quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sócrates quer portugueses de volta à escola

"O país precisa de regressar à escola", exortou, em Leiria, o primeiro-ministro, garantindo que a qualificação dos portugueses é a única resposta possível à "concorrência da economia global".

"Precisamos de mais qualificações e a todos os níveis", disse o primeiro-ministo, no final da cerimónia de entrega de diplomas a 90 alunos que concluíram cursos de especialização tecnológica (CET) no Instituto Politécnico de Leiria.

"Portugal terá sucesso se apostar na inteligência, no conhecimento, na massa cinzenta, na qualificação das pessoas", sustentou José Sócrates, que elogiou os alunos que decidiram inscrever-se em CET e "regressar à escola".

"Estão a trabalhar, têm família, decidiram sacrificar o vosso tempo livre, para melhorar as qualificações", sublinhou, acrescentando que este é um "exemplo para o país seguir se quiser vencer as necessidades da qualificação".

José Sócrates recordou que, em 1999, quando foram concebidos os cursos de especialização tecnológica, o Governo "teve de enfrentar preconceitos e tabus sociais". "Para muitos na nossa sociedade, quem não fizesse o percurso direitinho, não devia poder ter direito a entrar na universidade", referiu, sublinhando mesmo que "esta oportunidade deveria ter sido dada mais cedo".

O chefe do Governo destacou que os CET "permitem um novo contacto com a universidade" e desafiou os alunos a verem "estes cursos como a antecâmara para a licenciatura".

"Em 2005, eram 294 os alunos inscritos em CET. Em 2008, são 4.811. O mais que posso concluir é que estes cursos são necessários. Se têm gente, é porque temos de apostar neles, nos cursos e nos alunos", disse José Sócrates. Para o primeiro-ministro, "toda a gente estava à espera desta resposta e a maior prova de que faziam falta é que têm sucesso".

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recordou que a estes alunos são reconhecidos os mesmos direitos em matéria de acção social escolar.

jn

Exames: diferença de resultados «injusta»


O presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato, afirma não estar surpreendido com a quebra de resultados entre a primeira e a segunda fase dos exames nacionais naquela área e considera a situação injusta para os estudantes, escreve a Lusa.

Nuno Crato reagia à informação, divulgada esta terça-feira pelo Ministério da Educação, de que todas as disciplinas de Matemática baixaram em relação à primeira fase, com as cadeiras de Matemática A e B a descerem de 12,5 para 8,9 valores e de 11,4 para 9,1 valores, respectivamente.

«A diferença de resultados entre a primeira e a segunda fase não nos espanta», afirmou, acrescentando que «a Sociedade Portuguesa de Matemática criticou o exame da primeira fase por ser demasiadamente elementar e afirmou que o da segunda fase, apesar de acessível, era de um grau de complexidade marcadamente superior».

«A nossa equipa, que inclui professores dos Ensinos Básico, Secundário e Superior, e que conta com o apoio de psicometristas e especialistas em avaliação, detectou claramente, pelos enunciados, que os exames tinham níveis de dificuldade muito distintos», reforçou Nuno Crato.

Na sua opinião, o aumento do grau de dificuldade «é extremamente injusto para os estudantes, pois alunos com níveis de conhecimento semelhantes são colocados por estes exames com classificações muito diferentes e, portanto, com possibilidades de acesso ao Ensino Superior muito díspares».

O que se passou foi «grave»

Para o docente do Departamento de Matemática do Instituto Superior de Economia e Gestão, «o Ministério não tem sabido, não tem conseguido ou não tem querido fazer exames de dificuldade semelhante que sirvam de medida fiável do conhecimento dos alunos e do estado de ensino».

«O que se passou nesta época de exames foi extremamente grave, pois registaram-se alguns dos acontecimentos mais significativos e potencialmente mais graves para a seriedade da avaliação, para a exigência do ensino e para o futuro do ensino em Portugal», classificou, dizendo esperar «que os erros sejam corrigidos».

De acordo com o Ministério da Educação, os resultados da segunda fase dos exames nacionais do secundário melhoraram face à mesma fase do ano passado mas as notas caíram significativamente quando comparadas com as provas da primeira fase deste ano.

Nesta segunda fase dos exames do secundário, participaram 118.667 alunos e a disciplina de Matemática A foi uma das que contou com mais estudantes na realização da prova, 16.572.

A classificação no exame vale 30 por cento para a nota final das disciplinas e conta entre 35 e 50 por cento para a nota de candidatura ao Ensino Superior, podendo os alunos que completaram todas as provas nesta fase candidatar-se entre quinta-feira e 7 de Agosto.

iol

Melhores alunos vão receber prémio de 500 euros


O aluno que em cada escola obtiver a melhor média de conclusão do ensino secundário vai receber um prémio de mérito de 500 euros, lançado pelo ministério da Educação (ME), que será atribuído pela primeira vez em Setembro, refere a agência Lusa.

Premiados serão também os melhores alunos dos cursos profissionais e tecnológicos, que tenham obtido a melhor classificação final, refere o ME numa nota divulgada esta terça-feira.

Com o galardão, o ME pretende «reconhecer e valorizar o mérito, a dedicação e o esforço no trabalho e desempenho escolares» dos melhores estudantes de cada escola do ensino público ou privado, bem como das escolas profissionais.

O apoio concedido é da responsabilidade das direcções regionais de educação

Nos cursos científico-humanísticos, o prémio de mérito é atribuído ao aluno que tenha obtido, relativamente a cada um dos cursos, a melhor classificação, arredondada até às décimas.

Em caso de empate, é distinguido quem tiver a melhor classificação na disciplina trienal da formação específica, funcionando como segundo critério de desempate a classificação na disciplina de português.

Para os alunos dos cursos profissionais e tecnológicos, o prémio de mérito é atribuído ao aluno que tenha obtido a melhor classificação final, sendo o primeiro critério de desempate a classificação da prova de aptidão profissional ou tecnológica e o segundo critério a nota da disciplina de português.

