quarta-feira, 13 de junho de 2018

Conteúdo - Adesão à União Europeia: o que devem os países fazer


A União Europeia começou por ser um grupo de seis países. Bélgica, França, República Federal Alemã, Itália, Luxemburgo e Holanda, assinaram em 1957 o Tratado de Roma, fundador da CEE. Mas nestes 60 anos passados, muitos outros Estados do velho Continente conseguiram entrar no "clube de Bruxelas". A UE tem agora 28 membros e há mais em lista de espera. Porque o processo é longo e complexo, como aqui fica explicado.
Todos os países da Europa podem ter a ambição de pertencer à grande família europeia e apresentar um pedido formal de adesão ao Conselho Europeu. Porém, só os que respeitam e promovem valores comuns ao espaço comunitário, como a liberdade, a democracia e os direitos humanos, têm luz verde de Bruxelas para passar à fase dois, a fase em que são considerados países-candidatos. Cumpridos os critérios de Copenhaga, estabelecidos em 1993, as negociações com vista à integração são depois encetadas.

Quase sempre os países têm de fazer grandes esforços para responder às exigências dos dirigentes da União. O processo é complexo e pode demorar anos, como foi o caso da Croácia. A antiga república jugoslava, dilacerada pela guerra dos Balcãs nos anos noventa, esperou uma década até completar todas as formalidades para se tornar membro pleno das instituições europeias. Só em 2013, após estabilizar a situação política em fronteiras terrestres, sanar divergências étnicos e garantir a extradição de alegados criminosos de guerra para o Tribunal Penal Internacional, a Croácia tornou-se o vigésimo oitavo Estado- Membro da União Europeia. Neste momento decorrem negociações de adesão com a Sérvia, Montenegro e Turquia.

O alargamento da organização que nasceu em Roma a 25 de março de 1957 está sintetizado nesta reportagem e aprofundado no sítio oficial da União Europeia.

Conteúdo - A Escola de Aviação de Vila Nova da Rainha


No início do século XX, o desejo de dotar Portugal de asas levou à publicação do decreto que criou a escola de aviação militar em 1912. Esta levaria alguns anos a sair do papel, mas a quase totalidade dos nossos pilotos pioneiros passou por lá.
Em Portugal a primeira demonstração de voo com um aeroplano teve lugar no antigo ‘Hipódromo de Belém’, a 27 de outubro de 1909, pelo piloto francês Armand Zipfel, que pilotou um aeroplano “Voisin Antoinette” de 40 CV”. A experiência “não foi das mais felizes”, devido ao vento e o piloto quase perdeu a vida quando o aparelho acabou em cima de uma casa.

Entre 14 e 22 de Novembro de 1909, em Linda-a-Pastora, nos arredores de Lisboa tiveram lugar os primeiros voos sem motor com portugueses aos comandos.  Artur de Morais, Raúl Marques Caldeira, Alberto Cortez e Cisneiros de Faria – alunos do Instituto Industrial, – e Ezequiel Garcia – jornalista – utilizaram dois planadores tipo «Charute» para ralizar 25 experiências de voo.

N0 mesmo ano Abeillard Gomes da Silva, construiu em Paris um avião designado «Gomes da Silva I», com o qual fez várias tentativas de levantar voos no aeródromo de Issy les Moulineaus, sem obter êxito.

Em 1909 surge o Aero-Club de Portugal e a 11 de dezembro tira brevet o primeiro piloto português civil: Óscar Blank.

A revolução republicana de 1910 não teve impacto nos sonhos de elevar Portugal acima do solo.

Pelo contrário Gomes da Silva obteve o necessário apoio do Governo para a construção do seu «Gomes da Silva II», e para o efeito instalou-se em Tancos, na escola Prática de Engenharia. As experiências de voo começaram em 14 de Março de 1910, de forma acidentada, levando-o eventualmente a desistir da ideia.

O primeiro voo de um aeroplano a motor em Portugal aconteceu a 27 de Abril de 1910. Aos comandos estava o francês Julien Mamet, que descolou o seu aeroplano «Blèriot» do aeródromo de Belém, em Lisboa, efetuando um largo círculo a 50 metros de altura sobre a Casa Pia passando pelo Tejo, regressando ao ponto de partida, onde recebeu uma ruidosa ovação do público presente.

O ano de 1912 foi pleno de novidades e a 24 de Junho, numa sessão da Câmara de Deputados, surgiu um Projeto de Lei visando a criação da Aviação Militar. Em agosto, chegou o primeiro aeroplano a Portugal, comprado pel’ O Comércio do Porto.

O biplano “Farman-Maurice”, foi adquirido e escolhido por Cisneiros de Faria. Estava equipado com um motor Renault de 70 CV e podia transportar carga útil até 300 quilos. Fazia ligações entre Porto e Lisboa, com os pilotos Leopold Trescartes, Paulham e Roland Garros.

Assistiram mais de 60.000 pessoas ao primeiro voo no campo do Castelo do Queijo. O aeroplano fez evoluções sobre a cidade do Porto, Foz e Matosinhos, chegando a elevar-se a 300 metros de altura. O aparelho foi depois transportado para Lisboa onde, a 27 de setembro de 1912, realizou igualmente um voo de demonstração no Hipódromo de Belém.

