João Dias da Silva, Secretário-geral da Federação Nacional da Educação, fala sobre reavaliação do fecho de escolas
– Como comenta a reavaliação do processo de fecho de escolas com menos de 21 alunos?
– Parece-me ser positivo. Sempre criticámos este processo excessivamente centralista e uniforme para todo o País, um critério cego que não tem em linha de conta as realidades de cada concelho.
– Quais as suas expectativas?
– Esperemos que nesta reavaliação se encontrem novas soluções de proximidade com as comunidades locais, em articulação com as autarquias, representantes de associações de pais e dos professores.
– O Governo afirma que o critério decisivo na reavaliação será a qualidade do ensino prestado...
– Essa é a atitude racional. O processo deve ter por base critérios de ordem pedagógica e não economicistas de poupar a qualquer custo.
– E nos casos em que já se investiu em centros escolares?
– Há que ver caso a caso. Nos casos em que há centros escolares em construção ou já prontos para acolher alunos, com envolvimento das comunidades, não se deve parar.
– Não fechar escolas seria uma boa notícia para os professores, que manteriam o seu emprego?
– Nos processos de encerramento, genericamente, os professores têm-se mantido nas escolas de acolhimento.
– Numa altura em que se pedem sacrifícios ao País, parar o fecho de escolas não sairia caro?
– Não, porventura até se gastaria menos dinheiro em transportes e nos apoios aos alunos transferidos.
– Os mega-agrupamentos também deviam ser reavaliados?
– Sim, a fusão de escolas deve obedecer à mesma regra. Exortamos o Governo a tomar a mesma medida.
– É preciso um pacto entre PSD e PS para a Educação, para não haver estas constantes mudanças?
– Sim, é preciso encontrar soluções estáveis e de compromisso para que as mudanças de governo não alterem tudo.
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