domingo, 6 de julho de 2025

Um regime fascista

Independentemente do modo como o regime de Salazar se via a si próprio, a questão gira em torno de saber em que características, essenciais ou secundárias, o Estado Novo diferiu do padrão fascista: existência ou não de movimento de massas, papel do partido único, estrutura, lugar e papel dos sindicatos e corporações no Estado, características e estilo de governação do chefe carismático, grau de autonomia do poder judicial, liberdades públicas, nível de repressão das oposições políticas, independência da Igreja Católica. Nos pontos citados, com efeito, há diferenças e semelhanças entre o Estado Novo e o fascismo: há diferenças flagrantes no papel atribuído ao "movimento de massas" e no estilo de governação do chefe; há semelhanças muito vincadas no papel do partido único e no lugar dos sindicatos e das corporações na estrutura do Estado, assim como no cercear das liberdades públicas e no nível de repressão das oposições políticas.


Para muitos, parece não haver dúvida que se trata de um regime fascista, de um fascismo catedrático, de um quase fascismo ou, até, segundo o politólogo Manuel de Lucena, de um "fascismo sem movimento fascista". Para outros, tratar-se-ia de um regime autoritário e conservador de inspiração simultaneamente católica e fascistizante (especialmente durante a sua primeira fase, até ao final da Segunda Guerra Mundial) — o que, por sua vez, tem levado certos autores a apontar a influência doutrinária do denominado clero-fascismo (clerico-fascismo em italiano, clerical-fascism em inglês), que aproximaria o Estado Novo do regime austríaco de Dollfuss (também dito austro-fascismo) e, em parte, do Franquismo. O Estado Novo, materialização do pensamento político de Salazar, foi certamente um regime político com algumas características singulares no panorama dos regimes autoritários do seu tempo — como o foram, aliás, todos os outros movimentos e regimes autoritários nascidos na Europa da primeira metade do século XX.

Em matéria de política externa, sobretudo, o Estado Novo marcou uma sensível diferença relativamente aos regimes do Eixo, embora já não tanto em relação a Espanha, tendo os dois países signatários do Pacto Ibérico, de 1939, mantido uma difícil neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial e adotado, depois dessa, uma semelhante política de aliança com a Europa Ocidental e os Estados Unidos no quadro formal da OTAN (Portugal) ou à margem desta (Espanha).

Estado Novo (Portugal)

Estado Novo foi o regime político ditatorial, autoritário, autocrata e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos ininterruptos, desde a aprovação da Constituição de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974.

Ao Estado Novo alguns historiadores também chamam de Segunda República Portuguesa, por exemplo a História de Portugal de José Hermano Saraiva e a obra homónima de Joaquim Veríssimo Serrão. No entanto, tal designação jamais foi assumida pelo regime Salazarista. Dado o apoio inicial que o Estado Novo recebeu por parte de alguns monárquicos e integralistas, a questão do regime manteve-se em aberto até 1950-1951. Apesar da oposição das Forças Armadas e do Ministro da Defesa Santos Costa a uma mudança de regime, com a morte do Presidente Óscar Carmona em 1951, a restauração da Monarquia chegou a ser proposta por Mário de Figueiredo e Cancela de Abreu, verificando-se então uma decisiva oposição à mudança por parte de Salazar, Marcello Caetano e Albino dos Reis.

A designação oficial de "Estado Novo", criada sobretudo por razões ideológicas e propagandísticas, serviu para assinalar a entrada num novo período político aberto pela Revolução de 28 de Maio de 1926 que ficou marcado por uma conceção presidencialista, autoritária e antiparlamentar do Estado. Nesse sentido, o Estado Novo encerrou o período do liberalismo em Portugal, abrangendo nele não só a Primeira República, como também o Constitucionalismo monárquico.

Como regime político, o Estado Novo foi também chamado salazarismo, em referência a António de Oliveira Salazar, o seu fundador e líder. Salazar assumiu o cargo de Ministro das Finanças em 1928 e tornou-se, nessa função, uma figura preponderante no governo da Ditadura Militar, o que lhe valeu o epíteto de "Ditador das Finanças". Obtendo enorme sucesso num curto espaço de tempo, ficou posteriormente conhecido como o "Mago das Finanças". Ascendeu a Presidente do Conselho de Ministros em Julho de 1932 e esteve em funções até ao seu afastamento por doença em 1968, nunca chegando a ter conhecimento de que já não era o Presidente do Conselho de Ministros. A designação salazarismo reflete a circunstância de o Estado Novo se ter centrado na figura do "Chefe" Salazar e ter sido muito marcado pelo seu estilo pessoal de governação. Porém, o Estado Novo abrange também o período em que o sucessor de Salazar, Marcello Caetano, chefiou o governo (1968-1974). Caetano assumiu-se como "continuador" de Salazar mas, vários autores preferem autonomizar esse período do Estado Novo e falar de Marcelismo. Marcello Caetano ainda pretendeu rebatizar publicitariamente o regime ao designá-lo por Estado Social, "mobilizando uma retórica política adequada aos parâmetros desenvolvimentistas e simulando o resultado de um pacto social que, nos seus termos liberais, nunca existiu", mas a designação não se enraizou.

Ao Estado Novo têm sido atribuídas as influências do maurrasianismo, do Integralismo Lusitano, da doutrina social da Igreja, bem como de alguns aspetos da doutrina e prática do Fascismo italiano, regime do qual adotou o modelo do Partido Único e, até certo ponto, do Corporativismo de Estado.

A Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano (1933-1974) foram, conjuntamente, o mais longo regime autoritário na Europa Ocidental durante o séc. XX, estendendo-se por um período de 48 anos.

