domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
Posse das comissões administrativas provisórias dos novos agrupamentos de escolas
O Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, participou hoje e e vai participar amanhã nas cerimónias de tomada de posse das Comissões Administrativas Provisórias (CAP) dos novos agrupamentos de escolas.
As CAP têm como função assegurar a transição e a gestão dos processos de agrupamento ou de agregação até a eleição da nova direção. Integram-nas membros dos órgãos de administração e gestão das escolas ou agrupamentos objeto de agregação. As suas nomeações decorrem no final do ano letivo, de modo a permitir uma conclusão tranquila da primeira fase dos exames nacionais e uma preparação atempada do novo ano letivo.
Para além da nomeação das CAP, é também nomeado um conselho geral provisório. O conselho pedagógico e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, no entanto, mantêm-se em funções.
O Ministério da Educação e Ciência anunciou no início de junho a conclusão do processo de agregação de escolas para o próximo ano letivo, após mais de 400 reuniões entre as Direções Regionais de Educação e escolas, agrupamentos e autarquias. Às 115 novas unidades orgânicas definidas na primeira fase, juntaram-se depois mais 37, sendo 35 novas agregações e duas novas unidades orgânicas resultantes de uma desagregação. As novas unidades orgânicas já estão homologadas pelo Sr. Secretário de Estado.
O processo de agregações ocorreu através de um amplo diálogo em que a maioria dos intervenientes manifestou o seu acordo. Os agrupamentos criados têm uma dimensão racional, e têm em conta as características geográficas, a população escolar e os recursos humanos e materiais disponíveis.
Os novos agrupamentos permitem reforçar o projeto educativo e a qualidade pedagógica das escolas, através da articulação dos diversos níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário. Possibilitam que os alunos realizem todo o seu percurso escolar no âmbito de um mesmo projeto educativo, se assim o desejarem. Facilitam o trabalho dos professores, que podem contar com o apoio de colegas de outros níveis de ensino, e ajudam a superar o isolamento de algumas escolas. Permitem também racionalizar a gestão dos recursos humanos e materiais das escolas, dando-lhes o melhor aproveitamento possível. Os estabelecimentos de ensino mantêm a sua identidade e denominações próprias, recebendo o agrupamento uma designação que o identifique.
O MEC reitera o compromisso de terminar a reorganização da rede escolar antes do início do ano letivo de 2013/2014.
Conteúdo - Efeitos de alterações ambientais
As alterações que têm ocorrido na atmosfera desde o início do século XX não se verificaram nos componentes maioritários (azoto e oxigénio), mas em componentes vestigiais. O dióxido de carbono, o metano, o ozono e os CFCs são exemplos desses componentes. Durante séculos, foram produzidos e consumidos na Terra, mantendo-se um equilíbrio entre a sua emissão para a atmosfera e a sua retirada da mesma. Quando a velocidade de emissão é superior à velocidade de retirada, os gases vestigiais tornam-se poluentes.
Há dois tipos de causas que explicam o aumento da concentração destes gases na atmosfera: as naturais, nas quais se incluem a actividade vulcânica e a própria biosfera, e as antropogénicas, que resultam da actividade humana. Entre estas últimas encontram-se a desflorestação, os incêndios florestais, a indústria, a agricultura, a circulação automóvel, e a produção de energia eléctrica através da queima de combustíveis fósseis.
Efeito de estufa
O efeito de estufa designa a taxa da temperatura global que é provocada pelo aumento de poluentes gasosos, principalmente o dióxido de carbono. Os gases poluentes absorvem as radiações infravermelhas, impedindo que se libertem para o espaço exterior durante a noite. Consequentemente, verifica-se um aumento da temperatura global, o que está na origem da subida do nível médio das águas do mar, da redução das chuvas, do aumento da desertificação e da destruição de seres vivos.
Camada de ozono
A camada de ozono é uma região pertencente às camadas superiores da atmosfera, entre os vinte e os trinta quilómetros de altitude. O ozono, um gás instável, encontra-se concentrado nesta zona, até cerca de 10 ppm (partes por milhão).
A camada de ozono absorve uma parte importante da radiação ultra-violeta que atinge a atmosfera da Terra e que é muito prejudicial a todas as formas de vida.
