A morte do rei D. João VI em 1826 desencadeou uma disputa sobre a sucessão real entre constitucionalistas e absolutistas. O herdeiro imediato era D. Pedro, então Imperador do Brasil e constitucionalista convicto. Seguia-se Miguel I, um tradicionalista que fora expulso do reino após tentar dois golpes absolutistas - a Vilafrancada e a Abrilada. Chamado pela regência, D. Pedro foi por três meses rei de Portugal como Pedro IV. Mas, pressionado pela recusa dos brasileiros à união dos dois reinos e pelos Miguelistas, abdicou pouco depois para a sua filha Maria da Glória então com sete anos.
Como parte do acordo de sucessão, em abril de 1826 D. Pedro criou uma Carta constitucional que revia a Constituição de 1822 para conciliar absolutistas e liberais, permitindo que ambas as facções obtivessem postos no governo. Retornou ao Brasil, deixando o trono a D. Maria da Glória e a regência a seu irmão D. Miguel até que esta atingisse a idade necessária para se casarem.
D. Miguel regressou a Portugal para jurar a Carta Constitucional portuguesa de 1826 e exercer a regência. Mas um mês depois convocou cortes tradicionais, com nobreza, clero e homens livres. Aí foi coroado como rei D. Miguel I, anulando a Constituição e depondo a monarquia constitucional de D. Maria. Seguiram-se seis anos de guerra civil com intervenções militares estrangeiras. Tomando o partido dos liberais, Pedro IV abdicou do trono brasileiro para o seu filho Pedro II do Brasil e selou uma aliança internacional para derrotar seu irmão em Portugal. As derrotas sucessivas de Miguel forçaram-no a desistir da luta na Convenção de Évora Monte, e permitir a restauração da monarquia constitucional e do trono de Maria II.
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