Cronologia dos Reis de Portugal

Terceira Dinastia – Filipina

 1581 - 1598

D. Filipe I "O Prudente" (21 Março 1527 Valhadolid-13 Setembro 1598 Escorial)

Casou com D. Maria de Portugal; D. Maria Tudor, D. Isabel de Valois e com D. Ana de Áustria


1598 - 1621

D. Filipe II "O Pio" (14 Abril 1578 Madrid-31 Março 1621 Escorial)

Casou com D. Margarida de Áustria


1621 - 1640

D. Filipe III "O Grande" (8 Abril 1605 Madrid-17 Setembro 1665 Escorial)

Casou com D. Isabel de França

Cronologia dos Reis de Portugal

 Quarta Dinastia – Bragança

1640 - 1656

D. João IV "O Restaurador" (19 Março 1604 V. Viçosa-6 Novembro 1656 Lisboa)

Casou com Dona Luísa Francisca de Gusmão


1656 - 1683

D. Afonso VI "O Vitorioso" (21 Agosto 1643 Lisboa-12 Setembro 1683 Lisboa)

Casou com Dona Maria Francisca Luísa Isabel d´Aumale e Sabóia, ou de Sabóia-Nemours


1683 - 1706

D. Pedro II "O Pacífico" (26 Abril 1648 Lisboa-9 Dezembro 1706 Lisboa)

Casou com D. Maria Francisca de Sabóia e com D. Maria Sofia de Neuburgo


1706 - 1750

D. João V "O Magnânimo" (22 Outubro 1689 Lisboa-31 Julho 1750 Lisboa)

Casou com Dona Maria Anna Josefa, arquiduquesa de Áustria


1750 - 1777

D. José I "O Reformador" (6 Junho 1714 Lisboa-24 Fevereiro 1777 Lisboa)

Casou com D. Mariana Vitória de Bourbon


1777 - 1816

D. Maria I "A Piedosa" (17 Dezembro 1734 Lisboa-20 Março 1816 Rio de Janeiro)

Casou com D. Pedro III


1816 - 1826

D. João VI "O Clemente" (13 Maio 1767 Queluz-10 Março 1826 Lisboa)

Casou com Dona Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon


1826 - 1826

D. Pedro IV "O Rei Soldado" (12 Outubro 1798 Queluz-24 Setembro 1834 Lisboa)

Casou com Dona Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo


1828 - 1834

D. Miguel I "O Tradicionalista" (26 Outubro 1802 Lisboa-14 Novembro 1866 Áustria)

Casou com Dona Adelaide Sofia Amélia Luísa Joana Leopolodina de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg


1826 - 1853

D. Maria II "A Educadora" (4 Abril 1819 Rio de Janeiro-15 Novembro 1853 Lisboa)

Casou com D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha


1853 - 1861

D. Pedro V "O Esperançoso" (16 Setembro 1837 Lisboa-11 Novembro 1861 Lisboa)

Casou com Dona Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia de Hohenzollern


1861 - 1889

D. Luís I "O Popular" (31 Outubro 1838 Lisboa-19 Outubro 1889 Lisboa)

Casou com D. Maria Pia de Sabóia


1889 - 1908

D. Carlos I "O Martirizado" (28 Setembro 1863 Lisboa-1 Fevereiro 1908 Lisboa)

Casou com Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães


1908 - 1910

D. Manuel II "O Rei Saudade" (15 Novembro 1889 Lisboa-2 Julho 1932)

Casou com Dona Augusta Vitória Guilhermina Antónia Matilde Luísa Josefina Maria Isabel de Hohenzollern-Sigmaringen

 

Cronologia dos Reis de Portugal

 Segunda Dinastia – Aviz

1385 - 1433

D. João I "O de Boa Memória" (11 Abril 1357 Lisboa-14 Agosto 1433 Batalha)

Casou com D. Filipa de Lancastre


1433 - 1438

D. Duarte I "O Eloquente" (31 Outubro 1391 Viseu-9 Setembro 1438 Batalha)

Casou com D. Leonor de Aragão


1438 - 1481

D. Afonso V "O Africano" (15 Janeiro 1432 Sintra-28 Agosto 1481 Batalha)

Casou com D. Isabel de Lancastre


1481 - 1495

D. João II "O Príncipe Perfeito" (3 Maio 1455 Lisboa-25 Outubro 1495 Batalha)

Casou com D. Leonor de Viseu


1495 - 1521

D. Manuel I "O Venturoso" (31 Maio 1469 Alcochete-13 Dezembro 1521 Belém)

Casou com D. Isabel de Castela, D. Maria de Castela e com D. Leonor


1521 - 1557

D. João III "O Piedoso" (6 Junho 1502 Lisboa-11 Junho 1557 Belém)

Casou com D. Catarina de Áustria


1557 - 1578

D. Sebastião I "O Desejado" (20 Janeiro 1554 Lisboa-4 Agosto 1578 África)

Não Casou


1578 - 1580

D. Henrique I "O Casto" (31 Janeiro 1512 Almeirim-31 Janeiro 1580)

Não Casou


1580 - 1580

D. António I "O Determinado" (1531 Lisboa-26 Agosto 1595 Paris)

Não Casou

Cronologia dos Reis de Portugal

 Primeira Dinastia – Afonsina

1143 - 1185

D. Afonso Henriques "O Conquistador" (25 Julho 1111 Guimarães-6 Dezembro 1185 Coimbra)

Casou com D. Mafalda de Sabóia


1185 - 1211

D. Sancho I "O Povoador" (11 Novembro 1154 Coimbra-27 Março 1211 Coimbra)

Casou com D. Dulce de Aragão


1211 - 1223

D. Afonso II "O Gordo" (23 Abril 1185 Coimbra-21 Março 1223 Alcobaça)

Casou com D. Urraca


1223 - 1248

D. Sancho II "O Capelo" (8 Setembro 1202 Coimbra-4 Janeiro 1248 Toledo)

Casou com D. Mécia Lopes de Hero


1248 - 1279

D. Afonso III "O Bolonhês" (5 Maio 1210 Coimbra-16 Fevereiro 1279 Alcobaça)

Casou com D. Matilde de Bolonha e com D. Beatriz de Castela


1279 - 1325

D. Dinis I "O Lavrador" (9 Outubro 1261 Lisboa-7 Janeiro 1325 Odivelas)

Casou com D. Isabel de Aragão


1325 - 1357

D. Afonso IV "O Bravo" (8 Fevereiro 1291 Coimbra-28 Maio 1357 Lisboa)

Casou com D. Beatriz de Molina e Castela


1357 - 1367

D. Pedro I "O Justiceiro" (18 Abril 1320 Coimbra-18 Janeiro 1367 Alcobaça)

Casou com D. Constança Manuel e com D. Inês de Castro


1367 - 1383

D. Fernando I "O Formoso" (31 Outubro 1345-22 Outubro 1383 Santarém)

Casou com D. Leonor de Telles


1383 - 1385

Interregno


 


 

As Crónicas de Fernão Lopes

UFCD - 0250 - Desenho de observação - peças cerâmicas

0250 - Desenho de observação - peças cerâmicas
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
Desenho de observação - peças cerâmicas
Código:
0250
Carga Horária:
50 horas
Pontos de crédito:
4,50
Objetivos

  • Identificar e aplicar as normas de desenho técnico e à vista.
  • Identificar normas e simbologia da teoria da cor.
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Noções básicas do desenho
  • Caracterização e utilização de instrumentos e materiais gráficos
  • Comunicação visual
    • Teoria da forma
    • Elementos visuais
  • Perspectivas e projecções
  • Organização formal
  • Instrumentos de execução
  • Técnicas de execução – construções geométricas de figuras planas
  • Cortes e secções
  • Cotagem
  • Cor – luz (adição e subtracção)
  • Contrastes, saturação e gradação
  • Simbologia
  • Harmonia cromática
  • A cor e a imagem gráfica
  • Planificação da imagem em função dos processos de estampagem a cores
  • Formas e texturas
    • Abstractas
    • Naturais
  • Módulo e padrão
  • Simetrias e assimetrias
  • Organização decorativa
    • Tradicional
    • Contemporânea
  • Design - forma e função
  • Técnicas de execução de desenho à vista
    • Desenho de composição
    • Figura humana
  • Técnicas para execução de esboço
  • Técnicas para execução de projecto
Referenciais de Formação

215011 - Oleiro/a
Histórico de Alterações

(*) 2008-03-07   Criação de UFCD.

UFCD - 0249 - Técnicas de vidragem, enforna e cozedura

0249 - Técnicas de vidragem, enforna e cozedura
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
Técnicas de vidragem, enforna e cozedura
Código:
0249
Carga Horária:
25 horas
Pontos de crédito:
2,25
Objetivos

  • Proceder à enforna e à primeira cozedura (chacota).
  • Efectuar a vidragem das peças.
  • Proceder à enforna e à segunda cozedura (vidrado).
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Técnicas de vidragem
    • Selecção do vidrado
    • Vidrados cerâmicos e sua composição
    • Componentes do vidrado (elementos básicos)
      • - Sílica
      • - Fundente
      • - Estabilizante
    • Diferentes tipos de vidrado
      • - Transparente e opacos
      • - Mate e brilhantes
      • - Coloridos
    • Técnicas de preparação do vidrado
    • Técnicas de aplicação do vidrado
      • - Pincelagem
      • - Pulverização
      • - Imersão
      • - Derramado
      • - Vertidos
    • Acabamento e limpeza de fretes
    • Execução de cálculos
      • - Unidades de volume
      • - Unidades de medição de líquidos
    • Precauções necessárias na aplicação de vidrado
  • Técnicas de enforna e cozedura
    • Diferentes tipos de fornos (órgãos e acessórios)
    • Selecção e preparação da mobília de enforna
    • Colocação/posição das peças no forno
    • Efectuar a enforna
      • - Materiais utilizados na enforna
    • Arrumação de peças vidradas
    • Programação e início do ciclo da cozedura
    • Ciclos para primeira cozedura (chacota)
    • Ciclos para segunda cozedura (vidrado)
    • Controlo e registo do ciclo da cozedura
    • Temperaturas adequadas à cozedura de diferentes tipos de peças
      • - Leitura dos mostradores e controlo de temperaturas
      • - Danos causados nas peças pelas temperaturas
    • Temperaturas adequadas à cozedura de peças vidradas (o pirómetro)
    • Resfriamento das peças (choque térmico)
    • Procedimento de desenforna
    • Manuseamento das peças quando se enforna
    • Precauções necessárias na utilização dos fornos
    • Precauções com a inalação de gases
    • Gases libertados por temperaturas elevadas
    • Precauções com as queimaduras
    • Sistemas de prevenção
    • Proteções necessárias ao tipo de trabalho
      • - Usode proteções individuais
    • Higiene do posto de trabalho
Referenciais de Formação

215011 - Oleiro/a
Histórico de Alterações

(*) 2008-03-07   Criação de UFCD.

