica que simplificava a duplicação em mimeógrafo, e o microfone de carvão, que permitiu as transmissões telefônicas, o aerofone, um aparelho de ar comprimido, uma espécie de trombeta que aumenta o volume da voz humana e a tornava audível a grande distância, o regulador de corrente para máquina elétrica, o aparelho de alto vácuo e o medidor elétrico.
Inventou o microfone (1877), o fonógrafo (1878) e a lâmpada incandescente (1879), com filamento de carvão muito fino, mantido no interior de um bulbo de vidro submetido a vácuo, e, simultaneamente com o inglês Swan, construiu a primeira lâmpada elétrica industrializável (1880).
Projetou e construiu a primeira usina hidrelétrica (1881-1882). Patenteou a chamada válvula de Edison (1883), precursora da válvula de rádio, formada por uma lâmpada incandescente com uma placa metálica no interior, em volta do filamento. Descobriu o efeito termiônico - a formação de uma corrente elétrica fraca entre um filamento aquecido e uma placa metálica no vácuo parcial - (1883), base para construção das válvulas, a primeira válvula eletrônica (1834). Associou-se, então, com Joseph Wilson Swan (1887) para produzir as lâmpadas Ediswan.
Fundou a Edison General Eletric (1888), empresa que se transformou num dos maiores fabricantes multinacionais de lâmpadas e equipamentos elétricos leves e pesados.
Inventou o cinetoscópio (1891). Durante a primeira guerra mundial, trabalhou para o governo, introduziu diversos melhoramentos em navios e embarcações pequenas e aperfeiçoou métodos de produção de substâncias químicas. Foi eleito membro da Academia Nacional de Ciências (1927), quando já havia registrado mais de mil invenções. Denomina-se efeito Edison a emissão de elétrons e conseqüente aparecimento de corrente do filamento para a placa.
Biografia - Anabela Duarte
Anabela Duarte fez parte dos W.C. Porno, grupo liderado por Farinha, que participou na 1ª edição do festival Só-Rock (Coimbra, 1981).
Ainda com Farinha esteve nos Ocaso Épico aparecendo no tema "Intro" [Memórias] da compilação "Ao Vivo No Rock Rendez-Vous em 1984". O último concerto com o grupo foi em Março de 1985 na sala do teatro A Barraca.
Participa no tema "Apartheid Hotel" dos GNR, incluído no álbum "Os Homens Não Se Querem Bonitos". Em Julho de 1985 actua com o grupo na Aula Magna e esteve quase a ser vocalista dos GNR, em paralelo com Rui Reininho.
É convidada para os Bye Bye Lolita Girl, banda formada por alguns dos elementos dos extintos Ezra Pound. Tem também uma passagem rápida pelo projecto Moeda Noise.
Entra para os Mler Ife Dada mas os membros dos Bye Bye Lolita Girl reagiram muito mal à ideia de partilhar a sua vocalista com outro grupo. Exigiam uma exclusividade que pareceu pouco lógica à cantora pois a actividade da banda não era muita. Assim decidiu-se pelos Mler Ife Dada.
Em 1986, os Mler Ife Dada participaram na compilação "Divergências" e lançam em single o tema "L'Amour va Bien Merci". Em 1987 editaram o álbum "As Coisas Que Fascinam" através da Polygram.
Alguém sugere que ela grave um disco de fado. A Polygram aceita e é gravado "Lishbunah". Neste disco pretendeu fazer um fado que nunca tivesse sido cantado ou tocado, que fosse inédito.
Em 1989 lança o álbum "Espírito Invisível" com os Mler Ife Dada. Pouco tempo depois a cantora abandona o grupo.
Participa em vários concertos dos Duplex Longa (em 1992 seria editado o disco "Forças Ocultas" que inclui as colaborações de Anabela nos temas "Mar de Coral" e "Phado"). Canta e diz poemas de diversos autores portugueses utilizando um processador de voz. Participa no aniversário da editora Assírio & Alvim e actua no Jardim Botânico, em Lisboa, por ocasião do espectáculo "Nocturnos II".
Colabora com Pedro Ayres Magalhães no espectáculo "Resistência As Primeiras Páginas (Canções Ilustradas)" apresentado, em Maio de 1990, na Feira do Livro de Lisboa. Anabela aparece a declamar enquanto as vozes são repartidas por Teresa Salgueiro e Filipa País.
Em 1990 participa no disco "Janelas Verdes" de Júlio Pereira. Nesse ano integra, como soprano, o coro do Teatro Nacional de S. Carlos.
Em Abril de 1991 actua em quatro espectáculos no Instituto Franco-Português, em Lisboa. Os concertos foram gravados pela RTP e o video do concerto, dirigido por Carlos Barradas, foi premiado na Europália 91.
Em Maio é editado um máxi-single (edição de autor com o apoio do IPJ) com os temas "Subtilmente", "Asiaouasi" e "Ela Ela".
Ainda em 1991 foi lançado o álbum "Blue Turns to Grey", dos alemães Das Pferd, onde Anabela Duarte colabora nos temas “Espelhos D’Água” e "Estranho".
Parte para Itália onde faz cursos de canto lírico e participa em vários concertos. Passa a dividir o tempo entre Lisboa e Florença.
"O Horizonte Basta/Of Horizon Enough", editado pela Frenesi, em 1998, inclui a declamação de poemas de Hélder Moura Pereira e de Paulo da Costa Domingos. Trata-se de uma edição bilingue que inclui como oferta um cd-digital audio.
Em 1999, a AnAnAna lança o disco "Delito", onde são recuperadas as canções gravadas ao vivo em 1991, no Instituto Franco Português. Neste disco aparecem, com novos arranjos, três canções dos Mler Ife Dada.
Em 2001, Anabela Duarte, depois de um período de recolhimento na procura de novas sonoridades, escolheu o site estudio54.com para divulgar os seus mais recentes trabalhos que há muito os seus fãs reclamavam. Iniciava-se assim a contagem decrescente para «uma espécie de tauromaquias musicais, mas sem sangue à vista; aliás o sangue é de vida e ferve em cada nota».
Em 2002 interpretou e criou música e sons para a peça de teatro improvisado ”O dia do desassossego”, de Fernando Pessoa, com direcção de Alberto Lopes e João Garcia Miguel.
A estreia ao vivo do projecto Anabela Duarte Digital Quartet ocorreu em Outubro de 2002 no Festival SonicScope 02.
O disco "Lishbunah" foi reeditado pela Universal em 2003. A mesma editora lança a compilação "Pequena Fábula" dos Mler Ife Dada onde aparece uma nova versão de "Zuvi Zeva Novi" que marcou o seu primeiro encontro com Nuno Rebelo após a saída dos Mer Ife Dada.
Colabora na compilação "Uma Outra História", promovida pelas lojas Fnac no âmbito do dia mundial da Música, onde aparece com uma versão do tema "Baby", dos Mutantes, que contou com a participação Mário Delgado, Alexandre Frazão e Zé Nabo.
"Blank Melodies" de Anabela Duarte Digital Duarte foi editado pela Zounds no início de 2005.
Em 2007 apresenta-se com "Machine Lyrique", um disco-concerto com canções possíveis e impossíveis de Kurt Weil e Boris Vian.
DISCOGRAFIA
Lishbunah (LP, Universal, 1988)
Subtilmente (Máxi, Sing Sing Records, 1991)
O Horizonte Basta (CD+livro, Frenesi, 1998)
Delito (CD, Ananana, 1999)
Blank Melodies (CD, Zounds, 2005) [com os Anabela Duarte Digital Quartet]
Colectâneas
Uma Outra História (2004) - Baby
NO RASTO DE...
Anabela Duarte é professora de canto e tem apresentado ao vivo os espectáculos "Objogo" e "Máquina Liríca". Actualmente prepara um disco do seu projecto Anabela Duarte Digital Quartet
Biografia retirada de Anos80
Conteúdo - Baruch Espinoza - Chérem
Em 27 de julho de 1656, a Sinagoga Portuguesa de Amsterdão puniu Espinoza com o chérem, o equivalente hebraico da excomunhão católica, pelos seus postulados a respeito de Deus em sua obra, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da natureza, e a Bíblia, uma obra metafórico-alegórica que não pede leitura racional e que não exprime a verdade sobre Deus.
O banimento (texto original em português)
“Os Senhores do Mahamad [Conselho da Sinagoga] fazem saber a Vosmecês: como há dias que tendo notícia das más opiniões e obras de Baruch de Spinoza procuraram, por diferentes caminhos e promessas, retirá-lo de seus maus caminhos, e não podendo remediá-lo, antes pelo contrário, tendo cada dia maiores notícias das horrendas heresias que cometia e ensinava, e das monstruosas ações que praticava, tendo disto muitas testemunhas fidedignas que deporão e testemunharão tudo em presença do dito Spinoza, coisas de que ele ficou convencido, o qual tudo examinado em presença dos senhores Hahamim [conselheiros], deliberaram com seu parecer que o dito Spinoza seja heremizado [excluído] e afastado da nação de Israel como de fato o heremizaram com o Herem [anátema] seguinte:
"Com a sentença dos Anjos e dos Santos, com o consentimento do Deus Bendito e com o consentimento de toda esta Congregação, diante destes santos Livros, nós heremizamos, expulsamos, amaldiçoamos e esconjuramos Baruch de Spinoza [...] Maldito seja de dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar, maldito seja em seu levantar, maldito seja em seu sair, e maldito seja em seu entrar [...] E que Adonai [Soberano Senhor] apague o seu nome de sob os céus, e que Adonai o afaste, para sua desgraça, de todas as tribos de Israel, com todas as maldições do firmamento escritas no Livro desta Lei. E vós, os dedicados a Adonai, que Deus vos conserve todos vivos. Advertindo que ninguém lhe pode falar pela boca nem por escrito nem conceder-lhe nenhum favor, nem debaixo do mesmo teto estar com ele, nem a uma distância de menos de quatro côvados, nem ler Papel algum feito ou escrito por ele."
”Conforme Will Durant, seu chérem pelos judeus de Amesterdão, tal como ocorrera com as atitudes que levaram à retratação e posterior suicídio de Uriel da Costa em 1647, fora como que um gesto de "gratidão" por parte dos judeus para com o povo holandês.
Embora os pensamentos de da Costa não fossem totalmente estranhos para o judaísmo, vinham contra os pilares da crença cristã. Os judeus, perseguidos por toda Europa na época, especialmente pelos governos ibéricos e pelos governos luteranos alemães, haviam recebido abrigo, proteção e tolerância dos protestantes de inspiração calvinista dos Países Baixos e, assim, não poderiam permitir, no seio de sua comunidade, um pensador tido como herege.
Após o chérem, adotou o primeiro nome "Benedictus" (termo latino para "Bendito", que era a tradução do seu nome original "Baruch"), assim atestando seu desvencilho da religião judaica.
Para sua subsistência, trabalhava com polimento de lentes durante os períodos em que viveu em casas de famílias em Outerdek (próximo a Amsterdã) e em Rijnsburg, tendo recusado várias oportunidades e recompensas durante sua vida, incluindo prestigiosas posições de ensino (foi convidado a ensinar na Universidade de Heidelberg mas recusou, pois teria de arcar com as normas ideológicas da universidade e seria impossível continuar com a sua obra de forma independente.). Nesta última localidade, escreveu suas principais obras.
Uma vez que as reações públicas ao seu Tratado Teológico-Político não lhe eram favoráveis, absteve-se de publicar seus trabalhos. A Ética foi publicada após sua morte, na Opera Postuma editada por seus amigos.
sábado, 21 de outubro de 2017
Notícia - Descoberto ácaro do lagarto-de-água

O estudo, publicado na revista espanhola Zootaxa, foi feito por uma equipa internacional de investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, a que pertence Raquel Godinho, e contou com a colaboração de Maria Moraza, da Universidade da Navarra, especialista em taxonomia de ácaros.
A descoberta do ácaro deveu-se ao interesse evolutivo do lagarto-de-água, uma espécie que não está ameaçada. O Lacerta schreiberi está distribuído pelo noroeste peninsular e no sistema central espanhol, com duas populações muito distintas a nível genético. Estas duas unidades encontram-se apenas na Serra da Malcata, que está na fronteira luso-espanhola.
"Temos dedicado muito tempo ao estudo da zona de contacto, não só em termos genéticos para compreender a extensão e o tipo de hibridação entre as duas grandes populações deste lagarto, como para estudar outras características de possível diferenciação, como a morfologia e a cor", explicou à Lusa Raquel Godinho.
Na sequência desse trabalho, a equipa do Porto focou-se em alguns parasitas internos e externos do lagarto. Quando encontraram o ácaro entraram em contacto com os colegas espanhóis, especialistas nesta área. "Foi depois da equipa da Universidade da Navarra observar os exemplares do ácaro que se percebeu que se tratava de uma espécie inteiramente nova para a Ciência", observou a investigadora portuguesa.
“Este parasita alimenta-se do sangue e dos fluidos existentes nos tecidos e encontra-se em 65 por cento dos répteis analisados [127], com um nível de parasitismos de cinco ácaros por réptil”, disse Maria Moraza ao Science Daily.
O Lacerta schreiberi vive na Península Ibérica há 1,8 milhões de anos e sobreviveu aos vários ciclos glaciares, desde os últimos dez mil anos que as duas populações têm vindo a divergir. Os investigadores vão tentar verificar agora se o ácaro (que acabou por ser acarinhado com o nome do lagarto) só parasita uma das linhagens do réptil, se parasita as duas ou se também existe noutras espécies da mesma família.
Para além disso vai ser analisado o ADN dos ácaros. Segundo Stuart Baird, investigador da equipa do Porto, esta análise vai servir "para compreender melhor as causas da formação de novas espécies e conhecer em detalhe a história evolutiva da Península Ibérica e a forma como a natureza responde às alterações climáticas."
Biografia - Hugh Owen
Nasceu em 27 de Maio de 1784, no País de Gales;
morreu em Dezembro de 1860
Começou a carreira militar como capitão de voluntários em Thropshire, em 1803, quando do grande movimento patriótico para a defesa da Grã-Bretanha da prevista tentativa de invasão pelos exércitos franceses de Napoleão Bonaparte, com o fim da Paz trazida à Europa pelo Tratado de Amiens.
É em 1809 que ingressa no exército no regimento n.º 16 de dragões ligeiros, embarcando imediatamente para Portugal, com os reforços que seguem com Wellington, para defesa do país contra Soult. Serve com os atiradores do regimento nos combates de Albergaria, Grijó e na perseguição do exército francês do Porto até Salamonde.
Na batalha de Talavera comanda o corpo de atiradores da brigada de cavalaria ligeira, composta dos regimentos de dragões ligeiros nos. 14, 16 e 23 e do regimento de hussardos da King's German Legion.
No ano seguinte o marechal Beresford promove-o a capitão, servindo de ajudante-de-campo do general Fane, comandante da retaguarda da divisão Hill, quando da retirada para as Linhas de Torres Vedras. Mais tarde passa para a brigada de cavalaria de sir Loftus Otway, que comandava a brigada de cavalaria portuguea formada pelos regimentos 1, 4, 7 e 10. Continuando a servir nos estados-maiores passa, como major de brigada e ajudante-de-campo, para a brigada de cavalaria portuguesa do general d'Urban, formado pelos regimentos n.º 1, n.º 11 e n.º 12.