Dias antes, a 10 do mesmo mês, Alberto Sanches de Castro, aos comandos de um “Voisin Antoinette”, tinha-se tornado o primeiro piloto aviador português a voar céus nacionais sobre o Mouchão da Póvoa de Santa Iria.

A 28 de setembro, após a exibição do “Farman-Maurice” de Cisneros, chegou a Lisboa um monoplano “Deperdussin” tipo B, oferecido ao Governo português pelo coronel brasileiro Albino da Costa, originário de Sever do Vouga. A 8 de outubro, desembarcava também na capital o biplano “Avro 500”, designado “República”, adquirido em Inglaterra através de uma subscrição do Partido Republicano.

Destinado ao exército, podia ler-se na revista Ilustração Portuguesa, que o aparelho “se tem elevado com êxito do aeródromo de Belém e pairado sobre a cidade”. Pilotado pelo inglês Copland Perry, acabou por ter uma avaria num desses voos amarando no Tejo.

O resto do ano será profícuo em iniciativas. A partir de 11 de Outubro, no Porto, num hipódromo situado na rua Oliveira Monteiro, iniciaram-se uma série de voos num aparelho «Borel».

A 7 de Novembro de 1912, José Nunes da Mata, da Escola Naval, foi autorizado pelo Ministério da Guerra a dirigir a construção do seu invento nas oficinas do Estado, mais um sonhador que viu a sua ideia redundar num fracasso. No dia seguinte iniciaram-se as primeiras experiências de voo com um aparelho «Voisin», adquirido pelo jornal «o Século», e que tinha sido montado na Escola de Torpedos de Paço de Arcos, em Lisboa. Entre 8 e 9 de Novembro este aparelho voou controlado pelo piloto francês Morel, mas no segundo dia sofreu um espetacular acidente, que o danificou.

1912 fecha em Dezembro com a entrega no Ministério da Guerra, do relatório da comissão encarregue de proceder ao estudo da organização da Aeronáutica Militar. Foi ainda apresentado o relatório da comissão encarregada do estudo da organização da aviação em Portugal.

Em 26 de janeiro de 1913 avistou-se o primeiro avião a cruzar os céus da Amadora. O francês Alexandre Théophile Sallés parte do hipódromo de Belém e aterra nos terrenos do Casal do Borel, partindo parte considerável do aeroplano, bem como o hélice, na aterragem, perante uma considerável multidão. O avião teria reparação.

O Governo decidiu ainda criar o Serviço de Aeronáutica Militar e a primeira escola de aviação militar, em Vila Nova da Rainha, projeto que seria inaugurado a 1 de setembro de 1916, sob severas críticas. A Capital, de 16 de maio de 1916, trazia um extenso artigo que denegria a forma como o aeródromo estava a ser organizado, sem consultas do ponto de vista técnico aos “pensionistas que foram tirar os seus brevets às escolas de Inglaterra, França e Estados Unidos”. O mesmo jornal apontava depois os custos que uma esquadrilha operacional comportava ao erário público.

Ao Governo português, apesar do estado deplorável das finanças e de necessitar empréstimos para participar na guerra, estas considerações pareciam não incomodar.

A Aeronáutica Militar viria a ser criada em 14 de Maio de 1914 com o primeiro concurso para dez pilotos ocorrido em 14 de Agosto de 1915.

Em fevereiro de 1916 o Ministério da Guerra solicita à Grã-Bretanha ajuda na formação dos pilotos. Foram enviados para as escolas de aviação civil de Hendon e militar de Northolt os tenentes António Sousa Maya e Óscar Monteiro Torres, além do alferes Alberto Lello. Em junho de 1916 os três obtiveram os seus brevets.

A intenção do Governo era formar na Escola de Aviação Militar um corpo aéreo militar do CEP – Corpo Expedicionário Português e os alunos chegavam de diversas armas. De cavalaria, o capitão Alberto Cifka Duarte, os tenentes António Sousa Maya, Francisco da Cunha Aragão, Óscar Monteiro Torres, Alberto Lello Portela, e o alferes João Salgueiro Valente.

De Artilharia, o capitão Norberto Ferreira Guimarães, de Infantaria o tenente José Barbosa Santos Leite e o alferes Carlos Esteves Beja.

Para atrair voluntários para o curso, o Capitão Norberto Guimarães, efetuou em Março de 1917, um voo de propaganda aeronáutica com escalas em várias cidades conseguindo a adesão de muitos oficiais das unidades visitadas, formando um grupo inicial que deu início ao primeiro curso de pilotagem militar na Escola de Pilotagem de Vila Nova da Rainha. Dali saíram pilotos como Sarmento de Beires ou Pinheiro Correia, que protagonizaram nos anos seguintes alguns dos feitos mais heróicos da história da Aviação Portuguesa.

Também por Vila Nova da Rainha passou Sacadura Cabral, que lá levou em 23 de fevereiro de 1917 o seu grande amigo e companheiro de África, Gago Coutinho, a ‘dar uma voltinha’.

