O uso de plantas aromáticas, medicinais e condimentares é parte integrante da cultura Portuguesa, tantas são as suas possibilidades de utilização. Dê uma espreitadela introdutória a este fascinante tema.
A utilização de plantas aromáticas, medicinais e condimentares é parte integrante da cultura portuguesa, tantas são as referências ao seu uso nas mais diversas situações. No entanto, o seu largo emprego não tem merecido atenção especial de quem publica e são ainda poucos os trabalhos que neste domínio se têm feito e ainda menos os que têm resultados que cheguem aos potenciais produtores.
Durante muito tempo considerou-se sem interesse o desenvolvimento deste tema face à importância crescente da química moderna e das maravilhas que supostamente consegue imitando a natureza. Mas, as muitas dúvidas sobre a metodologia e consequências de muitas substâncias que o Homem inventa leva à procura do natural, nomeadamente como forma de encontrar soluções sem consequências e efeitos secundários, o que a solução sintética não consegue no seu todo.
Também a ideia de que só as plantas medicinais e aromáticas espontâneas tinham as propriedades que se procuravam está hoje posta de lado, podendo ser cultivadas com largo benefício para o desenvolvimento das propriedades por que são apreciadas e por que se procuram, para além de que se torna mais fácil a sua colheita e consequente preparação.
O cultivo em vez da recolha de plantas espontâneas, tem ainda a vantagem de evitar recolher plantas em habitat sensíveis, com a consequente destruição de plantas com interesse de conservação e de evitar recolhas exaustivas que podem levar ao desaparecimento de algumas populações.
Existem plantas medicinais e aromáticas das mais diversas espécies. Apresentam consistência herbácea, semi-herbácea ou lenhosa, com aproveitamento apenas de uma parte da planta ou da totalidade. Estas plantas têm na sua composição as substâncias que todas as outras possuem como seja água, sais minerais, ácidos orgânicos, hidratos de carbono ou substâncias proteicas. No entanto de planta para planta, há uma variação relativa destes compostos e noutras aparecem alguns outros que as demarcam e conferem propriedades especiais.
Os componentes que diferenciam as plantas com estas características de outras, conferindo-lhe valor terapêutico e aromático, são os seus princípios activos. Entre estes são importantes:
- Alcalóides: Compostos tóxicos que actuam sobre o sistema nervoso central. Podem ter acção terapêutica muito variada, como seja a do ópio que é usado como narcótico, a do quinino que tem acção sobre as febres, a da giesta como regulador cardíaco, a do chá como diurético. O teor de alcalóides nas plantas aumenta até à floração, diminuindo rapidamente após esta.
- Glucosíados: Apenas em casos pontuais têm propopriedades medicinais próximas dos alcalóide; têm presença importante no ruibarbo e na dedaleira.
- Óleos essenciais: Aparecem em muitas plantas com um aroma característico, geralmente agradável, que se pode obter por destilação.
- Taninos: Com propriedades anti-diarreicas, são facilmente oxidáveis.
- Princípios amargos: De origem diversa, geralmente glucosaídica, têm sabor amargo estimulando a secreção de sucos gástricos, criando condições para melhoria do apetite.
- Mucilagens: Hidrocarbonados que aumentam de volume por hidratação, são utilizados como laxantes, lubrificantes ou anti-inflamatórios.
Se quiser aprofundar este tema, sugerimos que comece por consultar a seguinte referência:
Vasconcellos, J. C. (1949) Plantas Medicinais e Aromáticas. D.G.S.A. Lisboa.
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