segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Manual - HTML - HiperText Markup Language


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3ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Estudo - Regras de Segurança


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Higiene e Segurança no Trabalho - Manual a Introdução à Ergonomia


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Powerpoint - Localização Absoluta


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Resumo - Revisões de Trigonometria


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Vídeo - Lição 8 - Crise Convulsiva

Lista de Verificação - Indústria da azeitona de mesa


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Conteúdo - Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - Guia para Professores


Os professores são peças fundamentais no processo de aprendizagem dos alunos, portanto merecem um capítulo à parte quando o assunto é o tratamento do TDAH. Neste capítulo, vou comentar sobre estratégias a serem adotadas em sala de aula para melhorar a capacidade de atenção e diminuir os prejuízos decorrentes de comportamentos hiperativos, facilitando, assim, a aprendizagem. O mais interessante é que as estratégias podem ajudar a todos. Tanto alunos com TDAH podem beneficiar dessas estratégias, como alunos portadores de outros problemas comportamentais e também aqueles que não apresentam problema algum.

DICAS PARA OS PROFESSORES
1- Estabeleça rotinas: Mantenha a sala de aula organizada e estruturada. O estabelecimento de uma rotina diária em sala de aula facilitará o entendimento e a aprendizagem de todas as crianças. Estimule o aluno a limpar a sua mochila semanalmente e a mantê-la organizada.

 2- Crie as regras da sala de aula: Regras claras e objetivas ajudam na manutenção da disciplina na sala de aula. Essas regras podem ser afixadas num painel localizado em local de fácil visualização pelos alunos. Consequências negativas devido à quebra das regras também podem ser afixadas no painel, assim como consequências positivas (prémios) por comportamentos assertivos.

 3- Caderneta Escolar: Trata-se de uma estratégia muito usada pelos professores. Através dela, informações importantes poderão ser trocadas sobre o comportamento do aluno na sala de aula, no recreio escolar, ou sobre a execução de deveres de casa e atividades. Enfim, pais e professores poderão manter um canal de comunicação para saber como está a criança ou adolescente.

4- Sentar na frente na sala de aula: Será mais fácil ajudar o estudante com dificuldade nos estudos e com um comportamento desatento ou hiperativo sentando-o na frente na sala de aula, próximo ao quadro e ao professor. Isso irá facilitar o controlo e o comportamentos inadequados em sala de aula, além de permitir que o professor faça intervenções ou elogie boas atitudes desse aluno.

5- Matérias mais difíceis no início da aula: Não apenas os portadores de TDAH, mas todos os estudantes estão mais aptos à aprendizagem no início do horário letivo. Portanto, as disciplinas mais difíceis podem ser “privilegiadas” nesse momento, com maiores hipóteses de serem assimiladas, enquanto no final do dia todos estão mais cansados, e os conteúdos mais fáceis podem ser ensinados nesse momento.

6- Pausas regulares: Todos nós possuímos uma determinada capacidade para permanecermos atentos. Isso significa que após um determinado tempo, nossa capacidade de atenção diminui muito, assim como nosso desempenho. Portanto, permitir pausas regulares entre as atividades é uma conduta importante para que os alunos possam relaxar por alguns minutos.

7- Ensine técnicas de organização e estudo: Normalmente, as crianças e os adolescentes apresentam dificuldade para se organizar e planear os estudos. Se esses estudantes forem portadores de TDAH será ainda maior. Portanto, o professor pode exercer um papel importantíssimo no estabelecimento de técnicas de organização para favorecer o estudo em casa.

8- “Tempo extra” para responder às perguntas: Por que não? Estamos a trabalhar com um aluno que apresenta dificuldade de atenção, desorganizado, mas que se conseguir um tempo extra, pode atingir os objetivos propostos pelo professor. Logo, permitir um tempo extra para responder às perguntas propostas durante a aula ou durante a prova pode e deve ser realizado.

9- Questione sobre dúvidas em sala de aula: O professor deve questionar o portador de TDAH, assim como outros estudantes sobre as  dificuldades escolares, sobre dúvidas em sala de aula. Isto irá ajudar na assimilação de conceitos e favorecerá a atenção do aluno.

10- Estimule e elogie: Portadores de TDAH apresentam baixa auto estima, pois estão constantemente a receber críticas, podendo ficar com aversão  à escola. Ao elogiar e estimular o seu esforço, o aluno irá sentir-se valorizado, a sua auto estima será protegida e teremos grandes hipóteses de observar um crescimento académico. Estimule o aluno com palavras de incentivo. Faça cartazes para serem colocados no mural de recados com as regras do bom comportamento, recompensas por bom comportamento e consequências pelo desrespeito às regras.