O sonho de criar um corpo aéreo do CEP, no entanto, nunca levantou voo. Os ingleses não atenderam os sucessivos pedidos de equipamento colocados pelo Governo português e os franceses também mostraram não ter possibilidade de se substituírem aos ingleses, o que colocou um ponto final ao projeto de criar uma esquadrilha portuguesa na Flandres.

O Capitão Norberto Guimarães, nomeado para formar e comandar o Serviço de Aviação do CEP, não desistiu e graças às boas relações com o Estado-Maior Francês, conseguiu uma vitória, com pilotos portugueses a serem colocados em escolas de aviação francesas e, posteriormente, em esquadrilhas de caça ou de bombardeamento francesas.

Apesar do Governo ter ordenado a dissolução do Serviço de avião do CEP, em Março de 1918, os pilotos portugueses desafiaram as ordens de regressar a Portugal e continuaram a combater em França até ao fim da guerra.

Conteúdo - Submarino alemão afundado nos Açores durante a II Guerra Mundial


No dia 2 de fevereiro de 1942, desenrolou-se um combate entre submarinos alemães e navios da marinha de guerra britânica ao largo da ilha do Pico. Um submersível afundou-se em resultado do confronto, tendo sido encontrado 75 anos depois, a mais de 800 metros de profundidade.
Foram necessários quase 15 anos de trabalho para localizar os destroços, e só em 2016, com a ajuda de um avançado submersível científico, foi possível aos investigadores Joachim e Kristen Jackobens, da fundação Rebikoff Niggeler, confirmar a localização dos restos do U-581.

O U-boat fazia parte de uma pequena flotilha que esperava a saída do porto de da Horta de um navio transportando soldados, o Llangibby Castle,  danificado pelo torpedo de outro submarino dias antes. O transporte tinha sido atingido na popa a 16 de janeiro de 1942 e, sem leme, refugiara-se nos Açores, onde fez reparações e esperou por escoltas que o acompanhassem até Gibraltar.

O U-581 foi um dos três submarinos destacados para tentar afundá-lo, mas a presença de três navios de guerra da Marinha Real Britânica tornou-o num alvo e seria o HMS Westcott a fazer o ataque que o destruiu. Os tripulantes conseguiriam salvar-se.

Kirsten e Joachim Jakobsen, investigadores da fundação Rebikoff-Niggeler, só conseguiram verificar a posição dos destroços do submarino através do sonar do “LULA 1000”, um submersível tripulado capaz de mergulhar até 1000 metros de profundidade, usado para investigação a grandes profundidades.


Conteúdo - As companhias monopolistas do Marquês de Pombal: o real vinho do Porto


Reinava a desordem na produção e comercialização do vinho do Porto, setor largamente controlado pelos ingleses, quando o Marquês de Pombal interveio para resgatar este produto-chave da economia portuguesa do século XVIII. Fundada a 10 de setembro de 1756 por alvará régio de D. José I, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro visava proteger a qualidade do precioso vinho, mas pequenos produtores e comerciantes resistiram ao monopólio pombalino.
A El-Rei de Portugal pediram os Lavradores de Cima do Douro e os Homens Bons da Cidade do Porto proteção para o vinho licoroso que lhes garantia o sustento. O produto andava a perder-se com os negociantes ingleses: adulterado na sua produção com aguardente, era vendido a «preços excessivos e assemelhava-se já a alguns vinhos franceses. Antes que a reputação se dissolvesse na ganância, era urgente intervir com uma regulamentação que defendesse a cultura, a qualidade e o preço do apreciado néctar, precioso para a economia portuguesa.

O apelo fundamentava o essencial das convições económicas do ministro do Estado. Sebastião José de Carvalho e Mello, conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal, defendia a reorganização do comércio num sentido mercantilista, criando monopólios majestáticos confiados a companhias privilegiadas.

Fundada a 10 de setembro de 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tinha como objetivo  principal «sustentar com reputação dos vinhos a cultura das vinhas e beneficiar ao mesmo tempo o Comércio, que se faz neste género, estabelecendo para ele um preço regular, de que resulte competente conveniência aos que o fabricam, e respetivo lucro aos que nele negoceiam».

Não tão antiga como a vinha no Douro é certo, mas esta Companhia com competências e privilégios tantos que chegou a substituir o Estado na cobrança de impostos, na construção de estradas e nas obras de navegabilidade do rio, veio organizar a viticultura duriense e criar a primeira região demarcada do mundo.

Depois da assinatura do alvará régio, Pombal mandou marcar as terras onde era produzido o melhor vinho, destinado sobretudo à exportação. Mas as regras e os códigos protecionistas da Real Companhia Velha, como ficou a ser conhecida em finais do século XIX, suscitou oposições e resistências dos produtores que não pertenciam à zona demarcada, e dos comerciantes ingleses.

No entanto, a surpresa maior viria de onde menos o poder central esperava. A revolta que incendiou o Porto seria protagonizada pelos taberneiros, estes inconformados com a obrigação em vender apenas o chamado vinho da Feitoria. O motim não terminaria sem sangue. Pombal, uma vez mais com mão de ferro, «meteu o Porto na ordem» com castigos exemplares: 26 pessoas foram condenadas à morte, outras ao degredo e à confiscação de bens.