Nascimento do Estado Novo

A Ditadura Nacional (1926-1933), regime de exceção dirigido por militares, com uma estrutura constitucional provisória e suspensão das garantias consignadas na Constituição Portuguesa de 1911, precedeu a instauração formal do Estado Novo (1933). Após a eleição por sufrágio direto, mas em lista única, do General Óscar Carmona para Presidente da República em 1928, este, tendo em atenção a incapacidade dos anteriores governantes, nomeadamente o General Sinel de Cordes, para resolver a crise financeira, chamou António de Oliveira Salazar, especialista de finanças públicas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, para assumir o cargo de ministro das Finanças. Salazar aceitou o encargo com a condição, que lhe foi garantida, de poder supervisionar os orçamentos de todos os ministérios e de ter direito de veto sobre os respetivos aumentos de despesas. Impôs então uma forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, principalmente aumentando os impostos e reduzindo as despesas públicas, conseguindo assim um saldo orçamental positivo logo no primeiro ano de exercício (1928-29).

Aconselhado e apoiado por António Ferro, que viria a chefiar o aparelho de propaganda do Estado Novo, o SPN, Salazar soube servir-se da imprensa (que lhe era maioritariamente favorável, mantendo a restante sob apertada censura), assim como das recém-criadas emissoras de radiodifusão — o Rádio Clube Português, a católica Rádio Renascença e a Emissora Nacional estatal, todas suas apoiantes. Soube também aproveitar as lutas entre as diferentes facções da Ditadura, especialmente entre monárquicos e republicanos, para consolidar o seu poder e ganhar mais prestígio. Tendo-se tornado indispensável à Ditadura, o Presidente da República consultava-o em cada remodelação ministerial.

Salazar procurou então, com o apoio do General Carmona, dar um rumo estável à Revolução Nacional que impedisse um "regresso à normalidade constitucional" da Primeira República, para a qual alguns generais da Ditadura se inclinavam. Por isso, em 1930, depois de vencida por Carmona a resistência do General Ivens Ferraz, Salazar criou, a partir do governo e com fundos provenientes do Orçamento de Estado, a União Nacional, espécie de "frente nacional", como lhe chamou, a qual devia proporcionar o apoio necessário à construção de um novo regime, o Estado Novo, concebido e integralmente desenhado por Salazar.

A União Nacional era uma organização em parte idêntica aos partidos únicos dos regimes autoritários surgidos na Europa entre as duas guerras mundiais, se bem que, ao contrário desses, tivesse sido integralmente construída de cima para baixo e não se apoiasse num pujante movimento de massas preexistente. A União Nacional, cujo papel foi sempre muito pouco determinante na prática política do Estado Novo, simbolizava acima de tudo o carácter nacionalista, antidemocrático e antipluralista do regime.

Nenhuma lei proibia expressamente os partidos políticos enquanto tais, mas Salazar considerava que, existindo a União Nacional, os antigos partidos tinham sido colocados fora da lógica do novo regime, acabando todas as organizações e movimentos políticos existentes por ser obrigados a coibir-se de qualquer atuação pública. Alguns, como o Partido Comunista (PCP) ou o movimento anarco-sindicalista da Confederação Geral do Trabalho passaram a atuar na clandestinidade ou no exílio, outros, como o Partido Socialista Português e o Integralismo Lusitano, foram levados a extinguir-se em 1932-1933. O Movimento Nacional-Sindicalista, de Francisco Rolão Preto foi proibido após a tentativa de revolução levada a cabo por elementos seus a partir do quartel da Penha de França, acrescentando a nota oficiosa de 29 de Julho de 1934, que decretava a sua extinção, que se tratava de um movimento inspirado em "certos modelos estrangeiros".

Em 1932 foi publicado o projeto de uma nova Constituição, que seria aprovada por referendo popular em 1933 (embora o texto da constituição mencionasse plebiscito, na realidade o que houve foi tecnicamente um referendo). Nesse referendo as abstenções foram contadas como votos favoráveis, falseando o resultado. Com esta constituição, Salazar criou finalmente o seu modelo político, o Estado Novo, e tornou-se o "Chefe" da Nação portuguesa.

O Estado Novo (1933-1974) - Caracterização geral


O Estado Novo (1933-1974) foi um regime autoritário, conservador, nacionalista, corporativista de Estado de inspiração fascista, parcialmente católica e tradicionalista, de cariz antiliberal, antiparlamentarista, anticomunista, e colonialista, que vigorou em Portugal sob a Segunda República. O regime criou a sua própria estrutura de Estado e um aparelho repressivo (PIDE, colónias penais para presos políticos, etc.) característico dos chamados Estados policiais, apoiando-se na censura, na propaganda, nas organizações paramilitares (Legião Portuguesa), nas organizações juvenis (Mocidade Portuguesa), no culto do líder e na Igreja Católica.

Cronologia dos Reis e Presidentes de Portugal

sábado, 5 de julho de 2025

Mitos Sexuais – Parte 1


No sexo o que conta é o desempenho.
FALSO: Quando se inicia uma relação sexual, a concentração deve ser dirigida ao processo em si, às sensações, ao envolvimento emocional e sexual, do que propriamente aos objetivos, na medida em que colocar o foco no resultado final poderá ser a causa de um problema sexual devido, por exemplo, à ansiedade de desempenho.

Qualquer contacto físico deve conduzir ao sexo.
FALSO: Toda a sensualidade e intimidade física (e.g. carinhos, beijos, massagem, dançar, tomar banho em conjunto, abraçar, entre outros, sem envolver contacto com genitais) são tão importantes e respeitáveis como a sexualidade focalizada na genitália, sendo uma parte adequada da relação de qualquer casal.

Os homens podem expressar os seus sentimentos e emoções.
VERDADEIRO: Os homens podem, como devem, ou seja, não só têm esse direito como são capazes de expressar os seus sentimentos e emoções de forma natural. A expressão “um homem não chora” deverá ser superada, para que os homens consigam desenvolver esta capacidade, uma vez que são estas mensagens que impedem o indivíduo de demonstrar o que sente e pensa. Não se esqueça que, como as mulheres, eles têm a capacidade de ser afetuosos e sensíveis.