Os alunos premiados vão ainda receber um diploma alusivo à distinção concedida. O apoio financeiro para a atribuição dos prémios é da responsabilidade das direcções regionais de educação e pelo gabinete de gestão financeira.

iol

terça-feira, 29 de julho de 2008

Para descontrair dos concursos de docentes











































Dia 26 - Terça-Feira
19h30 - Inauguração presidida por S.Exa. o Ministro de Estado e das Finanças, Prof. Teixeira dos Santos
19h45 - CROQUETE
20h45 - Filarmónica do Crato
21h45 - PEDRO KHIMA
23h15 - VAYA CON DIOS
Dia 27 - Quarta-Feira
19h30 - AVÔ CANTIGAS
21h30 - ADELAIDE FERREIRA e Fernando Girão
23h00 - SORAYA Arnelas


Dia 28 - Quinta-Feira
19h30 - JUST GIRLS
21h00 - Fado em Sibemol
21h50 - CAMANÉ
23h15 - JORGE PALMA e Tim


Dia 29 - Sexta-Feira
19h30 - 4TASTE
21h30 - JOÃO GIL, Sara Tavares e Shout (Godspell)
23h15 - ROGER HODGSON
Fora de Horas: Bandalismo


Dia 30 - Sábado
19h30 - FM 69.0mf
21h30 - AZEITONAS, Rui Veloso, António Zambujo e Quarteto em Mim
23h00 - JAMESFora de Horas: Fiesta Blanca Enjoy the Spirit from IbizaParticipação de Miss Madrid, Barcelona, Cáceres e Girona em biquini branco + 4 bailarinas com fogo e 2 DJs

Apoio a estudantes do secundário

A Universidade de Évora lançou um sistema de apoio aos estudantes do ensino secundário durante o período de exames nacionais de acesso ao Ensino Superior, especialmente direccionado para aqueles que não têm possibilidades para ter outras ajudas complementares.

Através desta iniciativa, dezenas de professores do ensino superior e secundário disponibilizam-se para tirar dúvidas aos estudantes durante esta fase, em quase todas as disciplinas específicas.

O sistema de apoio é aberto a todos os alunos do secundário (11º e 12º anos) do país e está disponível em http://www.especificas.uevora.pt/, até 31 de Julho.

Provas de 20 estudantes desapareceram da mala do automóvel de professora

Cerca de 20 alunos da Secundária da Maia vão ter de repetir o exame de Biologia. Motivo: as provas foram furtadas do carro de uma professora. O Ministério da Educação garante que não serão prejudicados no acesso ao Ensino Superior.

A solução não agrada a pais e alunos, que já sonhavam com férias, quando foram confrontados com este imprevisto. Ontem de manhã, a insólita situação foi relatada aos encarregados de educação. O automóvel de uma professora, encarregada de corrigir cerca de 20 exames, foi assaltado, na semana passada, e uma pasta, que continha um computador portátil e as provas, desapareceu. O crime, que terá ocorrido num parque de estacionamento vigiado na cidade do Porto, foi comunicado às autoridades policiais, que ainda diligenciaram no sentido de encontrar os testes em recipientes de lixo. Em vão.

As provas em causa referem-se à 2.ª chamada do exame nacional da disciplina de Biologia e foram realizadas no passado dia 15. Os resultados deveriam ser afixados amanhã. Como as notas ainda não estavam lançadas e os testes se encontram extraviadas, a escola decidiu ordenar a repetição da prova no próximo dia 11.

Ou seja, quatro dias depois de acabar o prazo de candidatura à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, que decorre de 31 de Julho a 7 de Agosto, para os alunos que fizeram os exames nacionais na 2.ª chamada.

O Ministério da Educação garante, porém, que os interesses dos alunos serão acautelados. "Perante esta situação, que é acidental, foi encontrada uma solução que não prejudica os alunos no objectivo principal, que é a candidatura ao Ensino Superior", assegurou, ao JN, fonte do Ministério da Educação, que não esclareceu, para já, outros pormenores.

Não obstante esta garantia, os pais, obrigados a alterar planos de férias, não estão satisfeitos. E os alunos, que terão de submeter-se a nova prova, por um motivo que lhes é completamente alheio, também não.

"O meu filho contava ter 17 valores, de acordo com a correcção disponibilizada. Agora, vai ter de passar mais 15 dias a estudar e pode não correr tão bem", criticou um encarregado de educação, ouvido pelo JN.

Segundo o Ministério da Educação, este foi o único caso de extravio de exames nacionais.


HELENA NORTE

segunda-feira, 28 de julho de 2008

CARBÓPOLIS - SIMULAÇÃO NO ENSINO DE BIOLOGIA



Prémio de Mérito Ministério da Educação

A atribuir aos alunos que tenham concluído o ensino secundário, em 2007/2008, ou o venham a concluir em anos subsequentes, no âmbito dos cursos cientifico-humanisticos e dos cursos profissionais e tecnológico.

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Legislação

Publicado em Diário da República

Despacho n.º 19308/2008, D.R. n.º 139, Série II de 2008-07-21, Parte C do Ministério da Educação - Gabinete do Secretário de Estado da Educação
Distribuição do serviço docente, nas áreas curriculares disciplinares, ao nível do 2.º ciclo.

Portaria n.º 628-A/2008, D.R. n.º 140, Série I, Suplemento de 2008-07-22, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Aprova o Regulamento Geral dos Concursos Institucionais para Ingresso nos Cursos Ministrados em Estabelecimentos de Ensino Superior Privado para a Matrícula e Inscrição no Ano Lectivo de 2008-2009.

Despacho n.º 19489/2008, D.R. n.º 141, Série II de 2008-07-23, Parte C dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Educação
Aprova a rede oficial de cursos de ensino de português no estrangeiro da Europa para o ano escolar de 2008-2009. Fixa os horários a colocar a concurso a realizar pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação, bem como o total de horas de redução da componente lectiva por país de que beneficiam os docentes de apoio pedagógico.

Portaria n.º 655/2008, D.R. n.º 143, Série I de 2008-07-25 da Presidência do Conselho de Ministros
Cria o Programa CUIDA-TE e aprova o respectivo Regulamento.


Para publicação em Diário da República

Despacho dos Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Educação
Determina as percentagens máximas para atribuição das menções qualitativas de “Excelente” e de “Muito Bom”, em cada agrupamento
de escolas ou escolas não agrupadas na sequência do procedimento da avaliação de desempenho de pessoal docente.

Despacho do Secretário de Estado Adjunto e da Educação
Regula as condições de aplicação das medidas de Acção Social Escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação, a partir do ano lectivo de 2008/2009.


Informações Gerais

― Organização e gestão do currículo
O Ministério da Educação definiu os princípios orientadores a que devem obedecer a organização e a gestão do currículo, com o objectivo de colmatar quer a excessiva disciplinarização da função docente no 2.º ciclo, quer alguns constrangimentos ao nível do cumprimento dos objectivos e das finalidades que presidem à criação das áreas curriculares não disciplinares.
Para mais informações: http://www.min-edu.pt/np3/destaques

― Modernização Tecnológica das Escolas 2006/07
Esta publicação disponibiliza os principais indicadores estatísticos respeitantes à modernização tecnológica do ensino.
Para mais informações: http://www.gepe.min-edu.pt/

― Quatro museus abertos até às 23h00
Durante os meses de Verão, quatro museus nacionais de Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia, Museu Nacional do Azulejo, Museu Nacional de Arte Antiga e Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, vão estar abertos, alternadamente, às quintas-feiras, até às 23h00, com diversos eventos.
Para mais informações: http://www.ipmuseus.pt/

Testes de diagnostico para posicionamento dos alunos de Português Língua não Materna (PLNM) em grupos de nível
Em breve serão divulgados novos testes de diagnóstico de PLNM. As escolas podem desde já solicitar estes testes, ainda na versão de documento de trabalho, sob compromisso de os aplicarem e darem retorno dessa aplicação à Equipa de Português (equipadeportugues@dgidc.min-edu.pt).
Para mais informações: http://sitio.dgidc.min-edu.pt/Paginas/default.aspx

1.º Encontro de Tecnologias Interactivas Multimédia na Educação
Vai decorrer no Auditório Municipal da Câmara Municipal da Batalha, no dia 11 de Setembro de 2008.
Para mais informações: http://ww.crie.min-edu.pt/

Ciência Viva no Verão 2008
Na praia, no campo e na cidade de dia ou de noite, faça férias com a Ciência de 15 de Julho - 15 de Setembro.
Para mais informações: http://www.cienciaviva.pt/home/

Formação RBE/DGIDC
Oficinas de formação à distância / online a realizar de Setembro a Dezembro de 2008.
Para mais informações: http://www.rbe.min-edu.pt/

Concursos de Docentes – PALOP / Timor-Leste
Verbete 2008 – disponível a partir das 10:00 horas do dia 21 Julho até às 18 horas do dia 25 de Julho.
Reclamação Integrada – disponível a partir das 10:00 horas do dia 21 Julho até às 18 horas do dia 25 de Julho .
Para mais informações: http://www.dgrhe.min-edu.pt/

Rede de escolas associadas
O Conselho Científico para a avaliação de Professores pretende organizar uma rede de escolas e agrupamentos para desenvolver projectos de colaboração com o Conselho, em matéria de avaliação do desempenho docente.
Para mais informações: http://www.ccap.min-edu.pt/#Rede

Palavras Andarilhas
Encontro de aprendizes do contar de 24 a 28 de Setembro na Biblioteca Municipal de Beja.
Para mais informações: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=290&fileName=andarilhas1.pdf

Portugueses distinguidos em Olimpíadas Internacionais de Matemática
Dois estudantes portugueses do 11º ano de escolaridade conquistaram medalhas de bronze na 49.ª edição das Olimpíadas Internacionais de Matemática que decorreu em Madrid, Espanha.
Para mais informações: http://www.drealentejo.pt/

Projecto-Piloto com “Associação Empresários pela Inclusão Social”
Aos docentes dos Quadros de Zona Pedagógica do Oeste, Lisboa Ocidental, Península de Setúbal e Lezíria que se encontrem sem horário para o próximo ano lectivo.
Para mais informações: http://www.drel.min-edu.pt/noticias/projecto_piloto.pdf

Ensino: Livros preteridos a documentos digitais, diz estudo

Os livros, um dos recursos mais comuns nas bibliografias de trabalhos académicos individuais ou de grupo, têm vindo a ser preteridos aos documentos digitais, numa tendência que começa a manifestar-se cedo e chega ao ensino superior.
«Tenho alunos que não colocam um único livro na bibliografia, apenas referem páginas de Internet e, embora as escolas tenham bibliotecas, a verdade é que os alunos que lá entram vão direitinhos ao computador, para navegar», contou Rosário Antunes, professora de Português, à agência Lusa.

Com passagens pela Lousã, Portalegre, Castelo de Paiva e pela Ilha de Porto Santo, trabalha agora na Escola Secundária do Caniçal, na Madeira, estando destacada para o Estabelecimento Vilamar, no Funchal.

Rosário Antunes, de 29 anos, não é crítica das novas tecnologias, o que questiona é a forma como os estudantes as utilizam: «Os alunos recorrem à Internet porque consideram ser mais fácil do que pesquisar nos livros mas, a verdade, é que nem aí sabem seleccionar a informação».

«Uma vez vi um aluno na Net a pesquisar sobre o fenómeno 'tsunami' para a disciplina de Geografia. Qual não foi o meu espanto quando ele imprimiu o trabalho e constatei que o texto falava da marca de computadores 'Tsunami'», contou à Lusa.

«Isto mostra que ele seguiu o primeiro 'link' que lhe apareceu no motor de busca e que copiou o texto tal e qual sem sequer o ler», sublinhou a docente.

O recurso à Net em detrimento dos livros tem lugar logo no 2º ou 3º ciclos de ensino e não será alheio aos fracos hábitos de leitura nos suportes tradicionais.

«Apesar de não gostar muito de ler, ainda consulto livros e Net por igual mas vejo, pelos meus colegas, que isso já não é muito comum. Acho que, daqui para a frente, as pessoas cada vez vão recorrer menos aos livros, pois na Internet é mais rápido encontrarmos o que procuramos», declarou José Paulo Justino, de 12 anos.

«Apesar disto, nos livros os assuntos são tratados com maior profundidade e eu acredito mais no que leio nos livros do que naquilo que vejo na Internet», afirmou este aluno da Escola Básica 2/3 Professor José Buísel, em Portimão.

Um ano mais velha, Ana Rita Inácio, da Escola Básica 2/3 Engenheiro Nuno Mergulhão, também em Portimão, recorre «sobretudo à Internet», para pesquisar para os trabalhos da escola, mas ainda consulta «alguns livros».