A caminho dos três séculos de história, a poderosa Companhia fundada para colocar ordem no comércio do vinho do Alto Douro, hoje afamado mundialmente, sobreviveu à passagem do tempo: é a empresa mais antiga do país e tem a sua emblemática sede em Vila Nova de Gaia.

Conteúdo - As companhias monopolistas do Marquês de Pombal: o real vinho do Porto


Reinava a desordem na produção e comercialização do vinho do Porto, setor largamente controlado pelos ingleses, quando o Marquês de Pombal interveio para resgatar este produto-chave da economia portuguesa do século XVIII. Fundada a 10 de setembro de 1756 por alvará régio de D. José I, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro visava proteger a qualidade do precioso vinho, mas pequenos produtores e comerciantes resistiram ao monopólio pombalino.
A El-Rei de Portugal pediram os Lavradores de Cima do Douro e os Homens Bons da Cidade do Porto proteção para o vinho licoroso que lhes garantia o sustento. O produto andava a perder-se com os negociantes ingleses: adulterado na sua produção com aguardente, era vendido a «preços excessivos e assemelhava-se já a alguns vinhos franceses. Antes que a reputação se dissolvesse na ganância, era urgente intervir com uma regulamentação que defendesse a cultura, a qualidade e o preço do apreciado néctar, precioso para a economia portuguesa.

O apelo fundamentava o essencial das convições económicas do ministro do Estado. Sebastião José de Carvalho e Mello, conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal, defendia a reorganização do comércio num sentido mercantilista, criando monopólios majestáticos confiados a companhias privilegiadas.

Fundada a 10 de setembro de 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tinha como objetivo  principal «sustentar com reputação dos vinhos a cultura das vinhas e beneficiar ao mesmo tempo o Comércio, que se faz neste género, estabelecendo para ele um preço regular, de que resulte competente conveniência aos que o fabricam, e respetivo lucro aos que nele negoceiam».

Não tão antiga como a vinha no Douro é certo, mas esta Companhia com competências e privilégios tantos que chegou a substituir o Estado na cobrança de impostos, na construção de estradas e nas obras de navegabilidade do rio, veio organizar a viticultura duriense e criar a primeira região demarcada do mundo.

Depois da assinatura do alvará régio, Pombal mandou marcar as terras onde era produzido o melhor vinho, destinado sobretudo à exportação. Mas as regras e os códigos protecionistas da Real Companhia Velha, como ficou a ser conhecida em finais do século XIX, suscitou oposições e resistências dos produtores que não pertenciam à zona demarcada, e dos comerciantes ingleses.

No entanto, a surpresa maior viria de onde menos o poder central esperava. A revolta que incendiou o Porto seria protagonizada pelos taberneiros, estes inconformados com a obrigação em vender apenas o chamado vinho da Feitoria. O motim não terminaria sem sangue. Pombal, uma vez mais com mão de ferro, «meteu o Porto na ordem» com castigos exemplares: 26 pessoas foram condenadas à morte, outras ao degredo e à confiscação de bens.

A caminho dos três séculos de história, a poderosa Companhia fundada para colocar ordem no comércio do vinho do Alto Douro, hoje afamado mundialmente, sobreviveu à passagem do tempo: é a empresa mais antiga do país e tem a sua emblemática sede em Vila Nova de Gaia.

Conteúdo - O que é uma startup?


Startup é um termo inglês que define uma empresa emergente, normalmente do segmento tecnológico, que aposta em ideias inovadoras. Este tipo de empresas representa quase sempre um investimento relativamente pequeno e assenta em novos modelos de negócio com a expetativa de criar um importante retorno.

Conteúdo - O futuro do mundo passa pelas cidades


Mais de metade da população mundial vive em zonas urbanas, em pequenas metrópoles ou em grandes aglomerados como Tóquio, São Paulo, Moscovo ou Pequim. Edward Glaeser defende que as cidades podem ser o principal pólo de desenvolvimento do mundo e um fator de coesão e crescimento.
Autor de “O Triunfo da Cidade”, Edward Glaeser dedicou várias décadas ao estudo das áreas mais densamente povoadas do mundo. Este professor de economia da Universidade de Harvard concluiu que as cidades são a “maior invenção” da humanidade, porque fomentam a inovação e a produção de novas ideias e criam o impulso necessário para a mobilidade económica e social.

A grande concentração de pessoas a viverem no mesmo espaço pode trazer grandes problemas, como acontece, por exemplo, nas favelas do Rio de Janeiro. Mas, apesar da violência e das dificuldades económicas, as pessoas permanecem. Segundo Glaeser, esta vontade de ficar resulta do facto de continuarem a acreditar que têm ali mais condições para melhorar a sua vida do que no campo.

Nos países em desenvolvimento as cidades estão mesmo a ser – segundo este especialista – o principal motor para o desenvolvimento.

Para este professor universitário a renovação económica surgirá de grandes ideias que resultem do convívio, contacto e troca de ideias entre quem vive o dia-a-dia mais próximo, o que potencialmente tem mais possibilidade de acontecer numa cidade.