A masturbação é causa de doenças graves.
FALSO: Durante anos a masturbação foi utilizada como “bode expiatório” para um conjunto de doenças, como a infertilidade, disfunção erétil, loucura, acne, entre outros. Porém, não existe nenhuma base clínica e científica que sustente esta crença: não existe qualquer relação entre estas doenças e a atividade de masturbação. De facto, a masturbação é um comportamento sexual comum importante para a saúde sexual.

As mulheres têm menos desejo sexual que os homens.
FALSO: Varia de indivíduo para indivíduo. Existem mulheres com maior desejo sexual quando comparadas com os homens e vice-versa. O problema é que durante anos, e atualmente em algumas culturas, as mulheres foram reprimidas a expressar o seu desejo sexual, assim como o seu prazer.

O desejo sexual diminui com a idade.
FALSO: Podem existir variações, mas, se não houver nenhum problema de cariz sexual, habitualmente, o desejo sexual acompanha o indivíduo até à sua morte.

As mulheres não gostam de pornografia.
FALSO: Este mito encontra-se associado à repressão sexual. De facto, a imagem de que as mulheres só gostam de contextos românticos é falsa, como o é a imagem do homem que está sempre pronto para ter relações e que pensa em sexo de 7 em 7 segundos.

Se a mulher não sangra na primeira relação sexual, é sinónimo de que não é virgem.
FALSO: O sangramento na primeira relação sexual não é um sinal de virgindade. Se a mulher for suficientemente estimulada e se houver lubrificação vaginal no momento prévio à penetração, não existe motivo para haver qualquer tipo de sangramento ou de dor.

A infidelidade é sinónimo de que o/a parceiro/a não me ama.
FALSO: Não significa necessariamente que não o/a ame. Contudo, a infidelidade associa-se à falta de respeito para consigo e para com a vossa relação.

Existe uma idade para o indivíduo iniciar a sua vida sexual, ou seja, para tornar-se sexualmente ativo.
FALSO: O início da atividade sexual não depende da idade, apesar da “idade de consentimento informado” ser, no nosso país (Portugal), de 16 anos. O indivíduo deve tornar-se sexualmente ativo quando se sentir preparado para tal. Não se deve iniciar a vida sexual só para se agradar ao/à parceiro/a ou para ceder à pressão dos amigos, o que é frequente na adolescência. Até porque, em termos psicológicos, a atividade sexual é o símbolo máximo de independência e maturidade.

Na primeira relação sexual não existe risco da mulher engravidar.
FALSO: é um dos mitos mais comuns e prejudiciais levando o sujeito a cometer erros. Se a mulher estiver no período fértil durante a relação sexual, a gravidez pode acontecer independentemente de ser a primeira ou a 24ª relação e, independentemente, da posição sexual.

Fonte: Mitos Sexuais – Parte 2 | Planeamento Familiar

terça-feira, 1 de julho de 2025

Alertas para Portugal no Dia Mundial da Contraceção

8 Dicas para Perder Peso após a Gravidez sem ficar faminta

Actualmente está grávida e sente-se desencorajada quando pensa no trabalho que dará perder peso após a gravidez? Ou talvez seja uma mamãe de primeira viagem que está esgotada e a última coisa em sua mente é ir à academia? Perder peso após a gravidez é sempre uma tarefa complicada para todas mulheres, porém não há motivos para que não volte à velha forma e mais linda do que nunca. De qualquer forma, as seguintes dicas ajudarão a perder o peso ganho durante a gravidez facilmente. 

1- Não Utilize a Gravidez Como Uma Desculpa Para Relaxar 
Gravidez é o momento para tornar-se rigorosa sobre a sua nutrição. Comer “porcarias” irá produzir um bebé pequeno e uma mamãe grande. Use a sua gravidez como um marco para iniciar uma nova vida e acabar com velhos hábitos de comer “porcarias”. Precisa desenvolver hábitos que irão supri-la bem durante a gravidez e tornarão perder peso após a gravidez mais fácil. Ao mesmo tempo, não fique obcecada com o ganho de peso. É comum adquirir entre 12 e 20 quilogramas durante a gravidez, mas isso não deve ser desculpa para você não voltar a usar as suas velhas roupas alguns meses após o parto. Concentre-se em ter uma boa alimentação, manter-se activa e irá perder peso após a gravidez com certeza. 

2- Alimente o Bebé Com Leite Materno 
A amamentação queima em torno de 500-700 calorias por dia. Viu, não é nada mau quando você está apenas sentada no sofá relaxando! Seu corpo ganha entre 4-5 quilogramas durante a sua gravidez especificamente com a finalidade da lactação. O peso extra está em suas coxas para garantir que você terá bastante gordura para queimar a fazer leite para o bebé. Vamos chamar isso de “seguro contra fome”. Porquê, perguntam vocês? Bom, adivinha? Se não amamentar, o peso ganho, não vai a lugar algum! Vários estudos mostram que mães que amamentam seus filhos regressam ao seu peso original mais rapidamente. Amamentar também ajuda o seu útero a contrair-se mais rapidamente de volta ao tamanho pré-gravidez. Além disso, terá um belo decote para mostrar! 

3- Dê Uma Volta Todos os Dias 
Andar a pé é provavelmente o exercício perfeito para as novas mães. Não é estressante para suas articulações (que ainda estão meio “marias-moles” por causa dos hormônios). É gratuito e não exige uma ama ou qualquer equipamento especial. Caminhar expõe-te ao sol, o que ajuda a regular o seu sono, fazendo com que tanto você quanto o bebé durmam melhor durante a noite e, eventualmente, ajuda a prevenir a depressão pós-parto. E pode fazê-lo com uma amiga. Se está dormindo pouco por causa do bebé e não tem vontade de se exercitar para perder peso após a gravidez, ligue para uma amiga e combine de caminhar todos os dias de manhã. 

