terça-feira, 18 de outubro de 2016
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Professores mais velhos são os que mais se queixam da indisciplina
Quanto mais velhos os docentes, mais são as queixas de indisciplina em sala de aula que relatam. Esta é uma das particularidades de Portugal em relação a outros países europeus revelada por um novo estudo do projecto aQeduto, uma parceria entre o Conselho Nacional de Educação e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, que é apresentado hoje em Lisboa.
O estudo foi realizado com base num inquérito internacional aos professores e directores, realizado em 2012 no âmbito do projecto TALIS (Teaching and Learning International Survey).
Apenas a Irlanda acompanha Portugal nesta particularidade, mas os docentes portugueses com mais de 50 anos conseguem ultrapassar os irlandeses.
“Esta questão deve ser encarada com muita atenção, dado o envelhecimento do corpo docente em Portugal”, frisa-se no estudo em que se lembra que, em 2015, 39% dos docentes do ensino básico e secundário tinham 50 anos ou mais.
Isabel Flores, uma das investigadoras do aQeduto, chama a atenção para outro dos campos em que Portugal se destaca, pela negativa, neste domínio: os níveis de indisciplina de que dão conta os docentes, independentemente da idade, são sempre mais elevados do que nos outros países estudados.
A investigadora não avança razões que o justifiquem, nem o facto de os professores portugueses serem os que mais relatam situações de indisciplina, nem que esta situação aumente com a idade, ao contrário do que se passa, por exemplo, em Espanha, na Dinamarca ou na Polónia.
Mas deixa esta questão que pode ajudar a uma reflexão: “Serão os alunos portugueses mais malcomportados ou haverá uma maior intolerância dos professores em relação a determinados comportamentos dos alunos?” O fenómeno poderá ter que ver também com as suas práticas pedagógicas, como se verá adiante.
Alexandre Henrique, autor do blogue ComRegras, que tem dedicado particular atenção aos assuntos relacionados com a indisciplina, considera, pelo seu lado, que, sendo este fenómeno transversal, “restringir a questão à idade mais avançada dos professores é centrarmo-nos num aspecto muito parcelar”.
“No próprio estudo é possível verificar que os professores em início de carreira também revelam algumas dificuldades quanto às questões disciplinares”, destaca, para acrescentar que “a falta de preparação específica na sua formação inicial, somada à sua inexperiência em lidar com situações novas e imprevisíveis, podem causar algumas dificuldades em lidar com certas situações de indisciplina”.
Quanto aos professores mais velhos, refere que se está perante um sector em que “muitos sofrem de burnout [exaustão] educativo, em que a falta de reconhecimento e estagnação profissional, o aumento da idade da reforma, o desgaste em lidar com alunos cada vez mais problemáticos, o distanciamento geracional, o choque cultural e tecnológico entre estes, podem originar fortes conflitos em sala de aula”.
Isabel Flores adianta que a questão de como se percepciona a indisciplina terá também muito a ver com as práticas pedagógicas dominantes seguidas pelos docentes e, segundo este estudo revela, a dos professores portugueses, independentemente da idade, continuam a privilegiar as aulas expositivas em detrimento de sessões práticas, com base em projectos apresentados pelos alunos
Mais uma vez Portugal só é acompanhado pela Irlanda no domínio das aulas expositivas.
“Quando as aulas são mais expositivas, os professores têm a expectativa de que haja mais silêncio do que quando se avança para sessões práticas. Portanto, a percepção da indisciplina pode também ter que ver com o tipo de expectativas que o professor tem à partida em função das aulas que vai dar”, diz a investigadora.
Para Isabel Flores, este domínio de práticas pedagógicas em que o professor fala e o aluno absorve conteúdos tem em Portugal um forte alimento: a extensão dos currículos escolares.
Informação retirada daqui
Notícia - Cientista Português investiga origens do Parkinson

"Num deles, estamos a tentar identificar genes que interferem com a formação de formas tóxicas de agregados de proteínas que se encontram na doença de Parkinson", explica o cientista à Lusa." É um projecto com um potencial muito grande, porque nesta altura ainda não sabemos muito bem quais os melhores alvos terapêuticos em que devemos intervir", acrescenta.
O outro projecto consiste na observação da relação ente os mecanismos do envelhecimento e a doença de Parkinson. "Estamos a perceber que alguns genes associados ao envelhecimento têm também um papel fundamental na doença de Parkinson". Este trabalho, iniciado há dois anos, foi galardoado em Praga, no passado fim-de-semana.
"Estamos também a desenvolver modelos animais em que possamos estudar a posição dessas proteínas no cérebro sem ter de sacrificar os animais, utilizando para isso uma técnica chamada microscopia multifotão que estamos a tentar implementar no IMM para continuar os estudos que desenvolvemos em colaboração com grupos nos Estados Unidos e na Inglaterra", acrescenta o cientista. O grupo é financiado pela Fundação Michael J. Fox criada pelo actor canadiano que sofre de Parkinson desde meados dos anos 90.
Após se ter licenciado em Bioquímica na Universidade do Porto, Tiago estudou durante 8 anos nos Estados Unidos, onde se doutorou em Biologia Celular e Molecular no MIT e completou o pós-doutoramento na Harvard Medical School. Regressou a Portugal em 2007 para liderar a Unidade de Neurociência Molecular e Celular.
Tiago Outeiro tem numerosos artigos publicados em revistas científicas internacionais de referência, como a Science, Nature, PNAS ou PloS ONE, e entre os prémios que recebeu conta-se uma "Installation Grant" da EMBO (Organização Europeia de Biologia Molecular), no valor de 250 mil euros, para continuar a estudar as doenças neurodegenerativas, ainda sem cura.
domingo, 16 de outubro de 2016
Notícia - Fenprof diz que está ameaçado "princípio da escola inclusiva"
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alertou nesta terça-feira para a falta de professores qualificados e a sobrelotação de turmas na educação especial, salientando que tais carências ameaçam o princípio da escola inclusiva.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, as escolas da rede pública têm metade dos professores de educação especial que seriam desejáveis - 5000 e não 10.000 - e apenas 21% das turmas com alunos com necessidades educativas especiais (crianças ou jovens, por exemplo, portadores de deficiência) "é que cumprem as normas" estabelecidas quanto à redução do número de alunos. Recentemente, com base num inquérito aos directores, a Fenprof avaliou em oito mil o número de turmas que não cumprem aqueles requisitos.
Mário Nogueira, que falava aos jornalistas, em Lisboa, após a reunião do Conselho Nacional da Fenprof, apontou, além da sobrelotação de turmas e da "grande falta de professores qualificados", a ausência de técnicos, terapeutas, psicólogos e assistentes operacionais.
As escolas, disse, estão "a desenrascar-se, a adaptar-se, a encontrar respostas que não são as adequadas", uma situação que, a perpetuar-se, assinalou, ameaça o "princípio da escola inclusiva".
O líder da maior estrutura sindical de docentes precisou que, erradamente, os professores de Língua Gestual continuam a ser considerados técnicos. Casos há, acrescentou, em que professores de educação especial dão apoio a 30 a 40 alunos, e que esse apoio, segmentado, é apenas de meia hora por semana.
A Fenprof voltou hoje a enumerar outros problemas nas escolas públicas: a falta de pessoal não-docente (4000 a 5000 funcionários) e o excesso de alunos por turma no 1.ºciclo de ensino.
Informação retirada daqui
sábado, 15 de outubro de 2016
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