Os CFCs são os mais directos responsáveis pelo declínio da camada de ozono. Usados frequentemente como gases propulsores de aerossóis e em aparelhos de ar condicionado, os CFCs, depois de libertados para a atmosfera, sobem e decompõem-se sob a acção da luz solar, sendo os radicais livres resultantes responsáveis pela decomposição do ozono.
A constante destruição da camada de ozono leva a um aumento do raios ultra-violeta, altamente energéticos. Estes raios, ao atingirem a Terra, vão promover a destruição das proteínas e do ADN, provocando cancro de pele, cataratas, alterações no sistema imunitário, danos nas colheitas, nos peixes e no plâncton de que se alimentam.
Chuvas ácidas
Actualmente, as actividades humanas lançam para a atmosfera muitas toneladas de compostos tóxicos como óxidos de enxofre, de azoto, de carbono e fumos que vão para a atmosfera. A chuva reage com estes gases, formando ácidos (nítrico e sulfúrico) que baixam muito o pH normal da chuva.
As chuvas ácidas são muito prejudiciais para os solos, que se podem tornar improdutivos, e para as florestas, pois atacam fundamentalmente as folhas, acabando as árvores por morrer. São também um fenómeno altamente nocivo para o património construído, corroendo os edifícios.
Smog
O termo smog resulta da junção de duas palavras inglesas: smoke (fumo) e fog (nevoeiro) e, tal como o nome indica, é o resultado da mistura de um processo natural (nevoeiro) com os fumos resultantes da actividade industrial e queima de combustíveis fósseis, originando um tipo de nevoeiro que pode ser altamente tóxico.
Pode dividir-se em dois tipos, consoante as suas propriedades físico-químicas: smog ácido, resultante de elevadas concentrações de SO2 atmosférico, e smog fotoquímico oxidante, que resulta da decomposição do NO2 pela radiação solar.
O smog é sempre tóxico e prejudicial aos organismos vivos, afectando sobretudo as vias respiratórias e os olhos, estando ainda presente o risco de envenenamento.
domingo, 1 de julho de 2012
Escolhas e distinções
Na reconfiguração da geografia complexa dos múltiplos processos de regulação da Educação, como enfatizam diversas análises, um dos vectores da política educativa mais em saliência ao longo das últimas décadas tem consistido na progressiva deslocação do controlo do produtor para o consumidor na prestação do serviço educativo. Esta translação assenta num novo regime de verdade que supõe a desconstrução e deslegitimação das velhas narrativas que sustentavam a bondade do “controlo democrático”, agora denunciado como a “raiz do problema” (J. Chubb, & T. Moe), contrapondo-se-lhe uma nova retórica política que eleva a soberania do consumidor à condição de “verdadeira solução institucional”, uma espécie de amuleto capaz de esconjurar a crise da Escola do tempo das incertezas e de, finalmente, lhe permitir cumprir as suas eternas promessas adiadas.
A livre escolha da escola pelos pais surge nesta nova narrativa como o dispositivo que, além de expandir a liberdade individual, tornará as escolas mais responsáveis perante os consumidores, eliminará desperdícios, diversificará a oferta, elevando ainda a qualidade geral da prestação do serviço educativo. Para que tal desiderato seja alcançado, bastará que as “peias burocráticas” que domesticam e alimentam as escolas, garantindo-lhes um público certo, sejam quebradas e que aos pais seja proporcionada a informação relevante para efectivarem boas escolhas, cumprindo aqui os rankings uma função instrumental.
Devolver as escolas à sua condição de “organizações selvagens” (R. Carlson), obrigá-las-á assim a lutar para sobreviver, isto é, a disputar públicos, induzindo uma salutar concorrência entre si, o que supostamente redundará numa selecção natural, com sobrevivência das melhores. Deszonificar (liberalizar as matrículas) e financiar as escolas em função do número de alunos que estas forem capazes de atrair constituirá a mecha que fará detonar todo o processo. Este verdadeiro “ovo de Colombo”, como alguém já o designou, bastaria, só por si, para revolucionar as nossas escolas, livrando-as dos “vícios e perversões” que as atormentam, tendo ainda a suprema vantagem de ser uma reforma de baixo custo.
Contudo, e não obstante a inquebrantável fé dos intelectuais orgânicos do mercado nas virtudes redentoras desta panaceia, as análises que se ancoram na evidência empírica recolhida junto dos diversos actores escolares que efectivam escolhas, mostram, entre outras coisas, que o ideal da liberdade de escolha transporta consigo uma versão idealizada do “consumidor responsável” que despreza a dimensão política do próprio acto de escolher, isto é, que a escolha, além de supor uma disposição cultural específica, envolve uma forma de exercício do poder que implica a mobilização de recursos desigualmente repartidos entre os potenciais choosers.