Na batalha de Vitória foi ele quem comandou a brigada na célebre carga de cavalaria que acabou com a resistência francesa, sendo promovido no campo de batalha por Wellington.
No exército português, após o fim da guerra, foi promovido a tenente coronel do regimento de cavalaria n.º 6 de Chaves. Em 1820 é coronel e acompanha na viagem de Beresford ao Brasil, regressando mais cedo que o comandante-chefe, trazendo despachos para a Regência, sendo transferido para o comando do regimento de cavalaria n.º 4.
Chega a Portugal já com a revolução de 1820 em pleno curso. Tendo sido despedido, como Beresford e todos os outros oficiais britânicos, retira-se do exército e casa com Maria Rita da Rocha Pinto Velho da Silva, viúva, filha de um grande negociante de vinhos do Porto, em 20 de Dezembro de 1820. Teve quatro filhos, entre eles a célebre Fanny Owen, celebrisada por Camilo Castelo Branco e Agustina Bessa Luís.
Vivia no Porto quando, em 1832, o exército liberal vindo dos Açores, e desembarcado na praia do Mindelo, ocupou a cidade. D. Pedro chamou-o para comandante da cavalaria, mas Owen, por ser cidadão britânico recusou, de acordo com as ordens dadas pelo seu governo, mas colaborou com o regente durante o cerco da cidade.
Em 1856 regressou à Grã-Bretanha, abandonando mulher e filhos.
Fonte:
Hugh Owen,
O Cerco do Porto contado por uma Testemunha - O Coronel Owen,
Porto, Renascença Portuguesa («Biblioteca Histórica, I»), 1915
Biografia - Werner Karl Heisenberg
Werner Karl Heisenberg. Físico alemão (Würzburg, 5-12-1901 — Munique, 1-2-1976). Filho de August Heisenberg, professor de história bizantina, estudou física teórica na universidade de Munique, onde foi aluno de Arnold Sommerfeld. Doutorou-se em 1923.
Embora bastante jovem, foi convidado para assistente de Max Born em Göttien, onde se tornou professor contratado no ano seguinte.
Trabalhou por três anos com Niels Bohr em Copenhague. Em 1927, aceitou o lugar titular da cadeira de física teórica, em Leipzig.
Em 1942, foi nomeado diretor do instituto Max Planck em Berlim e, a partir 1946, transferiu-se para o instituto do mesmo nome em Göttingen.
O instituto se mudou em 1958 para Munique, ocupando-se também, daí por diante, de astrofísica. Heisenberg concentrou então sua atenção na teoria das partículas elementares.
Seus trabalhos a respeito da teoria dos quanta exerceram decisiva influência na física moderna e deram-lhe o prémio Nobel de Física de 1932. Dedicada, desde o início, ao estudo dos elementos constitutivos da matéria, a obra de Heisenberg revolucionou a interpretação dos núcleos atómicos, aplicando a teoria dos quanta à interligação dos protões e neutrões por troca de forças. Além de oferecer uma interpretação para o ferromagnetismo, explica o 'efeito Zeeman', que não tinha solução na física clássica.
Biografia - Anamar
Ana Maria Alfacinha de Brito Monteiro nasceu na cidade de Lisboa. Estreou-se nos palcos aos 17 anos. Frequentava a Escola de Teatro do Conservatório Nacional quando decidiu partir com um amigo para Paris com destino a Londres. Acaba por ir parar à Suécia onde fica durante 9 meses. Em Gotemburgo forma uma banda punk, os Odd Combo, que cantavam em inglês. É aí que passa a ser conhecida por Anamar.
Vai finalmente para Londres. Logo depois regressa à Avenida de Roma e ao Conservatório. Entretanto foi Anotadora da RTP e abriu uma loja. Em 1982 começou como porteira do Frágil (1) onde esteve até 1985.
No ano de 1983 grava, para a editora Fundação Atlântica, o álbum "Cartas de Portugal", com a direcção musical de Pedro Ayres Magalhães e com letras de autoria de nomes como Miguel Esteves Cardoso e Paulo Bidarra. O disco não chega a ser publicado sendo editado apenas um single com os temas "Baile Final" e "Lágrimas".
Com Luís Madureira, seu professor de voz na altura, grava o tema "O Teu Amor Sou Eu", versão de um tema de Irving Berlin com letra em português de Miguel Esteves Cardoso.
Em 1984 colabora com António Emiliano no espectáculo "Alana" realizado no Frágil. Ainda nesse espaço participa no espectáculo "Coproduction" com produção de Manuel Reis e música de António Emiliano.
Participa na peça "O Parque", de Botto Strauss, levada a cena pelo Teatro da Cornucópia, onde contracenou com Eunice Muñoz. Com esse papel ganha o Prémio de Actriz Revelação de 1985.
Em 1986 é um dos nomes que aparecem na compilação "Divergências" da Ama Romanta que lança também, em Março de 1987, o máxi-single "Amar por Amar".