11- Premie o bom comportamento em sala de aula: Também chamado de esforço positivo. Essa estratégia visa a estimular que comportamentos assertivos sejam potencializados e o interesse pelos estudos aumente, promovendo a melhoria do desempenho académico de todos. Implemente um programa com pontuação e recompensas por bom comportamento. Pode escrever um contrato entre você e o aluno em que ele concorde em realizar os seus trabalhos de sala e associar-se a uma sistema de prémios em caso de sucesso. 

12- Traga a aula para o dia a dia do aluno: Temos mais um fator para a melhoria académica de qualquer estudante: a motivação. Muitas crianças e adolescentes encontram dificuldade em entender a necessidade de algumas disciplinas. Portanto, a contextualização da matéria ensinada pode ser uma boa alternativa para atrair o interesse do aluno. A matemática será muito mais interessante caso o aluno aprenda a utilizá-la concretamente em sua rotina diária. O português pode envolver a utilização de recortes de jornais e revistas, assim como geografia e história. Enfim, existem inúmeras formas de tornar as disciplinas interessantes para os alunos. 

13- Seja simpático: Costumo lembrar-me dos meus professores da escola e os melhores eram sempre aqueles dinâmicos, extrovertidos, que se movimentavam em sala de aula, motivadores, engraçados e que chamavam os alunos pelos nomes. Oscile a entoação e o volume de voz para atrai a atenção. O professor pode ser um excelente modelo de comportamento para seus alunos. Portanto, seja empático!

14- Dividir trabalhos por partes: Uma vez que crianças e adolescentes com TDAH apresentam dificuldade na organização para a execução de trabalhos escolares, ensiná-los a dividir em várias etapas pode ser uma grande estratégia para facilitar a resolução e a conclusão, tornando o trabalho menos exaustivo.

15- Agenda e lista de atividades diárias: Atualmente as nossas crianças e adolescentes têm muitas atividades. São aulas particulares, aulas de inglês, futebol, judo, etc. Bem, ensiná-los a utilizar uma agenda ou uma lista de atividades diárias pode auxiliar muito na organização e no planeamento do seu tempo.

16- Leitura sobre os transtornos comportamentais: Os professores devem ter algum conhecimento técnico sobre os problemas comportamentais escolares. Portanto, leia bastante sobre o TDAH e outras condições comportamentais que acometem crianças e adolescentes.

17- Seja assertivo: O professor é a figura central e o modelo de aprendizagem para os seus alunos, portanto seja assertivo. Evite críticas, pois o aluno com TDAH normalmente apresenta um prejuízo muito grande em sua autoestima. Prefira elogios, mas caso a crítica seja necessária, converse separadamente com o aluno para evitar expor suas dificuldades académicas e comportamentais aos outros estudantes.

18- Esteja alerta e antecipe problemas: Muitas vezes as mudanças comportamentais dos alunos seguem um padrão. Identificando precocemente esse padrão de comportamento os professores podem antecipar situações problemáticas, como por exemplo: sempre que um aluno começa a levantar da carteira, outros o seguem e em segundos todos estão conversando e dispersos. O professor pode-se antecipar e combinar que será permitido que o aluno se levante da carteira após os exercícios terem sido concluídos e com sua autorização. Lembre os alunos sobre o comportamento esperado para essa ou aquela atividade em sala de aula.

19- Faça contato visual: Olhe nos olhos de cada aluno e chame-os pelo nome para atrair e captar a atenção. Dessa forma os estudantes estarão mais alertas e atentos às suas orientações e ensinamentos.

20- Utilize a internet: Alunos que apresentam dificuldade na cópia em sala de aula podem beneficiar da colocação de textos e de deveres de casa na internet ou na distribuição de materiais impressos pelo professor.

21- Estimule a prática de esportes: A prática de atividade física deve ser estimulada sempre. Aí entra com maior ênfase o papel do profissional de educação física. Crianças e adolescentes com TDAH apresentam dificuldades de relacionamento socia. Desportos coletivos são excelentes ferramentas para estimular a socialização, melhorar a auto estima, além de ensinar sobre a importância do trabalho em equipa, do respeito às regras, de seguir uma hierarquia de comando e de respeitar a autoridade do professor.