A Escola de qualidade para todos que acompanha a retórica discursiva em que se sustenta a defesa da livre escolha da escola parece, afinal, assumir a forma de novas formas de monopolização de certas ofertas educativas, a que acedem com vantagem certas fracções de classe, através de complexos e variados processos de investimento escolar e de sofisticados recursos argumentativos através dos quais procuram recriar uma nova ordem social justa que acomode e legitime as suas vantagens relativas (A. Van Zanten).
A Página N.º 187, série II Inverno 2009
terça-feira, 26 de junho de 2012
Em três anos há menos 23 mil professores no quadro, mas a contrato são mais 20 mil
O ensino não superior perdeu, em três anos, 23.030 professores que pertenciam ao quadro, segundo confirmam as últimas estatísticas da educação ontem divulgadas.
O relatório da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência respeitante ao ano lectivo 2010/2011, o último que tem dados conhecidos, dá conta de que no ano lectivo passado o número de docentes do ensino público (pré-escolar, básico e secundário) que estavam no quadro rondava os 97 mil. No ano lectivo de 2008/09 eram 119.776.
Só do ano lectivo de 2009/10 para 2010/11 desapareceram do quadro mais de 19 mil docentes. Desde 2008 tem sido notícia o número de reformas antecipadas dos professores do ensino não superior. Nesse ano, beneficiando de condições para a reforma antecipada mais favoráveis e, segundo os sindicatos, por recusa das políticas da ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues reformaram-se mais de cinco mil docentes do ensino básico e secundário.
Entre reformas por limite de idade e saídas antecipadas, os números da Caixa Geral de Aposentações dão conta de menos cerca de 6500 docentes no activo entre 2010 e 2011, um número que fica muito aquém do fosso revelado pelos dados ontem divulgados. Para o balanço de reformados da CGA não contam os 2022 educadores de infância. Este é o grupo mais envelhecido.
A saída de professores do quadro foi acompanhada por um aumento do número de docentes contratados. Por comparação a 2008/09 existiam em 2010/11 mais 19.759 contratados nas escolas portuguesas. Para Mário Nogueira, da Federação Nacional de Professores, este movimento veio confirmar que se assistiu a uma "precarização" da função docente.
"Trata-se de uma opção concertada iniciada em 2006, com Maria de Lurdes Rodrigues, com o objectivo de reduzir o número de professores do quadro", denuncia em declarações ao PÚBLICO. Até essa data, os concursos para substituição de professores do quadro realizavam-se anualmente. A partir daí, por decisão da ex-ministra da Educação, a sua periodicidade passou a ser de quatro em quatro anos. O resultado, segundo Mário Nogueira, está à vista: os docentes do quadro passaram a ser substituídos por professores com contratos anuais.
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, já indicou que, no próximo ano lectivo, só serão contratados os "estritamente necessários", mas não avançou números. "Em média, por escola, vai assistir-se a uma redução de 20% dos horários que estas tinham disponíveis", prevê Mário Nogueira. "No conjunto, com mais mega-agrupamentos, mais alunos por turma, a revisão curricular e as novas regras de organização do ano lectivo serão cerca de menos 26 mil horários para docentes", aponta.
O último boletim de execução orçamental, divulgado na semana passada pela Direcção-Geral do Orçamento, destaca que, por comparação a 2011, a despesa com a função pública diminuiu 7,2%, destacando para esse fim o contributo do Ministério da Educação e Ciência, "devido à redução de efectivos das escolas de ensino não superior". Segundo o Ministério das Finanças, esta redução não é devida ainda aos cortes de subsídios de férias e de Natal. Uma das hipóteses avançadas tem que ver com o aumento das reformas antecipadas.