«A maioria dos meus colegas vai buscar material quase só à Internet mas penso que os livros têm mais informação e mais correcta. Acho que nunca deixarei de consultar livros, talvez também porque gosto muito de ler, mesmo fora da escola, enquanto os meus colegas preferem a tecnologia», explicou Ana Rita Inácio.

A professora Rosário Antunes acredita que «a cultura livresca está a perder-se, o que está relacionado também com a falta de familiaridade de muitos estudantes com os livros nas suas próprias casas».

«Na minha opinião, nós também somos, em parte, culpados, pois devíamos levar mais livros para a sala de aula, para os mostrar aos alunos e estreitar a sua relação com o objecto, mas que professor tem tempo para leccionar toda a matéria e ainda fazer isso?» - questiona.

Aluna da Escola Secundária Dom Manuel Martins, em Setúbal, Beatriz Seves tem obtido melhores resultados com as consultas efectuadas em livros do que no meio digital, o que não a faz ter uma perspectiva mais optimista do futuro dos formatos tradicionais.

«Para um teste de Educação Física, procurei informações sobre lançamento do dardo e do peso na Wikipedia e noutros locais da Net, sem conseguir descobrir os dados necessários», contou à Lusa, acrescentando que «aquilo que necessitava de saber sobre voleibol e basquetebol também não estava 'online'».

Acabaria por recorrer aos livros e não foi preciso uma extensa bibliografia, «pois dois volumes da biblioteca da escola tinham lá tudo», adiantou, regozijando-se com o facto de os colegas que só haviam navegado na Net terem acabado por pedir emprestados os apontamentos que fizera com uma colega também 'bibliófila'.

«Aprendemos mais nos livros, que são melhores para seleccionarmos o que é realmente importante e colocá-lo por palavras nossas, e creio que os professores associam a consulta de livros a um esforço maior da nossa parte mas, no futuro, eles serão cada vez menos usados como fonte de pesquisa», prevê esta estudante de 12 anos.

A conquista de terreno por parte dos meios digitais face aos suportes impressos estende-se ao ensino superior, de acordo com Rogério Santos, docente na licenciatura de Comunicação Social e Cultural e no mestrado de Ciências da Comunicação na Universidade Católica Portuguesa.

Segundo este professor de 58 anos, «os estudantes fazem a pesquisa num motor de busca e seguem as duas primeiras ligações que este indica, não mais do que isso».

«Não há uma preocupação em aferir se aquelas ligações conduzem às melhores páginas sobre a matéria, o que muitas vezes não acontece porque os motores de busca não colocam as páginas por ordem de qualidade», assinalou.

E como os materiais disponíveis na Net não passam «por um filtro de qualidade», estão ali alojadas «muitas primeiras impressões e muita informação sem fundo científico», acrescentou o docente universitário.

«A Wikipédia, por exemplo, é um dos locais mais utilizados pelos alunos - mesmo pelos universitários - como fonte para os trabalhos, apesar de os verbetes serem, geralmente, escritos por pessoas sem créditos nas respectivas áreas», alertou.

As faculdades facultam acesso a bibliotecas digitais como a 'b-on' ou a 'JSTOR', «muito mais fidedignas», mas aí «é preciso pesquisar por palavra-chave, recolher vários documentos e lê-los, ou seja, a selecção equivale ao esforço de consulta numa biblioteca física, e os alunos não têm paciência», considera Rogério Santos.

Por isso, as bibliografias se vão esvaziando de referências válidas e as normas para indicar correctamente um documento consultado vão sendo esquecidas.

«Quando fazem uma 'webliografia' ou 'sitografia', isto é, uma bibliografia de documentos digitais, os alunos colocam o endereço e a data de consulta mas, por norma, não incluem o título do documento, o autor ou o ano», revelou o professor da Universidade Católica Portuguesa.

Para Rosário Antunes, a experiência é mais dramática, já que vai muito mais além do que as falhas em cumprir normas bibliográficas.

«A verdade é que a bibliografia - que muitos alunos até confundem com biografia - tem deixado de fazer parte dos trabalhos, o mesmo acontecendo com o índice. Aliás, já é uma sorte quando os estudantes colocam os números de página», desabafou.

Diário Digital / Lusa

Pomar causa demissões em Viana do Castelo

O arranque do novo ano lectivo, em Setembro, poderá estar comprometido no Agrupamento de Escolas Frei Bartolomeu dos Mártires, na cidade de Viana do Castelo, depois dos órgãos de gestão, Assembleia e Conselho Executivo, terem apresentado a demissão por discordarem da cedência que os Ministérios das Finanças e Educação fizeram do pomar da escola a uma instituição vizinha, o Lar de Santa Teresa.

Segundo informações recolhidas pelo DN, a demissão aconteceu há cerca de um mês, culminando com várias semanas de impasse e críticas internas dos órgãos da escola à decisão, tomada em 2003 pela tutela, e que agora se prepara para ser concretizada.

Em causa está a intenção do Lar de Santa Teresa, em Viana do Castelo, de ocupar 675 m2 de terreno onde funciona o "pomar" da Escola EB 2/3 Frei Bartolomeu dos Mártires - onde decorrem habitualmente actividades escolares -, apesar dos protestos de pais e professores.

Armando Soares Pereira, director da instituição, garante que apenas quer a devolução de um património que pertence ao Lar de Santa Teresa, sublinhando que a "saga" pela recuperação daquela parcela de terreno já dura há 15 anos.

Aristides Sousa, que como docente já presidiu aos órgãos executivo e deliberativo daquela escola e que actualmente é líder do CDS-PP de Viana do Castelo, considera que esta situação é "a vários níveis intolerável" e contraria as afirmações de Soares Pereira, afirmando que este terreno foi expropriado em 1978, passando para a posse da escola. Lembra que o presidente do Lar é também presidente da Assembleia Municipal de Viana do Castelo, eleito pelo Partido Socialista, e frisa que "o património público não é uma quinta do PS".

Acusações e insinuações liminarmente refutadas pela direcção do Lar de Santa Teresa, que rejeita quaisquer conotações político-partidárias. "Governo e militantes do PS com responsabilidade em órgãos de poder e de soberania são os responsáveis pela situação criada e pela perturbação que se reflectirá no arranque do ano lectivo, naquele agrupamento de escolas", afirma, por seu turno, Aristides Sousa.

