sexta-feira, 25 de maio de 2018

Biografia - José Estêvão Coelho de Magalhães

n.      26 de novembro de 1809.    
f.       3 de novembro de 1862.

Notável orador político, bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, jornalista, deputado, etc.

Nasceu em Aveiro a 26 de novembro de 1809, faleceu em Lisboa a 3 de novembro de 1862. Era filho do médico Luís Cipriano Coelho de Magalhães (V. este nome), e de sua mulher, D. Clara Miquelina de Azevedo Leitão.

Quando em 1810, os exércitos franceses invadiram Portugal, vendo-se o Dr. Magalhães obrigado a fugir de Aveiro, mandou o filho para casa da avó materna, D. Ana Joaquim Ribeiro da Costa, que era muito extremosa pelo neto, e de cuja educação cuidou até que em 1821 seu pai novamente o chamou para junto de si. José Estêvão teve então o grande desgosto de perder sua mãe. Seu pai tratou da sua educação literária, e mandou-o para a aula de instrução primária dum professor de Aveiro, chamado Custódio José Baptista, e depois passou a ouvir as lições de latim de José Lucas da Silveira, estudando juntamente lógica com Francisco Inácio de Mendonça, e retórica com o padre Manuel Xavier, poeta e pregador muito respeitado. Terminados os estudos preparatórios, o moço estudante desejava seguir a vida eclesiástica, mas o pai tratou de o dissuadir dessa ideia, e José Estêvão matriculou-se em 1825 no 1.° ano de direito na Universidade de Coimbra. Cheio de ardor, de crenças, de aspirações e de mocidade, sentindo o fogo da eloquência que o arrebatava, começou a manifestar, nos clubes políticos que se formatam entre os académicos, o seu decidido amor à liberdade e o arrojo e energia de que mais tarde nos campos da batalha, nas lides da imprensa e nas lutas parlamentares, deu tão elevados testemunhos.

José Estêvão continuava a cursar as aulas no meio da grande agitação que lavrava no país, e chegando o mês de maio de 1828, em que os liberais resolveram protestar pela força contra o procedimento do infante D. Miguel, o moço estudante entrou de corpo e alma na conspiração, que abortou, fazendo parte do batalhão académico que então se organizara, e em que tinha o posto de cabo. Começaram logo as perseguições de que havia de ser vítima, e aos dezanove anos de idade, ainda incompletos, teve de emigrar para a Galiza, com os seus companheiros, e embarcando em Ferrol com destino a Inglaterra, e desembarcando em Plymouth, ali se conservou até ao momento de poder ir associar se aos liberais que levantaram a sua bandeira na ilha Terceira, Com o seu modesto posto de cabo da companhia de artilheiros do batalhão académico serviu José Estêvão durante todo o tempo que as forças constitucionais se conservaram nos Açores, e não tendo entrado na acção da Vila da Praia por estar destacado no interior da ilha Terceira, tomou parte na conquista das ilhas do arquipélago, e com o exército de D. Pedro embarcou para Portugal, vindo desembarcar no Mindelo em 8 de julho de 1832. Os bravos académicos foram encarregados da defesa da Serra do Pilar, e da forma como se houveram nos ataques dos dias 13 e 14 de outubro do mesmo ano de 1832, o general Ponce de Leão, mais tarde visconde da Serra do Pilar, no seu relatório ao governo elogiava muito os voluntários académicos e o seu comandante, especializando no combate do dia 13, José Estêvão Coelho de Magalhães, José Silvestre Ribeiro e o alferes Alexandre Carvalhal Silveira, que encarregados dos trabalhos de fortificação, dirigiram o estabelecimento da brecha debaixo dum vivíssimo fogo da artilharia, e no dia imediato tiveram um comportamento igual ao dos seus camaradas. Por essa ocasião José Estêvão recebeu o hábito da Torre e Espada. Continuando a servir no cerco do Porto como voluntário académico, deu novamente provas da sua bravura em diferentes ocasiões, e sendo despachado 2.º tenente de artilharia em 4 de abril de 1833, logo na acção de 25 de julho se assinalou no reduto que se tornou célebre com o nome de flecha dos mortos. Acompanhado unicamente de vinte soldados, defendeu tenazmente esse ponto das fortificações, e vendo cair mortos a seu lado os seus subordinados, sem perder o ânimo, ia sempre continuando o fogo, dirigindo as pontarias com tal acerto, que nas fileiras miguelistas era grande o estrago. Quando lhe restava apenas um soldado e não podia, portanto, continuar o serviço da peça, ainda se conservou no seu posto, até que o oficial inimigo entrou no seu reduto, e então com o atrevimento que lhe era próprio, chamuscou as barbas do adversário com a vela mista que tinha na mão, e sob um chuveiro de balas deitou a correr para a retaguarda a unir-se ás forças liberais. Por essa heróica defesa recebeu José Estêvão e grau de cavaleiro da Torre e Espada, por decreto de 15 de agosto de 1833. mas como essa distinção já lhe havia sido conferida, conforme citámos, foi em 7 de fevereiro de 1834 elevado a oficial da mesma ordem, por um decreto muito honroso. Nos últimos tempos da campanha José Estêvão fez parte das forças, que ás ordens de Saldanha, continuaram a luta contra os miguelistas, e terminada a guerra foi promovido a 1.º tenente em 24 de julho de 1831. Em outubro seguinte matriculou-se no 3.° ano da faculdade de direito, porque tinha sido dispensado do exame do 2.º ano, pelo decreto de 8 de março de 1833, que deu perdão do acto aos académicos, que se alistaram no exército constitucional.

Em 1837 concluiu o curso de Direito, e estava resolvido a deixar a carreira militar para ir exercer a advocacia na cidade do Porto, mas o pai contrariou-o nesse desejo, e fazendo-o eleger representante dos povos de Aveiro, no congresso constituinte que se ia reunir depois da revolução de Setembro, conduziu-o assim ao campo em que tanto se havia de assinalar. Foi na tribuna parlamentar, sustentando os princípios e as ideias liberais, ou defendendo a honra da pátria ultrajada por nações mais poderosas, que José Estêvão ganhou os direitos à imortalidade e o nome de notável orador português. Entusiástico democrata acolheu com aplauso a revolução de Setembro de 1836, pronunciou o seu primeiro discurso parlamentar em 5 de abril de 1837, que foi como uma profissão de fé politica, o seu programa de partidário ardente das ideias progressistas, que queria ver afirmadas na constituição que se estava discutindo, e foi decretada no anho seguinte. Rodrigo da Fonseca Magalhães e Costa Cabral, inimigos da constituição democrática, tiveram nele um dos seus mais terríveis adversários. Não se contentando com a tribuna do parlamento, e julgando que para melhor propagar as suas ideias, era preciso ter um jornal à sua disposição, fundou, com Manuel António de Vasconcelos, O Tempo, cujo primeiro número saiu a 29 de janeiro de 1838, sendo o artigo de fundo escrito por José Estêvão, que nele combatia os planos financeiros do governo e as propostas feitas pela direcção do Banco de Lisboa, para um empréstimo ao tesouro. A oposição o de José Estêvão não se limitava, porém, só aos seus artigos no Tempo e aos seus discursos no parlamento e no Clube dos Camilos, que foi uma das sociedades politicas dessa época, que mais celebridade, alcançou; também José Estêvão, com a sua palavra inflamada, não se cansava de verberar os actos do ministério, que julgava não ter força necessária para defender a revolução contra as intrigas e manejos dos adversários dela. Discutiam-se nos Camilos as proposições mais exaltadas, e como se sabia que a rainha só constrangida havia aderido à revolução, alguns membros do clube envolviam o trono nos seus ataques ao ministério; mas José Estêvão, que na sua profissão politica, dissera querer um rei só com ministros responsáveis a executar só, conservava-se firme nessas ideias. 

Terminada a missão do congresso, reuniram-se em dezembro de 1838 as novas câmaras, e José Estêvão, nomeado relator da comissão da resposta ao discurso da coroa, reprovou com toda a energia a marcha politica do gabinete. Este ministério durou até abril de 1839, em que se formou outro gabinete presidido pelo barão da Ribeira de Sabrosa. A este ministério prestou José Estêvão o seu apoio franco e decidido; a 26 de novembro, eram chamados aos conselhos da coroa Rodrigo da Fonseca Magalhães e Costa Cabral, cujos sentimentos cartistas eram bem conhecidos, e por isso José Estêvão fez a esse ministério uma guerra crudelíssima tanto no parlamento como na imprensa. A demissão do barão da Ribeira de Sabrosa e a formação do ministério, que lhe sucedeu, foram atribuídas à influencia de lord Palmerston e do ministro britânico em Lisboa, e por isso José Estevão escreveu uma sátira pungentíssima, que apareceu no Atleta do Porto, sendo depois transcrita no primeiro numero na Lança, que então começou a publicar-se em Lisboa. Essa sátira, em que se contava o baptizado do ministério, tornou-se célebre, e nela se encontra bem desenhada a situação do governo no princípio do ano de 1840. Reunidas as cortes em janeiro deste ano, a oposição dirigiu ao governo os mais vivos ataques na discussão da resposta ao discurso da coroa, e foi nesse debate que José Estêvão teve por principal adversário outro grande orador, Almeida Garrett, que pertencendo ao centro da câmara, era então um dos defensores do ministério. Foi na sessão de 6 de fevereiro de 1840 que José Estêvão pronunciou o seu primeiro discurso contra o projecto de resposta ao discurso da coroa, e foi ali que ele aludiu ao Porto Pireu, o que deu causa à celebrada réplica de Garrett, que ficou conhecida na história parlamentar portuguesa pelo nome de discurso do Porto Pireu. O debate entre estes dois contendores notáveis, tornou-se imponente durante algumas sessões. Em vista do número e qualidade dos deputados que contava a oposição, entendeu o governo que, devia propor à rainha a dissolução das cortes, mas para a nova legislatura foi ainda reeleito José Estêvão, que continuou a sua luta pertinaz contra o ministério, pronunciando, além de outros, dois importantes discursos, um na sessão de 3 de junho sobre a eleição do 1.° circulo do Porto, e outro acerca do projecto de lei sobre o censo eleitoral. Foi nesse ano de 1840, que José Estêvão alcançou em concurso público a cadeira de economia politica da Escola Politécnica, tendo por competidor nesse certame José Maria Eugénio de Almeida. Deixou muitos apontamentos das suas lições, publicando o excerto dum deles, a respeito da emigração, no Arquivo Pitoresco de 1862. Foi José Estêvão, com o seu amigo e patrício Manuel José Mendes Leite, que fundou a Revolução de Setembro, jornal que principiou a publicar-se em 22 de junho de 1840. António Rodrigues Sampaio foi também um dos redactores, e com a sua pena enérgica e virulenta tornou-se sócio inseparável de José Estêvão nas lutas politicas, e nos perigos e trabalhos que sofreram. 

Depois de levada a cabo a restauração da Carta em 1842, José Estêvão continuou na Revolução de Setembro a combater o governo mostrando-se também vigoroso na câmara, onde entrou como representante de Lisboa, porque o ministério tais diligencias empregou para lhe contrariar a eleição, que o distinto deputado não pôde fazer vingar a sua candidatura por Aveiro, que sempre o elegera. Nessa legislatura a oposição contava um pequeno numero de deputados, e embora entre eles se contassem alguns dos homens mais distintos do partido liberal, as suas vozes eram abafadas pela, importância numérica da maioria, e o governo tinha a certeza da aprovação de todos os seus actos. Foi então que António César de Vasconcelos, depois conde de Torres Novas, saindo de Lisboa para aquela vila, em fevereiro de 1844, se pôs à frente do Regimento de Cavalaria n.º 4, e levantou o grito de revolta contra o ministério. José Estêvão e muitos outros militares e paisanos do partido progressista, foram juntar-se a César de Vasconcelos, o qual, com as forças que pôde reunir, marchou sobre Almeida. José Estêvão fora mandado antes a essa praça para dispor e preparar a revolução popular nas províncias do norte, e lá estava ainda quando as tropas do governo, sob o comando do conde de Fonte Nova, puseram a Almeida um apertado circo. A posição dos sitiados agravava-se de dia para dia com a falta de víveres, e era indispensável que os povos do norte se levantassem para chamar a atenção das forças do governo, pois doutro modo a praça fatalmente havia de capitular em pouco tempo. No meio da irresolução dos chefes e da desanimarão que já começava a manifestar-se entre os soldados, José Estêvão ofereceu-se para atravessar as linhas do inimigo e ir preparar a revolução na Beira e Trás-os-Montes. Na noite de 7 de abril, com o maior segredo e as possíveis precauções, saiu da praça pela paterna de S. João de Deus, acompanhado de João Bernardino da Silva Borges, Germano José Guedes, António Maria, proprietário na vila de Almeida e um guia prático daqueles sítios. Caminharam toda a noite espreitando o movimento das patrulhas dos sitiantes, até que chegaram de madrugada a uma ceara de centeio, onde o guia os deixou para se ir orientar no terreno. Voltando pouco depois, anunciou-lhes que estavam perdidos. José Estêvão decidiu caminhar até um outeiro próximo para dali descobrir campo. Apenas chegaram ao alto, as cornetas e os tambores das tropas do governo e um tiro de peça disparado contra a praça, demonstraram a José Estêvão e aos seus companheiros que estavam na retaguarda do quartel general do conde de Fonte Nova, e que por trás deles ficava a raia portuguesa. Desceram o outeiro, tendo já nascido o sol, e depois duma marcha forçadíssima passaram ás nove horas da manhã o rio que divide Portugal da Espanha. A pouca distância do lugar onde descansaram, viram um pastor de cabras, e chamaram-no para junto de si; o qual vinha acompanhado duma rapariguinha loura e esperta, que foi um grande auxiliar para José Estêvão e dos seus companheiros, porque tendo-lhe feito perceber a sua situação e o estado de fraqueza em que estavam, imediatamente a rapariga lhes improvisou um almoço com o leite das cabras e um pedaço de pão de centeio que o pastor possuía. José Estêvão informou-se que estavam na aldeia de Almofala, e como tinha ali um amigo, mandou pedir-lhe que viesse ter com ele. Não tardou que aparecessem três homens que levaram os fugitivos para a casa duma fazenda próxima, onde foram servidos com um bom jantar, tudo feito com as maiores precauções, porque a raia estava cheia de tropas espanholas. Pela meia-noite os amigos de Almofala mandaram três boas cavalgaduras, em que os revolucionários montaram, e guiados por um contrabandista marcharam para Subradillo, onde se esconderam dentro dum palheiro, e ali estiveram o dia todo. Às nove horas da noite seguinte marcharam sobre o Douro, que atravessaram numa barca espanhola. Esconderam-se depois todos três atrás dumas grandes pedras que ficavam a pouca distância, e ao romper da manhã destacou José Estêvão o Guedes para Moncorvo, com cartas para os setembristas dali. A este tempo, já Costa Cabral havia mandado a todos os governadores civis das diferentes províncias do reino, uma portaria circular, em que se oferecia o prémio de 2.000$000 réis à pessoa que apresentasse ao governo a cabeça de José Estêvão. Depois de vinte e quatro horas voltou o Guedes com muitos homens do Moncorvo, amigos pessoais e políticos de José Estêvão, que todos juntos marcharam logo para Freixo de Espada à Cinta. Naquela vila encontrou já todos os elementos revolucionários da província, que puseram à disposição de José Estêvão o dinheiro enviado pelo centro revolucionário do Porto. Dois dias depois marcharam todos para Moncorvo, e os setembristas dali propuseram que se fizesse imediatamente um grande pronunciamento popular em toda a margem do Douro contando com o destacamento de Cavalaria 6 e com a Guarda Nacional de Vila Flor, Foz Côa e Mirandela. José Estêvão opôs-se ao pronunciamento, receoso da pouca segurança dos meios. Destacou para Chaves João Bernardino e para Bragança Germano José Guedes, com instruções para se entenderem com os setembristas daqueles dois pontos, e intentarem o levantamento dos depósitos de recrutas de Caçadores 3, Infantaria 13 e Cavalaria 6, e ele foi estabelecer a sua residência em Murça, como ponto central. Este plano falhou, porque todos os elementos com que José Estêvão contava em Chaves e Bragança, tinham sido inutilizados pelo governo. Depois desta tentativa em que se perdeu muito tempo, decidiu afinal José Estêvão o pronunciamento popular da província, e com esse fim mandou João Bernardino para Veiga de Lila, o qual, de acordo e debaixo da direcção de Júlio do Carvalhal, conseguiu levantar algumas forças populares na montanha auxiliadas pelos setembristas influentes de Vila Pouca de Aguiar. Tudo estava pronto e habilmente preparado para o dia designado. José Estêvão devia sair de Murça com os populares que estivessem armados, e marchar com eles a tomar o comando das forças revolucionadas por Júlio de Carvalhal, enquanto nos outros dois pontos da província os demais caudilhos, já, prevenidos, levantariam simultaneamente o grito a favor da causa sustentada em Almeida. No dia designado para a partida de José Estêvão, recebeu se a notícia da capitulação da praça, e soube-se que, as forças cabralistas marchavam sobre Trás-os-Montes. José Estêvão ainda tentou resistir, mas os ânimos estavam desmoralizados, e os populares abandonaram-no. Nestas circunstancias partiu sozinho para Espanha pela raia de Castela, e foi encontrar-se com os emigrados em Salamanca, onde entregou o dinheiro que tinha recebido no Porto para acudir ás necessidades da emigração, e pedindo licença a César de Vasconcelos, tomou passaporte para Paris.

Pouco depois dessa revolta, na sessão de 18 de outubro de 1844, Passos Manuel proferiu um notável discurso em que se referiu a José Estêvão com algumas palavras muito elogiosas. José Estêvão conservou-se quase dois anos em Paris, voltando depois da revolução de maio de 1846, porque só então é que puderam regressar a Portugal os emigrados de Almeida. Apenas chegou a Lisboa tomou parte activa na política, e de acordo com António Rodrigues Sampaio e com os seus amigos políticos redigiu o programa da Associação eleitoral setembrista, que o golpe de estado de 6 de outubro não deixou pôr em pratica. Depois de andar por alguns dias escondido em diferentes casas, disfarçou-se com hábitos eclesiásticos, e passou a Salvaterra, donde em companhia de César de Vasconcelos foi a Santarém promover a revolução a favor da junta do Porto. Com o mesmo intento visitou as Caldas, Alcobaça e Nazaré, e voltando a Santarém foi nos princípios de dezembro mandado a Setúbal para organizar a defesa dessa terra, e com as forças que pudesse reunir, tentar um golpe de mão sobre Almada. Chegou a Setúbal na madrugada de 10 de dezembro, acompanhado pelo seu ajudante de ordens Domingos Ardisson, e fez logo organizar uma comissão delegada da junta do Porto, mas não se encontrando ali armas nem munições, desistiu do projecto de fortificar a vila, que pouco depois teve de abandonar precipitadamente, porque ao anoitecer do dia 11 chegou a noticia da aproximação das tropas de Lisboa, que estavam em Azeitão sob o comando do general visconde de Setúbal. José Estêvão marchou com as suas forças para Alcácer do Sal, e unindo-se ali com o célebre Galamba (V. este nome), seguiram todos para Évora. Encontrando-se a meio caminho com as tropas do comando do conde de Melo, marcharam todas essas forças do partido da junta para Alcácer do Sal, e daí para Águas de Moura, onde chegaram no dia 23 com a ideia de atacarem Setúbal no dia seguinte. Segundo as ordens recebidas nessa noite, o conde de Melo aproximou-se do Tejo, mas tendo em Canha na manhã de 25 recebido participação da derrota de Torres Vedras, voltou para Évora, e daí mandou José Estêvão e Anselmo José Braamcamp ao Algarve para nessa província levantarem novas forças e obterem os meios pecuniários indispensáveis para a continuação da guerra civil. Do Algarve vieram reforços ao general da junta, que nomeou José Estêvão seu quartel mestre general. Nesta qualidade serviu o valente tribuno o resto da campanha, até que a intervenção estrangeira veio pôr termo a essa renhida luta, ajustando-se a convenção de Gramido, assinada em 30 de junho de 1847. O partido setembrista que se vira obrigado a depor as armas, preparou-se logo para tomar parte activa nas eleições de deputados, e José Estêvão, como um dos membros mais importantes desse partido, promoveu o primeiro meeting eleitoral que se reuniu em Lisboa, e nele falou com a sua habitual eloquência, arrebatando com as suas palavras entusiásticas, todos os que assistiram a essa assembleia. Tais foram, porém, os meios empregados pelo governo para afastar José Estêvão do parlamento, que ele não pôde alcançar ser eleito por Aveiro, sua terra natal, e até 1851 viu-se obrigado a limitar a sua oposição ao ministério a alguns artigos na Revolução de Setembro.

Com a mudança politica de 1851, que se tornou conhecida pelo nome de Regeneração, José Estêvão voltou a ter assento na câmara dos deputados, e defendendo com todo o vigor o impulso dado pelo governo aos melhoramentos materiais, ele próprio apresentou um projecto para a construção do caminho de ferro de Vila Nova da Rainha ao Porto, e segundo o qual os trabalhos deviam começar infalivelmente no 1.° de janeiro de 1853. Com a queda do gabinete regenerador e a entrada no poder o ministério histórico, José Estêvão passou a militar nas fileiras da oposição, e em vários discursos acentuou bem as suas ideias políticas. Este ministério presidido pelo duque de Loulé foi substituído em 1859 por um gabinete regenerador, ao qual José Estêvão prestou todo o seu apoio; havendo, porém, este ultimo ministério pedido a sua demissão em 1860 sem o comunicar aos homens mais importantes do seu partido, o grande tribuno magoou-se profundamente com o que ele tomou por desconsideração. As suas relações com o partido regenerador esfriaram bastante, até que rebentando a questão das irmãs da caridade francesas, se romperam de todo, porque não quis acompanhar os regeneradores no terreno que escolheram, e pôs-se deliberadamente ao lado do ministério progressista histórico, que se mostrava disposto a não consentir que aquelas religiosas viessem introduzir no ensino português um elemento reaccionário. Foi um dos seus mais notáveis discursos o que pronunciou nessa ocasião, ocupando a atenção da câmara e das galerias, repletas de espectadores, durante duas sessões sucessivas. Desde então parece ter começado a pensar na organização dum partido novo. Voltando o duque de Loulé ao poder, foi dissolvida a câmara dos deputados e José Estêvão, que se apresentou candidato por Aveiro, dirigiu aos seus eleitores uma carta com a data de 15 de abril de 1861, em que apresentava o novo partido que começava a formar-se, declarando os motivos porque se organizara e o plano que se propunha a seguir. Para defender na imprensa o novo partido, criou Freitas de Oliveira o jornal Liberdade, que principiou a publicar-se a 26 de junho de 1861, sendo o primeiro artigo escrito por José Estêvão. Entrando no parlamento, logo na discussão do discurso da coroa desenvolveu o seu programa político. Foi também notável o seu discurso na questão da barca francesa Charles et George; o sentimento do acrisolado amor pátrio, protestando contra um acto de brutal abuso da força por parte duma nação, que querendo talvez desfeitear a Inglaterra, ofendia os nossos brios, abusando da nossa fraqueza, tais foram a inspiração daqueles dois eloquentíssimos discursos, que fizeram época nos factos parlamentares. Com a ideia de organizar um partido novo, promoveu José Estêvão no escritório da Política Liberal uma conferência de alguns homens políticos e redactores de jornais, e nessas reuniões se assentou em formular um manifesto que seria assinado pelos jornais ali representados e redigido por José Estêvão. O manifesto apareceu nos jornais de 27 de setembro de 1861, mas pouco efeito produziu. Foi, portanto, necessário adiar a organização do novo partido, e quando em 1862 o marquês de Loulé tratou de recompor o gabinete a que presidia, desejando chamar ao seu partido o grande tribuno, convidou-o para a pasta do reino. Desenvolveu-se então grande intriga procurando afastá-lo do ministério, o que desgostou profundamente o carácter honrado de José Estêvão. Depois de encerradas as cortes, foi José Estêvão passar algum tempo em Cascais, e havendo-se entabulado outra vez negociações para a entrada dele no ministério, quando voltou em Lisboa nos meados de outubro, parece que estava tudo disposto para dentro em pouco lhe ser confiada a pasta do reino, mas acometido de doença mortal no dia 2 de novembro, faleceu dois dias depois.

A sua morte causou a mais profunda impressão; o enterro foi uma manifestação imponentíssima, milhares de pessoas acompanharam o féretro a pé até ao cemitério dos Prazeres; fizeram-se representar as câmaras dos pares e dos deputados, a Sociedade das Ciências Médicas, a Sociedade de Geografia, todas as associações e clubes, colégios, institutos, sociedades de recreio, corporações de bombeiros municipais e de voluntários, asilos, etc. As duas câmaras parlamentares, apenas souberam a triste noticia, levantaram a sessão depois de sentidos discursos dalguns pares e deputados. Por espaço de oito dias se conservou coberta de crepe a cadeira do grande orador. Foi resolvido que a câmara mandasse lavrar em mármore o busto de José Estêvão, para ser colocado na biblioteca do corpo legislativo, e se abrisse uma subscrição nacional para se erigir um monumento fúnebre à memória do notável orador. À beira da sepultura discursaram Luís Augusto Rebelo da Silva, Jacinto Augusto de Freitas Oliveira, José da Silva Mendes Leal e José Manuel Gonçalves, falando este ultimo em nome das criancinhas do Asilo de S. João, de que José Estêvão fora um dos fundadores e presidente. Todos os jornais do país publicaram sentidos artigos necrológicos. O seu cadáver foi posteriormente trasladado para Aveiro em maio de 1864, sendo sepultado em jazigo que ele mandara ali construir. Na casa onde nasceu naquela cidade mandou a respectiva câmara municipal colocar em 1887 uma lápide comemorativa. José Estêvão também se distinguiu no foro, aparecendo ali duas vezes dum modo brilhante; da primeira em defesa do periódico Portugal Velho, e da segunda defendendo um boticário acusado de ter mandado matar seu sogro, conseguindo a absolvição dos seus constituintes. 

Era casado com D. Rita de Miranda Coelho de Magalhães, filha do médico Custódio Luís de Miranda e de D. Margarida de Miranda de Moura. Esta senhora era natural do Porto, onde também faleceu a 2 de outubro de 1904.

Para a biografia de José Estêvão Coelho de Magalhães pode ver-se a Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo, I, 1859, artigo de Rebelo da Silva; Os varões ilustres, pelo mesmo escritor; Apontamentos sobre os oradores parlamentares de 1853 por um deputado, de Cunha Rivara; Esboço histórico, de Jacinto Augusto de Freitas Oliveira; Arquivo Pitoresco, vol. V; Dicionário Universal, Português Ilustrado, vol. VI, etc.

Biografia retirada daqui




Biografia - Nadine Gordimer


Nadine Gordimer recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1991, chamando, mais uma vez, a atenção para a ignomínia que era o apartheid, na África do Sul. Disse, numa entrevista, que o dia em que se sentira mais orgulhosa na sua vida , não fora quando recebeu o Nobel, mas quando, em 1986, testemunhara num julgamento, para salvar as vidas de 22 membros da ANC, acusados de traição. Nadine Gordimer nasceu na cidade de Spings, no Transval, em Novembro de 1923, filha de emigrantes judeus. O pai era joalheiro, nascido na Lituânia, e a mãe originária de Londres. A mãe de Nadine impressionada com o modo como eram tratadas as crianças negras, abriu uma creche, para dar apoio gratuito a essas crianças. Nadine começou a escrever aos 15 anos, pequenas histórias que publicou com o nome de Face to Face, dez anos depois. Estudou na Universidade de Witswatersrand, Joanesburgo e viajou bastante por África e América do Norte. Casou duas vezes e tem uma filha e um filho, que vivem fora da África do Sul. Até 1994, Nadine já tinha publicado treze novelas , duas centenas de pequenas histórias e diversos livros de ensaio. Está traduzida em mais de trinta línguas e recebeu numerosos prémios e doutoramentos honoris causa. Para perceber a escrita de Nadine Gordimer é necessário conhecer um pouco da História do país onde nasceu e vive – África do Sul. A população branca é fruto da mistura dos primeiros colonos holandeses (chegados cerca de 1652) e franceses que a si próprios se denominavam africânderes (filhos de pai holandês e mãe hotentote) ou boers, e ingleses e alemães e que se lhes juntaram posteriormente. A maior parte das leis do apartheid surgiu com um governo ingtlês, em 1948, mas os holandeses e alemães que ali se fixaram eram convictos defensores da supremacia branca. Aqui o fulcro é o mesmo a luta contra o apartheid, que cujo fim Nadine Gordimer teve a alegria de presenciar anos depois da escrita do livro A Gente de July (1981). 

Biografia retirada daqui

Postal Antigo - Estocolmo - Hotel Bromma


Vídeo - Roxette - "Listen To Your Heart"

Vídeo - Os 10 Melhores Vinhos do Mundo

Manual sobre cultura ambiental


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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Notícia - WINE TRACK® 2018 em outubro no Porto


Depois das Jornadas Científicas e Profissionais Wine Track® 2011, 2013, 2015 e 2017 em França e Wine Track® 2016 em Espanha, esta Jornada visa posicionar os desafios da rastreabilidade dos vinhos e bebidas espirituosas em Portugal.

«Chegou a hora de nos dirigirmos para o centro histórico do Porto, muito conhecido pelo seu vinho do Porto e centro geográfico da área de produção dos Vinhos Verdes, para participar no Wine Track®2018, um evento raro que abrirá as nossas mentes para o futuro», salientam os organizadores, em comunicado. 

A rastreabilidade é considerada numa aceção muito vasta e diz respeito tanto à viticultura como ao processo de vinificação, ao próprio produto, à sua embalagem e distribuição.

O Wine Track®2018 incidirá mais especificamente sobre a análise isotópica do vinho, a rastreabilidade da cortiça e do vidro das garrafas.

Esta Jornada destina-se a todos os atores do setor vitivinícola (viticultores, enólogos, mestres de adega, comerciantes, embaladores, transportadores, distribuidores...).

Será uma oportunidade única para intercâmbios entre cientistas, fornecedores de material e equipamentos que disporão de stands para apresentar as suas novidades, e os atores do setor vitivinícola.

Estes últimos poderão, deste modo, ter uma visão clara e realista da situação e dos meios atualmente disponíveis para garantir a autenticidade e rastreabilidade dos produtos do setor e antecipar novas soluções.

http://www.agronegocios.eu/noticias/wine-track-2018-em-outubro-no-porto/

Notícia - Castelo Branco recebe Fórum Nacional de Apicultura


Castelo Branco recebe, nos dias 16, 17 e 18 de novembro, o maior evento nacional do setor apícola, o Fórum Nacional de Apicultura e a Feira Nacional do Mel.

Na 19ª edição do Fórum Nacional de Apicultura serão debatidas temáticas variadas, onde se destaca o impacto que as alterações climáticas têm na apicultura portuguesa, a problemática dos incêndios florestais e o seu impacto na flora apícola autóctone, mas também a importância da apicultura familiar na economia regional.

A 17ª Feira Nacional do Mel será este ano especialmente dedicada aos Produtos de Qualidade, destacando-se as nove Denominações de Origem Protegida de Mel Nacional e o Mel de Modo de Produção Biológico.

A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), a MELTAGUS – Associação dos Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional, a Câmara Municipal de Castelo Branco, o Centro de Competências da Apicultura e da Biodiversidade, o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar e o Instituto Politécnico de Castelo Branco são as entidades organizadoras dos eventos. 

http://www.agronegocios.eu/noticias/castelo-branco-recebe-forum-nacional-de-apicultura/

Notícia - Produção de queijo: origem dos coalhos


A coagulação é a etapa mais decisiva na produção de queijos, a qual visa concentrar a proteína do leite, retendo também a gordura.

Para tal, é nessa fase produtiva que é necessária a adição do coalho.

O coalho ou renina não é mais que uma mistura de  enzimas (ex. quimosina e pepsina) que quando adicionado ao leite produz a primeira etapa de formação do queijo, a coagulação.

As enzimas constituintes do coalho têm como função hidrolisar caseínas, especificamente a fração proteica kappa-caseína, que estabiliza a formação de micelas e previne a coagulação do leite. Portanto, a coagulação do leite corresponde à formação de um coágulo firme (insolúvel), a coalhada, obtido através de modificações físico-químicas das micelas de caseína, em tempo determinado. A obtenção deste gel pode ocorrer por acidificação, ou por ação enzimática com o recurso a um coalho. Estes dois mecanismos são bastante distintos e dão origem, por consequência, a queijos totalmente diferentes (Cavalcante, 2004)

A coagulação ácida é obtida por via biológica através da produção de ácido láctico pelas bactérias do fermento, ou pela adição de ácidos orgânicos diretamente ao leite. Tem uma duração média de 24 horas, com o auxílio de elevada acidez e, atualmente, é uma tecnologia aplicada a um número limitado de tipos de queijo, sendo o mais conhecido deles o Petit-suisse.

A coagulação enzimática é realizada através da utilização de enzimas proteolíticas comercializadas na forma de soluções enzimáticas, vulgarmente designadas por coalho. São várias e de distintas origens as enzimas proteolíticas capazes de promover a coagulação do leite. (Cavalcante, 2004).

Essas enzimas (coalho) agem sobre a fração “kapa” da caseína destruindo a sua capacidade protetora, de modo que as partículas coloidais se tornam instáveis na presença de iões de cálcio, levando à coagulando o leite.

Na prática, para a coagulação enzimática é necessário determinar a quantidade de coalho a utilizar, levando em consideração a força do mesmo, ou seja, o seu poder coagulante e o tipo de queijo que se deseja, condicionado ao tempo de coagulação, a temperatura, a acidez e as concentrações de caseína e de cálcio solúvel.

Tipos de coalho disponíveis para o processo de coagulação enzimática

Coalhos de origem animal
No grupo de coagulantes de origem animal, o coalho de bezerro ou vitelo é considerado o mais adequado para a fabricação de queijos pelo seu elevado conteúdo de quimosina (Antunes, et al, 2004).

A fonte tradicional da quimosina é o abomaso (quarto estômago dos ruminantes) de bezerros lactentes (que ainda dependem do leite materno para a sua sobrevivência) ou de outros ruminantes jovens. Os bezerros recém-nascidos e outros ruminantes produzem no estômago a quimosina para coagular o leite ingerido produzindo uma massa semilíquida, que permite aumentar o tempo de permanência do leite no organismo.

A produção de coalho em pequena escala é realizada da seguinte forma, entre outras possíveis: imediatamente após os sacrifício do bezerro, que foi alimentado somente com leite, extrai-se o abomaso, este é lavado e cortado em tiras de onde se extrai o coalho com o auxílio de uma solução de cloreto de sódio (12-20%). Após a extração, filtra-se e purifica-se a solução por precipitação salina. Esta solução é conservada pela adição de sal e ácido bórico, entretanto se for destinada ao consumo humano usa-se a glicerina como conservante (Basso, A., et al, s/d).

No abomaso e extratos de outros tecidos do estômago animal, as proporções de quimosina e pepsina variam de acordo com a idade do animal e tipo de alimentação. Extratos provenientes de estômagos de bezerros jovens possuem alto conteúdo de quimosina, sendo a sua composição, normalmente 80-90% de quimosina e 10-20% pepsina. Por sua vez, os coalhos de bovinos adultos apresentam um maior conteúdo de pepsina, em torno de 90% (Antunes, et al, 2004)

Os métodos de preparação, padronização e conservação do coalho são variáveis em relação ao fabricante.

No entanto, o coalho deve ser diluído de 6 a 10 vezes em água para que ocorra uma distribuição homogênea no leite. Caso a diluição não seja realizada com rapidez, o coalho pode perder a sua atividade.

A luz também o inativa, por este motivo devem ser usados recipientes de cerâmica, madeira ou vidros escuros (Basso, A., et al, s/d).

Coalhos pepsínicos
A pepsina é uma enzima proteolítica presente em coalhos de bovinos, sendo encontrada nos sucos gástricos dos bovinos adultos, como substituinte da quimosina, encontrada somente em bezerros. A pepsina apresenta-se menos ativa como coagulante a pH superior a 6,68 e a temperaturas maiores que 44°C.

O tempo de coagulação até o corte da coalhada é maior quando se utiliza coalhos pepsínicos. (Basso, et al, s/d)

No entanto a pepsina bovina é uma enzima mais proteolítica e menos específica que a quimosina, e em condições favoráveis pode hidrolisar excessivamente as caseínas, podendo causar diminuição no rendimento, sabor amargo e aumento de proteólise geral nos queijos (Dornellas, 1997).

Coalhos vegetais
O primeiro coagulante de origem vegetal foi o látex da figueira (Ficus carica) pois há relatos da existência desta árvore desde a antiguidade.

Muitos extratos vegetais são capazes de coagular o leite, entretanto existem alguns que são excessivamente proteolíticos como a papaína da Carica papaya e a bromelina do Ananas sativa. (Basso, et al, s/d)

Um dos coalhos vegetais mais usados é o extrato de Cynara cardunculos (cardo selvagem) constituído pela enzima cinarase, sendo o mais utilizado para a fabricação de queijos artesanais em Portugal, como o Serra e o Serpa (Antunes, et al, 2004).

Coalhos microbianos
Nos últimos anos tem sido difundido o uso de coagulantes de origem bacteriana e fúngica.

Foram várias as razões que levaram à necessidade de investigação de novos tipos de coalhos, desde o aumento da produção leiteira, o aumento da produção mundial de queijos e consequentemente a escassez da disponibilidade de coalho bovino, bem como as constantes críticas aos preparados comerciais de enzimas coagulantes (coalhos industriais) por conterem não apenas a enzima específica, cuja atividade é impressa no rótulo, mas também outras enzimas produzidas pelo mesmo material de origem/organismo, e que causariam efeitos colaterais nos alimentos (Enzima: natureza e ação nos alimentos, 2011).

Tem-se investigado a capacidade proteolítica e coagulante de centenas de culturas de bactérias e fungos.

Os Bacillus polymyxa, Bacillus mesentericus e o fungo Russula discolorus são alguns microrganismos usados como novas fontes de coagulantes láticos (Basso, et al, s/d). A atividade dos diversos coalhos microbianos varia de acordo com o pH e com o sistema enzimático.

O coagulante derivado do Rhizomucor mihei tem sido o mais predominante na fabricação de queijos (Antunes, et al, 2004).

A protease presente no coalho do Rhizomucor miehei degrada rapidamente a caseína na faixa de pH 5,5-7,0 sendo este extrato muito usado na fabricação de vários tipos de queijo.

A adição de cloreto de sódio (NaCl) no leite prolonga o tempo de coagulação quando se está a usar esta enzima, enquanto que a adição de cloreto de cálcio (CaCl2) o reduz consideravelmente. Este extrato é sensível a temperaturas na faixa de 37 a 45°C sendo destruído a temperatura superior a 70°C.

O coalho de M. miehei pode ser usado tanto como extrato puro como em misturas com outros coalhos.

Com o início do uso de coalhos microbianos teve início a utilização de misturas tais como:

Coalho de bezerro/ extrato fúngico
Coalho de bezerro/ extrato bacteriano
Extrato fúngico/ pepsina
Extrato bacteriano/ pepsina (Basso, et al, s/d)

Coalho industrial 100% Quimosina
Sendo que a quantidade de quimosina que se consegue obter dos bezerros é sempre inferior às exigências de mercado, e como a maioria das proteases presentes em coalhos de origem fúngica não se mostram muito adequadas para a fabricação de alguns tipos de queijo (devido à alta atividade proteolítica e pouca especificidade), hoje em dia a maior parte da quimosina utilizada é produzida laboratorialmente com leveduras, fungos ou bactérias geneticamente modificadas (num processo semelhante à produção de insulina) (Basso, et al, s/d).

Atualmente, através das técnicas de manipulação genética de microrganismos é possível a produção de um coagulante 100% de quimosina.

Este coalho (coagulante) nasceu da introdução de genes de estomagos de ruminantes em alguns microorganismos (Kluyveromyces lactis, Aspergillus niger var awamori , Escherichia coli) direcionando-os para a produção de quimosina. Dessa forma, a quimosina produzida é 100% pura, eliminando os problemas de proteólise acentuada.

Por ser produzido por microrganismos transgénicos, a  aprovação deste coalho levou vários anos. Antes de ser colocado no mercado, foram feitos testes intensivos de segurança alimentar e ambiental, sendo aprovado, por várias organizações de segurança alimentar, no final de década de 90.

Tratando-se de um coalho composto por 100% de quimosina apresenta maior especificidade e menor atividade proteolítica, o qual proporciona melhores características aos queijos (Dornellas, 1997).

Bibliografia
Antunes, L. A. F.; Vilela S. C.; Campos, S.; Dutra, E. R. P.; Munck, A. V., 2004. Critérios para escolha de um coagulante. Ha-la biotec: Chr Hansen. Valinhos, n. 82, 4.
Basso, A., Seolin, R., s/d. Produção de queijos. Universidade de Santa Catarina: Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos. URL: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_grad2004/queijos/default.htm acedido a 4 de abril de 2013.
Cavalcante, F., 2004. Produção de queijos gouda, gruyére, mussarela e prato. Trabalho de conclusão de curso, Departamento de Matemática e Física – Engenharia de Alimentos, Universidade Católica de Goiás, Goiás-Brasil, 111 pp.
Dornelas, J.R.F., 1997. Efeito do tipo de coagulante e acidificante no rendimento, proteólise e "Shelf life" do queijo minas frescal. Dissertação - Mestrado em Tecnologia de Alimentos. Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.
Enzima: natureza e ação nos alimentos. 2011. Food ingredients Brasil, nº16, p.26-37. URL: http://www.revista-fi.com/ acedido a 8 de abril de 2013.
Hohendorff, C., Santos, D., 2006. Produção de queijos. Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos – Engenharia Bioquímica, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 39 pp.
IUBMB, 2013. URL: http://www.iubmb.org/index.php?id=3 acedido a 8 de abril de 2013.
Martins, A., 2009. Quimosina. Tecnologia de fabricação de queijo – UEG.
Peixoto, A. M. S., Praça, E. F., Góis, V. A., (Julho/Dezembro 2007). A potencialidade microbiológica de coagulação do coalho líquido artesanal. Revista verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável, v.2, nº2, p. 52-64.
Vieira, A. T. B., Rensis, C. M. V. B., 2011. Efeito do uso de quimosina pura como coagulante na composição química e proteólise do queijo prato. Seminário  de iniciação  científica:  PIBIC/UNOPAR.   Londrina:   UNOPAR.

Notícia - “Carne minhota” em busca da designação DOP


«Queremos triplicar a comercialização da carne “Minhota”», disse Teresa Moreira, presidente da cooperativa Agrominhota - Agrupamento de Produtores de Carne, Leite e Queijo de Raça Minhota, CRL.

Este anseio surge na altura em que a certificação da carne “Minhota” completa o quinto aniversário (2013-2018) e estão criadas condições de ampliação da comercialização do produto no comércio tradicional e nas grandes superfícies.

A estratégia do Agrupamento passa por levar ao conhecimento do público o que Teresa Moreira considera ser «o último segredo da produção nacional».

«Desejamos que todos conheçam as características de uma carne que surpreende pelo sabor e composição, de uma raça produzida numa zona do país que oferece condições de produções excelentes, designadamente biológicas», acrescenta a também presidente da Apacra - Associação Portuguesa dos Criadores de Bovinos de Raça Minhota.

«A demonstração do valor nutricional e gastronómico da carne “Minhota” deverá ser do conhecimento não só do consumidor final como dos profissionais da restauração. Isto implica um esforço de conquista do país de norte para sul, o qual permitirá que todos os portugueses descubram uma das nossas maravilhas da produção nacional.

Atualmente existe um total de 12.835 animais vivos, 6896 fêmeas e 139 machos, inscritos no “Livro de Adultos”, pelo que a criação da raça “Minhota” não atinge índices de massificação. Importa agora que todos os portugueses a descubram, facto que já acontece em Espanha, país que é o maior importador deste produto», destaca Teresa Moreira.

Assim, o desafio da expansão passará obrigatoriamente pela presença do produto num muito maior número de talhos que o atual, valor que não chega a uma dezena, e que estão concentrados no Alto Minho.

Ao nível da restauração, também será feito o esforço multiplicar a oferta desta carne nos respetivos cardápios. Atualmente, já são mais de duas dezenas de restaurantes que a oferecem, mas estão concentrados sobretudo no Alto Minho, Minho e Douro Litoral.

Designação DOP é o próximo passo
Foram precisos muitos anos de persistência por parte da Apacra e da Agrominhota para a obtenção da certificação da carne proveniente de animais da raça “Minhota”.

A certificação foi publicada no dia 14 de fevereiro de 2013, com a aprovação da rotulagem facultativa “CM – Carne Minhota”. Agora, a luta destas duas organizações é pela atribuição da designação DOP - Denominação de Origem Protegida, pedido que está em apreciação.

É também com base nesta expectativa que as duas entidades trabalham em prol de um crescimento sustentado e a desenvolver o plano de Melhoramento Genético da raça “Minhota”.

Os objetivos passam ainda por ajudar a promover o desenvolvimento rural e a economia local, oferecendo melhores condições aos produtores e colocando à disposição de todos os interessados o que de melhor se produz no Minho.

Atualmente, a produção de leite é menos expressiva, mas nem por isso a menos importante. A valorização do leite proveniente de bovinos de raça “Minhota” só poderá ser possível através da implementação de pequenas unidades de produção, provavelmente para produção de queijo ou em explorações em Modo de Produção Biológico.

Entretanto, a utilização de sémen de raça “Minhota” no cruzamento com vacas de raça Frísia e cruzadas de carne tem tido um crescimento sustentado, sendo a exportação o grande desafio que se coloca atualmente.

Para além de viabilizar economicamente o programa de melhoramento da raça, a exportação de sémen permitiria rentabilizar algumas estruturas associadas ao Programa de Melhoramento da Raça e valorizar os reprodutores de maior valor genético. 

http://www.agronegocios.eu/noticias/carne-minhota-em-busca-da-designacao-dop/

Notícia - Marca “Montado de sobro e cortiça” apresentada na FICOR


De 24 a 27 de maio, Coruche recebe a X Edição da FICOR – Feira Internacional da Cortiça – que vai servir de palco à apresentação oficial da marca “Montado de Sobro e Cortiça” que tem como principal missão alavancar todo o território de montado de sobro, tornando-o melhor para viver, mais atrativo e competitivo para investir e diferenciador dos restantes produtos turísticos, na perspetiva do visitar.

A marca “Montado de Sobro e Cortiça” consiste num consórcio de 46 entidades, pertencentes essencialmente às regiões do Ribatejo e Alentejo, liderado pelo município de Coruche. A Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE “Montado de Sobro e Cortiça”, financiada pelo ALENTEJO 2020, pretende valorizar um recurso endógeno único no mundo, em territórios de baixa densidade. Dessa forma, a marca “Montado de Sobro e Cortiça” visa fortalecer as parcerias existentes, com os vários agentes da fileira e do território, com o objetivo de obter economias de escala para um forte reconhecimento e valorização do montado, tanto a nível nacional como internacional.

De acordo com Francisco Silvestre de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, «o município de Coruche assume a liderança da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE “Montado de Sobro e Cortiça”, desde 2009, o que representa para nós uma enorme responsabilidade, na medida em que representamos um vasto território e um alargado número de parceiros, tanto públicos como privados, extravasando em parte as competências de um município”. E acrescenta, “através do Observatório do Sobreiro e da Cortiça, e demais parcerias com entidades do Sistema Científico e Tecnológico, é nosso objetivo fomentar e partilhar o conhecimento sobre o Montado de Sobro e a Cortiça, contribuindo para um reforço da competitividade da nossa economia, através da qualificação e/ou internacionalização».

A X edição da tradicional Feira Internacional da Cortiça arranca no dia 24 às 18h00, com a presença do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas dos Santos, e a apresentação oficial da marca “Montado de Sobro e Cortiça” e a entrega do prémio “Melhor Cortiça 2017” atribuído pela Associação de Produtores Florestais de Coruche (APFC), depois de um dia de visita pela indústria, montado e Observatório do Sobreiro e Cortiça, onde vai ser inaugurada a exposição “iCork – New Uses in Architecture 2.0” pelas 14h30.

O segundo dia de FICOR começa às 09h30 com a Conferência “Cortiça – Um Setor em Mudança” da responsabilidade da Associação de Produtores Florestais de Coruche (APFC). Da parte da tarde, vai ter lugar a Reunião Anual do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça que reúne os principais agentes do setor – produção, indústria, administração pública, entidades científicas e tecnológicas, universidades e institutos de investigação. Já a noite vai ser marcada por mais uma edição do desfile “Coruche Fashion Cork”, que vai ser conduzido pela apresentadora Vanessa Oliveira e vai contar com as participações especiais dos designers de moda Pedro Pedro e Mónica Gonçalves, terminando com a atuação do músico Tiago Nacarato.

http://www.agronegocios.eu/noticias/marca-montado-de-sobro-e-cortica-apresentada-na-ficor/

Notícia - Santarém debate a importância dos jovens agricultores no futuro da agricultura europeia


O 7.º seminário CAP sobre a importância dos jovens agricultores no futuro da agricultura europeia irá ter lugar a 6 de junho, no auditório CNEMA, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura 2018.