Durante o mandato de Isabel Alçada, o Ministério da Educação tinha previsto, em sede de orçamento, a redução de cinco mil docentes no ano lectivo 2010/11 por via da fusão de agrupamentos e do encerramento das escolas do 1.º ciclo.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
Escolosfera
“Cada vez um maior número de alunos e professores de todos os níveis de ensino descobrem na criação de blogues uma outra forma de aprender, de ensinar, de partilhar, de publicar, de comunicar”. Maria João Gomes
Os blogues andam pelas nossas escolas; é um facto. Tal significa que muito haverá para dissertar sobre o caso. O que são? Quando surgiram? Quem inventou? Onde? Para quê? Quem faz? Quem consulta? Que mudanças provocam? Qual o interesse? Como têm evoluído? Estas e outras são questões pertinentes que me vêm à ideia quando paro e olho para lá do blogue que tenho nos dedos; questões que aguçam a minha curiosidade. Hoje, contudo, apenas trago factos práticos e pontuais do imenso mundo da blogosfera, procurando, de alguma forma, corresponder ao solicitado no editorial do primeiro número desta Revista.
“Mostra lá” é um blogue escolar. Iniciou-se a 1 de Setembro de 2009 e tem por objectivo dar a conhecer actividades realizadas pelas escolas do 1º Ciclo do Agrupamento Vertical de Montemor-o-Novo. As 34 turmas, mais de 600 alunos e respectivos professores, têm a possibilidade de mostrar um pouco do seu trabalho a um amplo público.
Após uma década de experiências na concepção e dinamização de sites, e algumas dezenas de meses relativamente aos blogues, pensei que seria interessante concretizar um registo colectivo de trabalhos que possa orgulhar tanto os seus autores como os seus navegadores. Muitos dos trabalhos que realizei anteriormente mostravam a minha turma e/ou escola. Agora, com redução da componente lectiva – por conta da coordenação de departamento e da avaliação de desempenho docente –, lembrei-me de ser veículo de transmissão das boas práticas que se desenvolvem no concelho onde vivo.
Cultivar um espaço na internet é, para mim, uma tarefa entusiasmante, tanto no processo como no objectivo. Pretendo, sobretudo, divulgar para aproximar. E, neste ponto, refiro-me a várias aproximações: dos alunos aos seus produtos; da escola à família e vice-versa; das escolas entre si; das escolas à direcção e vice-versa; do departamento aos outros departamentos e vice-versa; das escolas à comunidade local e vice-versa; das escolas ao resto do distrito, ao resto do país e, porque não?, ao resto do mundo, não esquecendo o vice-versa.
Poder-se-á dizer que quem tudo quer, tudo perde, mas também é certo que quem espera sempre alcança (o que mais gosto no saber popular é que há sempre uma frase para contrariar outra que não nos convém); e é isso que me dá alento. Tenho até a esperança de vir a comentar um ou mais blogues que possam surgir de entre as turmas participantes, pois o espaço colectivo que está iniciado não invalida a criação de espaços mais próprios; pelo contrário.
Para que não surjam dúvidas a ninguém, o termo blogue é a grafia portuguesa sugerida pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação em Portugal para o estrangeirismo blog ou weblog. Pode dizer-se que um blogue é um documento virtual onde se publica informação de forma cronológica, ou seja, uma espécie de diário de bordo que coloca em primeira página sempre a notícia mais recente. O autor (ou autores) do blogue tem liberdade para publicar informação em diversos suportes (escrita, imagens, vídeo, áudio) na quantidade e tempo que considerar mais apropriados ao seu objectivo. No âmbito da exploração educacional, Maria João Gomes considera que o blogue pode ser categorizado como recurso pedagógico, estratégia pedagógica ou assumir ambas as situações.
O caso do “Mostra lá” pode muito bem ser um exemplo da terceira situação, mas não quero que se preocupem com esse aspecto, prefiro que visitem o já referido blogue que está disponível em http://mostrala1.blogspot.com/. Uma vez lá, façam uso de uma outra característica de um blogue que é comentar a informação. A escrita de um leitor crítico e justo surgirá logo disponível no espaço comentários, mesmo por baixo da informação, e será sempre bem-vinda.
E é precisamente nos comentários que entendo residir a grande força do blogue que tem por principal objectivo divulgar. Particularmente para os alunos, sentir que para lá das oito paredes alguém (des)conhecido deu conta do seu trabalho é motivo de alegria e empenho redobrados.
As ideias e os factos estão lançados. Aguardarei pelo final do ano lectivo para poder confirmar, ou não, as minhas expectativas.