A escola, que se encontra naquele local desde 1980, já recebeu um ofício da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), enviado também à Direcção-geral do Tesouro, dando conta que já se tinha pronunciado favoravelmente à pretensão do Lar de Santa Teresa de ocupar aquele terreno.


PAULO JULIÃO

domingo, 27 de julho de 2008

Mulheres negras invisibilizadas pela escola e na escola

Ao entrar em minha unidade escolar, onde desde o início do ano letivo de 2006, coordeno ´ações que possibilitem aos nossos mestres e nossos educandos conhecimento efetivo sobre a questão racial para além dos espaços consagrados ao tema tais como: 13 de maio ou 20 de novembro, abolição da escravatura ou morte de Zumbi dos Palmares. Na busca de uma construção de auto-estima positiva àqueles e àquelas que têm a sua história silenciada e que vêem na educação a possibilidade de ascensão social, chamou-me a atenção um mural, exposto a partir da produção realizada numa atividade nas aulas de leitura, cujo objetivo foi incentivar nossas jovens e nossos jovens a escreverem para o festival de poesia e arte, que vem ao longo dos últimos seis anos revelando talentos femininos e masculinos e apostando na interdisciplinaridade no fazer pedagógico daquela escola, que é pública e com uma clientela reconhecidamente das classes populares. O objetivo do mural era contribuir para que a comunidade escolar reconhecesse nossas poetas que, escrevendo sobre o cotidiano, o singular, as coisas simples, o “pouco importante”, nos estimulam a desenvolver a habilidade de reconhecer a poesia e escrever com poesia. A atividade foi desenvolvida com competência, não fosse meu olhar perguntador às imagens atribuídas ao “conhecendo nossos poetas”, título do painel. O leitor curioso deve estar a se perguntar que imagens foram estas que intrigaram e intrigam esta autora? Esta autora responde prontamente: a invisibilidade de poetas negras e poetas negros e a visibilidade somente de poetas brancos, numa sociedade reconhecidamente multiétnica e numa escola que busca em sua prática cotidiana, afirmação de todos e não negação de muitos. A constatação de que o conhecimento nem sempre leva ao reconhecimento faz-me indagar no tocante ao feminino, excluindo neste vagar o masculino por questões identitárias: sou mulher negra e professora que luta pela visibilidade de todas nós, independentemente do status. O que diferencia uma mulher de outra mulher? A cor da pele? As vivências cotidianas de luta? As buscas incessantes pela sobrevivência? Ou a vida? O que muda. Que se transforma. Ou será que as vidas das mulheres negras, que o sabem, nesta sociedade marcada pelo machismo, elitismo e racismo, são construídas nas conquistas cotidianas, nos SIM que a perda do medo de se expor se revelam? SIM, esses que valem mais do que os murais de escolas que ignoram a poesia negra em seus fazeres cotidianos? Que invisibiliza a beleza do ser mulher negra, desqualificando-nos enquanto
produtoras de saberes e fazeres? Pensar a diferença do ser mulher ou as diferenças do ser Mulher Negra é ousar visibilizar as lutas das Luiza Mahin, Nzinga, Ruth de Souza, Elisa Lucinda, Mãe Beata, Dandara, Clementina, Azoilda, para ficarmos apenas em algumas. Professoras, poetas, intelectuais, escritoras, artistas, lavadeiras, arrumadeiras, passadeiras, mães, irmãs, namoradas, esposas, rainhas e amantes, sozinhas ou acompanhadas que, em seus cotidianos construíram, constroem e reconstroem outras identidades, além das historicamente impostas e aceitas. Constroem com dignidade e poesia e merecem ser reconhecidas e conhecidas. Este é o espaço que nossas poetisas e musas de tantos poemas pode e deve ocupar nos murais de nossas escolas. Espaço este que tem na implementação da lei 10.639, que torna obrigatório nos estabelecimentos de ensino básico o ensino de História da África e da cultura afro-brasileira. Um avanço, sem dúvida, pois esta lei é fruto de uma luta histórica dos movimentos negros brasileiros, organizados.

Janete Santos Ribeiro
GRUPALFA – Campo Cotidiano. Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro

sábado, 26 de julho de 2008

A mudança subterrânea em curso

Cada governo ou cada partido ou cada ministro sabe que não pode pedir para o seu tempo médio de vida (enquanto ministro da democracia portuguesa) a possibilidade de executar mudanças sustentáveis e verificar, por resultados escolares consequentes, o alcance das suas políticas. Cada
ministro sabe que estará reformado ou morto antes de se conhecer o impacto de uma ou outra das suas decisões de política educativa.
A revisão participada do currículo, iniciada por um governo do partido socialista, foi um processo longo por ter chamado à participação efectiva todos os parceiros sociais, mais ou menos organizados e com interesses contraditórios (mutuamente exclusivos em muitos casos), e pela ambição de definir adaptações aos perfis de competências do ensino secundário a exigir adaptações nas ofertas de ensino e de organização das escolas, muito além de simples adaptações
de programas de ensino. Os responsáveis governamentais por tais decisões políticas puderam assistir ao arranque do seu programa de mudanças. A proposta original não passou completa para a acção e, mesmo já transformada em acção, veio a ser alterada por medidas avulsas dos ministros que se seguiram, sem que os documentos técnicos tivessem recebido adaptação.
Uma revisão participada, lenta, constitui uma fonte de legitimação das mudanças pela sociedade, procura um sentido social para a mudança que seja consentida pelos agentes educativos que acompanham a sua génese e evolução. Uma boa parte da formação para uma mudança por parte dos professores e outros agentes fica consolidada, ao menos como necessidade sentida, na fase preparatória. Reforma alguma se compadece de poderes que almejam principiá-las e vir a colher frutos. Em democracia, os poderosos têm contrato a termo certo. Mas incapazes de cumprir os seus nobres papéis de executantes honestos das grandes políticas de regime, os políticos de ocasião anseiam por arranhar uma eternidade de circunstância.
A actual nova ministra actua nessa revisão curricular participada, ainda não completamente transformada em acção. Grande parte dos documentos reguladores da organização de oferta educativa e dos programas de ensino mantêm-se aparentemente em vigor. Mas, ao arrepio da lei escrita, este ministério tem conseguido realizar uma clandestina revolução curricular e organizacional. Estão a ser postas em prática por via autoritária muitas medidas que não passaram nas negociações da revisão participada e sem constarem em papel timbrado. Recados e telefonemas das direcções e secretarias fizeram nascer de quase nada cursos profissionais e transformaram os, até há pouco, cursos tecnológicos de futuro em coisa nenhuma do presente. Sem qualquer ligação às empresas das suas regiões e sem quaisquer acordos protocolares, previstos em lei, as escolas públicas ganharam cursos profissionais e os estudantes que tinham pedido a sua matrícula em cursos tecnológicos acabaram matriculados em cursos profissionais com currículos diferentes, em alguns casos, mesmo com novas disciplinas em que não se inscreveram. E tudo feito sem que aos professores fossem dadas quaisquer oportunidades de formação para os programas que conheceram em Agosto e leccionaram a partir de Setembro. Estes falsos cursos profissionais têm falsos aspirantes a profissionais.
Professores impreparados para programas práticos e para avaliações subordinadas ao desempenho profissional que nem sequer está no centro das preocupações já que não há empresas de serviços, comerciais ou industriais envolvidas como ambiente, presente ou futuro, de algum desempenho. Mesmo que a razão prática nos diga haver justiça na aproximação ao trabalho, nada sobrevive em adversativa ideológica, em recusa ao trabalho e ao estudo de hoje. E nada sobrevive no ambiente de desregulação completa da profissão de professor. Profissão, sim! Mas que profissão? Com quantas ferramentas trabalha um professor? Com quais e com quantas pessoas trabalha um professor?

