quinta-feira, 27 de março de 2008

Funcionários agredidos na escola

Vários funcionários da EB 2,3 e Secundária de Tarouca, em Viseu, têm sido agredidos por alunos. De início, eram dois considerados apenas «os putos reguilas». Agora já são oito, escreve o jornal O Diário das Beiras. Ao longo dos últimos dois anos os casos de violência para com os funcionários têm-se sucedido na Escola Básica dos 2.º, 3.º ciclos e Secundária de Tarouca. O caso mais recente teve lugar a 14 de Março, com a agressão a acontecer na sequência de uma cena de pancadaria entre alunos. Quando a funcionária se aproximou para acabar com a zaragata foi agredida com pontapés e murros, tendo que receber assistência médica. Há dois anos, a mesma auxiliar de acção educativa já tinha sido vítima de uma «violenta» cotovelada nas costas, que lhe criou problemas de mobilidade. Ainda na mesma semana, a 13 de Março, uma outra funcionária foi agredida no recinto escolar. Neste caso, terá sido feito um ajuste de contas. Um familiar foi à escola, esperou pelos agressores e deu-lhes uns «tabefes». Um outro caso de violência nos últimos anos foi o de uma funcionária grávida que só não foi agredida porque foi protegida por uma colega.
A GNR, que no dia 14 de Março foi chamada à escola, «porque havia alunos a agredirem uma funcionária», acabou por regressar ao posto sem nada registar. Quando a patrulha chegou, já o problema estava resolvido e ninguém apresentou queixa. A justificação dada é que não vale a pena fazer nada, porque os alunos são menores, escreve o jornal. No ano passado, uma funcionária que teve que receber tratamento no Hospital de Vila Real, apresentou uma queixa na GNR, que acabou por retirar também com o argumento de que são crianças e ninguém lhes faz nada. Em 2006, a escola já aparecia referenciada, num estudo da DECO, como uma das menos seguras do país. Embora se tenham feito várias tentativas, não foi possível obter esclarecimentos junto da presidente do conselho executivo. Perante os casos que se têm sucedido, terá sido nomeado um professor para tratar dos casos de violência, entre alunos e para com os funcionários. Os dois rapazes que estarão na origem destes actos de violência são dois irmãos, um de 15 e outro de 12 anos, que nesta altura são já os líderes de um grupo que tem vindo a aumentar. Os dois irmãos residem em Mondim da Beira, onde são bem conhecidos da população. Um apartamento que estava na fase de acabamentos terá sido destruído por actos de puro vandalismo. O pai está a trabalhar no estrangeiro e a mãe, dizem, «não tem mão nos filhos». O caso está já referenciado na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Tarouca.

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