sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Mais de 50% dos portugueses entre os 25 e 34 anos sem 12.º ano

Mais de metade dos portugueses entre os 25 e os 34 anos não completaram o ensino secundário, valor apenas superado pela Turquia e México entre os países da OCDE, revela um relatório divulgado esta quinta-feira.
Segundo o estudo "Equidade e Qualidade em Educação - apoiar estudantes e escolas desfavorecidas", que se reporta a indicadores de 2009, os jovens portugueses com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos que não completaram o ensino secundário estão bastante acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), ainda assim na ordem dos 20 por cento.
A disparidade de valores entre os países membros da OCDE é bastante grande, com a Coreia do Sul a registar a percentagem mais elevada de jovens que até aos 34 anos concluíram o ensino secundário (apenas três por cento não o fez).
Considerando a mesma faixa etária, a Turquia e México superam Portugal com 62 por cento dos jovens que têm apenas o ensino básico.
Fora do universo dos países da OCDE, Portugal é ainda ultrapassado pelo Brasil e Federação Russa, países ondem respectivamente, 52 por cento e 91 por cento dos jovens com idades entre os 25 e os 34 anos não concluíram o ensino secundário.
Da população entre os 25 aos 64 anos, Portugal assume a liderança pela negativa no universo da OCDE, uma vez que 70 por cento dos portugueses não completou o 12.º ano.
Neste caso, a percentagem de Portugal é apenas superada pelo da Federação Russa, com 89 por cento das pessoas entre os 25 e os 64 anos sem habilitações ao nível do secundário, quando a média dos países da OCDE é de cerca de 30 por cento.
Por outro lado, Portugal apresenta das maiores taxas de empregabilidade na população dos 25 aos 64 anos que não terminou o liceu, com cerca de 70 por cento, à semelhança da Nova Zelândia e do Brasil, quando a média da OCDE neste indicador se situa nos 54 por cento.
O documento da OCDE, cujos indicadores se referem a 35 países dentro e fora da OCDE, indica também que um em cada cinco estudantes dos países da OCDE não atinge o nível mínimo de capacidades para 'funcionar' nas sociedades actuais, sendo que, nalguns países, a proporção de alunos com 15 anos sem capacidades básicas de literacia ultrapassa os 25 por cento.
O relatório sublinha ainda a influência do ambiente socioeconómico no sucesso escolar dos estudantes e sugere que os governos eliminem as práticas do sistema que afetam a equidade e erradiquem o mau desempenho das escolas com alunos desfavorecidos.

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