Conteúdo - Voltaire e o Tratado Sobre a Tolerância


A discussão sobre a tolerância continua actual e Voltaire pode lançar alguma luz sobre o tema com o seu tratado contra os preconceitos e fanatismos religiosos que conduzem à segregação e à barbárie.
Voltaire, ou melhor, François-Marie Arouet, nasceu a 21 de novembro de 1694, em Paris. Foi educado pelos jesuítas e teve uma vida de aventuras. Chegou a ser detido na Bastilha, graças a um desentendimento com um nobre, o cavaleiro de Rohan. Viveu em Londres, onde absorveu a cultura inglesa, e colheu influências de Bacon, Locke e Newton.

Neste Tratado, defende que se o ser humano é por natureza intolerante, essa tendência deve ser contrariada para não se definir o homem por abstrações como raça ou orientação sexual, porque o que importa é a pessoa.

“É um Clássico” é um programa da RTP2 em que o professor universitário António Caeiro comenta filosofia, filósofos e obras clássicas de forma informal. Veja neste episódio o seu comentário sobre Voltaire e “Tratado sobre a Tolerância”.

Conteúdo - Os valores são subjectivos ou culturalmente relativos?


A esta pergunta respondem diferentes pontos de vista e, neste Janelas Para a Filosofia, mais do que enumerar as diferentes teorias, procura-se incentivar a reflexão e a analise própria da filosofia.
Alguns valores são objectivos, outros relativos e outros subjectivos. Os valores objectivos são juízos de fato, descritivos e são verdadeiros ou falsos. Já os valores que de forma comum se consideram subjectivos ou relativos, são juízos de valor que expressam opiniões ou condicionam escolhas.

Sobre os últimos, há defensores radicais de cada um deles: os subjectivistas defendem a subjectividade de todos os valores; os relativistas, afirmam que todos os valores são relativos. E quer uns, quer outros, podem basear-se em pressupostos frágeis.

Refletir sobre esta questão,  os critérios valorativos, é uma das missões da filosofia e, mais do que identificar as teorias a favor ou contra, o seu método próprio ajuda a analisar e refletir sobre a validade e consistência dos diversos argumentos. No fundo é um exercício para pensar melhor.

Janelas da Filosofia é uma rubrica da Antena 2 baseada no livro com o mesmo nome, de Desidério Murcho e Aires Almeida (Gradiva 2014). Os autores, que anteriormente tinham produzido manuais destinados aos 10.º e 11.º anos, falam sobre vários temas centrais da filosofia, como  a ética, a liberdade, o sentido da vida ou o que é o conhecimento.

Conteúdo - De que trata a filosofia?


Podemos dizer que o objecto principal da filosofia é o saber, mas não se confunda um filósofo com um sábio. Enquanto que o último pressupõe já a detenção do saber, a filosofia é antes o amor, o percurso que leva ao conhecimento.
Essa busca pode começar por reflexões mais simples sobre conceitos que utilizamos diariamente sem questionar. Por exemplo, saber o que é o tempo é uma questão filosófica, quando se analisam e interrogam sistematicamente as definições e percepções sobre o seu significado.

Esta abordagem tem como objectivo compreender de forma articulada e mais clara a própria realidade. É este o tema discutido no programa reproduzido aqui.

Janelas da Filosofia é uma rubrica da Antena 2 baseada no livro com o mesmo nome, de Desidério Murcho e Aires Almeida (Gradiva 2014). Os autores, que anteriormente tinham produzido manuais destinados aos 10.º e 11.º anos, falam sobre vários temas centrais da filosofia, como  a ética, a liberdade, o sentido da vida ou o que é o conhecimento.

Conteúdo - Recursos de Artes


O portal RTP Ensina não tem fórmulas matemáticas para garantir o sucesso escolar, mas faculta ferramentas que apoiam e complementam o estudo dos alunos e o trabalho dos professores. Aqui estão reunidos artigos que ajudam na compreensão das várias disciplinas relacionadas com Artes Plásticas e História da Cultura e das Artes.

Dispondo de um acervo único que resulta de oitenta anos de produção de programas de televisão e de rádio, a RTP oferece às escolas a possibilidade de consultarem séries documentais, entrevistas únicas e pequenas rubricas específicas sobre Cultura e História das Artes.

Para melhor consultar estas matérias basta escolher o tema na lista abaixo. Alternativamente pode sempre utilizar a caixa de pesquisa livre no topo da nossa página, à direita.

Conteúdo - Arquitetura romântica no Palácio de Monserrate


A cúpula avermelhada do Palácio de Monserrate sobressai no luxuriante manto verde da serra. Extraordinário exemplar da arquitetura romântica, este exótico palácio é uma mistura de estilos. Aqui falamos deste monumento, um dos mais icónicos do concelho de Sintra.
Sobre as ruínas de um antigo palácio, dois ingleses imaginaram e construíram uma das mais belas peças do romantismo em Portugal. Francis Cook, o novo proprietário, comerciante abastado de grande «sensibilidade cultural», e James Knowles, arquiteto de imaginação exuberante, deram forma ao edifício que sintetiza na perfeição a essência do movimento que nasceu na Europa, no século XVIII, o Palácio de Monserrate.