Sugestão de prémios: 
–Ser o “ajudante” do professor; 
–Apagar o quadro; 
–Escrever no quadro; 
–Ir buscar material para a aula; 
–Sair para beber água; 
–Pontos positivo; 
–Elogio verbal; 
–Elogio no caderno; 
–Elogio na caderneta escolar. 

Estratégias para atrair a atenção do aluno em sala de aula: 
–Acenda e apague as luzes da sala de aula; 
–Diga frases do tipo: “Atenção!”, "Atenção, turma!”; 
–Bata palmas; 
–Utilize giz ou marcadores coloridos no quadro; 
–Faça contato visual durante todo o tempo com os alunos, especialmente com os mais desatentos. 
–Utilize recursos multimédia, como computadores, retroprojetores, vídeos, músicas e internet.

Texto do livro “Desatentos e Hiperativos – Manual para alunos, pais e professores”, de Gustavo Teixeira, editora Best Seller.

Manual - História Contemporânea


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domingo, 20 de novembro de 2016

EFA - STC - Exercício - Co-incineração - Sociedade, Tecnologia e Ciência

“Passando em revista todos os inventários já feitos sobre os resíduos industriais tóxicos e perigosos (RIP) em Portugal, um elemento da Comissão Cientifica Independente (CCI) afirmou que a promoção de mais um estudo será apenas o adiamento do problema, uma vez que não há decisão sobre o destino final para aqueles resíduos que não podem ser eliminados de uma outra forma que não seja a sua destruição térmica.
Os membros da CCI foram claros: em nenhum país, nem mesmo no mais desenvolvido, foi possível até hoje substituir completamente os métodos de fim-de-linha, como é o caso da incineração. Ou seja, reafirmaram os cientistas que para os RIP é necessário ter estratégias de primeira linha (3R), mas também de segunda linha (como os aterros, os tratamentos bioquímicos ou a destruição térmica, conforme os casos). Travando a incineração, volta-se, portanto, à estaca zero. Quanto aos resíduos, vão continuar a amontoar-se sem tratamento, contaminando o ambiente e á mercê de eventuais queimadas selvagens, cujas emissões, essas sim, são perigosas para o ambiente e para a saúde dos cidadãos.”

In Diário de Notícias, Julho de 2002

1. Refira em que consiste a Co-incineração.

2. Quais são as conclusões da Comissão Cientifica Independente?

3. Identifique a hierarquia das opções de gestão dos resíduos e comente a afirmação: “Em nenhum país, nem mesmo no mais desenvolvido, foi possível até hoje substituir completamente os métodos de fim-de-linha, como é o caso da incineração”.

4. Como reagiria á construção de uma incineradora próximo da sua habitação? Fundamente a sua resposta.

5. Realize um trabalho de pesquisa nos jornais acerca da co-incineração em Souselas e elabore um texto onde aborde as seguintes questões:

a) Identifique os diferentes actores presentes na controvérsia pública em torno da co-incineração.
b) Identifique os valores defendidos por cada uma das partes e os argumento de índole científica que estão por trás dessas opiniões.

6. Uma alternativa à co-incineração é a exportação dos resíduos tóxicos e perigosos. Analise esta alternativa do ponto de vista social.

Powerpoint - Comunicação e Marketing - O Marketing como ferramenta de trabalho


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Manual - O Psicólogo nas Organizações de Treino


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sábado, 19 de novembro de 2016

Notícia - Envenenados pelo chumbo



Por incrível que possa parecer, os caçadores aniquilam mais aves quando erram o alvo do que quando dão tiros certeiros. O biólogo Jorge Nunes desvenda este mistério e conta como o saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) tem vindo a dizimar anualmente milhares de aves selvagens.

Em 2007, a Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça informou os seus associados de que “o governo espanhol aprovou um Decreto-Lei que proíbe a posse e a utilização em zonas húmidas de munições que contenham chumbo”. Ao ver estas palavras, certamente muitos caçadores terão ficado muito intrigados e perplexos. Porém, mais adiante a notícia desvendava o mistério:  “Esta normativa tem por objectivo resolver o problema da mortalidade das aves aquáticas causada pela intoxicação de chumbo, uma vez que estas aves ingerem os bagos de chumbo acidentalmente, vindo depois a perecer por problemas de saturnismo (intoxicação com doses letais de chumbo).”

Embora este assunto só recentemente tenha começado a merecer a atenção das entidades portuguesas, sabe-se desde há muito (este problema está referenciado desde 1894) que os bagos de chumbo resultantes dos tiros dos caçadores e que ficam espalhados pelo ambiente, podendo demorar entre 50 e 300 anos a decompor-se totalmente, constituem uma ameaça significativa para milhares de aves selvagens, sobretudo em zonas húmidas. Todavia, este problema não se restringe às aves e contribuiu de igual modo para a contaminação das águas e dos solos. 

As aves aquáticas, como os patos, as galinhas-d’água e os galeirões, são as principais afectadas, porque ao ingerirem areia e pequenas pedras, para facilitar a digestão mecânica dos alimentos na moela, engolem inadvertidamente as esferas de chumbo que existem no solo. Ao entrarem no sistema digestivo, os bagos irão desgastar-se e dissolver-se pela acção dos ácidos digestivos, acabando o chumbo por ser absorvido para a corrente sanguínea. Este metal pesado tóxico vai-se acumulando em vários órgãos, como o cérebro, o fígado e os ossos, debilitando as aves e podendo mesmo causar-lhes a morte por envenenamento.

Na opinião de David Rodrigues, investigador do Departamento Florestal da Escola Superior Agrária de Coimbra e autor de vários trabalhos sobre o saturnismo em Portugal, a probabilidade de ingestão de esferas de chumbo pelas aves aquáticas é maior do que nas aves terrestres. Isto acontece porque “nas zonas húmidas geralmente abundam lodo e vaza, sendo que a areia disponível [para facilitar a digestão] poderá ser escassa para a necessidade das aves que aí habitam”, esclarece.

Todavia, este não é um problema que se circunscreva apenas às aves aquáticas. Dado que se trata de um processo de bioacumulação, acabará por afectar toda a cadeia alimentar, nomeadamente os níveis tróficos superiores, com graves consequências também para as aves necrófagas e de rapina (estão referenciadas pelo menos 17 espécies afectadas, muitas delas em risco de extinção), como já ficou patente nos resultados de vários estudos. Além disso, não são de menosprezar os efeitos nas pessoas que consomem aves de caça intoxicadas por chumbo, uma vez que esse metal constitui um factor de risco para a saúde humana, afectando os sistemas nervoso central e periférico, cardiovascular, imunológico, pulmonar, urinário e reprodutor.

Segundo estimativas realizadas em Espanha, acumular-se-ão anualmente no solo e na água cerca de 5000 toneladas de chumbo resultante da actividade dos caçadores (cada cartucho tem cerca de 280 bagos de chumbo, num total de 35 gramas) e o saturnismo poderá ser responsável pela morte de 30 a 50 mil aves aquáticas por ano. Cálculos recentes para a Europa estimam em mais de 975 mil aves mortas por ingestão de bagos de chumbo, só durante cada Inverno (de Novembro a Fevereiro).

Num estudo realizado no Canadá, constatou-se que a densidade de bagos de chumbo rondava os nove a 180 mil por hectare na maioria das áreas de caça. Nas zonas húmidas sujeitas a elevada pressão de caça, esse valor poderia chegar mesmo aos dois milhões de chumbos por hectare, o que, feitas as contas, correspondia a aproximadamente duzentos chumbos por metro quadrado. Investigações levadas a cabo na Europa permitiram constatar que por cá a situação é igualmente inquietante: 399 chumbos por metro quadrado foram contados nos trinta centímetros superiores de sedimentos numa lagoa no Sul de Espanha, e mais de 100 chumbos/m2 nos vinte centímetros superficiais da maioria dos sedimentos das zonas húmidas europeias.

Quanto à realidade em Portugal, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves alvitrava em 2005 que o saturnismo afectaria mais de dez por cento dos anatídeos (patos) e ralí­deos (galeirões e galinhas d’água) portugueses. Além disso, em determinadas épocas do ano, nomeadamente durante e após a época de caça, 60% dos patos examinados tinham elevadas quantidades de chumbo no sangue.

Trabalhos coordenados por David Rodrigues, em 2001, nos estuários dos rios Vouga e Mondego, permitiram detectar até 99 chumbos numa única moela de pato-real (Anas platyrhynchos). Ao que parece, este problema agrava-se quando os patos se alimentam nos arrozais, onde os chumbos podem ser facilmente confundidos com grãos de arroz.

