sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Professores vão perder 700 milhões de euros em 2012, denuncia Fenprof

Em 2012 os professores do ensino básico e secundário vão receber um salário semelhante ao que ganhavam na primeira metade dos anos 90, denunciou hoje a Federação Nacional de Professores. Segundo a Fenprof, por comparação a 2010, o corte na remuneração média mensal dos cerca de 109 mil docentes totalizará perto de 710 milhões de euros.

A maior federação de sindicatos docentes chegou a estes valores depois de somar a redução directa dos vencimentos por via da redução salarial aplicada este ano à função pública, e que continuará em vigor em 2012, com o impacto na remuneração média mensal da eliminação dos subsídios de férias e de Natal.

Em comunicado de imprensa frisa que estes dois mecanismos, em conjunto, vão representar “uma redução mensal de 14,3 por cento”. Este ano os salários mensais da função pública sofreram um corte que oscilou entre os 50 e os 420 euros.

Por via do que classifica de um “roubo organizado”, a Fenprof acrescenta que os salários dos docentes passarão a ter, no próximo ano, “um valor correspondente a um índice que, em média, se traduz numa descida de três escalões na carreira”.

O grupo mais numeroso de professores encontra-se no 9.º escalão, que corresponde ao topo da carreira docente. Segundo a Fenprof, 19.152 professores estão neste escalão e cada um deles, acrescenta, perderá 9.547 euros. O segundo maior contingente está no escalão abaixo deste: 14.541 professores que, segundo os sindicatos, perderão individualmente 8.020 euros. Os cerca de seis mil que estão no início da carreira ficarão com menos 3.310 euros/ano.

Frisando que este dinheiro não será canalizado para pagar custos da educação – “prevê-se um corte de 1,5 mil milhões de euros no sector” –, saúde ou segurança social, a Fenprof conclui que “os portugueses estão a ser vítimas de um monumental roubo que lhes assalta o presente, o futuro e a vida”.

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