A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada pelo Renascimento e pelo Humanismo. Nesse período de transição, a redescoberta de textos da Antiguidade contribuiu para que o interesse filosófico saísse dos estudos técnicos de lógica, metafísica e teologia e se voltasse para estudos ecléticos nas áreas da filologia, da moralidade e do misticismo.
Os estudos dos clássicos e das letras receberam uma ênfase inédita e desenvolveram-se de modo independente da escolástica tradicional. A produção e disseminação do conhecimento e das artes deixam de ser uma exclusividade das universidades e dos académicos profissionais, e isso contribui para que a filosofia vá aos poucos se desenvencilhando da teologia.
Em lugar de Deus e da religião, o conceito de homem assume o centro das ocupações artísticas, literárias e filosóficas. O renascimento revigorou a concepção da natureza como um todo orgânico, sujeito à compreensão e influência humanas. De uma forma ou de outra, essa concepção está presente nos trabalhos de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno, Bernardino Telesio e Galileu Galilei.
Essa reinterpretação da natureza é acompanhada, em muitos casos, de um intenso interesse por magia, hermetismo e astrologia – considerados então como instrumentos de compreensão e manipulação da natureza. À medida que a autoridade eclesial cedia lugar à autoridade secular e que o foco dos interesses voltava-se para a política em detrimento da religião, as rivalidades entre os Estados nacionais e as crises internas demandavam não apenas soluções práticas emergenciais, mas também uma profunda reflexão sobre questões pertinentes à filosofia política.
Desse modo, a filosofia política, que por vários séculos esteve dormente, recebeu um novo impulso durante o Renascimento. Nessa área, destacam-se as obras de Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.
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