A página N.º 187, série II Inverno 2009
sábado, 23 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
Fotoprotesto contra exames nacionais vai estender-se a todo o país
Catarina Albuquerque, Beatriz Pinto, dois baldes de cola, uma escova de pelo grosso e 120 cartazes com estudantes de todo o país dispostos a “dar a cara contra os exames”, fizeram o fotoprotesto organizado esta segunda-feira, de manhã, no Porto, no dia em que decorre a prova nacional de Português do secundário. A organização espera chegar a todo o país.
As duas estudantes, envolvidas num movimento contra estas provas que funciona nas redes sociais como o Facebook, preencheram o muro situado em frente à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) com uma carta aberta ao ministro da Educação e fotografias com rostos de quem quer denunciar uma prova que aumenta as desigualdades e favorece os mais fortes no sistema de ensino.
“Não queremos facilitar nada. Não defendemos que o ensino seja facilitado. Queremos apenas uma avaliação mais justa que coloque os estudantes em pé de igualdade, uma avaliação contínua que tenha em conta factores como a progressão do aluno e a participação nas aulas”, explica Catarina Albuquerque, 18 anos, estudante do 12.º ano que também trabalha em part-time.
A desigualdade, explica, encontra-se de várias formas. Desde as condições dos estabelecimentos de ensino num cenário onde vemos “quem tenha tudo e mais alguma coisa” e também “escolas com tectos a cair, pragas de insectos, sem material adequado”. Está também nos alunos que vivem “este stress dos exames de forma diferente”, “alguns têm possibilidades de ter explicações por razões económicas enquanto outros não têm essa vantagem” e, no mundo das coisas desiguais, nota-se ainda que há quem tenha mais condições de preparação para os exames e quem não tenha sequer manuais de apoio para estudar. Depois, adianta Catarina, está nas provas que avaliam, em duas horas, um percurso de estudo de vários anos.
O fotoprotesto foi organizado com base numa recolha das fotos de estudantes de todo o país, através do Facebook. Os cartazes que foram colados em frente à DREN são a preto e branco, têm a foto do estudante com o nome e a escola a que pertence e a frase “Dá a cara contra os exames!”.
Hoje, Catarina e Beatriz vão deixar ali 120 fotografias num fotoprotesto que se deverá repetir noutras cidades. “Sabemos que somos muito mais do que 120”, diz Catarina que adianta que esta foi a forma encontrada para “dar vida ao protesto e às vozes de todos os colegas que estão contra os exames nacionais”.
“Os exames nacionais, desde que foram aplicados (em 1996), nunca fizeram mais pelo ensino que não elitizá-lo”, acredita Catarina Albuquerque. “Se colocarmos, lado a lado, os estudantes das escolas públicas e os das escolas privadas, essas diferenças são ainda mais evidentes, pelo que a injustiça ainda é maior. Podemos concluir, portanto, que os exames nacionais não colocam todos os estudantes em pé de igualdade, mas evidenciam as suas diferenças, dando prioridade a quem tem mais condições e recalcando aqueles não as têm”, refere a convocatória para o protesto.
No mesmo documento propõem: "Os estudantes deviam ser avaliados, apenas e só, de uma forma contínua e justa, que tenha em conta as características de cada aluno, os seus progressos e participações nas aulas. Por isso, defendemos que a escola deveria ser pública, gratuita e de qualidade para todos, para que essa mesma avaliação contínua seja possível e chegue a todos”.
Por fim, os estudantes avançam ainda uma explicação sobre os conhecidos maus resultados nos exames do 4.º e 9.º anos: “Se os resultados foram inferiores ao que era esperado, não será por os jovens de hoje terem menos apetência, mas sim porque o ensino está mais degradado. Mais uma vez, prova que as lacunas não podem ser preenchidas com exames, que simplesmente ‘tapam o sol com a peneira’; é necessária uma reestruturação no ensino, é necessário financiamento nas escolas, é necessário um real acompanhamento a este sector”.
Ordem alfabética desapareceu do exame de Língua Portuguesa do 6.º ano
Os alunos do 6.º ano que esta terça-feira se estrearam em exames não tiveram que mostrar se sabiam ou não colocar palavras por ordem alfabética, porque esta pergunta não estava contemplada na prova que realizaram de manhã.
Este é um dos itens que tem tido piores resultados nas provas de aferição que até agora eram realizadas pelos alunos deste ano de escolaridade.