Para a arquitetura, a corrente dos românticos queria emoções em vez de geometria, arte genuína sem os artifícios das regras académicas. Procuravam-se experiências novas e intensas para substituir o neoclassicismo, um estilo que fosse capaz de surpreender a cada olhar. Por isso inspiraram-se no passado, recuperaram estéticas esquecidas, como o gótico e o renascentista barroco, juntaram-lhes o gosto pelos exotismos de outras culturas e o pitoresco dos regionalismos, e criaram o cenário eclético que caracteriza o romantismo.

Estes revivalismos fortaleceram sentimentos nacionalistas: cada país procurava a sua linguagem própria e recriava o que de melhor tinha feito no passado. Os ingleses reinventaram as linhas arquitetónicas da Idade Média num novo gótico que acabaria por influenciar os países à volta. Por cá, seguindo esta lógica, as atenções penderam sobretudo para o neomanuelino, revivente da época de ouro da história portuguesa.

Em Monserrate, estilos tão diferentes como o gótico medieval, o árabe, o mourisco e o renascentista misturam-se tranquilamente e de forma surpreendente. Magnífico exemplar do romantismo, o Palácio integra «a paisagem natural de Sintra», classificada desde 1995 como património mundial da UNESCO. Vamos conhecê-lo melhor nas palavras de Maria João Baptista Neto, professora de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.


Conteúdo - Românico tardio na Igreja do Mosteiro de S. Salvador


Em estilo Românico ergue-se em Paço de Sousa o templo medieval que pertenceu aos monges beneditinos. A Igreja de três naves construída no século XIII, tem a robustez característica desta arquitetura mas apresenta já elementos góticos. A começar na escala.
A arquitetura religiosa românica foi uma tradição que em Portugal se manifestou tarde e, por isso, prolongada até ao século XIV. Enquanto a Europa há muito despertara para a monumentalidade das catedrais góticas, as construções no norte e centro do país, continuavam, na sua maioria, a ser pequenas, robustas, austeras e sombrias.

Mosteiros e igrejas não eram tão só locais de recolhimento, eram peças fundamentais na organização e defesa do território conquistado aos mouros, para formar povoados agrícolas ou repovoar terras abandonadas. As ordens religiosas foram, aliás, as grandes responsáveis pela difusão desta arte que, desde o século X, influenciava o ocidente.

Os novos templos tinham uma estrutura de base românica, mas a sua escala e riqueza decorativa dependiam das técnicas e materiais locais, das dádivas e dos patronos. Enquanto nos centros urbanos as encomendas ambicionavam seguir o exemplo dos grandes monumentos estrangeiros, com arquitetos e artífices famosos contratados; no mundo rural as construções caracterizavam-se pela simplicidade e proximidade ao imaginário popular, dando origem ao chamado românico português ou «nacionalizado».

No património medieval conta-se esta Igreja do Mosteiro de S. Salvador, mandada construir pela Ordem Beneditina num tempo em que o românico começava a ceder à linguagem artística que irradiava de França desde o século XII. O portal gótico de cinco arquivoltas, a rosácea de anéis encadeados apoiada em cachorrada esculpida, a questão da escala e a rudeza da pedra, são pormenores aqui explicados por Carla Varela Fernandes, Historiadora de Arte e Investigadora da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Conteúdo - Neomanuelino ou o revivalismo português do século XIX


A arquitetura do reinado de D. Manuel I voltou a estar na moda quase quatrocentos anos depois. Portugal atravessava uma grave crise financeira, precisava de se afirmar enquanto império. E o Manuelino, além de ser um estilo inteiramente português, lembrava à Europa que esta era a pátria das gloriosas descobertas marítimas.
No século XIX a cultura resistia ao progresso que a revolução industrial imprimia por toda a Europa. A nostalgia estava em voga e o movimento do romantismo fazia ressuscitar estilos de épocas passadas, de preferência os que sublinhassem a originalidade arquitetónica de cada país.

Foi neste período que o manuelino das construções quinhentistas passou a ser considerado um estilo, com elementos comuns definidos por Francisco Adolfo Varnhagen na obra “Notícia Histórica e Descritiva do Mosteiro de Belém”, de 1842. Embora muitos críticos e historiadores de arte não identificassem traços manuelinos no que mantinham ser uma ramificação do gótico final português, a expressão foi adotada, tendo muitos intelectuais como Alexandre Herculano e Almeida Garrett a defendê-la.

Quando os revivalismos românticos chegaram a Portugal, o país precisava de encontrar o seu papel no tabuleiro político europeu para se afirmar enquanto nação soberana e autónoma. A bancarrota ameaçava ser o epílogo do século mais conturbado da história portuguesa. Como subsistir a 100 anos de lutas, invasões, conflitos diplomáticos, a uma produtividade baixa e a um sentimento de inferioridade crescente? O que distinguia o pequeno reino da periferia geográfica da Europa?

A resposta estava no passado das épicas viagens marítimas, um período glorioso a nível político, económico e cultural que a linguagem arquitetónica do Venturoso rei da pimenta, com a sua decoração exuberante, excessiva e exótica, fazia reviver. Este novo manuelino oitocentista que entrava na estética dos edifícios públicos e privados, restaurava valores nacionalistas na fase perigosa do Ultimato inglês  e reafirmava a imagem de Portugal no exterior.

Uma peça fascinante da arquitetura revivalista portuguesa é o Palácio-Hotel do Buçaco, obra iniciada em 1888, com projeto do arquiteto italiano Luigi Manini, forte  impulsionador do estilo e cenógrafo brilhante do Teatro S. Carlos. Neste cenário grandioso, montado no centro do país para receber sobretudo turistas estrangeiros, a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva define e contextualiza a “moda do manuelino”.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Conteúdo - Apocalipse do Lorvão, manuscrito iluminado medieval


Do "scriptorium" do Mosteiro do Lorvão saiu em 1189 este manuscrito, talvez a primeira obra-prima da arte portuguesa. Mais de oitocentos anos depois, o "Apocalipse do Lorvão" foi considerado pela UNESCO um dos mais belos documentos da civilização medieval ocidental. Uma valiosa raridade que marca a arte românica e a história da iluminura em Portugal. 

Fundado num lugar ermo, o Mosteiro do Lorvão  era, no século XII, famoso pela sua biblioteca e pela produção de obras minuciosamente executadas na sua oficina ou scriptorium. Mas de tudo o que até aí fora realizado pela pequena comunidade de monges copistas, três manuscritos destacavam-se pela beleza das iluminuras e pela força da mensagem religiosa: “O Comentário de Santo Agostinho aos Peixes”, “O Livro das Aves” e este “Apocalipse do Lorvão”, texto bíblico atribuído a João Evangelista e que em 2015 foi inscrito no registo de Memória do Mundo pela UNESCO.

Se a leitura em gótico primitivo é inacessível ao comum dos mortais, as fantásticas imagens que decoram as páginas em pergaminho têm em si a simbologia e a força para nos prenderem à mensagem do último livro do Novo Testamento. Figuras humanas, animais e outros elementos decorativos, geométricos e abstratos, misturam-se em cenas narrativas que clarificam o que ali vem escrito. Como foi já dito, o valor deste códice “está principalmente nas suas bárbaras iluminuras, onde se encontram muitos espécimes autênticos de trajos, alfaias, arquitetura do século XII, raros em Portugal”.

Depositado no arquivo nacional da Torre do Tombo por iniciativa do historiador Alexandre Herculano, o “Apocalipse do Lorvão” marca, com as suas pinturas, a arte românica portuguesa. Algumas dessas raras ilustrações são mostradas e explicadas neste vídeo por Maria Adelaide Miranda, a especialista portuguesa em iluminura.


Conteúdo - Projeto "Entre Nós", ponte entre Paris e Lisboa


Cruzar diferentes linguagens, perspectivas e pessoas, comparando uma rua de Lisboa com uma rua de Paris é a proposta de Pauliana Pimentel e Heléne Veiga Gomes, tendo a criatividade artística como pano de fundo.
Pauliana é uma fotógrafa dedicada às questões sociais. Heléne, antropóloga a acabar uma tese de doutoramento sobre a transformação do Intendente. Conheceram-se numa residência de artistas neste bairro lisboeta e abraçaram a ideia de estabelecer pontes entre as diferenças e semelhanças partilhadas pelas ruas do Benformoso em Lisboa e rue Myrha, em Paris, ambas em transformação.

Querem descobrir a maneira de vida das pessoas, a sua intimidade e a forma como convivem bairristas tradicionais e artistas que se instalaram nestas ruas.

Nesta reportagem, a jornalista Ana Rita Freitas também entrevistou alguns artistas como Marta Silva, mentora do Largo – Residências Artísticas, o músico Carlos Barreto e o escritor Javier Betemps.

Conteúdo - A vida nos mosteiros e a produção de manuscritos medievais


Na solidão dos mosteiros procuravam os monges ficar mais perto de Deus. Mas estas casas religiosas acabaram por ter uma ação civilizadora no ocidente. Entre o trabalho espiritual e manual, as comunidades monacais tiveram um papel valioso no repovoamento, na transmissão da fé e de um legado cultural e artístico, como a produção de manuscritos. Vejamos o que se passava no Mosteiro do Lorvão. 
Desde o nascer ao pôr do sol, a vida interna dos mosteiros era ritmada pelo relógio das horas canónicas. Depois de louvar a Deus com cânticos e orações, os monges dedicavam-se a tarefas mais terrenas. O trabalho no campo e nas variadas oficinas era igualmente rigoroso, com regras e cargos definidos e distribuídos por todos.

Na comunidade do Lorvão, anterior à fundação do reino de Portugal, um grupo especializado na arte da iluminura produziu manuscritos de rara beleza que ao mosteiro trouxeram enorme prestígio cultural, como é exemplar o texto bíblico do Apocalipse, cujas ilustrações são consideradas os primeiros vestígios da pintura românica em Portugal.

Estas pinturas, que podiam ocupar uma página inteira ou cingir-se às letras iniciais de capítulos ou parágrafos, revelavam não só perícia técnica como uma extraordinária criatividade traduzida nas figuras e temas representados. Os textos eram copiados em tinta preta, para as ilustrações e outros ornamentos usava-se uma mistura de pigmentos, feita também no escritório.