No filme "Repórter X", de José Nascimento, aparece como actriz e interpreta o tema "Dor d’Alma" da autoria de Sérgio Godinho. Outros filmes em que entra, neste período, são "Crónica dos Bons Malandros" e "Um Adeus Português".
Em 1987 é lançado o álbum "Almanave", uma edição da Polygram, onde aparece uma nova versão de "Canção do Mar". Para promover o álbum, que chegou a disco de prata, foi agendado um concerto a solo no Coliseu de Lisboa: "A noite de 13 de Novembro foi de consagração para uns, mas para muitos outros de descalabro."
Colabora com António Emiliano na banda sonora do bailado "13 Gestos para um Corpo" de Olga Roriz na Gulbenkian.
Em 1989 regressa aos discos com o álbum "Feia Bonita" que contou com a direcção musical de José Peixoto e participações de Nuno Rebelo e do guitarrista Mário Delgado. O disco inclui temas como "Feia Bonita", "Ilha" e "Afinal".
Anamar foi mãe, e a sua carreira artística passou para segundo plano. A partir daí as suas aparições públicas tornaram-se raras, surgindo apenas no filme "Vida Normal" (1994) de Joaquim Leitão e na peça "O Ensaio".
Em 1997 é editado pela BMG o álbum "M" com produção de André Louro de Almeida (ex-Croix Sainte). (2) Este projecto é apresentado num concerto que decorreu na Estufa Fria, em Lisboa.
É aliciada por Tiago Torres da Silva a gravar um novo disco, dito de voz, onde estava prevista a recuperação de temas gravados para a editora Ama Romanta e inéditos de Torres da Silva, de Pilar e da brasileira Tete Espíndola.
No final de 2000, a convite de Torres da Silva, realizaram-se dois concertos "SMS8" em colaboração com Pilar e Né Ladeiras. Os concertos são um enorme sucesso mas não se voltariam a repetir apesar da promessa que ficou na altura.
O disco "Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar" é editado em 2002 pela Zona Música.
Em 2003 participa no espectáculo-concerto "Wild Cabaret", que ocupou o Teatro São Luiz, onde faz o papel de Rita Hayworth.
A Universal (ex-Polygram) lança em Maio de 2003 o disco "Afinal", uma antologia com 17 temas da sua carreira discográfica.
O disco "Transfado" foi editado pela CNM em Outubro de 2004. O disco subintitulado "Fado Tango e Alma Lusa" conta com Daniel Schvetz no piano, Luís Petisca na guitarra portuguesa e Ricardo Cruz no contrabaixo e percussão.
(1) A irreverente e muito british cantora, esteve à porta do Frágil entre 1982 e 1985 e lá voltou mais três vezes, duas ainda na década de 80 e a última em 1993. A sua passagem coincidiu com o aparecimento dos grupos líderes das noites, o que em parte lhe facilitou a tarefa, já que todos se conheciam. Mesmo assim, teve de recusar muitas entradas a quem não fazia parte dos "clientes habituais". (DN)
(2) "Assumimos as dívidas porque licenciámos o disco, mas a contrapaga era um contrato para a gravação de mais dois CD. A atitude da editora na promoção do M não funcionou. (...) Talvez fosse um disco fora de tempo, embora tivesse sido reconhecido na crítica. Mas a verdade é que não aconteceu. A/DN
DISCOGRAFIA
Baile Final/Lágrimas (Single, Fundação Atlântica,1983)
Amar por Amar (Máxi, Ama Romanta, 1987) (com os temas Roda e Ana no lado B)
Almanave (LP, Polygram, 1987)
Feiabonita (LP, Polygram, 1989)
M (CD, BMG, 1997)
Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar (CD, Zona Música, 2002)
Afinal (Compilação, Universal, 2003)
Transfado (CD, CNM, 2004)
Colectâneas
Divergências (1986) - Roda
ANAMAR POR ANAMAR
Radiografia dos discos que Anamar deixou gravados ao longo de 20 anos, agora compilados em «Afinal», feita pela própria em discurso directo.
«o primeiro disco que gravei não existe, foi um single gravado numas máquinas nos Estados Unidos da América. Eram duas canções do folclore português, uma do Alentejo e outra da Beira. Provavelmente foi o meu primeiro "frisson" musical...».
«o segundo disco também não consta. Foi um dueto com o Luís Madureira, meu professor de voz na altura, num exercício pimba de apropriação de uma música do Irving Berlin com letra em português do Miguel Esteves Cardoso. Resumível na expressão "olha para nós cultos e modernos a brincar ao kitsch do musical americano passadista". Tem um registo de voz bastante irónico, muito agudo, muito menina, é o oposto do que eu sou».
«Cartas de Portugal» (LP Fundação Atlântica, 1983). Produzido por Pedro Ayres Magalhães, o álbum nunca saiu e apenas o single «Baile Final» foi editado.