Arsélio Martins
Escola Secundária de José Estevão, Aveiro

Na matemática não existem diferenças entre raparigas e rapazes


O mito acabou. As raparigas e os rapazes são iguais nos resultados que têm a matemática. Um estudo publicado hoje na revista científica “Science” utilizou os resultados dos testes de matemática de mais de sete milhões de raparigas e rapazes de dez estados diferentes dos EUA. Não encontraram diferenças.

“Não existe diferença entre géneros na prática de matemática”, disse Janet Hyde, professora na Universidade de Wisconsin-Madison e líder do projecto. “Por isso, os pais e os professores devem rever as ideias que têm sobre esta matéria”, acrescentou.

Os cientistas foram calcular a média dos resultados dos testes de rapazes e raparigas e compararam entre si. O que descobriram é que a diferença entre os dois géneros era irrelevante e que em alguns estados os rapazes eram ligeiramente melhores do que as raparigas e noutros estados acontecia o inverso. No final, a comparação da média ponderada entre os géneros dava um avanço insignificante aos rapazes.

A análise teve em conta os estudantes de todos os anos até ao liceu. E também fez a comparação entre os géneros dos diferentes grupos étnicos.

Nos Estados Unidos esta discussão leva décadas. Antigamente, as áreas do liceu americano de matemática e ciência tinham mais rapazes do que raparigas. Actualmente, quase 50 por cento das raparigas fazem a disciplina de cálculo apesar de ainda haver muito menos elementos do sexo feminino a entrarem para as áreas de física e engenharia.

Uma das explicações que se dava é que apesar da média geral ser igual, haveria mais rapazes do que raparigas que seriam muito bons a matemática. Isto deveria traduzir-se numa maior variância, ou seja numa maior dispersão nos resultados dos testes para os rapazes do que para as raparigas.

Os investigadores foram à procura desta dispersão e descobriram que era pouco significativa. Por exemplo, no estado do Minnesota, no grupo de alunos caucasianos com melhores resultados, a equipa verificou que existiam dois rapazes para uma rapariga. Mas nos alunos asiáticos, as raparigas com melhores resultados estavam em número superior do que os rapazes.

Hyde e os seus colegas sugeriram que os factores sociais e culturais também influenciam o resultado dos estudantes e não as diferenças entre os géneros só por si.

A importância deste estudo é que nega as crenças culturais, “porque se a mãe ou um professor pensa que não somos bons em matemática, isso pode ter um grande impacto na forma como olhamos para a matemática”, conclui a cientista.




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AMP: Verbas do QREN financiam 1.700 novas salas de aula

A Área Metropolitana do Porto vai contar com 1.700 novas salas de aula nos próximos anos, num investimento global de 86,5 milhões de euros garantido por verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), foi hoje anunciado.

«Pela primeira vez, a Junta Metropolitana do Porto (JMP) teve um pequeno pacote de verbas do QREN para distribuir pelos municípios», revelou Rui Rio, presidente da junta, em declarações aos jornalistas.

Segundo o autarca, estão em causa 173 milhões de euros, metade dos quais serão destinados exclusivamente ao sector da educação, a distribuir por 16 municípios (os 14 que integram a área metropolitana, mais Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis que deverão aderir em breve).

«Cerca de metade desta verba vai para a educação, o que permitirá criar cerca de 1.700 novas salas de aula na Área Metropolitana do Porto«, frisou.

Na reunião de hoje, a última antes das férias, a JMP analisou três decisões tomadas pelo Ministério do Ambiente, todas relacionadas com a água, que originaram fortes críticas ao governo.

«É um disparate obrigar a que as facturas da água passem a ser mensais», afirmou o presidente da JMP, acrescentando que a decisão do ministério «é uma norma destituída de sentido».

Rui Rio recordou que «ninguém reclamou que as facturas da água passem a ser mensais» e salientou que esta medida implica um aumento dos custos para os municípios, que, no caso do Porto, «pode chegar a um milhão de euros por ano».

A JMP criticou também o «novo imposto» lançado pelo governo para pagar a recém criada Administração de Recursos Hídricos, que «implicará um acréscimo nas facturas da água entre 50 cêntimos e um euro por mês».

«O governo criou a Administração de Recursos Hídricos, que será paga pela nova taxa, mas, na prática, não é uma taxa, mas um novo imposto«, afirmou Rui Rio.

As críticas ao Ministério do Ambiente estenderam-se ainda à exigência de que os municípios paguem com retroactivos a Janeiro o aumento de 6,6 por cento no preço da água.

«Os municípios foram notificados em Maio, mas o governo pretende que paguem com retroactivos a Janeiro. Isso não faz sentido», defendeu o presidente da JMP.

Na conferência de imprensa que encerrou a reunião da junta metropolitana, Rui Rio anunciou ainda o apoio expresso da Associação Industrial do Minho e da Associação Industrial do Distrito de Aveiro ao modelo de gestão que a JMP defende para o Aeroporto Sá Carneiro.