4- Controle Seus Desejos 
Mães após o parto sentem desejos por várias razões. Uma delas é porque os níveis de serotonina estão caindo, o que leva a desejos por qualquer coisa que tenha açúcar. Substitua a vontade de fazer uma “boquinha” por alguma actividade saudável como brincar com seu bebé ou dar uma volta com seu marido. Outro motivo pelo qual as mulheres sentem desejos pode ser o baixo nível de açúcar no sangue devido a uma nutrição inadequada (comer após longos intervalos ou comer muito açúcar). Mantenha o seu nível de açúcar no sangue sob controle fazendo pequenas refeições frequentes e equilibradas em nutrientes. Mantenha alguns lanchinhos à mão para que possa pegar rapidamente antes de alimentar o bebé. Você precisa de gorduras, proteínas e carboidratos complexos. Coisas como frutos secos, nozes, granola, iogurte integral (os normais geralmente tem muito açúcar), legumes, grãos/cereais, pão, frutas, etc, irão manter o seu nível de açúcar no sangue constante e proporcionar boa nutrição. E continue tomando sua vitamina pré-natal para ajudar a prevenir deficiências que podem causar os desejos. 

5- Evite Excesso de Cafeína 
Beber muita cafeína leva a picos de insulina que fazem o seu nível de açúcar no sangue cair. Quando isso acontece, a maior parte das pessoas sai correndo para comer algo que contenha carboidrato para trazer de volta o nível de açúcar no sangue. Isso não é bom. Então dê um tempo no café. 

6- Obtenha Repouso Suficiente 
Mais fácil falar do que fazer se é uma nova mãe. Mas, se tal for possível, faça um sesta com o seu bebé. Quando seu sono está terrivelmente atrasado tende a ganhar peso, e quanto mais peso ganho, mais difícil será perder peso após a gravidez. Considere trazer o bebé para a sua cama se estiver amamentando. Vai dormir melhor, o bebé irá dormir melhor, e o papai vai dormir melhor (tornando até mais provável que pela manhã ele leve o bebé para passear e a deixe dormir sossegada!). As mulheres de todo o mundo vem fazendo isso por milhares de anos. Contanto que você não esteja morbidamente obesa, utilizando pílulas para dormir ou algo parecido, dormir com o bebé é seguro. 

7- Concentre-Se Em Ter Uma Boa Nutrição 
Este também é um desafio para uma nova e estressada mãe. Fale com outras mães e procure saber como elas conseguiram passar por essa fase e se alimentar. Algumas mães que eram antigas viciadas em “porcarias” conseguiram superar o problema e não se importam em dar conselhos a novas mamães. Antes de comer alguma coisa também se pode perguntar: “Será que daria isto para meu bebé?” Se a resposta for não, provavelmente não é bom para si também. 

8- E Por Último, Dê Tempo Ao Tempo 
Seja realista, não espere estar usando novamente sua calça jeans favorita apenas algumas semanas após o parto. Enquanto não volta à velha forma aproveite para apreciar suas novas curvas (sobretudo seu novo decote). Não se preocupe tanto com o seu peso. Provavelmente, o seu parceiro estará muito mais indulgente com as suas mudanças. Acima de tudo, desfrute do seu novo bebé e perder peso após a gravidez irá acontecer sem que você perceba. Fonte: 8 Dicas para Perder Peso após a Gravidez sem ficar faminta | Planeamento Familiar

Cuidados alimentares durante a gravidez

A grávida deve evitar os excessos relativos a açucares, fritos e gorduras. São igualmente de evitar os patés e alguns queijos, como o brie e o camembert. Também alimentos crus e mal cozinhados, tais como os ovos, peixe, carne vermelha e carne branca que não devem ser consumidos, porque todos eles são eventuais fontes de bactérias que podem prejudicar o feto em desenvolvimento. 

Para além disso, a carne crua e a carne mal passada podem transmitir toxoplasmose, que é uma doença susceptível de causar defeitos ou até a morte ao bebé, podendo-se dizer o mesmo quanto ao leite não pasteurizado. Requer-se igualmente uma especial atenção com as saladas cruas. Neste caso será conveniente e desejável deixá-las de molho durante algum tempo com 3 a 4 gotas de lixívia e lavar com água abundante antes de as preparar. É preciso ter a mesma atenção com os molhos e cremes, em particular durante o tempo quente, pois estes são facilmente contamináveis com microorganismos. 

Substâncias a evitar 

Drogas – As drogas, assim como muitos medicamentos, são bastante perigosos para o bebé e para o seu desenvolvimento. A heroína e a cocaína, apenas para citar alguns exemplos, podem matar o feto ou causar um vasto número de defeitos e ou problemas, na medida em que atravessam a placenta. 

Medicamentos – Alguns medicamentos poderão causar mal-formações ao feto ou causar efeitos secundários graves pelo que nunca se deverá auto-medicamentar mesmo quando se tratem de medicamentos de uso comum ou que tome frequentemente. Deverá sempre consultar o seu médico e informá-lo da sua gravidez. 

Tabaco – Durante a gravidez, o tabaco deve ser evitado por completo. Está provado que fumar durante a gravidez pode provocar vários problemas para o bebé, tais como a dificuldade de aprendizagem, aborto espontâneo, parto prematuro, descolamento prematuro da placenta, diminuição da qualidade e quantidade do leite materno, pouco peso, entre outros. 