«É um bocadinho uma erupção do vulcão, que tem em si todo o potencial destrutivo que uma erupção tem mas que resulta, no caso, num fertilizar dos campos que permitiram ter o estofo e a ousadia e a capacidade criativa para avançar na música. Nunca gravei nenhum disco em condições tão fantásticas: três meses no grande estúdio da Valentim de Carvalho, com músicos óptimos, fantásticos... E saiu uma merda (risos). O disco nunca saiu, e o "Baile Fina!" sobrevive por várias razões, para mim porque é o tema desse disco no qual consegui cantar como eu era na altura».
«Amar por Amar» (máxi Ama Romanta, 1986)
«É claramente o início da aventura. É o disco mais marcante para mim, porque foi feito com muito poucos meios, muito depressa, com gente muito talentosa, numa mistura que na altura era bastante imprevisível».
«Almanave» (LP Polydor, 1987)
«O momento do "boom", ligado às multinacionais, aos patrocínios. Se bem me lembro, só o Rui Veloso e eu tínhamos patrocínios, e fomos apelidados de vendidos. Enquanto grande produção diz claramente que quero estar no centro das coisas e não num percurso à margem. E foi a experiência de fazer um disco normal, coisa que não tinha acontecido para trás. Foi também o início da relação com o Tozé Brito. Embora musicalmente não tenhamos nada a ver um com o outro, a nível de cumplicidade musical e na generosidade que ele tem de dar espaço ao que é novo, é uma pessoa fundamental».
«Feiabonita» (LP Polydor, 1989)
«É um disco em que tive ainda mais meios, o privilégio de trabalhar com o José Peixoto e começar a minha relação com o José Fortes. É eventualmente o disco com melhor som da minha carreira e foi gravado debaixo de uma tempestade pessoal: separei-me, tinha dois bebés, estava a gravar o disco, mãe sol- teira... O disco saiu e não teve continuidade ao vivo como teria que ter tido. A nível pessoal caiu o Carmo e a Trindade, e com dois gémeos à mistura tratava-se de criar condições para que os gémeos existissem. "Feiabonita" morreu na praia. E a seguir vem um período de silêncio muito grande, que se justifica por essa vida pessoal que tinha de ser reconstruída.»
«M» (CD RCA, 1997)
«Nasce na pior altura a nível de circunstâncias externas, mas numa altura !m que sinto absoluta necessidade de pôr cá para fora algo que correspondesse a uma dimensão espiritual da música, que não havia nos discos anteriores. Se o mercado fosse outro que não o português, que é estreito, poria este disco num circuito como o da Enya... Acontece que saiu numa BMG que passado muito pouco tempo se desintegrou. E esse desintegrar fez com que as coisas caíssem por terra».
«Ao Vivo» com Né Ladeiras e Pilar (CD Zona Música, 2002). Registo do concerto ao vivo «SM 58», realizado no final de 2000.
«Uma experiência ao vivo magnífica, às portas do céu... É a boa surpresa que vem de fora e que me desencaminha. O convite do Tiago Torres da Silva para fazer esse espectáculo ocorreu numa fase da minha vida em que eu estava quase a achar que se calhar vivia bem sem o palco, sem a música. Tudo se conjugou para que fosse um processo fácil e lúdico, de puro prazer, e portanto deixou um testemunho que não posso ignorar. Depois a ausência de promoção do disco - que não é inteiramente da responsabilidade da editora e teve a ver com uma incapacidade de nós as três estarmos disponíveis ao mesmo tempo para fazer o que era preciso ser feito - é uma pena. Para mim é uma edição que cai num vazio pelo facto de ser quase inexistente para o público».
«Afinal» (CD Universal, 2003)
«É a chave da ignição».
ARTIGO DE JORGE MOURINHA / BLITZ, 09/06/2003
[Em relação a Espectáculos, Anamar não esquece o “Coproduction” no bar Frágil, as jam sessions no bar Bain Douches em Paris, a estreia do canto em português no bar Anikibóbó no Porto, os loucos concertos no Rock Rendez Vous, e, concerteza, o polémico espectáculo de lançamento do disco “Almanave” no Coliseu dos Recreios de Lisboa.]
«Quando fiz os primeiros discos, era identificada pelo estereótipo da puta. Quando fiz o "M", poderia ser identificada com o estereótipo da santa. Acontece que nunca fui puta nem santa...» Anamar, Diário de Notícias, 2000
«Na primeira fase da minha carreira desiludi-me com o exterior. Na segunda desiludi-me com o interior» Anamar, Público, 2000
«"Só Ana", baseado no Fado Estoril e com uma letra autobiográfica: "É desconstrutora da Anamar distante, é só Ana. Fui completamente impotente para mudar as imagens que as pessoas criam: a Anamar fatal, mulher da noite, dama dos limiares, etc, era imutável. Neste disco mostro que, atrás dessa, está a 'só Ana', que brinca.» Anamar, Público, 2004
Filha de um pediatra, a cantora contou que, quando era pequena, o seu pai lhe dizia algo que a moldou para a vida. "Quando eu fazia algum disparate, a minha mãe tendia a ter uma atitude muito protectora, e eu perguntava-lhe por que razão é que os pais têm de mandar nos filhos, porque é que eu não podia mandar em mim. Ao que o meu pai respondia: ‘Podes mandar em ti se souberes cuidar de ti própria. Se tu decidires bem, eu não vou, de maneira nenhuma, contrariar-te.’ Essa foi uma lição de liberdade responsável que nunca mais esqueci", adiantou. Da mãe, por seu turno, Anamar aprendeu algo muito "bonito": "Ela dizia-me que tudo o que existia vivia. As mesas, os copos, tudo tinha vida própria. Estimulou-me muito a nível criativo e artístico, e eu tento fazer o mesmo com os meus filhos." (C/2001)
Anamar acredita que através da arte, da música e do espectáculo se pode intervir na realidade, que cada pessoa pode ser criativa, verdadeira, responsável e fiel a si própria. (Press-release 2004)
NO RASTO DE...