No ano passado, 45,4% não conseguiram colocar por ordem alfabética um conjunto de palavras começadas por "c". Em 2010, esta percentagem foi de 67,2%. Nas provas de aferição – que não contavam para a nota final –, os alunos do 6.º ano tiveram habitualmente piores resultados no grupo que testava o chamado conhecimento explícito da língua (gramática), onde se integrava aquele item.
Mas, segundo os relatórios nacionais elaborados pelo Gabinete de Avaliação Educacional, revelaram ainda maiores dificuldades em conjugar diferentes tempos verbais do modo indicativo. Na prova de aferição do ano passado, 51% deram outra resposta na pergunta em que se pedia que reescrevessem a frase “o feitor é dedicado” em quatro outros tempos do modo indicativo. No exame de hoje são apresentadas quatro frases diferentes, pedindo-se ao aluno que escreva os verbos entre parêntesis no tempo e modo indicados para cada uma.
Num parecer à prova, a Associação de Professores de Português (APP) considerou que no texto proposto para interpretação (um excerto de "A maior flor do mundo" de José saramago), a inclusão de uma sequência narrativa em verso "complexifica a interpretação da globalidade do texto, implicando um grau de abstracção que alguns alunos neste nível etário ainda não desenvolveram”. “Esta situação poderá suscitar dúvidas, fazendo prever que o exame vá premiar os bons alunos”.
No geral, a APP considera que a prova “está bem estruturada e respeita os conteúdos centrais do programa de Língua Portuguesa do 2.º ciclo”. Indica também que “o exame segue a matriz das provas de aferição de 6.º ano de amos anteriores”.
No grupo destinado à produção de texto narrativo, a associação afirma que “é de louvar a substituição do pedido de número de linhas, como nas provas de aferição, por número, máximo e mínimo, de palavras”. Neste grupo pede-se aos alunos que relate “um acontecimento inesquecível, real ou imaginado, passado nume espaço natural e agradável, na companhia de alguém importante para ti”.
O exame de Língua Portuguesa contará 25% para a nota final do aluno. A partir de 2013 o seu peso passará a ser de 30%, igual ao que valem os exames do 9.º ano e do ensino secundário. Para a prova de hoje estavam inscritos 121.198 alunos.
Gave diz que imprecisões gráficas no exame de Biologia e Geologia não prejudicam resolução
O enunciado do exame de Biologia e Geologia, realizado esta tarde pelos alunos do 11.º ano, continha “imprecisões gráficas” em dois gráficos do último grupo, segundo informa o site do Gabinete de Avaliação Educacional (Gave).
Estas imprecisões, que já estão corrigidas na versão disponibilizada online pelo Gave, “não têm qualquer implicação na resolução dos itens deste grupo”, assegura o organismo do Ministério da Educação e Ciência responsável pelos exames.
O grupo IV, último do exame, parte de uma experiência destinada a promover a produção de B-caroteno em larga escala a partir de algas unicelulares. Alunos ouvidos pelo PÚBLICO consideraram que algumas questões deste grupo eram das mais difíceis do exame, sobretudo por serem um “pouco confusas”.
Para o exame de Biologia e Geologia, indispensável para os cursos da área da saúde, estavam inscritos 56063 alunos. Segundo dados do Júri Nacional de Exames faltaram à prova 5216.
Esta é uma das quatro provas mais concorridas dos exames nacionais do ensino secundário. Em 200 pontos, as questões de escolha múltipla valem 150.
Por o exame só ter terminado por volta das 16h30, a associação de professores da disciplina só divulgará amanhã um parecer sobre a prova. No ano passado, a média na 1.ª fase deste exame subiu para 10,7, a melhor dos últimos cinco anos.
Segundo um dos responsáveis da associação de professores da disciplina, tal ficou a dever-se ao facto de terem sido “introduzidas questões para diferenciar os alunos”. “Havia um grupo que era relativamente fácil, um conjunto de itens de dificuldade média e outro de dificuldade muito elevada. Esta estratificação permite a um aluno que tenha as competências básicas ficar com 10 valores no grupo mais fácil, o que antes não sucedia." A subida deve-se, provavelmente, ao facto de existirem "menos maus resultados", acrescentou.
Esta terça-feira realizaram-se também os exames de Matemática Aplicada às Ciências Sociais (10204 inscritos), História da Cultura e das Artes (5748) e História B (1096), todos do 11.º ano. A percentagem de presenças oscilou entre 84% (História B) e 90% (MACS).
segunda-feira, 18 de junho de 2012
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