O presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato, afirma não estar surpreendido com a quebra de resultados entre a primeira e a segunda fase dos exames nacionais naquela área e considera a situação injusta para os estudantes, escreve a Lusa.
Nuno Crato reagia à informação, divulgada esta terça-feira pelo Ministério da Educação, de que todas as disciplinas de Matemática baixaram em relação à primeira fase, com as cadeiras de Matemática A e B a descerem de 12,5 para 8,9 valores e de 11,4 para 9,1 valores, respectivamente.
«A diferença de resultados entre a primeira e a segunda fase não nos espanta», afirmou, acrescentando que «a Sociedade Portuguesa de Matemática criticou o exame da primeira fase por ser demasiadamente elementar e afirmou que o da segunda fase, apesar de acessível, era de um grau de complexidade marcadamente superior».
«A nossa equipa, que inclui professores dos Ensinos Básico, Secundário e Superior, e que conta com o apoio de psicometristas e especialistas em avaliação, detectou claramente, pelos enunciados, que os exames tinham níveis de dificuldade muito distintos», reforçou Nuno Crato.
Na sua opinião, o aumento do grau de dificuldade «é extremamente injusto para os estudantes, pois alunos com níveis de conhecimento semelhantes são colocados por estes exames com classificações muito diferentes e, portanto, com possibilidades de acesso ao Ensino Superior muito díspares».
O que se passou foi «grave»
Para o docente do Departamento de Matemática do Instituto Superior de Economia e Gestão, «o Ministério não tem sabido, não tem conseguido ou não tem querido fazer exames de dificuldade semelhante que sirvam de medida fiável do conhecimento dos alunos e do estado de ensino».
«O que se passou nesta época de exames foi extremamente grave, pois registaram-se alguns dos acontecimentos mais significativos e potencialmente mais graves para a seriedade da avaliação, para a exigência do ensino e para o futuro do ensino em Portugal», classificou, dizendo esperar «que os erros sejam corrigidos».
De acordo com o Ministério da Educação, os resultados da segunda fase dos exames nacionais do secundário melhoraram face à mesma fase do ano passado mas as notas caíram significativamente quando comparadas com as provas da primeira fase deste ano.
Nesta segunda fase dos exames do secundário, participaram 118.667 alunos e a disciplina de Matemática A foi uma das que contou com mais estudantes na realização da prova, 16.572.
A classificação no exame vale 30 por cento para a nota final das disciplinas e conta entre 35 e 50 por cento para a nota de candidatura ao Ensino Superior, podendo os alunos que completaram todas as provas nesta fase candidatar-se entre quinta-feira e 7 de Agosto.
iol
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