Nesse sentido, as duas associações assinaram, juntamente com a JMP, a Associação Empresarial de Portugal e a Associação Comercial do Porto, a carta enviada a 17 de Julho ao primeiro-ministro em defesa de um modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro autónomo do futuro Aeroporto de Lisboa.







Diário Digital / Lusa

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Subsídio de férias canalizado para pagar material escolar

Com o início do ano lectivo a chegar, muitas famílias começam já a comprar o material escolar, aproveitando o facto de receberem agora o subsídio de férias que é canalizado para esta despesa, ao invés de ser utilizado em dias de descanso.

A lista que chega das escolas com o material a comprar para o ano lectivo é extensa, segundo a opinião dos pais.

Apesar da taxa máxima de IVA ter descido em Julho, os pais contactados referem que não sentiram qualquer diferença no preço que pagaram pelo material escolar. No caso dos livros, o IVA aplicado é de 5%, uma medida do Governo que visa apoiar os pais.

Além da taxa de IVA mais baixa nos livros, outra medida é a durabilidade de seis anos dos livros para permitir o seu reaproveitamento por irmãos, por exemplo.

No caso de filhos únicos, os livros podem ser entregues na «Entreajuda» que em parceria com o Clube de Livros está a promover a campanha de recolha e reciclagem de manuais escolares.

A presidente da associação defende que é preciso adoptar uma cultura de reaproveitamento, algo que já existia «e que se perdeu com o consumo exacerbado», salienta a responsável.



FC

Tribunal de Coimbra condena auxiliar educativa por maus-tratos em infantário


A juíza considerou provados crimes de maus-tratos a três menores, aplicando penas parcelares que totalizam os 44 meses de prisão, mas no cálculo do cúmulo jurídico estabeleceu 2 anos (24 meses) de prisão, suspensos por igual período, por fazer «um juízo de prognose favorável em relação ao futuro» da arguida.

Às três vítimas, que na altura tinham cerca de dois anos de idade, em função da gravidade dos maus-tratos, condenou a auxiliar a pagar 2.500, 2.000 e 1.500 euros.

A arguida, com 49 anos, encontra-se desempregada e, segundo o seu advogado, António Manuel Arnaut, terá de ser analisada com ela a forma como poderá cumprir a obrigação de entregar os seis mil euros às vítimas.

Após a sentença, o advogado disse que só tomará posição sobre uma eventual interposição de recurso após ter disponível a decisão. No entanto, disse que a sua constituinte estava ciente da condenação, em virtude de os factos se basearem em testemunhos consistentes.

O advogado, contudo, disse estranhar a forma como apareceu a prova, só quando foi aberto o processo disciplinar, na sequência das queixas de uma das mães.

No início do processo foram também constituídos arguidos os gerentes do infantário, mas acabaram por não ser pronunciados, arquivando-se a queixa contra eles.

Detentora de uma experiência de seis anos, respondendo a um anúncio publicado num jornal, a arguida foi admitira em Abril de 2004 como auxiliar, passando a acompanhar crianças de um e dois anos, cultivando uma boa imagem perante os responsáveis, mas levantando suspeitas perante as educadoras, por ser «fria, pouco afável e pouco carinhosa para com as crianças».

Além do apoio às educadoras, à arguida cabia cuidar das crianças à hora de almoço, e durante a sesta, período em que ficava sozinha com elas.

Em Julho desse ano, a mãe de uma criança de dois anos começou a observar comportamentos anormais e a notar marcas negras nas suas costas e pernas.

«O menor começou a recusar-se a mudar a fralda, a ir ao infantário de manhã e a auto-agredir-se, referindo com alguma insistência as palavra tau-tau» e o diminutivo do nome pelo qual era conhecida a auxiliar, segundo consta do processo.

O menino - acrescenta - «passou a ter um comportamento muito agressivo para com os adultos, fazendo birras constantes, batendo nas paredes, cadeiras e mesas, repetindo tau-tau insistentemente e à pergunta sobre quem batia respondia invariavelmente» o diminutivo da ex-auxiliar educativa.

Após as férias de Agosto, em que o infantário esteve encerrado, e perante a perspectiva de regresso, a criança exclama que não quer ir e «começa de novo a acordar de noite e em grande alvoroço» e «continua a aparecer com marcas nas pernas - nódoas negras» - e a responder com o diminutivo da arguida.

Outros pais de crianças aperceberam-se também de bruscas alterações comportamentais dos seus filhos e de marcas de lesões, que na altura não valoraram devidamente, entendendo-as como próprias da idade.

Perante a insistência da mãe do menino, que acaba por o mudar de infantário a conselho médico, a direcção do estabelecimento pressiona as suas funcionárias, que narram as situações presenciadas com a arguida, a que se segue a instauração de um processo disciplinar e o seu despedimento, a 20 de Outubro de 2004.

Lusa/SOL

Coimbra: pais da Escola de São Silvestre protestam contra falta de condições e transferências

Mais de duas dezenas de pais da Escola Básica do 1.º Ciclo de São Silvestre, em Coimbra, protestaram ontem à noite contra a falta de condições naquele estabelecimento de ensino e a transferência das crianças do quarto ano.

Armando Ferreira, presidente da Associação de Pais, disse que os encarregados de educação reclamam o arranjo do recreio e dos sanitários e estão contra a transferência dos alunos do quarto ano para uma sala sem condições na sede do agrupamento escolar a que pertencem.

"Os miúdos da quarta classe que estavam o ano passado nesta escola foram obrigados a ir para a sede do agrupamento, com salas pequeninas, divididas em pladur, com cadeiras que pareceriam para crianças do infantário", criticou o responsável, adiantando que a autarquia de Coimbra tinha prometido boas instalações.

Isabel Salgado, que participou no protesto, acrescenta que os alunos do quarto ano foram colocados no rés-do-chão da sede do Agrupamento de Escolas de São Silvestre, junto a uma sala de música e próximo da entrada principal e da área de recreio.

"Nós não nos importamos que eles estejam no agrupamento, queremos é que tenham condições e isso não acontece. O espaço que lhes foi atribuído está mal localizado e perturba a sua aprendizagem", sustenta aquela encarregada de educação.

Segundo Armando Ferreira, "os pais não querem lá (na sede do agrupamento) os miúdos enquanto a Câmara de Coimbra não criar as devidas condições", que prometeu numa reunião realizada no início deste mês.