Cafeína – Quanto à cafeína, que se encontra no café, no chá, chocolates e alguns refrigerantes, não existem estudos que confirmem, de forma inequívoca, a sua nocividade para a mãe e para o bebé. Não existirão problemas se a mãe ingerir o equivalente a 300/400 miligramas de cafeína por dia. Mas, apesar de se entender que esta quantidade de cafeína não é prejudicial nem à mãe nem ao feto, também não existem certezas absolutas quanto ao que pode acontecer se aqueles valores forem ultrapassados. No entanto, existem indicações de que poderá haver o risco de aborto espontâneo durante o 1º trimestre de gestação, ou que o bebé nasça com peso abaixo do normal. Um outro inconveniente do café é o facto de este ser um diurético, o que origina a perda de líquidos e de cálcio, muito importantes durante a gravidez, como também diminui a capacidade do organismo em absorver ferro, outro nutriente fundamental ao desenvolvimento da futura criança. 

Álcool – Durante a gravidez, a mulher também necessita de ter cuidado com a quantidade de álcool que ingere, pois não se sabe exactamente qual o nível seguro de consumo de álcool para uma grávida, até porque varia de pessoa para pessoa. É certo que o consumo de álcool em excesso durante a gravidez afecta o desenvolvimento fetal, uma vez que entra na corrente sanguínea da mãe e atinge o bebé através da placenta. Pode originar o síndroma de abstinência no recém-nascido e ter efeitos nocivos prolongados, nomeadamente anomalias cardíacas, problemas no sistema nervoso central, dificuldades de aprendizagem ao nível da fala, de crescimento, hiperactividade, entre outros. O álcool em excesso pode levar ao aborto espontâneo, ao parto prematuro ou bebés com peso abaixo do normal. Por estas razões, muitos médicos recomendam a abstinência total durante a gravidez, se bem que tomar um copo de vinho esporadicamente não seja prejudicial. Mas nunca se esqueça que você tem uma criança dentro de si a crescer e que pode prejudicar a criança sem querer por causa dos seus hábitos alimentares e assim. Fonte: Cuidados alimentares durante a gravidez | Planeamento Familiar

Engravidar durante a amamentação?

O que é tão surpreendente sobre as pessoas é que quando percebem algo que preocupa a percepção das pessoas, há sempre o risco de que os fatos serão ofuscados pelo mito. Embora seja fácil de reconhecer que essas coisas acontecem, explicar porque acontecem é menos fácil. Uma das coisas que está enrolada de fatos e mito é a gravidez. A cortina de ideias em torno da gravidez é tão intenso que às vezes se torna impossível dizer que uma é verdadeira e que uma é apenas um produto da imaginação de alguém. Um desses mitos é a crença de que não se vai engravidar quando se está amamentando. 


Amamentação e Gravidez 
Antes de partimos para explicar a correlação entre a amamentação e gravidez, é melhor estar ciente de alguns fatos. Quando uma mulher está amamentando, isso significa que ela está alimentando o seu bebé em linha reta de seu corpo. Por outro lado, a gravidez é comummente definida como uma condição em que uma mulher está carregando em seu ventre um bebé. 

Então, qual o relacionamento entre o aleitamento materno e as chances de gravidez? 
É uma crença comum de que uma mulher que amamenta não vai engravidar. É preciso qualificar essa afirmação dizendo que uma mulher que amamenta não vai engravidar enquanto ela está amamentando. Dado que isto é assim, será melhor para explicar por que isso é assim. A verdade é que enquanto a mulher está amamentando, ela não é susceptível de engravidar no decurso da lactação. Esta condição é conhecida no meio médico como o método de amenorréia lactacional (LAM). Método de amenorréia lactacional é um processo natural de evitar a gravidez que se baseia na infertilidade pós-parto que só ocorre quando a mulher está amamentando. 

Amamentação é o Seguro da Mulher contra a gravidez? 
Embora seja uma crença comum de que a amamentação vai ajudar a mulher a evitar a gravidez, este não é o caso. Embora seja verdade que a amamentação pode ajudar a mulher a não engravidar, existem muitas condições que ela tem de cumprir totalmente a fim de evitar a gravidez. Seguindo estritamente a esses requisitos é a chave para tornar o aleitamento materno o melhor meio para evitar a gravidez, porque é um caminho natural para evitar a gravidez. Esses fatores incluem o seguinte: O primeiro requisito para tornar a amamentação um meio eficaz para ajudar a mulher a evitar a gravidez é que a amamentação deve ser a única fonte de nutrição para o bebé. Se a mãe utiliza outros métodos, como bombeamento e alimentação do bebé alimentos sólidos, a eficácia do método de amenorréia lactacional é bastante reduzido; Para tornar a amamentação um meio mais eficaz de evitar a gravidez, a mãe deve amamentar o seu criança, pelo menos, quatro horas durante o dia e pelo menos a cada seis horas à noite; A criança não deve ter mais de seis meses; Outra chave fator na tomada de método de amenorréia lactacional evitar a gravidez é que a mulher não deve ter tido a doença antes; Fonte: Engravidar durante a amamentação? | Planeamento Familiar

Gravidez na Adolescência

A gravidez na adolescência, assim como fica claro pelo termo, consiste na gravidez quando ainda se está na fase da adolescência. Entretanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a adolescência como o período que vai de dez a vinte anos na vida de uma mulher. 

Cada país especifica a idade em que seus cidadãos, pela lei, passam a ser considerados adultos. A idade média da primeira menstruação é de 12 anos, embora este valor varie de acordo com a etnia, peso. A média de idade da primeira menstruação está diminuindo gradualmente com o passar dos anos. 