Sabendo-se que a “ingestão de uma única esfera de chumbo por uma ave pode causar a morte desta a curto prazo”, lembra o investigador, será fácil imaginar as consequências de tão elevadas quantidades na saúde e vitalidade das aves. Refira-se, no entanto, que o grau de saturnismo não depende apenas da quantidade de chumbo ingerida, mas é influenciado pelo teor de cálcio, proteínas e inertes ingeridos. Assim, embora as aves possam sobreviver quando ingerem um único bago de chumbo (pensa-se que 40% das aves aquáticas estarão nesta situação), verão as suas defesas e fertilidade consideravelmente afectadas, bem como a capacidade de acumular energia essencial para o esforço da migração.  

Já em 1992, num outro estudo realizado por Rodrigues, se havia verificado que o saturnismo atingia com preocupação os patos portugueses. Numa pequena amostra de apenas 75 moelas retiradas a patos-reais abatidos na foz do Mondego, constatou-se que cerca de 5% tinham chumbos.

Até ao momento, os estudos realizados em Portugal abordaram essencialmente o pato-real, no qual a taxa de envenenamento pelo chumbo variou entre 19% e 59%. Análises similares em marrequinha (Anas crecca), realizadas na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, permitiram observar taxas de envenenamento entre 12% e 36%. No entanto, se espreitarmos os trabalhos realizados aqui ao lado, em Espanha, ficamos a saber que muitas outras espécies aquáticas que também ocorrem em Portugal são igualmente afectadas, como o arrabio (Anas acuta), o pato-trombeteiro (Anas clypeata), o ganso-bravo (Anser anser), a negrinha (Aythya fuligula), o zarro-comum (Aythya ferina) e o pato-de-bico-vermelho (Netta rufina), entre outras.  

Perante esta ameaça que tem vindo a dizimar as aves aquáticas de forma silenciosa, vários países (a Dinamarca em 1985, a Suécia em 2000 e a Espanha em 2007, por exemplo) adoptaram medidas legislativas que proíbem o uso de materiais tóxicos, como o chumbo, em todo o tipo de caça em zonas húmidas. A alternativa passa pela utilização de munições com ligas de aço, estanho, bismuto e tungsténio, substâncias inócuas para o ambiente.

Apesar de Portugal ter assinado convénios internacionais relativos à protecção das aves e dos seus habitats e de este tema já ser discutido há alguns anos, o nosso país foi o último da União Europeia a abolir o uso do chumbo na caça. A boa notícia chegou somente em Maio passado (através da Portaria n.º 288/2010, de 27 de Maio), com efeitos a partir da época de caça 2010/2011. Assim, de agora em diante, “não é permitida a utilização de cartuchos carregados com granalha de chumbo no acto venatório: a) na caça às aves aquáticas, independentemente do local; b) nas zonas húmidas incluídas em áreas classificadas”.

Conscientes deste problema ambiental, que afecta várias espécies cinegéticas e não se restringe apenas às aves aquáticas, algumas zonas de caça associativa e turística anteciparam-se à proibição e já haviam adoptado munições alternativas. Para todas as outras e para muitos caçadores, este será obrigatoriamente um ano de mudanças. No entanto, o problema não acaba de imediato, como se alertou na Conferência sobre Saturnismo em Aves Aquáticas Portuguesas, realizada em 2005, na Escola Superior Agrária de Coimbra. Além de pedirem urgência na utilização obrigatória de cartuchos não-tóxicos na caça em zonas húmidas, havendo necessidade de que essa medida fosse tomada o mais cedo possível, os congressistas concluíram que “o saturnismo continuará a ocorrer por muitos anos após a entrada em vigor da interdição do uso do chumbo”, devido às dezenas de anos que os bagos de chumbo já existentes no solo poderão demorar a decompor-se.

Ultrapassado o vazio legislativo, que se manteve durante décadas, as aves aquáticas lusitanas já podem suspirar de alívio, ainda que muitas venham a perecer silenciosamente enquanto persistirem resíduos de chumbo. Apesar de terem escapado aos tiros certeiros dos caçadores, numerosas não conseguirão livrar-se tão cedo dos chumbos das suas antigas munições.

J.N.- SUPER 152 - Dezembro 2010

LIPOR | Horta da Formiga: "Agricultura Biológica de modo Caseiro"

Powerpoint - VMware Workstation


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3ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Estudo - O Mundo das Plantas


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Conteúdo - O Trenó do Pai Natal


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Higiene e Segurança no Trabalho - Manual sobre Curso Técnico Superior de Higiene e Segurança


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Powerpoint - Gráficos Termopluviométricos


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Ficha de Trabalho - Ficha de Enriquecimento - 5ºAno


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