Mas, mesmo que a música continue ou não, avancei por uma outra área profissional: a da produção de conteúdos de audiovisual e Internet, onde encontro alguma auto-realização. Mas é verdade que o bicho de palco que sou continuava a sentir que haveria algo para cumprir. (DN/2000)
É empresária de conteúdos e autora de guiões para cinema, televisão e publicidade. (C/2001)Actualmente integra o projecto BloomArt como artística plástica.
Biografia retirada de Anos80
Conteúdo - Baruch Espinoza - Vida
Chamado pelos pais de Bento, chamou-se "Baruch" enquanto que judeu nascido e vivendo em Amesterdão. Finalmente, utilizou Benedictus para assinar a sua Ethica, depois do chérem, em seu nome. Também é conhecido como Benedito Espinoza.
A sua família fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e também de Giordano Bruno. Ganhou fama pelas suas posições opostas à superstição (a sua frase Deus sive natura, "Deus, ou seja, a Natureza" é um conceito filosófico, e não religioso), e ainda devido ao fato de a sua ética ter sido escrita sob a forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Conteúdo - Há um rio de ferro que corre cada vez mais depressa no interior da Terra
Por baixo da Sibéria e do Alasca, bem no interior da Terra, está a correr um rio de ferro líquido. Vai em direcção a oeste e move-se cada vez mais depressa – uma descoberta feita graças às observações de três satélites lançados em 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Esse rio encontra-se no núcleo externo da Terra, rico em ferro e níquel, a cerca de 3000 quilómetros de profundidade. O nosso planeta tem 12.700 quilómetros de diâmetro e é composto por camadas: a seguir à crosta e ao manto está o núcleo externo e, depois, o interno. Enquanto o núcleo interno é sólido, indo dos 5100 quilómetros de profundidade até ao centro da Terra, o núcleo externo é líquido e vai dos 2900 quilómetros até aos 5100. Este líquido, superquente e em movimento, gera correntes eléctricas que, por sua vez, criam o campo magnético do planeta.
Ilustração da corrente de ferro derretido no núcleo externo da Terra e da constelação de satélites que a descobriu ESA
Ora o campo magnético da Terra muda constantemente. Além disso, não há muitas maneiras de olhar para o interior profundo da Terra – as medições do campo magnético são uma dessas maneiras (as ondas sísmicas são outra). Ao registarem-se pormenorizadamente as mudanças do campo magnético é então possível inferir como é que o ferro se está a movimentar no interior do planeta. Por isso, a ESA lançou três satélites gémeos – na missão Swarm e que custará cerca de 230 milhões de euros – para fazer medições muito rigorosas do campo magnético terrestre e destrinçar todas as fontes que contribuem para ele.
Ainda que a fonte principal seja o núcleo externo, há outras mais, como rochas magnetizadas presentes na crosta terrestre e a ionosfera, uma das camadas exteriores da atmosfera. O campo magnético do planeta é o resultado da contribuição de diversas fontes, formando um escudo que nos protege da radiação cósmica e de partículas electricamente carregadas emitidas pelo Sol, e que são perigosas para nós e para as telecomunicações, por exemplo. “As medições precisas dos satélites da constelação Swarm vão permitir separar as diferentes fontes de magnetismo, tornando mais claro o contributo do núcleo”, explica a ESA em comunicado.
Foram as medições dos satélites Swarm que permitiram descobrir o rio de ferro na região do Pólo Norte, cujos materiais derretidos não só se deslocam mais depressa do que aqueles que estão à sua volta como o fazem cada vez mais depressa. Publicados num artigo científico na revista Nature Geoscience, por investigadores da Universidade de Leeds (no Reino Unido) e da Universidade Técnica da Dinamarca, os resultados das observações indicam que o ferro por baixo da Sibéria e do Alasca está agora a andar 45 quilómetros por ano, ou seja, cerca de cinco metros por hora. E que esta velocidade triplicou nos últimos 15 anos.
“Pode parecer que 45 quilómetros por ano não é muito. Mas nunca vimos nada mover-se tão depressa no interior da Terra”, sublinha Christopher Finlay, investigador da Universidade Técnica da Dinamarca e que está envolvido no projecto Swarm. “E é três vezes mais rápido do que tudo o resto no núcleo da Terra”, acrescenta o investigador, citado num comunicado da sua universidade.