No entanto a produção dos manuscritos necessitava de todo um trabalho prévio que acabava por envolver os poucos religiosos que residiam neste mosteiro fundado no século IX: era preciso cuidar dos rebanhos, tratar a pele dos animais, cortar o pergaminho, ajustá-lo ao tamanho do livro, coser e pautar as páginas. E, por fim, viria a encadernação do valioso objeto.

Não tivesse sido o labor intenso destes e de outros monges escribas e copistas, muitas obras antigas teriam ficado para sempre perdidas no tempo. Livros religiosos e profanos eram copiados, comentados e iluminados cuidadosamente nos “scriptorium” medievais, muitos deles encomendados e destinados a uma elite erudita, outros guardados na biblioteca do mosteiro.

Porque todo este trabalho era encarado como um serviço a Deus, vital para “reproduzir a palavra divina” e perpetuar os valores da Igreja, estes monges mantinham-se discretamente sob anonimato. São estas histórias que nos conta aqui Maria Adelaide Miranda, especialista portuguesa em iluminura.

Conteúdo - Barroco Joanino no altar da Igreja de S. Domingos


Fundada no século XIII, esta imponente Igreja da cidade de Lisboa foi palco de casamentos reais, de conspirações e de terríveis tragédias humanas. Aqui teve início o massacre dos judeus e daqui saíam para os autos, os réus do Santo Ofício. Vamos conhecer o que resta desta obra exemplar do barroco joanino ou, como também se diz, do "barroco de racionalidade". 
Poucos anos antes do grande terramoto, D. João V mandara construir um altar que projectava de forma majestática toda a encenação litúrgica. Este altar é a “evidência do barroco joanino”, diz o historiador António Camões Gouveia no início desta visita guiada à Igreja de São Domingos, em Lisboa.

O nome do rei, considerado o maior mecenas da Europa setecentista, fixou associado ao estilo que, embora seguindo o espírito do barroco, apresenta ligeiras modificações na sua representação. Será uma vez mais João Frederico Ludovice, o arquiteto de D. João V e autor do grandioso Convento de Mafra, a interpretar a visão estética do monarca e a executar o altar que engrandece a fé e a monarquia.

Conteúdo - Manuel Cargaleiro, uma vida dedicada à arte da olaria


É um desenhador e pintor conceituado, mas foi a forma como trabalhou a cerâmica que lançaram o seu nome no mundo artístico. Manuel Cargaleiro é reconhecido dentro e fora do país continuando empenhando em projetos numa altura em que chegou aos 90 anos.
Nasceu em 1927 e foi na infância que descobriu a arte da cerâmica numa olaria próximo de casa. Foi no princípio dos anos 50 que começou a participar em mostras e exposições em Portugal. É ainda nesta década que recebe os primeiros prémios artísticos.

Estudou posteriormente em Itália e França, tendo fixado residência neste último país. Ao longo da sua vida participou em inúmeras exposições coletivas por todo o mundo e, individualmente, o seu trabalho foi mostrados em cidades como Genebra, Milão, Lausanne, Paris, Brasília, Lisboa, Portalegre ou Reims.

Para além da cerâmica, do desenho e da pintura, Cargaleiro também se dedicou, no final do século XX, à  tapeçaria. O artista também desenvolveu uma ligação especial à cidade italiana de  Vietri Sul Mare, atualmente sede da Fondazione Museo Artistico Industriale Manuel Cargaleiro.

Conteúdo - A Charola do Convento de Cristo


Datada do século XII, esta Igreja redonda foi o primeiro oratório românico dos Templários na cidade de Tomar. A célebre Charola tem arquitetura inspirada nos Templos de Jerusalém, com planta centrada, em formato octogonal. Porque aqui, longe dos lugares da Terra Santa que defenderam à espada, os cavaleiros continuavam a ser fiéis servidores de Cristo. O monumento é um dos mais originais e emblemáticos da ordem fundada em 1118.
Da época de Gualdim Paes, mestre da Ordem  dos Templários em Portugal, são o castelo de Tomar e a Charola, primitiva igreja construída “em memória da morte e ressurreição de Jesus Cristo”. O santuário com espaço litúrgico em forma octogonal «que define um amplo deambulatório», por onde os monges-cavaleiros andavam à volta em oração, terá a sua arquitetura inspirada em dois edifícios míticos de Jerusalém: a Igreja do Santo Sepulcro e a Mesquita da Cúpula do Rochedo, sublinha Paulo Pereira, autor de referência em História da Arte, neste extrato do programa Visita Guiada.

Mas à românica Igreja Templária do século XII foram sendo acrescentadas outras construções e decorações por iniciativa de infantes e reis. Com D. Manuel I, por exemplo, o santuário é engrandecido em esculturas, pinturas e talha dourada. Os dois mil metros da Charola vão ganhando a exuberância de outros estilos – gótico, manuelino, renascimento maneirismo -,  como acontece com todo o Convento de Cristo, monumento único, classificado como Património Mundial pela UNESCO, em 1983.

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