Quer a fertilidade precoce leva a gravidez na adolescência depende de uma série de factores, tanto sociais e pessoais. Mundialmente, as taxas de gravidez adolescente variam de 143 por 1000 na África sub-sariana, para 2,9 por 1000 na Coreia do Sul. Grávidas adolescentes enfrentam muitos dos mesmos “problemas” obstétricos que mulheres nos seus anos 20 e 30 apresentam. No entanto, existem outras preocupações médicas para jovens mães, principalmente aquelas com menos de 15 e aquelas que vivem em países em desenvolvimento. Para as mães entre 15 e 19, a idade em si não é um factor de risco, mas riscos adicionais podem ser associados a factores socioeconómicos. 

Dados que sugerem a gravidez adolescente como uma questão social nos países desenvolvidos inclui mais baixos níveis educativos, taxas mais elevada de pobreza, e crianças de mães adolescentes que não tem renda. A gravidez na adolescência em países desenvolvidos é geralmente fora do casamento, e carrega um estigma social em muitas comunidades e culturas. 

Por estas razões, tem havido muitos estudos e campanhas que tentam descobrir as causas e limitar o número de gravidezes entre adolescentes. Em outros países e culturas, em particular no mundo em desenvolvimento, a gravidez adolescente é geralmente dentro do casamento e não implica em estigma social. Riscos e Consequências da Gravidez na Adolescência A saúde do bebé e da mãe é particularmente preocupante entre as jovens que estão grávidas ou cuidando da criança. A nível mundial a incidência de parto prematuro e parto abaixo do peso é maior entre mães adolescentes. Investigações indicam que grávidas adolescentes são menos propensas a receber assistência pré-natal, muitas vezes a procuram apenas no terceiro trimestre, outras vezes nem chegando a procurar. 

Relatos indicam que um terço das adolescentes grávidas recebem atendimento pré-natal insuficiente e que os seus filhos têm mais probabilidades de sofrer de problemas na infância ou ser hospitalizados do que os filhos de mulheres mais velhas. Muitas grávidas adolescentes são sujeitas as deficiências nutricionais de pobres hábitos alimentares comuns na adolescência, incluindo tentativas de perder peso através de dieta, pular refeições, lanches não nutritivos e o consumo de fast food. Nutrição inadequada durante a gravidez é um problema ainda mais acentuado entre os adolescentes nos países em desenvolvimento. As complicações na gravidez resultam na morte de um número estimado de 70000 garotas nos países em desenvolvimento a cada ano. Jovens mães e seus bebés também estão em maior risco de contrair o HIV. 

A Organização Mundial de Saúde estima que o risco de morte após a gravidez é duas vezes maior para as mulheres entre 15 e 19 anos do que para aqueles com idades compreendidas entre os 20 e 24. A taxa de mortalidade materna pode ser até cinco vezes maior para as garotas com idades compreendidas entre os 10 e 14 do que para as mulheres de cerca de vinte anos de idade. Aborto ilegal também gera muitos riscos para meninas adolescentes em áreas como a África sub-sariana. Riscos de complicações médicas são maiores para as garotas de14 anos de idade ou mais jovens, com uma pélvis ainda subdesenvolvida pode levar a dificuldades no parto. 

Parto com problemas geralmente é solucionado com uma cesariana nas nações industrializadas, no entanto, nas regiões em desenvolvimento onde os serviços médicos podem estar indisponíveis, pode levar a eclampsia, fístula obstétrica, a mortalidade infantil, materna ou morte. Para as mães adolescentes já no final da gravidez na adolescência, a idade em si não é um factor de risco, e os pobres resultados estão mais associados com factores socioeconómicos, em vez de os biológicos. Fonte: Gravidez na Adolescência | Planeamento Familiar

Gravidez na adolescência, o que fazer ...


A taxa de fecundidade na população diminui em todos os grupos etários, mas entre os adolescentes de 15 a 19 anos baixou menos, andando à volta de 13,5 casos de gravidez por cada mil adolescentes (nos Estados unidos da América o número é de 96 casos de gravidez por cada mil adolescentes).

Outro dado importante é a escassa utilização de métodos anticoncepcionais e a alta percentagem de abortos provocados neste grupo de idades. No nosso meio, aproximadamente 10% das mulheres em que são praticados abortos legais têm menos de 20 anos; nos Estados Unidos 40% das adolescentes grávidas recorrem ao aborto.

A gravidez em adolescentes não é um fenómeno novo. Talvez alguns factores sociais actuais permitam uma análise aproximada das suas causas: puberdade numa idade mais precoce, trivialização da sexualidade, erotismo constante nos meios de comunicação, adolescência demasiado longa, etc.

Não obstante, o problema básico pelo qual se verifica é a falta de previsão (sobretudo quanto ao uso de anticoncepcionais) e não só por inconsciência, mas fundamentalmente por desinformação e ignorância.

A adolescente grávida e posteriormente a adolescente e o adolescente pais e sua filha e filho são pessoas com alto risco, tanto médico como social.

Em Portugal, e segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, havia em 1998, 95 mães com menos de 15 anos e 7308 com idades entre os 15 e os 19.

EXISTEM MUITOS MITOS SOBRE NÃO ENGRAVIDAR

Não se engravida...
Se tomar banho a seguir ao acto sexual?
Se for a primeira vez que se tem relações sexuais?
Durante a menstruação?
Se se tiver relações sexuais em pé?
Se se retirar o pénis entes da ejaculação?
Quando não se atinge o orgasmo?

NÃO! CUIDADO!
Em qualquer destas situações podes engravidar!

Sintomas da gravidez:
Seios doridos;
Muito sono e cansaço;
Ficar sem menstruação;
Ficar enjoada.

CUIDADO! Se sentires alguns destes sintomas deves dirigir-te ao Centro de saúde.