Este rio tem cerca de 420 quilómetros de largura, estende-se por 7000 quilómetros de comprimento e é provável que vá até aos 5000 quilómetros de profundidade. Os cientistas comparam-no a um fenómeno existente na atmosfera a grande altitude – as correntes de jacto, que são correntes estreitas de vento forte e que corre de forma quase horizontal. “É uma descoberta fascinante. É a primeira vez que vimos esta corrente de jacto de forma tão clara”, diz Christopher Finlay, referindo-se ao ferro líquido. “Esta corrente de jacto pode ser importante no dínamo que gera o campo magnético da Terra. Também pode estar a causar mudanças na taxa de rotação do núcleo interno da Terra. Ao compreendermos melhor a física do núcleo, acabaremos por fazer melhores previsões sobre as mudanças futuras do campo magnético da Terra”, acrescenta o investigador.
“É provável que haja mais surpresas”, antevê por sua vez Rune Floberghagen, responsável da ESA pela missão Swarm. “O campo magnético está sempre a mudar, o que até pode levar a corrente de jacto [de ferro derretido] a mudar de direcção.”
Informação retirada daqui
Conteúdo - O ciclo do carbono
A luz do sol é, actualmente, 25 por cento mais intensa do que quando o sistema solar era ainda recente, o que deveria ter como consequência uma Terra muito mais quente. No entanto, o nosso mundo mal foi afectado por ela.
O que é que mantém o globo terrestre estável e fresco?
A vida. Um número monumental de organismos marinhos vivos de que a maior parte das pessoas nunca ouviu falar: foraminíferos, cocolitos e algas calcárias capturam o carbono atmosférico sob a forma de dióxido de carbono quando este cai na água da chuva e utilizam-no como parte constituinte das suas minúsculas conchas.
Até agora, os oceanos e as florestas da Terra (que também armazenam muito carbono) têm conseguido salvar-nos de nós próprios e da quantidade de dióxido de carbono que lançamos na atmosfera, mas, no futuro, há a possibilidade de ocorrer um aumento galopante e incontrolável do aquecimento da Terra. Não conseguindo adaptar-se, muitas árvores e outras plantas acabariam por morrer. Já houve ciclos como este no passado, mesmo sem o contributo do homem. Mas, felizmente, a natureza tem a capacidade de se regenerar. É quase certo que o ciclo do carbono acabaria por se reequilibrar, devolvendo ao nosso planeta a sua estabilidade e bem-estar. A última vez que isso aconteceu, demorou apenas 60 mil anos.
Anualmente, o homem despeja oito mil milhões de toneladas de carbono na atmosfera.
Sempre que o motor de um carro é ligado ou acendemos uma luz estamos a acrescentar dióxido de carbono à atmosfera. Em média, o contributo de cada cidadão português pode elevar-se a 1,6 toneladas de carbono por ano.
O degelo dos glaciares, as primaveras mais precoces e a subida da temperatura média a nível mundial são apenas alguns prenúncios do aquecimento da atmosfera por efeito de estufa.
As florestas, as savanas e águas dos oceanos absorvem cerca de metade do dióxido de carbono que emitimos, abrandam a sua acumulação na atmosfera e atenuam os seus efeitos sobre o planeta.
Verões abrasadores, temperaturas mais violentas, padrões de pluviosidade alterados e variações das espécies de flora e fauna são algumas das alterações mais suaves que o aquecimento global poderá provocar.
Se a natureza deixar de nos ajudar, é possível que nos confrontemos com mudanças drásticas antes de 2050. A catástrofe será rápida de mais para reagirmos.
A ciência promove soluções como automóveis alimentados a hidrogénio e a redução das emissões de gases com efeito de estufa, mas estas encontram-se ainda numa fase de realização muito precoce.
Conteúdo - Espécies Invasoras
Actualmente, algo de intrigante está a acontecer: uma nova forma de poluição provocada por animais e plantas que evoluíram noutros lugares do planeta e que estão a surgir onde não são desejados. Os biólogos chamam-lhes «espécies invasoras».
Os mexilhões-zebra, por exemplo, são moluscos do tamanho da unha de um polegar, autóctones do mar Negro, que se amontoam nas rochas e nas canalizações, em enormes aglomerados. Em dois anos invadiram as zonas baixas dos Grandes Lagos, nos EUA e no Canadá, provocando prejuízos na ordem das centenas de milhões de euros. As condutas das empresas de serviço público e das fábricas ficaram revestidas de mexilhões, as luzes enfraqueceram, os lemes dos navios bloquearam, as empresas encerraram. Os grandes cargueiros foram os responsáveis pela sua introdução nesta zona do planeta.
Entre todas as espécies invasoras, as mais destrutivas são as plantas agressivas. Durante a Segunda Guerra Mundial, uma trepadeira oriunda da América Central e do Sul foi plantada na Índia para camuflar bases aéreas. Actualmente, esta planta invade florestas, camufla grandes áreas do Sul da Ásia e sufoca a vida debaixo do seu manto.
Até um comum gatinho pode provocar prejuízos consideráveis no ecossistema: dezenas de milhões de gatos domésticos vivem à solta, matando centenas de milhões de aves canoras, répteis e mamíferos.
Devido à movimentação humana, muitos ecossistemas espalhados pelo globo estão tão mudados que já não são reconhecíveis.
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