"Como estamos com medo que no início do próximo ano lectivo a situação se mantenha resolvemos denunciá-la publicamente", frisou o presidente da Associação de Pais.

Numa vigília realizada ontem à noite, à porta da Escola Básica do 1.º Ciclo de São Silvestre, os pais colocaram cartazes no portão de entrada, onde se podia ler: "Estamos fartos de promessas. Queremos os nossos filhos nesta escola" ou "Deixem-nos mudar de Concelho para Cantanhede ou Montemor-o-Velho".

O presidente da Associação de Pais adiantou ainda que a Escola Básica do 1.º Ciclo possui duas salas vagas com condições para que as crianças do quarto ano ali permaneçam, enquanto não forem criadas as devidas condições na sede do agrupamento.

No entanto, Armando Ferreira considera prioritário o arranjo do recreio, onde recentemente uma menina sofreu um traumatismo craniano numa queda, e das instalações sanitárias que se encontram bastante degradadas. A criança, de oito anos, esteve internada durante duas semanas no Hospital Pediátrico de Coimbra e nos Hospitais da Universidade, onde foi alvo de uma intervenção cirúrgica a que se vai seguir outra no início de Setembro.





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Docente com filho doente impedida de concorrer

Uma docente de Aveiro que pretende ser destacada, ao abrigo da lei, para dar aulas na sua área de residência, alegando a necessidade de acompanhar o filho, a quem foi diagnos- ticado um tumor maligno há 18 meses, viu-se, até agora, impedida de concorrer, porque, segundo alega, a aplicação electrónica da Direcção- -Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE), acessível pela Internet, não permite alterar dados do relatório médico anterior para satisfazer os critérios exigidos.

O ano passado, Sara Godinho, "por desconhecimento", cometeu "o erro" de concorrer ao destacamento da zona de residência pela alínea C, que não abrange o tipo de doença do filho de três anos e foi excluída. Como continua interessada em dar aulas, embora sem abdicar de ser numa escola mais próxima de casa, pediu um novo relatório para corrigir.

Mas as tentativas feitas nesse sentido foram infrutíferas, tendo-lhe sido comunicado que "não há lugar a alteração de alíneas" no sistema, procedimento que configuraria "uma nova candidatura", o que legalmente não é possível. "Só têm de me disponibilizar novo relatório médico para eu preencher correctamente e fazer prova da situação", exigiu.

Sara Godinho, há 18 meses de baixa médica, anunciou ontem estar a ponderar, com apoio sindical, mover uma acção em tribunal. A professora de inglês de 36 anos, do quadro da zona pedagógica da Lezíria e Médio Tejo, não quer fazer novamente 300 quilómetros diariamente, como acontecia quando esteve em Ourém.

Fonte do Ministério da Educação afirma que a docente pode "pedir acesso à aplicação". Basta "alterar o que pretende, imprimir e levar ao médico para validar". Posto isso, deverá enviar por carta.
DN

Colégio de ensino especial suspeito de maus tratos

Processo. Colégio Décroly, de ensino especial, que acolhe crianças com paralisia cerebral, está a ser investigado pela PSP pela alegada prática do crime de maus tratos.

Advogado de defesa queixa--se que ainda não teve acesso ao processo e fala em interesses escondidos
O cheiro doentio que se faz sentir nas instalações do colégio Décroly, em Lisboa, que acolhe crianças e jovens com deficiência, deve-se ao facto de as fraldas serem mudadas nas salas de aula e de não existir sistema de ventilação. Já a alegada utilização de fraldas descartáveis como babete parece não ser um hábito, mas uma medida de recurso. Estes são dois pontos referidos na investigação que a Divisão de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública (PSP) levou a cabo no colégio, de acordo com um documento a que o DN teve acesso. Os proprietários acabaram por ser constituídos arguidos por suspeitas do crime de maus tratos.

Alegadamente o colégio não possuiu sistema de ventilação porque este pode ser prejudicial para alguns alunos com problemas respiratórios. Mas uma das mais graves acusações que recai sobre os proprietários do colégio diz respeito aos internamentos sucessivos de um dos alunos. Outra questão levantada pela investigação diz respeito aos métodos que os funcionários usam para imobilizar os alunos durante as suas crises.

Há cerca de dois meses, o estabelecimento de ensino foi alvo de uma mega operação de fiscalização. "Estiveram no colégio a ASAE, PJ, PSP, Segurança Social, um procurador e o delegado de saúde. Até as crianças ficaram assustadas", refere o advogado dos proprietários, Vasconcelos Salgado. Ao que o DN conseguiu apurar, a acção foi movida após terem sido registadas várias denúncias relativas ao funcionamento do estabelecimento.

Aparentemente, a operação descobriu que os medicamentos se encontram ao alcance de todos, em armários com as portas abertas. Enquanto as casas de banho não têm sabonete, nem papel higiénico de forma a evitar que as crianças os arremessem aos colegas e funcionários.

As acusações dizem respeito a factos como a violação das regras elementares de acolhimento de pessoas deficientes, que provocam lesões físicas, défices nutricionais, exposição dos utentes a ambientes muito frios no Inverno e muito quentes no Verão, falta de higiene e ausência de actividades lúdicas e pedagógicas que promovam o desenvolvimento das capacidades dos alunos. Estes são alguns dos factos imputados ao três proprietários do colégio.

Os alunos são colocados no colégio pela Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL). A instituição acolhe actualmente cerca de 160 alunos, 70 dos quais em regime de internato. Os alunos dos 6 aos 18 anos, estão incluídos na valência de escolaridade obrigatória e são tutelados pelos Ministério da Educação. Enquanto os utentes dos 19 aos 24 anos são apoiados pela Segurança Social. De acordo com fonte da Segurança Social, estes jovens recebem um Subsídio Mensal Vitalício no valor de 171,78 euros, ao qual acresce um subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial, pago aos jovens e não ao colégio.

O Ministério da Educação disse ao DN que a Inspecção-geral da Educação se "deslocou muito recentemente" ao colégio Décroly a fim de verificar se as condições exigidas para o seu funcionamento estão a ser cumpridas. "O Ministério paga os miúdos que lá estão em idade escolar 492,02 euros", acrescentou ainda a mesma fonte da tutela.










dn