Hugo Almeida, da Direção Geral da Agricultura da Comissão Europeia, irá abordar o tema “Os jovens agricultores na Europa, situação presente e perspetivas de Futuro”, o eurodeputado Nuno Melo, irá abordar a temática intitulada “Oportunidades para os jovens Agricultores na PAC pós-2020, o trabalho realizado pelo Parlamento Europeu”, Jannes Maes, Presidente do Conselho Europeu dos Jovens Agricultores também irá abordar o assunto, num evento que conta ainda com o momento da entrega do Prémio Jovem Agricultor que vai representar Portugal em Bruxelas. 

http://www.agronegocios.eu/noticias/santarem-debate-a-importancia-dos-jovens-agricultores-no-futuro-da-agricultura-europeia/

Notícia - GPA: agricultura sustentável em debate


No próximo dia 7 de junho, irá decorrer a 3ª Conferência do Green Project Awards, em conjunto com a Jerónimo Martins, dedicada ao tema “Agricultura Sustentável”.

Na conferência será apresentado, pela primeira vez, o Manual de Agricultura Sustentável - desenvolvido pelo Grupo Jerónimo Martins – que surge no contexto de compatibilização do desenvolvimento com preocupações ambientais, enquadrado pelas políticas e estratégias do Grupo.

O Manual de Agricultura Sustentável expõe:
- a problemática da Sustentabilidade, em particular dos sistemas de produção agrícola;
- os objetivos para inverter a tendência de degradação dos recursos;
- a prioridade de preservar a biodiversidade através da proteção da diversidade biológica e dos serviços dos ecossistemas;
- o código de conduta para os fornecedores na adoção de boas práticas ambientais;
- a proteção dos habitats e espécies nas áreas geográficas.

http://www.agronegocios.eu/noticias/gpa-agricultura-sustentavel-em-debate/

Notícia - Cersul aposta em cereais biológicos para rentabilizar explorações agrícolas no Alentejo


Os cereais biológicos podem ser uma alternativa para os agricultores do Alentejo onde a área de produção de cereais diminuiu drasticamente nos últimos anos, devido à fraca rentabilidade desta cultura agrícola.

A Cersul - Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul quer contrariar esta tendência apostando em trigo, cevada e aveia biológicos, muito procurados e melhor remunerados pela indústria de pão e massas alimentares.

«Buscamos alternativas à agricultura convencional para conseguir melhores preços e os cereais biológicos podem ser uma via. Apesar de estimarmos uma diminuição de 20% no volume de colheita face ao convencional, o valor pago pela indústria de panificação pelos cereais biológicos pode ser 50% superior», explica Alfonso Cerezo, agricultor associado da Cersul que acolheu um ensaio de cereais biológicos na sua exploração em Elvas.

A crescente procura da indústria alimentar por cereais de qualidade para elaborar farinhas, massas e outros produtos com valor acrescentado motivou a Cersul a instalar um campo de ensaio de 5 hectares de cereais de Outono-Inverno (trigo mole, trigo duro, cevada e aveia), em outubro de 2017, para testar sementes e técnicas em Modo de Produção Biológico (MPB).

As sementes foram fornecidas pelas empresas Lusosem e Agrovete-RAGT e os fertilizantes pelas empresas Alltech, ADP, Crimolara, Fertinagro, Lusosem e Timac Agro. A rega da parcela é gerida com o apoio de sondas de medição da humidade do solo em contínuo fornecidas pela empresa Hidrosoph.

O dia de campo para mostrar os resultados do ensaio decorreu 8 de Maio, com a presença de várias dezenas de agricultores e técnicos. Seguiu-se uma sessão formativa com um dos maiores especialistas em cereais biológicos de França, Régis Alias, técnico do ARVALIS + Institute de l’Agriculture Biologique Francaise. Este perito deixou alguns conselhos aos agricultores sobre o MPB:

Em agricultura biológica o controlo das infestantes através de técnicas e opções culturais é uma regra de “ouro”: escolher variedades de cereais com vegetação alta e de ciclo tardio, bem como realizar sementeiras com densidades mais elevadas, ajuda a diminuir a incidência de infestantes no campo. O controlo deverá ser realizado o mais cedo possível, para evitar a propagação e crescimento das espécies invasoras, usando alfaias.

O fornecimento de azoto à cultura é a maior dificuldade que os agricultores biológicos enfrentam. Não podendo recorrer a fertilizantes químicos de síntese, devem optar entre os produtos homologados para MPB, mas a sua prioridade deve ser a realização de rotações culturais longas (4 a 5 anos), alternando os cereais com leguminosas (ervilha por exemplo), que ajudam a fixar o azoto no solo, disponibilizando-o para a cultura principal (os cereais).

Entre os fertilizantes orgânicos, o estrume de aves (depurado) é o mais indicado.

«Só vale a pena adubar caso o agricultor consiga controlar anteriormente as infestantes na parcela», alertou Régis Alias, lembrando que «em agricultura biológica cada agricultor é o perito na sua exploração, deve conhecê-la em pormenor e agir sempre de forma preventiva».

Em França cerca de 2% da área de cereais de pragana é produzida em MPB. Os agricultores franceses recebem em média 400€/tonelada de trigo biológico para alimentação humana vs. 170€/tonelada do mesmo trigo produzido em modo convencional.

«O objetivo da Cersul é colocar a produção agrícola dos seus associados em segmentos de mercado melhor remunerados e tudo faremos para que os nossos cereais sejam cada vez mais produtos de valor acrescentado e menos commodities», disse Luís Bulhão Martins, administrador da Cersul. Os dois institutos públicos de investigação que participaram na jornada - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e Escola Superior Agrária de Elvas – mostraram-se disponíveis para criar uma “Agenda de Experimentação”, em parceria com os agricultores e a indústria alimentar, visando desenvolver sementes de cereais adequadas ao MPB e aos requisitos do mercado, bem como dar formação aos agricultores interessados em converter-se ao MPB.

A entidade certificadora Agricert informou que as regras para conversão das explorações agrícolas de convencional para MPB impõem um período mínimo de 2 anos de transição, no caso das culturas anuais como são os cereais. Pode ser convertida apenas uma parte da exploração, mas é necessário apresentar um plano de conversão da área total no curto-médio prazo.

Recorde-se que Portugal é em grande medida dependente da importação de cereais, produzindo apenas 20,5% dos cereais que consome (nível de autoaprovisionamento em 2016/2017, fonte INE). 

http://www.agronegocios.eu/noticias/cersul-aposta-em-cereais-biologicos-para-rentabilizar-exploracoes-agricolas-no-alentejo/

Notícia - Alfândega da Fé recebe Festa da Cereja



Com mais de 30 anos de história a Festa da Cereja de Alfândega da Fé é um dos principais eventos do Nordeste Transmontano, destacando-se como espaço de mostra e divulgação dos produtos locais e da cultura concelhia.

O evento irá ter lugar entre 8 e 10 de junho.

O certame, organizado pela Câmara Municipal, concentra a grande maioria das iniciativas no Parque Municipal de Exposições.

Local onde podem ser encontrados o diversos stands com o artesanato, os produtos locais, com especial destaque para a cereja, e que é palco de iniciativas e espetáculos que valorizam a produção artística local, fazendo dos grupos culturais concelhios um dos principais dinamizadores do certame.

A Festa da Cereja conheceu a primeira edição em 1982, e dos iniciais 20 expositores, contam-se, atualmente, mais de 100, maioritariamente de produtos locais e a iniciativa atrai milhares de pessoas que se deslocam, propositadamente, a Alfândega da Fé, para provar e comprar as cerejas produzidas no concelho. 

http://www.agronegocios.eu/noticias/alfandega-da-fe-recebe-festa-da-cereja/

Notícia - Porto com 17 novos hotéis


O investimento no turismo não esmorece. O Porto tem atualmente em carteira 17 novos projetos de hotéis.

As zonas histórica e central da cidade atraíram 15 intenções de investimento, que estão neste momento em processo de licenciamento na Autarquia, revelou o Confidencial Imobiliário. Para a freguesia do Bonfim, estão previstos dois novos hotéis.

O JN/Dinheiro Vivo sabe que o Pestana, maior grupo hoteleiro do país, tem agendada a abertura de três novos hotéis no Porto, até ao final do próximo ano. O primeiro a abrir será no conhecido edifício Casa Navarro, na Baixa, adquirido pela família David Rosas. Esta unidade de 46 quartos, com abertura prevista para este ano, ficará sob gestão do grupo. Assente neste modelo de negócio, em que o investimento fica a cargo dos proprietários e a gestão nas mãos do grupo hoteleiro, o Pestana abrirá, em 2019, um hotel na Rua das Flores, com 87 quartos.

O grupo português tem previsto um investimento de 20 milhões de euros na construção do Douro Hotel, no Freixo, próximo da pousada, que está a seu cargo. Este projeto, que contempla 165 quartos, deverá estar concluído em 2019. Ainda em março, abriu o Pestana Porto - A Brasileira. O edifício e o investimento, da ordem dos 12 milhões, foi da responsabilidade do proprietário, o antigo selecionador de futebol António Oliveira, ficando a gestão da unidade a cargo do Pestana.

O Axis Hotéis prepara também para breve a entrada da sua marca no Porto. Segundo o administrador Rui Barbosa da Costa, o grupo português, que já explora seis hotéis, quer uma unidade na cidade com "uma escala mínima de 100 quartos".

Já o grupo espanhol Catalonia escolheu o Porto para expandir a sua atividade ao país. Prepara-se para investir 14 milhões numa unidade de quatro estrelas, na Praça da Batalha. O grupo comprou cinco edifícios de interesse histórico para recuperar até 2020.

https://www.jn.pt/local/noticias/porto/porto/interior/porto-com-17-novos-hoteis-9276828.html

UFCD - 0138 - Caracterização de vários tipos e formatos de imagens

0138 - Caracterização de vários tipos e formatos de imagens
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
Caracterização de vários tipos e formatos de imagens
Código:
0138
Carga Horária:
25 horas
Pontos de crédito:
2,25
Objetivos

  • Caracterizar os vários tipos e formatos de imagens.
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Tipos
    • Imagens vetoriais (revisão de 1.5)
    • Imagens matriciais/mapas de bits
    • Diferenças (revisão de 1.5)
  • Formatos de ficheiros e extensões
    • Psd
    • Art
    • Eps
    • Tiff
    • Jpeg
    • Gif
    • Png…
  • Resolução
  • Cores
    • Síntese aditiva
    • Síntese subtractiva
  • Sistemas de normalização e reprodução da cor
    • Quadricromia
    • RGB
    • Pantone
Referenciais de Formação

213006 - Técnico/a de Multimédia
Histórico de Alterações

(*) 2008-05-14   Criação de UFCD.

Notícia - Viagens turísticas dos residentes em Portugal aumentam 5% para 21,2 milhões em 2017


As deslocações turísticas dos residentes em Portugal aumentaram 5%, para 21,2 milhões, em 2017 face a 2016, quase 90% das quais para destinos domésticos e sobretudo com a motivação de ‘lazer, recreio ou férias’, divulgou esta quarta-feira o INE. Segundo as estatísticas relativas à “Procura Turística dos Residentes” do Instituto Nacional de Estatística (INE), estes dados revelam um abrandamento face a 2016 e 2015, já que nestes anos as deslocações turísticas dos residentes registaram acréscimos de 5,4% e 7,0%, respetivamente.

Do total de 21,2 milhões de viagens realizadas no ano passado, 9,6 milhões tiveram como objetivo ‘lazer, recreio ou férias’ (45,2% do total, +1,4 pontos percentuais [p.p.] do que em 2016), seguindo-se a ‘visita a familiares ou amigos’, com 9,3 milhões (44,0%, -0,1 p.p.). Em 2017 as viagens para o estrangeiro representaram 10,4% do total (+0,7 p.p. face a 2016), tendo o ‘lazer, recreio ou férias’ justificado 57,4% (+2,6 p.p.) destas deslocações, enquanto nas viagens domésticas 46,6% (+0,1 p.p.) deveram-se a ‘visita a familiares ou amigos’.

No ano passado, a proporção de viagens com marcação antecipada aumentou 1,2 p.p. para 30,2%, com maior expressão nas viagens para o estrangeiro (+1,4 p.p.; 90,0%), sendo que a utilização de Internet ocorreu em 17,4% das viagens em 2017 (15,8% em 2016). Em 2017 as dormidas em ‘alojamento particular gratuito’ equivaleram a 66,9% do total (+1,1 p.p.), tendo os ‘hotéis e similares’ reunido 18,9% das dormidas (-1,8 p.p.), e cada viagem teve uma duração média de 5,77 noites (5,69 em 2016).

Considerando apenas o quarto trimestre de 2017, foram 4,75 milhões as deslocações turísticas efetuadas pelos residentes em Portugal, um aumento de 7,4% face ao trimestre homólogo de 2016 e de 1,1% relativamente ao terceiro trimestre. Das viagens realizadas de outubro a dezembro, apenas 9,9% (469,9 mil) foram para o estrangeiro, mas estas deslocações cresceram acima das viagens com destinos nacionais.

As viagens para “visita a familiares ou amigos” (2,6 milhões, 54,6% do total) perderam alguma representatividade (-4,8 p.p.), reforçando-se o peso relativo das viagens por motivos de “lazer, recreio ou férias” (+5,0 p.p.), que originaram 1,6 milhões de viagens (33,2% do total). Já as deslocações por motivos “profissionais ou de negócios” (405,1 mil) pesaram 8,5% no total (+0,3 p.p.). No período, as dormidas em “hotéis e similares”, com uma quota de 15,5%, registaram um aumento de importância relativa de 1,1 p.p.

No 4.º trimestre 2017, considerando os destinos no estrangeiro, ‘lazer, recreio ou férias’ foi a motivação de 44,3% das viagens, com ganho de representatividade de 2,9 p.p., por oposição a diminuições nos pesos das viagens para ‘visita a familiares ou amigos’ e por motivos ‘profissionais e de negócios’ (-2,7 p.p. e -1,0 p.p., respetivamente).

Nas viagens domésticas, embora a ‘visita a familiares ou amigos’ continue a ser a principal motivação (56,8%), teve menor expressão (-4,8 p.p.), por contrapartida do aumento de 5,1 p.p. na proporção destas viagens por motivos de ‘lazer, recreio ou férias’ (32,0%).

No último trimestre de 2017, a proporção de viagens com marcação prévia de serviços fixou-se em 25,5% (+0,7 p.p.) e a Internet foi utilizada na organização de 15,4% das viagens (+1,0 p.p.).

De outubro a dezembro, o ‘alojamento particular gratuito agregou 79,8% das dormidas totais, enquanto o ‘alojamento particular pago’ foi opção em 2,5% das dormidas, observando-se um aumento da importância relativa dos ‘hotéis e similares’, que proporcionaram alojamento a 15,5% do total de dormidas (+1,1 p.p.). Os restantes meios de alojamento registaram ligeiras perdas de expressão.

No último trimestre do ano passado, 18,1% dos residentes realizou pelo menos uma deslocação turística, mais 0,8 p.p. face a idêntico período de 2016, com o “contributo positivo” do mês de dezembro (+2,0 p.p.; 16,2% de turistas) a compensar as “ligeiras diminuições” (-0,1 p.p.) nos meses de outubro (8,1% de turistas) e novembro (7,1%).

A duração média das viagens aumentou no quarto trimestre, com cada turista residente a realizar, em média, 4,54 dormidas nas viagens turísticas (+3,7%), destacando-se o mês de dezembro com as durações médias mais elevadas (5,01 noites, +7,4%).

https://observador.pt/2018/05/02/viagens-turisticas-dos-residentes-em-portugal-aumentam-5-para-212-milhoes-em-2017/

Notícia - Portuguese Trails: plataforma dedicada à oferta nacional de Cycling e Walking


O Turismo de Portugal disponibiliza​ a plataforma www.portuguesetrails.com, exclusivamente dedicada à oferta nacional de Cycling e Walking, com o objetivo de posicionar o país como um destino internacional de excelência neste género de experiências turísticas.

Disponível em cinco idiomas, esta plataforma é uma das ações do projeto Portuguese Trails que o Turismo de Portugal está a desenvolver em parceria com as sete regiões turísticas do país e com as comunidades intermunicipais, associações e empresas turísticas, numa atuação concertada entre entidades públicas e privadas.


A presença dos destinos regionais e das empresas portuguesas em feiras internacionais, a organização de visitas educacionais e de jornalistas e ações de promoção nas redes sociais, são outras ferramentas da comunicação internacional do Portuguese Trails para promover a oferta consolidada e diferenciadora do destino Portugal para atividades de bicicleta e a pé, ao longo de todo o ano.

O projeto Portuguese Trails pretende captar novos segmentos de procura que registam um potencial de crescimento sustentável e fomentar o aumento de dormidas e receitas em todas as regiões, tanto no litoral como no interior do país, atuando para isso ao nível da valorização do território, estruturação de produto, promoção e comercialização.

http://business.turismodeportugal.pt/pt/Not%C3%ADcias/Paginas/default.aspx