quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Conteúdo - Autismo - Quando a criança não abraça


Quando um bebé ou uma criança não abraça, não estabelece contacto visual ou não responde a demonstrações afectivas ou ao tacto, os seus pais devem preocupar-se. Esta falta de resposta pode estar acompanhada de inabilidade para comunicar-se e de uma incapacidade para estabelecer algum tipo de relação social.
Muitas crianças não demonstram a preferência que teriam por seus pais em relação a outros adultos e não desenvolvem amizade com outras crianças. A capacidade para falar e comunicar-se com outros é muito pobre e, em certas ocasiões, não existe.
Estas crianças não utilizam as habilidades verbais e não verbais - expressões faciais ou gestos -como veículo de comunicação nas relações interpessoais.
Quando uma criança apresenta estes sintomas, um dos diagnósticos que o psicólogo irá considerar será o de autismo infantil.

A criança autista não desenvolve relações normais com os objectos que a rodeiam. Demonstra relações extremas para com os objectos, que tanto podem ser uma total falta de interesse, como pelo contrário, uma preocupação de forma obsessiva com eles. Por exemplo, uma criança autista, cuja cama foi trocada de lugar no seu quarto, pode reagir com espanto, através de choro ou gritos. Objectos que se movem ou giram, como o ventilador, podem fasciná-lo. A criança pode formar um vínculo pouco comum com certos objectos inanimados, como uma corda, uma tira de borracha ou um braço solto de um boneco.

Outra característica do autismo infantil é a tendência de levar a cabo actividades repetidas e de alcance limitado. Pode-se ver a criança dar voltas ou efectuar movimentos rítmicos do corpo como dar palmadas ou movimentar circularmente as mãos. As crianças autistas que apresentam um nível de funcionamento mais avançado, podem repetir quase que automaticamente, os anúncios comerciais que vêem na televisão ou também executar rituais complexos na hora de deitar-se.

Aqueles pais que suspeitam de autismo nos seus filhos, devem pedir ao seu médico de família ou pediatra que lhes indiquem um psiquiatra infantil. Este profissional pode diagnosticar com maior certeza o autismo, determinar seu grau de severidade e, além disto, recomendar um tratamento adequado.

A criança autista pode ter um problema sério e incapacitante, de carácter permanente. Sem dúvida, com tratamento e treino apropriados, algumas crianças podem desenvolver certas destrezas que lhes permitam obter um maior grau de independência nas suas vidas.
Os pais devem estimular e apoiar a criança no desenvolvimento dessas destrezas, principalmente naquelas que ela use as suas habilidades, de maneira que possa sentir-se melhor consigo mesma.

É necessário procurar ajuda profissional para tratamento e acompanhamento do autista e dos seus familiares. Além de trabalhar com a criança autista, o profissional pode ajudar a família a resolver situações de tensão, como por exemplo, o sentimento que têm os irmãos de que estão a ser abandonados e de que os seus pais preferem a criança autista, ou ainda, por sentirem-se envergonhados para trazer amigos a sua casa.

O profissional pode ajudar os pais que apresentem problemas emocionais surgidos como resultado do convívio com o filho autista. Também pode ajudá-los a providenciar um melhor ambiente em que seja possível oferecer todo o cuidado carinhoso e estímulos necessários para o autista obter uma melhor aprendizagem.

Sintomas e sinais da conduta de um autista: 
-Dificuldade de relacionamento com outras crianças.
-Riso inapropriado - aquele risinho constante, como se os à sua volta estivessem a fazer qualquer coisa engraçada, ou gargalhadas tipo "arrasa-quarteirão", sem nenhum estímulo, em reacção desproporcional ou inadequada
-Pouco ou nenhum contacto visual.
-Aparente insensibilidade à dor.
-Preferência pela solidão, modos arredios.
-Rotação de objectos.
-Inapropriada fixação em objectos - apalpando-os insistentementemente, mordendo e mantendo-os junto ao corpo.
-Perceptível hiperatividade ou extrema inactividade.
-Ausência de resposta aos métodos normais de ensino.
-Insistência em repetição.
-Resistência à mudança de rotina.
-Não aparentam real medo do perigo, sem a consciência de situações que envolvam perigo.
-Procedimentos com poses bizarras - fixar objectos ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar os alicerces de uma determina maneira.
-Ecolalia - repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal.
-Recusa colo ou afagos.
-Age como se estivesse surdo.
-Dificuldade em expressar necessidades, costuma gesticular e apontar em lugar de usar palavras.
-Acessos de raiva, demonstra extrema aflição sem razão aparente.
-Irregular habilidade motora. Pode não conseguir chutar uma bola, mas pode arrumar peças em blocos.

Fonte: CPLagoa, Rio de Janeiro

Sem comentários: