Desde há algum tempo que algumas pessoas, ligadas à candidatura da ‘ex-lista A’ aos órgãos sociais da CONFAP, e apostadas no divisionismo do movimento associativo de pais, vêm produzindo afirmações falsas e caluniosas atentatórias do bom nome da CONFAP, sendo a mais grave a afirmação de pretensas “irregularidades eleitorais” na CONFAP, quando todas as decisões dos tribunais são unânimes em considerar legítimo todo o processo que conduziu à anulação da assembleia geral e eleitoral de 25 de Fevereiro de 2007 e à marcação de novo processo eleitoral.
A legalidade dos actos ocorridos na CONFAP é agora, uma vez mais, confirmada por sentença do juiz da 15.ª Vara Civil Liquidatária da Comarca de Lisboa (em anexo), na acção intentada pelo mandatário da ex-lista A (Federações de Lisboa, Leiria, Viseu) contra a CONFAP, que pretendia a declaração de ilegalidade da decisão do presidente da mesa da Assembleia Geral (PMAG) ter considerado irregular a candidatura da ‘ex-lista A’ e marcado nova assembleia geral eleitoral.
Na sentença pode ler-se que as decisões do PMAG, de anular as assembleias-gerais ordinária e eleitoral e marcar a realização de nova assembleia, «não padece de nenhuma ilegalidade». Acrescenta-se que «não existe qualquer ilegalidade» quanto à não aceitação da ‘lista A’.
Assim, é sentença que «inexiste decisão que deva ser objecto de anulação, pelo que a acção deverá ser julgada improcedente».
Quanto às decisões judiciais das outras quatro acções intentadas contra a CONFAP, todas consideradas improcedentes, podem ser consultadas através dos link’s:
Decisão Judicial à Providência Cautelar interposta pelas Federações Regionais de Viseu, Guarda, Lisboa, Leiria e Beja, quanto à anulação da AG Eleitoral de 25 de Fevereiro de 2007, devido a irregularidade na Lista A, considerando improcedente a Providência Cautelar, não dando razão aos queixosos.
Decisão Judicial do Tribunal da Relação sobre o Recurso da Decisão de Improcedência à Providência Cautelar anterior, confirmando a decisão da primeira instância, não dando razão, uma vez mais, aos queixosos.
Decisão Judicial à Providência Cautelar de suspensão das deliberações da Assembleia Geral Extraordinária da Confap de 16 de Junho, interposta pela Federação Regional de Viseu e Associação de Pais da Escola EB 2/3 Inês de Castro (Coimbra). Esta decisão considera improcedente a Providência Cautelar, validando todas as decisões tomadas pela Assembleia, acusando as requerentes de má fé processual, não 'vislumbrando qualquer interesse relevante a acautelar ou prejuízo a prevenir'
Sentença Judicial à Acção de Processo Ordinário intentado pela Federação Regional de Viseu e Associação de Pais da Escola EB 2/3 Inês de Castro (Coimbra) pretendendo a ilicitude das deliberações da Assembleia Geral Extraordinária da Confap de 16 de Junho. Segue a argumentação já aduzida no procedimento cautelar, validando todas as decisões do Presidente da Mesa da Assembleia e da própria Assembleia, considerando a argumentação das requerentes, inaceitável num ponto, e noutro, violando os princípios mais básicos da transparência e democraticidade. Decisão final de Improcedente por não provada.
A CONFAP, contudo, ao mesmo tempo que não deixa de lamentar a atitude desonesta, caluniadora e divisionista de um grupo minoritário, sem rumo nem futuro, recorda que nunca fechou as portas, quer ao diálogo sério e construtivo, quer à participação colectiva e democrática em todos os seus órgãos, no respeito pela pluralidade e sensibilidade de opiniões existente no movimento associativo de pais.
A CONFAP, com os seus 30 anos de história, orgulha-se de ser uma organização plural, autónoma, independente, onde cabem e convivem democraticamente todas as sensibilidades de milhares de dirigentes associativos, onde os superiores interesses da educação dos nossos filhos estão acima de divergências pontuais ou interesses mesquinhos corporativos.
- Mantenhamo-nos Unidos, Fortes e Firmes em torno da nossa Confederação Nacional - a CONFAP, reforçando os laços que unem as associações de pais de todo o país.
- Mantenhamos o Movimento Associativo de Pais exclusivamente ligado aos seus interesses e não a outros!
- Mantenhamos a heterogeneidade de que sempre foi apanágio e que lhe deu a sua riqueza e força!
- Não embarquemos em aventuras e projectos pessoais hipotecando o futuro deste movimento!
sábado, 3 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Despedido por atar aluno
Um professor do ensino primário que leccionava na Escola do 1.º Ciclo de Alcains, em Castelo Branco, foi despedido por ter amarrado, com fita-cola, um aluno de seis anos aos tubos do aquecimento central do edifício escolar.
O caso ocorreu na segunda semana de Abril mas só agora foi denunciado pela mãe da criança, 'para alertar a sociedade' para aquilo 'que ainda vai acontecendo nas nossas escolas'. O episódio verificou-se durante uma aula de Educação Visual e Tecnológica.
Segundo conta a progenitora, o filho estava a fazer um trabalho com plasticina quando a deixou cair para o chão. 'Quando a foi apanhar caiu ao chão e o professor não terá gostado da sua atitude. Depois colocou-o de frente para a parede, meteu-lhe o nariz entre dois tubos e amarrou-o com fita-cola', descreve Maria José Barata, salientando que o filho é hipertenso e que naquela aula 'se sentiu humilhado perante os colegas da escola'.
A progenitora adianta que naquele dia sentiu que o filho 'teve um comportamento estranho'. Acabou, no entanto, por lhe contar tudo 'após muita insistência'. No dia seguinte, Maria José Barata foi 'pedir satisfações' ao professor, ao que ele lhe disse 'que tudo não tinha passado de uma brincadeira'. 'Uma brincadeira de mau gosto', respondeu-lhe.
Após 'uma longa reflexão' a mãe da criança decidiu participar do professor ao Agrupamento de Escolas José Sanches, de Alcains, para que 'casos como este não fiquem por esclarecer'.
Adirecçãodoagrupamento abriu um inquérito 'para apurar em que circunstâncias' se verificou o episódio e comunicou-o à Direcção Regional de Educação do Centro. Após ouvir o docente, que não fazia parte do quadro da escola, o agrupamento rescindiu o seu contrato e demitiu-o de funções.
O professor do ensino primário, com cerca de 30 anos, tinha sido contratado pela Câmara de Castelo Branco para substituir uma colega que se encontrava em licença de parto. Agora ficou desempregado.
A mãe do aluno elogia a forma como o Agrupamento de Escolas José Sanches 'resolveu o caso'. Mas lamenta o 'triste acontecimento', até porque o filho 'ficou sem vontade nenhuma de ir para a escola. Foi muito mau aquilo que o professor fez', conclui Maria José Barata.
O caso ocorreu na segunda semana de Abril mas só agora foi denunciado pela mãe da criança, 'para alertar a sociedade' para aquilo 'que ainda vai acontecendo nas nossas escolas'. O episódio verificou-se durante uma aula de Educação Visual e Tecnológica.
Segundo conta a progenitora, o filho estava a fazer um trabalho com plasticina quando a deixou cair para o chão. 'Quando a foi apanhar caiu ao chão e o professor não terá gostado da sua atitude. Depois colocou-o de frente para a parede, meteu-lhe o nariz entre dois tubos e amarrou-o com fita-cola', descreve Maria José Barata, salientando que o filho é hipertenso e que naquela aula 'se sentiu humilhado perante os colegas da escola'.
A progenitora adianta que naquele dia sentiu que o filho 'teve um comportamento estranho'. Acabou, no entanto, por lhe contar tudo 'após muita insistência'. No dia seguinte, Maria José Barata foi 'pedir satisfações' ao professor, ao que ele lhe disse 'que tudo não tinha passado de uma brincadeira'. 'Uma brincadeira de mau gosto', respondeu-lhe.
Após 'uma longa reflexão' a mãe da criança decidiu participar do professor ao Agrupamento de Escolas José Sanches, de Alcains, para que 'casos como este não fiquem por esclarecer'.
Adirecçãodoagrupamento abriu um inquérito 'para apurar em que circunstâncias' se verificou o episódio e comunicou-o à Direcção Regional de Educação do Centro. Após ouvir o docente, que não fazia parte do quadro da escola, o agrupamento rescindiu o seu contrato e demitiu-o de funções.
O professor do ensino primário, com cerca de 30 anos, tinha sido contratado pela Câmara de Castelo Branco para substituir uma colega que se encontrava em licença de parto. Agora ficou desempregado.
A mãe do aluno elogia a forma como o Agrupamento de Escolas José Sanches 'resolveu o caso'. Mas lamenta o 'triste acontecimento', até porque o filho 'ficou sem vontade nenhuma de ir para a escola. Foi muito mau aquilo que o professor fez', conclui Maria José Barata.
Pais agridem professora
Um rapaz de 11 anos distraía-se com o colega do lado e a professora chamou-o à atenção. Só à segunda vez pegou na caderneta do aluno e, "de forma simbólica, tocou-lhe ligeiramente na cabeça", apurou a PSP junto de quatro colegas. O pai do aluno passava junto à Escola Básica Arquitecto Ribeiro Telles, no Bairro da Boavista, em Lisboa, e, depois de avisado, irrompeu pela sala de aula. A professora foi insultada de "filha da p..." e "vaca" e logo atingida por um dossiê em cheio junto à cabeça na tarde de 4 de Abril.
‘Maria’ (nome fictício), de 35 anos, 'entrou em pânico' com a agressividade do pai do aluno – a quem ainda tentou explicar com calma e 'exemplificar o gesto inofensivo' – e saiu disparada pelo corredor 'a pedir socorro'. Aí cruzou-se com a mãe do aluno de 11 anos, que a 'agarrou num ombro e lhe deu uns abanões', descreveu ao CM a subcomissária Jesuína Correia, da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa. Valeu à vítima a intervenção do director da escola, que separou as mulheres, sendo logo chamada uma equipa da Escola Segura da PSP.
A mãe do aluno, de 24 anos, correu à esquadra mais próxima a apresentar queixa contra a professora, por uma suposta agressão ao filho. Mas as conclusões da PSP são outras: 'Foi feito um balanço de toda a situação e concluímos que não houve qualquer agressão da professora ao aluno. Existiu, sim, uma chamada de atenção que se enquadra no dever de correcção e é socialmente aceite.' O gesto simbólico na cabeça do aluno 'foi com um documento idêntico a um boletim de vacinas. Só tem sete a oito folhas...'
Quanto aos pais do rapaz, a situação é diferente. Em apenas 19 dias, com uma rapidez recorde em Portugal, a PSP concluiu a investigação, remeteu-a para o Departamento de Investigação e Acção Penal e, a 23 de Abril, já tinha saído o despacho de acusação do Ministério Público (MP) contra o casal agressor.
Ele, de 30 anos, responde por injúrias e ofensa à integridade física qualificada; a mulher por ofensa à integridade física qualificada. Arriscam, cada um, até quatro anos de cadeia. 'A rapidez de investigação, em articulação com o MP, enquadra-se na Lei de Política Criminal. A violência contra professores foi definida como uma das prioridades.'
Conclusões da PSP e MP, ouvidos a vítima, agressores e quatro entre cerca de vinte alunos do 3.º ano do 1.º Ciclo da escola, além de um relatório do Hospital de Santa Maria, onde a docente foi assistida: o aluno manteve-se sentado junto à janela depois do gesto da professora e, ao ver passar a irmã no corredor, mandou-a ir chamar o pai. Este entrou pela sala, interrompendo a aula, e insultou a docente. Esta exemplificou o gesto com a caderneta e foi atingida entre a cabeça e o ombro 'com um dossiê carregado de manual escolar e livros'. À porta da sala estava a mãe.
‘Maria’ (nome fictício), de 35 anos, 'entrou em pânico' com a agressividade do pai do aluno – a quem ainda tentou explicar com calma e 'exemplificar o gesto inofensivo' – e saiu disparada pelo corredor 'a pedir socorro'. Aí cruzou-se com a mãe do aluno de 11 anos, que a 'agarrou num ombro e lhe deu uns abanões', descreveu ao CM a subcomissária Jesuína Correia, da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa. Valeu à vítima a intervenção do director da escola, que separou as mulheres, sendo logo chamada uma equipa da Escola Segura da PSP.
A mãe do aluno, de 24 anos, correu à esquadra mais próxima a apresentar queixa contra a professora, por uma suposta agressão ao filho. Mas as conclusões da PSP são outras: 'Foi feito um balanço de toda a situação e concluímos que não houve qualquer agressão da professora ao aluno. Existiu, sim, uma chamada de atenção que se enquadra no dever de correcção e é socialmente aceite.' O gesto simbólico na cabeça do aluno 'foi com um documento idêntico a um boletim de vacinas. Só tem sete a oito folhas...'
Quanto aos pais do rapaz, a situação é diferente. Em apenas 19 dias, com uma rapidez recorde em Portugal, a PSP concluiu a investigação, remeteu-a para o Departamento de Investigação e Acção Penal e, a 23 de Abril, já tinha saído o despacho de acusação do Ministério Público (MP) contra o casal agressor.
Ele, de 30 anos, responde por injúrias e ofensa à integridade física qualificada; a mulher por ofensa à integridade física qualificada. Arriscam, cada um, até quatro anos de cadeia. 'A rapidez de investigação, em articulação com o MP, enquadra-se na Lei de Política Criminal. A violência contra professores foi definida como uma das prioridades.'
Conclusões da PSP e MP, ouvidos a vítima, agressores e quatro entre cerca de vinte alunos do 3.º ano do 1.º Ciclo da escola, além de um relatório do Hospital de Santa Maria, onde a docente foi assistida: o aluno manteve-se sentado junto à janela depois do gesto da professora e, ao ver passar a irmã no corredor, mandou-a ir chamar o pai. Este entrou pela sala, interrompendo a aula, e insultou a docente. Esta exemplificou o gesto com a caderneta e foi atingida entre a cabeça e o ombro 'com um dossiê carregado de manual escolar e livros'. À porta da sala estava a mãe.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Plano de Acção para a Matemática envolve 395 mil alunos e 78 mil professores
As estatísticas apuradas pelo Ministério da Educação (ME) indicam que, no seu segundo ano de existência, o Plano de Acção para a Matemática (PAM) envolve 395 mil alunos e 77 584 professores, dos quais 9036 são docentes de Matemática, e mobiliza um investimento de 2,6 milhões de euros.
As escolas têm sido dotadas de diversos recursos, nomeadamente créditos horários (10 087 horas), equipamentos que chegam a ser de 1628 quadros interactivos, 365 projectores de vídeo e 428 computadores de secretária, além de software e livros.
O balanço do segundo ano da execução do PAM mostra também o envolvimento de milhares de professores dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário em programas de formação contínua em Matemática, em articulação com instituições de ensino superior.
Por seu turno, o Gabinete de Avaliação Educacional já disponibilizou no seu sítio (http://www.gave.min-edu.pt/ ) 1000 itens para o exame de 9.º ano e sugestões de trabalho, de forma a proporcionar uma maior familiaridade dos professores e dos alunos com o tipo de exercícios propostos.
Entre outras medidas estão a avaliação dos manuais, o reajustamento dos programas, as novas condições de acesso à docência, a definição de tempos mínimos de leccionação, a publicação de brochuras de apoio científico e pedagógico para os professores, a disponibilização de um portal de recursos educativos ou ainda, para além das medidas divulgadas aquando da apresentação do PAM, em 2006, a novidade dos testes intermédios e das provas de aferição universais nos 4.º e 6.º anos.
Para mais informações, consultar:
Plano de Acção para a Matemática - Execução - Abril 2008
As escolas têm sido dotadas de diversos recursos, nomeadamente créditos horários (10 087 horas), equipamentos que chegam a ser de 1628 quadros interactivos, 365 projectores de vídeo e 428 computadores de secretária, além de software e livros.
O balanço do segundo ano da execução do PAM mostra também o envolvimento de milhares de professores dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário em programas de formação contínua em Matemática, em articulação com instituições de ensino superior.
Por seu turno, o Gabinete de Avaliação Educacional já disponibilizou no seu sítio (http://www.gave.min-edu.pt/ ) 1000 itens para o exame de 9.º ano e sugestões de trabalho, de forma a proporcionar uma maior familiaridade dos professores e dos alunos com o tipo de exercícios propostos.
Entre outras medidas estão a avaliação dos manuais, o reajustamento dos programas, as novas condições de acesso à docência, a definição de tempos mínimos de leccionação, a publicação de brochuras de apoio científico e pedagógico para os professores, a disponibilização de um portal de recursos educativos ou ainda, para além das medidas divulgadas aquando da apresentação do PAM, em 2006, a novidade dos testes intermédios e das provas de aferição universais nos 4.º e 6.º anos.
Para mais informações, consultar:
Plano de Acção para a Matemática - Execução - Abril 2008
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Professores de música e dança com acesso à carreira docente
A partir do próximo ano lectivo os professores de música e dança vão ter oportunidade de aceder à carreira tal como os docentes das outras áreas, o que não acontecia até agora.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que referiu que o diploma já foi aprovado pelo Ministério da Educação.
Actualmente cada escola é responsável por recrutar estes professores, por exemplo, através de anúncios.
Valter Lemos acompanhou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que foi hoje ouvida na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, na Assembleia da República, sobre a reforma do ensino artístico especializado.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que referiu que o diploma já foi aprovado pelo Ministério da Educação.
Actualmente cada escola é responsável por recrutar estes professores, por exemplo, através de anúncios.
Valter Lemos acompanhou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que foi hoje ouvida na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, na Assembleia da República, sobre a reforma do ensino artístico especializado.
743 milhões em chumbos
A retenção e desistência de alunos do Ensino Básico e Secundário custa mais de dois milhões de euros por dia aos portugueses.
O Ministério da Educação (ME) não tem estimativas do custo financeiro que representa ‘chumbar’ os alunos, mas, cruzando os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Gabinete de Estatística do ME, chega-se a um total de 743 milhões de euros anuais. Isto porque, segundo o relatório ‘Education at a Glance 2007’, da OCDE, cada aluno do Ensino Não Superior custa, em Portugal, cinco mil euros ao ano. Segundo o ME, em 2006/2007 estavam matriculados no ensino público 1 168 307 alunos: 950 473 no Básico e 217 834 no Secundário.
A taxa de retenção/desistência no Básico foi de dez por cento (95 047 casos), enquanto no Secundário foi de 24,6 por cento (53 587 alunos). Feitas as contas, os 148 634 estudantes do 2.º ao 12.º anos que ficaram retidos ou abandonaram a escola custaram mais de 743 milhões de euros aos bolsos dos portugueses, sem quaisquer resultados.
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse ontem que 'o custo [dos chumbos] é sempre insignificante em relação ao custo social de ter pessoas sem qualificação no mundo do trabalho'. Na apresentação da Conferência Internacional Sobre o Ensino da Matemática (ver caixa), considerou o chumbo de alunos um 'mecanismo retrógrado e antigo', defendendo a sua substituição. 'Facilitismo é chumbar, rigor e exigência é trabalhar', defendeu.
Para justificar o seu discurso antichumbos escolares, Maria de Lurdes Rodrigues deu um exemplo: 'Por cada chumbo, o aluno, no ano seguinte, custa o dobro. Se um aluno custar três mil euros por ano e não passar, significa que, para terminar esse ano escolar, já vai custar o dobro dos outros. Se chegar ao 9.º ano com três repetências, custou três vezes mais do que os restantes. É mais compensador investir no aluno logo que haja uma negativa', explicou. Partindo do exemplo do Plano de Acção para a Matemática, onde o mais positivo foi a 'adesão e entusiasmo de escolas e professores na vontade de melhorar os resultados', a governante frisou que os problemas quotidianos 'são resolvidos ao nível da escola e não ao nível da sala de aula', visto que 'os alunos chegam ao professor com um passado, um histórico, e não é o professor sozinho que tem de resolver'.
Segundo os últimos dados do Gabinete de Estatística do ME, a taxa de retenção/desistência baixou nos últimos anos lectivos. Em 2005/06, era de 10,6 por cento no Básico e 30,6 por cento no Secundário. Ainda assim, no ano lectivo de 2006/07, mais de um terço dos estudantes do 12.º ano não concluiu o ano com sucesso, enquanto um quinto dos alunos que frequentavam o 9.º ano não obteve aprovação.
MAIS MATEMÁTICA POR DEZ ANOS
Não quer louvores, mas espera que os netos possam usufruir do Plano de Acção para a Matemática. Maria de Lurdes Rodrigues acredita que a iniciativa 'deve manter-se por dez anos', de modo a abranger todos os alunos do sistema. 'Tem de haver resultados todos os anos. Deve haver exigência, mas também paciência, porque a situação não é fácil, mas não é impossível', considerou a ministra. Até agora, o Plano de Acção para a Matemática envolveu 395 mil alunos e 9036 professores de Matemática. A 7 e 8 de Maio realiza-se a Conferência Internacional sobre o Ensino da Matemática, em Lisboa, com a participação de vários peritos estrangeiros e onde mais de cem escolas vão apresentar posters com boas práticas no combate ao insucesso na disciplina.
MEDIA SMART EM 1168 ESCOLAS
Quase uma em cada cinco escolas do Ensino Básico conta já com o Media Smart, programa de ensino de publicidade, dois meses depois de o módulo ter sido introduzido. O primeiro módulo está a ser ensinado em 1101 escolas públicas e 67 privadas. De acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes, os pedidos para os dossiês pedagógicos Media Smart abrangem a totalidade do território nacional, destacando-se os distritos do Porto, com 135 pedidos, Lisboa (112 pedidos), Aveiro (104) e Viseu (93). O programa Media Smart destina-se a desenvolver as competências das crianças para interpretar mensagens publicitárias, sendo constituído por três módulos que abordam diferentes vertentes: Introdução à Publicidade, Publicidade Dirigida a Crianças e Publicidade Não Comercial. A iniciativa da APAN e do Ministério da Educação visa dotar os alunos de ferramentas que lhes permitam compreender e interpretar a publicidade, para poderem 'fazer escolhas mais conscientes'
O Ministério da Educação (ME) não tem estimativas do custo financeiro que representa ‘chumbar’ os alunos, mas, cruzando os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Gabinete de Estatística do ME, chega-se a um total de 743 milhões de euros anuais. Isto porque, segundo o relatório ‘Education at a Glance 2007’, da OCDE, cada aluno do Ensino Não Superior custa, em Portugal, cinco mil euros ao ano. Segundo o ME, em 2006/2007 estavam matriculados no ensino público 1 168 307 alunos: 950 473 no Básico e 217 834 no Secundário.
A taxa de retenção/desistência no Básico foi de dez por cento (95 047 casos), enquanto no Secundário foi de 24,6 por cento (53 587 alunos). Feitas as contas, os 148 634 estudantes do 2.º ao 12.º anos que ficaram retidos ou abandonaram a escola custaram mais de 743 milhões de euros aos bolsos dos portugueses, sem quaisquer resultados.
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse ontem que 'o custo [dos chumbos] é sempre insignificante em relação ao custo social de ter pessoas sem qualificação no mundo do trabalho'. Na apresentação da Conferência Internacional Sobre o Ensino da Matemática (ver caixa), considerou o chumbo de alunos um 'mecanismo retrógrado e antigo', defendendo a sua substituição. 'Facilitismo é chumbar, rigor e exigência é trabalhar', defendeu.
Para justificar o seu discurso antichumbos escolares, Maria de Lurdes Rodrigues deu um exemplo: 'Por cada chumbo, o aluno, no ano seguinte, custa o dobro. Se um aluno custar três mil euros por ano e não passar, significa que, para terminar esse ano escolar, já vai custar o dobro dos outros. Se chegar ao 9.º ano com três repetências, custou três vezes mais do que os restantes. É mais compensador investir no aluno logo que haja uma negativa', explicou. Partindo do exemplo do Plano de Acção para a Matemática, onde o mais positivo foi a 'adesão e entusiasmo de escolas e professores na vontade de melhorar os resultados', a governante frisou que os problemas quotidianos 'são resolvidos ao nível da escola e não ao nível da sala de aula', visto que 'os alunos chegam ao professor com um passado, um histórico, e não é o professor sozinho que tem de resolver'.
Segundo os últimos dados do Gabinete de Estatística do ME, a taxa de retenção/desistência baixou nos últimos anos lectivos. Em 2005/06, era de 10,6 por cento no Básico e 30,6 por cento no Secundário. Ainda assim, no ano lectivo de 2006/07, mais de um terço dos estudantes do 12.º ano não concluiu o ano com sucesso, enquanto um quinto dos alunos que frequentavam o 9.º ano não obteve aprovação.
MAIS MATEMÁTICA POR DEZ ANOS
Não quer louvores, mas espera que os netos possam usufruir do Plano de Acção para a Matemática. Maria de Lurdes Rodrigues acredita que a iniciativa 'deve manter-se por dez anos', de modo a abranger todos os alunos do sistema. 'Tem de haver resultados todos os anos. Deve haver exigência, mas também paciência, porque a situação não é fácil, mas não é impossível', considerou a ministra. Até agora, o Plano de Acção para a Matemática envolveu 395 mil alunos e 9036 professores de Matemática. A 7 e 8 de Maio realiza-se a Conferência Internacional sobre o Ensino da Matemática, em Lisboa, com a participação de vários peritos estrangeiros e onde mais de cem escolas vão apresentar posters com boas práticas no combate ao insucesso na disciplina.
MEDIA SMART EM 1168 ESCOLAS
Quase uma em cada cinco escolas do Ensino Básico conta já com o Media Smart, programa de ensino de publicidade, dois meses depois de o módulo ter sido introduzido. O primeiro módulo está a ser ensinado em 1101 escolas públicas e 67 privadas. De acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes, os pedidos para os dossiês pedagógicos Media Smart abrangem a totalidade do território nacional, destacando-se os distritos do Porto, com 135 pedidos, Lisboa (112 pedidos), Aveiro (104) e Viseu (93). O programa Media Smart destina-se a desenvolver as competências das crianças para interpretar mensagens publicitárias, sendo constituído por três módulos que abordam diferentes vertentes: Introdução à Publicidade, Publicidade Dirigida a Crianças e Publicidade Não Comercial. A iniciativa da APAN e do Ministério da Educação visa dotar os alunos de ferramentas que lhes permitam compreender e interpretar a publicidade, para poderem 'fazer escolhas mais conscientes'
Professores com oito dias para formação
Os docentes do ensino pré-escolar, básico e secundário podem pedir até 8 dias úteis de dispensa, por ano escolar, para fazer formação, de acordo com uma portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República.
O diploma que regulamenta o regime jurídico da formação contínua de professores, alterado no âmbito do Estatuto da Carreira Docente (ECD), refere que “as dispensas podem ser concedidas até ao limite de cinco dias úteis seguidos ou oito interpolados por ano escolar”.
A legislação anterior previa o direito a oito dias úteis seguidos ou interpolados, sendo que agora os prazos definidos equivalem a uma reorganização dos períodos destinados à formação.
O novo diploma estabelece como excepções aos novos prazos acordados, as dispensas ao serviço, concedidas aos docentes para deslocações ao estrangeiro, para participar em acções do programa comunitário “A aprendizagem ao longo da vida 2007-2013”, bem como bolsas do Conselho da Europa ou eventos educativos organizados pela OCDE e UNESCO, desde que tenham duração superior e sejam asseguradas as aulas do docente envolvido nestes projectos.
De igual modo, esta portaria prevê também, a participação em congressos, conferências, seminários, cursos ou acções de formação. Neste sentido as dispensas serão concedidas sempre que o conteúdo das actividades de formação seja relacionado com as áreas curriculares leccionadas ou com as necessidades de funcionamento das escolas.
As dispensas para formação devem ser solicitadas com pelo menos 5 dias úteis de antecedência
O diploma que regulamenta o regime jurídico da formação contínua de professores, alterado no âmbito do Estatuto da Carreira Docente (ECD), refere que “as dispensas podem ser concedidas até ao limite de cinco dias úteis seguidos ou oito interpolados por ano escolar”.
A legislação anterior previa o direito a oito dias úteis seguidos ou interpolados, sendo que agora os prazos definidos equivalem a uma reorganização dos períodos destinados à formação.
O novo diploma estabelece como excepções aos novos prazos acordados, as dispensas ao serviço, concedidas aos docentes para deslocações ao estrangeiro, para participar em acções do programa comunitário “A aprendizagem ao longo da vida 2007-2013”, bem como bolsas do Conselho da Europa ou eventos educativos organizados pela OCDE e UNESCO, desde que tenham duração superior e sejam asseguradas as aulas do docente envolvido nestes projectos.
De igual modo, esta portaria prevê também, a participação em congressos, conferências, seminários, cursos ou acções de formação. Neste sentido as dispensas serão concedidas sempre que o conteúdo das actividades de formação seja relacionado com as áreas curriculares leccionadas ou com as necessidades de funcionamento das escolas.
As dispensas para formação devem ser solicitadas com pelo menos 5 dias úteis de antecedência
Aluno expulso após agressão a auxiliar
Um aluno de 16 anos, do 8.º ano do curso de Educação e Formação na Escola 3.º Ciclo e Secundária Ruy Luís Gomes, no Laranjeiro, agrediu na passada quarta-feira, com um murro na cara, uma cozinheira após esta o alertar para comportamentos impróprios, como jogar à bola e gritar no bar da escola.
Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.
Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.
Depois de, num primeiro momento, dizer que a sanção disciplinar é do "foro interno da escola" – a menos que implique expulsão e transferência, como será o caso –, o director regional de Educação, José Leitão, recusou ontem prestar mais esclarecimentos. O Conselho Executivo da escola já remetera qualquer informação para a DirecçãoRegional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL).
Pelocontrário,alunos (um dos quais testemunha ocular da agressão), auxiliares e professores confirmaram a agressão e explicaram como foi.
TESTEMUNHA
Umdosalunos que viu a cena relatou-aaoCM, sobanonimato, por recear represálias:"Estávamosnobar, uns a jogar à bola, outros a batucar.Elachamoua atenção por causa do barulho, e o ‘Eta’ [alcunha do agressor] não gostou e deu-lhe um murro."
A mesma versão, acrescida de um outro pormenor, como"linguagemimprópria", foi a contada ao CM por uma auxiliar da escola, que ali exerce funções há cerca de dez anos. "Ela pediu tento na língua e o rapaz deu-lhe um murro."
A auxiliar pediuanonimatotantoparasiquanto para a vítima,garantindo que"osalunosgostamimenso dela" e lamentando que "os políticos só se lembram dos professores".
Certo é o apreço de alguns alunos pela vítima, havendo quemperguntasseoseu nome para logo comentar: "Ah foi essa!? Tchii! Mas ela é bué de fixe e bué de baril."
AGREDIDO COM TACO NO PORTO
Um aluno da Escola Infante D. Henrique, no Porto, foi ontem agredido na cabeça com um taco de basebol por rapazes que não foram identificados como alunos do mesmo estabelecimento. A agressão ocorreu por volta da hora do almoço, junto à porta do local de ensino e apenas uma funcionária terá visto parte dos factos e socorrido o jovem ferido. Ao que tudo indica, na origem deste incidente terá estado uma rixa por motivos ainda desconhecidos. A vítima teve de receber tratamento médico mas os ferimentos não são graves
Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.
Na sequência da agressão, ao que o CM apurou junto de professores e auxiliares, o aluno foi expulso da escola e terá de ser transferido. A funcionária agredida, chefe de cozinha da Eurest, apresentou queixa na esquadra da PSP do Laranjeiro.
Depois de, num primeiro momento, dizer que a sanção disciplinar é do "foro interno da escola" – a menos que implique expulsão e transferência, como será o caso –, o director regional de Educação, José Leitão, recusou ontem prestar mais esclarecimentos. O Conselho Executivo da escola já remetera qualquer informação para a DirecçãoRegional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL).
Pelocontrário,alunos (um dos quais testemunha ocular da agressão), auxiliares e professores confirmaram a agressão e explicaram como foi.
TESTEMUNHA
Umdosalunos que viu a cena relatou-aaoCM, sobanonimato, por recear represálias:"Estávamosnobar, uns a jogar à bola, outros a batucar.Elachamoua atenção por causa do barulho, e o ‘Eta’ [alcunha do agressor] não gostou e deu-lhe um murro."
A mesma versão, acrescida de um outro pormenor, como"linguagemimprópria", foi a contada ao CM por uma auxiliar da escola, que ali exerce funções há cerca de dez anos. "Ela pediu tento na língua e o rapaz deu-lhe um murro."
A auxiliar pediuanonimatotantoparasiquanto para a vítima,garantindo que"osalunosgostamimenso dela" e lamentando que "os políticos só se lembram dos professores".
Certo é o apreço de alguns alunos pela vítima, havendo quemperguntasseoseu nome para logo comentar: "Ah foi essa!? Tchii! Mas ela é bué de fixe e bué de baril."
AGREDIDO COM TACO NO PORTO
Um aluno da Escola Infante D. Henrique, no Porto, foi ontem agredido na cabeça com um taco de basebol por rapazes que não foram identificados como alunos do mesmo estabelecimento. A agressão ocorreu por volta da hora do almoço, junto à porta do local de ensino e apenas uma funcionária terá visto parte dos factos e socorrido o jovem ferido. Ao que tudo indica, na origem deste incidente terá estado uma rixa por motivos ainda desconhecidos. A vítima teve de receber tratamento médico mas os ferimentos não são graves
terça-feira, 29 de abril de 2008
Professores afastam greve até final do ano
Os sindicatos de professores garantem que não vão recorrer à greve para se manifestarem contra as politicas educativas do Governo de José Socrates, assegurando desta forma a tranquilidade necessária para a recta final do ano lectivo 2007/2008.
Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, explicou ontem à noite, junto à sede do Ministério da Educação, em Lisboa, na terceira segunda-feira de protesto, que as acções de luta a serem levadas a cabo até ao final do ano são as que emanaram da Marcha da Indignação, na qual marcaram presença mais de 100 mil professores.
"Chegámos a uma situação de acordo para que o ano lectivo terminasse em tranquilidade. Isto não significa que mudámos de opinião em relação às politicas da senhora ministra, que são péssimas e que continuamos a achar que são péssimas", afirmou Mário Nogueira, garantindo a inexistência de uma greve até ao final deste ano lectivo: "Se existir uma greve geral da função pública, claro que os professores irão participar. Mas greve contra as medidas educativas do Governo não iremos fazer."
Na manifestação de ontem à noite, alimentada a frango e bifanas, com banda sonora de Sérgio Godinho, cerca de 150 professores voltaram a lembrar o problema das gestão das escolas, com cartazes a exigirem mais democracia. Em causa, como explicou Mário Nogueira, está a figura do ‘senhor director’ como entidade que irá decidir o rumo dos estabelecimentos de ensino, contra o modelo actual dos conselhos executivos.
"Esta questão da gestão escolar deveria colocar na rua mais de 150 mil professores. Não aceitamos o regresso do ‘senhor director’. O modelo de gestão que querem aplicar põe em causa a autonomia das próprias escolas", sublinhou Mário Nogueira, apelando à mobilização de todos os intevenientes: "Seria positivo que as escolas não facilitassem este modelo de gestão não democrático."
UM PROCESSO ATRIBULADO
Ministra
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu ontem, em entrevista ao Rádio Clube Português, que José Sócrates e Carvalho da Silva participaram no processo negocial com os sindicatos dos professores sobre a avaliação.
Aprovado
OConselho de Ministros já aprovou o Decreto Regulamentar que define o regime transitório de avaliação de desempenho dos professores até ao ano escolar de 2008/2009. Odiploma deve ser publicado em Diário da República esta semana.
Contratados
Oregime simplificado clarifica, entre outras situações, a avaliação dos docentes contratados por menos de quatro meses, dos coordenadores de departamento curricular e dos membros das direcções executivas, no 1º ciclo de avaliação.
Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, explicou ontem à noite, junto à sede do Ministério da Educação, em Lisboa, na terceira segunda-feira de protesto, que as acções de luta a serem levadas a cabo até ao final do ano são as que emanaram da Marcha da Indignação, na qual marcaram presença mais de 100 mil professores.
"Chegámos a uma situação de acordo para que o ano lectivo terminasse em tranquilidade. Isto não significa que mudámos de opinião em relação às politicas da senhora ministra, que são péssimas e que continuamos a achar que são péssimas", afirmou Mário Nogueira, garantindo a inexistência de uma greve até ao final deste ano lectivo: "Se existir uma greve geral da função pública, claro que os professores irão participar. Mas greve contra as medidas educativas do Governo não iremos fazer."
Na manifestação de ontem à noite, alimentada a frango e bifanas, com banda sonora de Sérgio Godinho, cerca de 150 professores voltaram a lembrar o problema das gestão das escolas, com cartazes a exigirem mais democracia. Em causa, como explicou Mário Nogueira, está a figura do ‘senhor director’ como entidade que irá decidir o rumo dos estabelecimentos de ensino, contra o modelo actual dos conselhos executivos.
"Esta questão da gestão escolar deveria colocar na rua mais de 150 mil professores. Não aceitamos o regresso do ‘senhor director’. O modelo de gestão que querem aplicar põe em causa a autonomia das próprias escolas", sublinhou Mário Nogueira, apelando à mobilização de todos os intevenientes: "Seria positivo que as escolas não facilitassem este modelo de gestão não democrático."
UM PROCESSO ATRIBULADO
Ministra
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu ontem, em entrevista ao Rádio Clube Português, que José Sócrates e Carvalho da Silva participaram no processo negocial com os sindicatos dos professores sobre a avaliação.
Aprovado
OConselho de Ministros já aprovou o Decreto Regulamentar que define o regime transitório de avaliação de desempenho dos professores até ao ano escolar de 2008/2009. Odiploma deve ser publicado em Diário da República esta semana.
Contratados
Oregime simplificado clarifica, entre outras situações, a avaliação dos docentes contratados por menos de quatro meses, dos coordenadores de departamento curricular e dos membros das direcções executivas, no 1º ciclo de avaliação.
Ministra garante mais 10 mil horas de matemática
No final do segundo ano do Plano de Acção para a Matemática, Maria de Lurdes Rodrigues diz estar «optimista» em relação aos resultados do programa e explica que «os chumbos são um mecanismo retrógrado e antigo» com elevados custos financeiros para o Estado
Nove milhões de euros, mais de 10 mil horas de trabalho para a Matemática, cerca de 400 mil alunos e mais de 70 mil professores envolvidos. São os números com que se fazem as contas do Plano de Acção para a Matemática, iniciado em 2005.
Quase no final do segundo de três anos lectivos consagrados à iniciativa que visa tirar Portugal dos últimos lugares nos rankings europeus de Matemática, a ministra da Educação faz um balanço positivo.
«Estou optimista. Acho que os resultados só podem melhorar», garante Maria de Lurdes Rodrigues que encontra a fórmula para o sucesso numa adição: «Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades a não ser estudando mais, fazendo mais».
«A situação não é fácil, mas não é impossível», assegura a ministra, sublinhando «a adesão e o entusiasmo extraordinário das escolas e dos professores» ao projecto.
Maria de Lurdes Rodrigues explica que o papel do Ministério da Educação neste plano passou essencialmente por «dar os meios às escolas», que acabaram por desenvolver as suas próprias estratégias para conseguir melhores resultados nesta disciplina.
O reforço das equipas, o apoio de peritos e um maior número de recursos tecnológicos – como quadros interactivos, projectores de vídeo e computadores – foram alguns dos pedidos que chegaram à sede do Ministério na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.
O Ministério aumentou ainda a oferta de formação contínua para professores de Matemática, definiu um número mínimo de horas consagradas à disciplina no 1.º ciclo do Básico e reforçou os créditos relativos à Matemática na formação de base dos docentes do Básico.
MISNITRA CONSIDERA CHUMBOS «MECANISMO RETRÓGRADO»
Apostada na criação de «um modelo de escola inclusiva», a ministra considera que «os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo» e pretende alterar o cenário actual em que cerca de 20% dos alunos do 9.º ano ficam retidos.
«Precisamos de substituir os chumbos por mais trabalho», explica Maria de Lurdes Rodrigues, que recorda que «o aluno não chumba no último dia de aulas, começa a chumbar no primeiro teste de Outubro».
É por isso que a ministra defende a necessidade de identificar as dificuldades logo no início do ano lectivo e de encontrar estratégias para as combater: «Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».
E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».
A governante frisa ainda os custos financeiros das reprovações: «Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000». E o impacto aumenta nas situações de abandono escolar: «É um investimento não recuperável».
Ainda assim, para a ministra, este é «um custo insignificante face ao custo social de ter no mercado de trabalho jovens com competências deficientes».
Nove milhões de euros, mais de 10 mil horas de trabalho para a Matemática, cerca de 400 mil alunos e mais de 70 mil professores envolvidos. São os números com que se fazem as contas do Plano de Acção para a Matemática, iniciado em 2005.
Quase no final do segundo de três anos lectivos consagrados à iniciativa que visa tirar Portugal dos últimos lugares nos rankings europeus de Matemática, a ministra da Educação faz um balanço positivo.
«Estou optimista. Acho que os resultados só podem melhorar», garante Maria de Lurdes Rodrigues que encontra a fórmula para o sucesso numa adição: «Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades a não ser estudando mais, fazendo mais».
«A situação não é fácil, mas não é impossível», assegura a ministra, sublinhando «a adesão e o entusiasmo extraordinário das escolas e dos professores» ao projecto.
Maria de Lurdes Rodrigues explica que o papel do Ministério da Educação neste plano passou essencialmente por «dar os meios às escolas», que acabaram por desenvolver as suas próprias estratégias para conseguir melhores resultados nesta disciplina.
O reforço das equipas, o apoio de peritos e um maior número de recursos tecnológicos – como quadros interactivos, projectores de vídeo e computadores – foram alguns dos pedidos que chegaram à sede do Ministério na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.
O Ministério aumentou ainda a oferta de formação contínua para professores de Matemática, definiu um número mínimo de horas consagradas à disciplina no 1.º ciclo do Básico e reforçou os créditos relativos à Matemática na formação de base dos docentes do Básico.
MISNITRA CONSIDERA CHUMBOS «MECANISMO RETRÓGRADO»
Apostada na criação de «um modelo de escola inclusiva», a ministra considera que «os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo» e pretende alterar o cenário actual em que cerca de 20% dos alunos do 9.º ano ficam retidos.
«Precisamos de substituir os chumbos por mais trabalho», explica Maria de Lurdes Rodrigues, que recorda que «o aluno não chumba no último dia de aulas, começa a chumbar no primeiro teste de Outubro».
É por isso que a ministra defende a necessidade de identificar as dificuldades logo no início do ano lectivo e de encontrar estratégias para as combater: «Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».
E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».
A governante frisa ainda os custos financeiros das reprovações: «Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000». E o impacto aumenta nas situações de abandono escolar: «É um investimento não recuperável».
Ainda assim, para a ministra, este é «um custo insignificante face ao custo social de ter no mercado de trabalho jovens com competências deficientes».
Especialistas debatem em Lisboa insucesso de alunos na Matemática
Vários especialistas internacionais vêm a Lisboa na próxima semana, a convite do Governo, para analisar as dificuldades que os alunos portugueses sentem na Matemática e fazer um balanço das estratégias adoptadas para ultrapassar o insucesso na disciplina. Os peritos de quatro países - Brasil, EUA, Holanda e Reino Unido - estarão numa conferência, a 08 e 09 de Maio, para apresentar as suas perspectivas e para contar as experiências dos seus países.
Na mesma conferência também serão expostas experiências de escolas portuguesas que adoptaram estratégias de combate ao insucesso da matemática. "A conferência procura criar um momento de balanço, de avaliação deste conjunto de medidas e também um momento introspectivo para avaliar que outras medidas será preciso lançar para vencer este desafio", disse hoje a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, numa conferência de imprensa para apresentar o evento.
"São peritos que tem experiência ou na formação de professores ou no desenvolvimento curricular ou em planos de intervenção para a melhoria dos resultados em diferentes países e que vêm dar o seu testemunho", salientou.
O Governo lançou em 2005 o Plano de Acção para a Matemática estabelecendo, segundo a ministra da Educação, uma série de medidas "para dotar as escolas de meios e recursos para poderem desenvolver as estratégias de diversificação dos instrumentos de ensino, a diversidade de estratégias pedagógicas que as escolas precisam de desenvolver para a recuperação dos alunos". As estratégias de acção para melhorar os resultados dos alunos a matemática são definidas pelas próprias escolas de acordo com as "dificuldades diversificadas" que identificaram.
Dificuldades só se ultrapassam com mais recursos e estudo
"Acredito que mais recursos se traduzem em mais trabalho. Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades de aprendizagem e a dificuldade de ensino sem ser fazendo mais, estudando mais, trabalhando mais", disse a ministra, salientando que "aquilo que as experiências internacionais mostram é que a diversidade de recursos e a diversidade de estratégias é o elemento decisivo no aumento dos resultados".
O Plano de Acção para a Matemática tem uma dotação de nove milhões de euros para apoios directos às escolas durante os três anos do programa. O plano envolve ainda mais de 10 mil horas lectivas adicionais de tempo de trabalho para a matemática em cerca de mil escolas, abrangendo 395 mil alunos por ano, mais de nove mil professores de matemática e mais de 68.500 docentes de outras áreas.
Uma das primeiras dificuldades identificadas com o ensino da matemática foi a débil preparação dos professores, de forma que estão neste momento a receber formação contínua nesta matéria cinco mil docentes do primeiro ciclo e ainda 1700 professores do segundo ciclo e 1500 no terceiro ciclo. Desde 2005/06 já receberam formação 12 mil professores do primeiro ciclo.
Na mesma conferência também serão expostas experiências de escolas portuguesas que adoptaram estratégias de combate ao insucesso da matemática. "A conferência procura criar um momento de balanço, de avaliação deste conjunto de medidas e também um momento introspectivo para avaliar que outras medidas será preciso lançar para vencer este desafio", disse hoje a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, numa conferência de imprensa para apresentar o evento.
"São peritos que tem experiência ou na formação de professores ou no desenvolvimento curricular ou em planos de intervenção para a melhoria dos resultados em diferentes países e que vêm dar o seu testemunho", salientou.
O Governo lançou em 2005 o Plano de Acção para a Matemática estabelecendo, segundo a ministra da Educação, uma série de medidas "para dotar as escolas de meios e recursos para poderem desenvolver as estratégias de diversificação dos instrumentos de ensino, a diversidade de estratégias pedagógicas que as escolas precisam de desenvolver para a recuperação dos alunos". As estratégias de acção para melhorar os resultados dos alunos a matemática são definidas pelas próprias escolas de acordo com as "dificuldades diversificadas" que identificaram.
Dificuldades só se ultrapassam com mais recursos e estudo
"Acredito que mais recursos se traduzem em mais trabalho. Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades de aprendizagem e a dificuldade de ensino sem ser fazendo mais, estudando mais, trabalhando mais", disse a ministra, salientando que "aquilo que as experiências internacionais mostram é que a diversidade de recursos e a diversidade de estratégias é o elemento decisivo no aumento dos resultados".
O Plano de Acção para a Matemática tem uma dotação de nove milhões de euros para apoios directos às escolas durante os três anos do programa. O plano envolve ainda mais de 10 mil horas lectivas adicionais de tempo de trabalho para a matemática em cerca de mil escolas, abrangendo 395 mil alunos por ano, mais de nove mil professores de matemática e mais de 68.500 docentes de outras áreas.
Uma das primeiras dificuldades identificadas com o ensino da matemática foi a débil preparação dos professores, de forma que estão neste momento a receber formação contínua nesta matéria cinco mil docentes do primeiro ciclo e ainda 1700 professores do segundo ciclo e 1500 no terceiro ciclo. Desde 2005/06 já receberam formação 12 mil professores do primeiro ciclo.
Uma em cada cinco escolas do ensino básico já ensina programa de publicidade
Quase uma em cada cinco escolas do ensino básico conta já com o programa de ensino de publicidade, o Media Smart, dois meses depois de o módulo ter sido introduzido, anunciou hoje a associação de anunciantes.
Segundo a entidade, o primeiro módulo do Media Smart está a ser ensinado em 1101 escolas públicas e 67 privadas, sendo que, no total, existem em Portugal cerca de 6500 escolas dos primeiros e segundo ciclo. O número de escolas a ensinar o programa aumentou mais sete vezes em relação a meio de Março, já que cerca de duas semanas depois de ter começado a ser introduzido nas escolas, o Media Smart contava com 125 adesões.
De acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), os pedidos para os dossiers pedagógicos Media Smart abrangem a totalidade do território nacional, destacando-se os distritos do Porto, com 135 pedidos, Lisboa, com 112, Aveiro, com 104 e Viseu, com 93.
O programa Media Smart destina-se a desenvolver as competências das crianças para interpretar mensagens publicitárias, sendo constituído por três módulos que abordam diferentes vertentes da publicidade - introdução à publicidade, publicidade dirigida a crianças e publicidade não comercial. O programa arrancou oficialmente no dia 21 de Fevereiro, numa iniciativa da APAN e do Ministério da Educação, e visa dotar os alunos do 1.º e 2.º Ciclos de ferramentas que lhes permitam compreender e interpretar a publicidade, com o objectivo de "fazer escolhas mais conscientes".
O Programa Media Smart é utilizado como ferramenta de ensino em mais de 68 mil escolas na Europa, tendo Portugal sido o primeiro país do sul da Europa a adoptá-lo. Actualmente funciona em vários países europeus como o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a Finlândia, a Suécia e a Hungria, tendo sido recentemente lançado em Portugal e na Itália e estando em avaliação em França, Irlanda e Islândia.
Segundo a entidade, o primeiro módulo do Media Smart está a ser ensinado em 1101 escolas públicas e 67 privadas, sendo que, no total, existem em Portugal cerca de 6500 escolas dos primeiros e segundo ciclo. O número de escolas a ensinar o programa aumentou mais sete vezes em relação a meio de Março, já que cerca de duas semanas depois de ter começado a ser introduzido nas escolas, o Media Smart contava com 125 adesões.
De acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), os pedidos para os dossiers pedagógicos Media Smart abrangem a totalidade do território nacional, destacando-se os distritos do Porto, com 135 pedidos, Lisboa, com 112, Aveiro, com 104 e Viseu, com 93.
O programa Media Smart destina-se a desenvolver as competências das crianças para interpretar mensagens publicitárias, sendo constituído por três módulos que abordam diferentes vertentes da publicidade - introdução à publicidade, publicidade dirigida a crianças e publicidade não comercial. O programa arrancou oficialmente no dia 21 de Fevereiro, numa iniciativa da APAN e do Ministério da Educação, e visa dotar os alunos do 1.º e 2.º Ciclos de ferramentas que lhes permitam compreender e interpretar a publicidade, com o objectivo de "fazer escolhas mais conscientes".
O Programa Media Smart é utilizado como ferramenta de ensino em mais de 68 mil escolas na Europa, tendo Portugal sido o primeiro país do sul da Europa a adoptá-lo. Actualmente funciona em vários países europeus como o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a Finlândia, a Suécia e a Hungria, tendo sido recentemente lançado em Portugal e na Itália e estando em avaliação em França, Irlanda e Islândia.
Mais de cem professores da Grande Lisboa protestaram contra avaliação e carreira docente
Mais de uma centena de professores da Grande Lisboa protestaram ontem em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, contra o estatuto da carreira docente, a avaliação e o novo modelo de gestão das escolas.
Depois de uma curta refeição ao ar livre, os manifestantes concentraram-se na Avenida 5 de Outubro, empunhando bandeirinhas pretas em que se lia "A ministra chumbou! Mudam de políticas. Mudam a escola" e posicionaram-se atrás de gradeamentos com faixas com palavras de ordem como "Professores em protesto contra as políticas educativas do Ministério da Educação".
Do outro lado da "barricada", dois agentes da PSP "guardavam" as instalações do Ministério da Educação.
A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP-In, insere-se na iniciativa "segundas-feiras de protesto", que já se realizou no Norte e Centro do País e tem previstas acções na próxima semana no Alentejo.
O protesto em Lisboa, que contou com o apoio do presidente da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, ocorreu quatro dias depois de o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros o novo decreto-regulamentar sobre a avaliação de desempenho docente, que consagra o entendimento assinado entre o Ministério da Educação e os sindicatos de professores.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, justificou a manifestação na Avenida 5 de Outubro com "questões de fundo" que continuam por resolver, como o estatuto da carreira docente, os modelos de avaliação docente e gestão da escola e a carga horária lectiva "excessiva".
António Avelãs considera "absurda" a divisão de "professores titulares" e "não titulares", defendendo que as "funções de avaliação e coordenação pedagógica", atribuídas aos titulares, devem ser estendidas "a todos os professores".
Os docentes rejeitam no novo modelo de gestão da escola a possibilidade de ser o director do estabelecimento de ensino (figura a criar) a nomear coordenadores e os membros do Conselho Pedagógico, órgão a que presidirá e que define os critérios de avaliação, constituição de turmas e regulamento interno da escola, entre outras matérias.
"O Conselho Pedagógico passa a ser a voz do director. O director responde pelo Conselho-Geral da Escola mas também pela tutela, é um comissário político do Governo", sustentou à Lusa Fátima Louro, professora de História há 31 anos, ressalvando que o actual modelo de gestão escolar consagra a eleição do Conselho Pedagógico.
A docente recusa igualmente o modelo de avaliação, um processo que considera "pesado" e "burocrático" que "vai parar as escolas" e propõe, como alternativa, uma "maior intervenção da Inspecção-Geral da Educação", a "identificação e acompanhamento dos professores com maiores dificuldades" e acções de formação, estas últimas previstas no decreto-regulamentar.
Para 17 de Maio estão previstas marchas de protesto um pouco por todo o País.
De acordo com o decreto-regulamentar, a avaliação de desempenho avança este ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais será aplicado um regime simplificado.
Este regime simplificado será aplicado de forma universal, tendo em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
Por outro lado, quer este ano quer no próximo ano lectivo, as classificações de "regular" e "insuficiente" terão de ser confirmadas com nova avaliação, a realizar no ano escolar seguinte, antes dos docentes sofrerem os efeitos penalizadores previstos.
Os efeitos negativos de uma nota de "insuficiente" só se farão sentir no caso dos docentes contratados, que não renovarão contrato.
Depois de uma curta refeição ao ar livre, os manifestantes concentraram-se na Avenida 5 de Outubro, empunhando bandeirinhas pretas em que se lia "A ministra chumbou! Mudam de políticas. Mudam a escola" e posicionaram-se atrás de gradeamentos com faixas com palavras de ordem como "Professores em protesto contra as políticas educativas do Ministério da Educação".
Do outro lado da "barricada", dois agentes da PSP "guardavam" as instalações do Ministério da Educação.
A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP-In, insere-se na iniciativa "segundas-feiras de protesto", que já se realizou no Norte e Centro do País e tem previstas acções na próxima semana no Alentejo.
O protesto em Lisboa, que contou com o apoio do presidente da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, ocorreu quatro dias depois de o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros o novo decreto-regulamentar sobre a avaliação de desempenho docente, que consagra o entendimento assinado entre o Ministério da Educação e os sindicatos de professores.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, justificou a manifestação na Avenida 5 de Outubro com "questões de fundo" que continuam por resolver, como o estatuto da carreira docente, os modelos de avaliação docente e gestão da escola e a carga horária lectiva "excessiva".
António Avelãs considera "absurda" a divisão de "professores titulares" e "não titulares", defendendo que as "funções de avaliação e coordenação pedagógica", atribuídas aos titulares, devem ser estendidas "a todos os professores".
Os docentes rejeitam no novo modelo de gestão da escola a possibilidade de ser o director do estabelecimento de ensino (figura a criar) a nomear coordenadores e os membros do Conselho Pedagógico, órgão a que presidirá e que define os critérios de avaliação, constituição de turmas e regulamento interno da escola, entre outras matérias.
"O Conselho Pedagógico passa a ser a voz do director. O director responde pelo Conselho-Geral da Escola mas também pela tutela, é um comissário político do Governo", sustentou à Lusa Fátima Louro, professora de História há 31 anos, ressalvando que o actual modelo de gestão escolar consagra a eleição do Conselho Pedagógico.
A docente recusa igualmente o modelo de avaliação, um processo que considera "pesado" e "burocrático" que "vai parar as escolas" e propõe, como alternativa, uma "maior intervenção da Inspecção-Geral da Educação", a "identificação e acompanhamento dos professores com maiores dificuldades" e acções de formação, estas últimas previstas no decreto-regulamentar.
Para 17 de Maio estão previstas marchas de protesto um pouco por todo o País.
De acordo com o decreto-regulamentar, a avaliação de desempenho avança este ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais será aplicado um regime simplificado.
Este regime simplificado será aplicado de forma universal, tendo em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
Por outro lado, quer este ano quer no próximo ano lectivo, as classificações de "regular" e "insuficiente" terão de ser confirmadas com nova avaliação, a realizar no ano escolar seguinte, antes dos docentes sofrerem os efeitos penalizadores previstos.
Os efeitos negativos de uma nota de "insuficiente" só se farão sentir no caso dos docentes contratados, que não renovarão contrato.
domingo, 27 de abril de 2008
Portugueses aplaudem acordo

Mais de metade dos portugueses considera positivo o acordo obtido entre os sindicatos de professores e o Ministério da Educação.
Na sondagem CM/Aximage, 57,1 por cento dos inquiridos aplaude o ‘Memorando de Entendimento’ relativo à avaliação dos professores, enquanto 14,1 por cento o considera negativo. Mais de um quinto dos inquiridos não tem opinião.
Curiosamente, são os eleitores do PS e do CDS/PP aqueles que mais consideram positivo o acordo. Pelo contrário, 28,6 por cento dos eleitores comunistas considera negativo o acordo, o que contraria a posição oficial do PCP, que na Comissão de Educação saudou a ministra pelo entendimento obtido na madrugada de 12 de Abril.
Do total de inquiridos, são os homens que têm melhor opinião sobre o entendimento – 65,7 por cento dos homens diz que é positivo, enquanto apenas 49,5 por cento das mulheres partilha dessa opinião.
No campo do efeito político do entendimento entre professores e Governo, as opiniões são mais equilibradas: 38,3 por cento dos inquiridos considera que foi o Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues aquele que recuou mais, enquanto 24 por cento diz que foram os sindicatos a ceder. Um quarto dos inquiridos não tem opinião e 12,5 por cento acredita que Governo e sindicatos recuaram por igual.
Quem votou no CDS/PP penaliza mais o Governo (60,2 por cento), enquanto os eleitores na CDU são os que mais penalizam os sindicatos: 27,3 por cento diz que foram as estruturas representativas de professores que recuaram. E são os eleitores entre 18 e 29 anos quem mais considera terem sido os sindicatos a recuar: 30,8 por cento.
PROTESTOS CONTINUAM
O ‘Memorando de Entendimento’, cujo conteúdo foi consagrado num novo decreto-regulamentar aprovado quinta-feira pelo Conselho de Ministros, não foi suficiente para parar os protestos das segundas-feiras por parte dos sindicatos de professores.
Para depois de amanhã, está agendado um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, a partir das 21 horas.
Segundo o entendimento entre professores e Governo, o regime simplificado de avaliação a aplicar este ano lectivo a sete mil professores terá em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.
AVALIAÇÃO DO EFEITO POLÍTICO DO ACORDO
Neste acordo entre os Sindicatos dos Professores e o Ministério da Educação quem é que recuou mais?
O MINISTÉRIO: 38,3%
OS SINDICATOS: 24%
AMBOS RECUARAM POR IGUAL: 12,5%
SEM OPINIÃO: 25,2%
Para o Ensino, o acordo obtido é:
POSITIVO: 57,1%
NEM POSITIVO, NEM NEGATIVO: 5,9%
NEGATIVO: 14,1%
SEM OPINIÃO: 22,9%
Ficha Técnica: Objectivo: Avaliação do acordo e avaliação do efeito político do acordo entre Sindicatos e Min. Educação UNIVERSO Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal, com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel. AMOSTRA Aleatória estratificada por região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo e representativa do universo, com 502 entrevistas efectivas (273 a mulheres) COMPOSIÇÃO Proporcional pela variável estratificação RESPOSTAS Taxa de resposta de 72,6 por cento. Desvio padrão máximo de 0,022. REALIZAÇÃO 15 e 17 de Abril, para o Correio da Manhã pela Aximage, com a direcção técnica de Jorge de Sá e João Queiroz. CM
sábado, 26 de abril de 2008
Manual de Literacia Digital
A SeguraNet acaba de disponibilizar o Manual de Literacia Digital para Educadores, no âmbito da utilização esclarecida, crítica e segura da Internet e da sua prática de difusão de materiais de apoio dirigidos a educadores e a professores.
Este Manual, desenvolvido em colaboração com uma equipa de especialistas das áreas dos media e da educação e com o apoio da Comissão Europeia, pretende ser um guia de apoio na utilização da poderosa rede de canais de informação e comunicação global que é a Internet.
Manual de Literacia Digital para Educadores em http://www.seguranet.pt/files/manual_literacia.swf.
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Está também disponível o Guia para Professores, que pretende auxiliar os professores a abordar, de forma prática, algumas das ferramentas mais utilizadas pelos jovens quando navegam na Internet, dando-lhes algumas informações teóricas e sugestões de trabalho para desenvolver em espaço de sala de aula.
Guia Prático para o Professor em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Guia_Profs.pdf.
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Já o Manual para Professores, traduzido do projecto europeu SAFT, contém vários recursos interactivos e planos de aulas concebidos para ajudar os professores a sensibilizar os seus alunos para as questões relacionadas com a segurança online.
Manual para Professores – Programa de Sensibilização para uma Internet mais Segura em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Manual_Profs_SAFT.pdf.
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Mais Informações:
Sítio da SeguraNet: http://www.seguranet.pt/
Projecto SAFT em http://www.saftonline.org/om/about_english.html
Este Manual, desenvolvido em colaboração com uma equipa de especialistas das áreas dos media e da educação e com o apoio da Comissão Europeia, pretende ser um guia de apoio na utilização da poderosa rede de canais de informação e comunicação global que é a Internet.
Manual de Literacia Digital para Educadores em http://www.seguranet.pt/files/manual_literacia.swf.
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Está também disponível o Guia para Professores, que pretende auxiliar os professores a abordar, de forma prática, algumas das ferramentas mais utilizadas pelos jovens quando navegam na Internet, dando-lhes algumas informações teóricas e sugestões de trabalho para desenvolver em espaço de sala de aula.
Guia Prático para o Professor em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Guia_Profs.pdf.
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Já o Manual para Professores, traduzido do projecto europeu SAFT, contém vários recursos interactivos e planos de aulas concebidos para ajudar os professores a sensibilizar os seus alunos para as questões relacionadas com a segurança online.
Manual para Professores – Programa de Sensibilização para uma Internet mais Segura em http://moodle.crie.min-edu.pt/file.php/113/Manual_Profs_SAFT.pdf.
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Mais Informações:
Sítio da SeguraNet: http://www.seguranet.pt/
Projecto SAFT em http://www.saftonline.org/om/about_english.html
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Criança entra armada na escola com pistola do pai
Uma criança de sete anos apanhou a pistola do pai em casa, enfiou-a no bolso e escondeu-a até chegar à escola, na quarta-feira de manhã, no Montijo. Entrou armado na sala de aula e, ao primeiro intervalo, decidiu exibir a arma aos colegas do 1.º ano, na Escola Básica do 1.º Ciclo, n.º 3 "A sorte", contou ao CM uma funcionária da escola, foi um rapaz informar a professora responsável pela turma. A pistola de pressão de ar, carregada com chumbos, "ficou no armário da professora até chegar a PSP".Pouco passava das 10h00 quando um colega de ‘Diogo’ (nome fictício) deu o alerta. O rapaz exibia-se no recreio e entre os amigos com a pistola do pai – de uma "forma inconsciente, tal como eles vêem nos filmes". Nenhum adulto tinha reparado na presença da arma – desde os pais, à saída de casa, até aos responsáveis da escola, à chegada. E a professora "entrou em pânico com a situação", assim que soube que havia uma arma carregada, dentro da sua sala, na posse de crianças.
O primeiro passo foi a ‘apreensão’ da pressão de ar a ‘Diogo’, que imediatamentecontouà professora de quem era a arma e onde a fora buscar. Depois, a professora decidiu guardá-la num armário, para evitar acidentes, e chamou os responsáveis da escola, que imediatamente deram conhecimento à PSP do Montijo. Nessa manhã dois agentes foram à escola buscar a arma, registar o testemunho de alunos e da professora de ‘Diogo’.Os pais da criança foram chamados à PSP e, mais tarde, à escola, "para que a situação seja esclarecida". O pai incorre agora em pena de multa – uma vez que, desde a nova Lei das Armas, até as pressões de ar têm de estar guardadas em cofres ou em armários de segurança, descarregadas e longe do alcance das crianças. Quanto às munições, têm de estar isoladas num local à parte.
A PSP fez explodir uma mochila suspeita, abandonada no recinto de uma escola no Forte da Casa, Vila Franca de Xira. Os bombeiros da Póvoa de Santa Iria estiveram no local, pelas 14h00, por prevenção.Há três semanas, um aluno de 14 anos fabricou, na Escola EB 2,3 José Silvestre Ribeiro, em Idanha-a-Nova, uma bomba artesanal que acabou por explodir numa arrecadação do estabelecimento de ensino. "Há alunos que levam pistolas de 6,35 e 9 mm para as escolas. Para não falar de facas, que são às centenas", avisou o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, no início do mês.
O primeiro passo foi a ‘apreensão’ da pressão de ar a ‘Diogo’, que imediatamentecontouà professora de quem era a arma e onde a fora buscar. Depois, a professora decidiu guardá-la num armário, para evitar acidentes, e chamou os responsáveis da escola, que imediatamente deram conhecimento à PSP do Montijo. Nessa manhã dois agentes foram à escola buscar a arma, registar o testemunho de alunos e da professora de ‘Diogo’.Os pais da criança foram chamados à PSP e, mais tarde, à escola, "para que a situação seja esclarecida". O pai incorre agora em pena de multa – uma vez que, desde a nova Lei das Armas, até as pressões de ar têm de estar guardadas em cofres ou em armários de segurança, descarregadas e longe do alcance das crianças. Quanto às munições, têm de estar isoladas num local à parte.
A PSP fez explodir uma mochila suspeita, abandonada no recinto de uma escola no Forte da Casa, Vila Franca de Xira. Os bombeiros da Póvoa de Santa Iria estiveram no local, pelas 14h00, por prevenção.Há três semanas, um aluno de 14 anos fabricou, na Escola EB 2,3 José Silvestre Ribeiro, em Idanha-a-Nova, uma bomba artesanal que acabou por explodir numa arrecadação do estabelecimento de ensino. "Há alunos que levam pistolas de 6,35 e 9 mm para as escolas. Para não falar de facas, que são às centenas", avisou o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, no início do mês.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Fim da Tortura nas Aulas
Para acabar com as imagens chocantes de alunos a serem torturados nas salas de aulas, está a surgir uma nova geração de professores artistas com métodos de ensino do século XXI em que as aulas passam a ser shows e os alunos turmas de fãs.
Ordem dos Professores gera consenso
Associação Nacional de Professores retoma a ideia de criar um código ético e deontológico que regule a profissão. A constituição de uma ordem é bem-vinda, embora com algumas reticências.
O presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, pretende propor a elaboração de um código ético e deontológico que auto-regule a profissão dos docentes. Um quadro de referência que poderá servir de base para a constituição da Ordem dos Professores. Na sua opinião, é necessário definir que ética é essa que se aborda no Decreto-Lei n.º 240/2001, de 30 de Agosto, e em que avaliação deve assentar. "O código ético e deontológico teria a vantagem de se situar muito para além e muito acima das percepções ideológicas de cada momento", afirma. Poderia "fixar os contornos" da actividade da classe docente e não se restringir às normas que definem os direitos e deveres dos professores.
"Se esse quadro de referência existisse, muitos dos problemas que hoje se colocam em relação à avaliação dos professores nem sequer estariam a ser discutidos", refere o responsável. Um código que nascerá naturalmente "da vontade directa dos professores". Num estudo de âmbito nacional, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em 2006, constatava-se que cerca de 80% dos professores inquiridos consideravam, nessa data, importante a existência de uma ordem.
"Ordem sim, mas..." Adalberto Dias de Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, contextualiza o assunto e explica as reticências. "Na verdade, o conceito de ordem estava tradicionalmente ligado a profissões socialmente prestigiadas como os médicos e advogados, parecendo que, de alguma maneira, apenas esses tinham direito àquilo que acabava por constituir uma distinção", lembra. "Em relação aos professores, o seu prestígio foi historicamente construído principalmente através de ideais de entrega, de sacerdócio até. Ao mesmo tempo, a designação de professor era restringida, ficando assim marcada uma divisão e hierarquização internas, aos grupos de elite (os professores universitários doutorados) e, no outro pólo, aos então professores primários. Curiosamente os professores do Ensino Secundário eram tratados por doutores".
O docente retrocede no tempo com um objectivo. "Para acentuar que a ‘classe' docente, se assim se pode chamar, está matricialmente marcada por compartimentações que sempre impediram a sua unidade." "Ora, uma ordem passa precisamente pela afirmação da unidade de objectivos e de estatuto de um determinado grupo profissional academicamente qualificado. Acontece que só em data relativamente recente é que todos os professores foram obrigados a serem licenciados para o exercício da profissão. Repare-se que ainda há, sintomaticamente, um sindicato de professores licenciados, ou seja, de professores que se distinguem dos outros que o não são". Na opinião de Adalberto Dias de Carvalho, uma ordem significa "coesão profissional", mas no caso dos professores "pode reforçar ainda a separação designadamente dos professores licenciados daqueles que ainda o não são".
"Por outro lado, para haver uma ordem deve existir um código deontológico que defina, assegure e afirme perante os próprios, e perante a sociedade em geral, o exercício profissional no quadro de referências de responsabilidade e de dignidade", afirma. Ordem sim, mas com algumas reticências. "É que, nos nossos dias, nas nossas sociedades laicizadas, já não bastam os referenciais transcendentes das morais religiosas (ou republicanas) que tradicionalmente legitimavam o exercício da actividade docente." "Todavia, dentro da problemática de escrita, como compreender depois a existência de grupos de professores subordinados a um determinado quadro deontológico que, não cabendo dentro da ordem, não caberiam também nesse mesmo quadro deontológico?", questiona.
Independência do poder político
Paula Canha, professora de Biologia e Geologia da Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, distinguida com o Prémio Inovação no ano passado, vê com bons olhos a existência de uma Ordem dos Professores. A docente pertence à Ordem dos Biólogos e essa experiência diz-lhe que há benefícios nessa coesão. "Eu vejo todas as vantagens em os biólogos se terem organizado desta forma. A Ordem promove iniciativas óptimas", afirma. Paula Canha não destaca apenas o poder reivindicativo, que ganha força, como também as actividades, as acções de formação que fazem pensar sobre a profissão numa perspectiva de médio e longo prazo. "Acho que o mesmo pode acontecer numa Ordem dos Professores", conclui.
O professor Paulo Guinote, autor do blogue "A educação do meu umbigo", concorda com a ideia, mas duvida que se possa concretizar tendo em atenção o panorama. "A ideia de uma Ordem dos Professores existe, de forma vaga, há bastante tempo. Seria um projecto interessante se fosse viável, ou seja, se o Estado aceitasse que os professores, maioritariamente seus funcionários, pudessem auto-regular o exercício da própria profissão. O que me parece difícil, em especial na actual conjuntura", refere. "A vantagem evidente de uma estrutura deste tipo seria uma maior independência da classe docente em relação ao poder político. Ora, neste momento, isso não parece ser algo que agrade a esse mesmo poder", acrescenta.
Na opinião do docente, a elaboração desse código deontológico deveria, portanto, ser feita fora da alçada e controlo estatais. "É uma ideia interessante, de que a ANP já se deveria ter lembrado antes e que parece recuperar agora num momento em que a organização parece ter sido ultrapassada pelos acontecimentos." "Para se distinguir dos sindicatos e movimentos de professores, tal como com a ideia da 'mediação', surge agora com esta proposta. Seria bom que, para além da enunciação, partisse mesmo para a concretização, pois é algo que tem efectivamente interesse para o desenvolvimento e consolidação de uma identidade docente", sublinha.
O presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, pretende propor a elaboração de um código ético e deontológico que auto-regule a profissão dos docentes. Um quadro de referência que poderá servir de base para a constituição da Ordem dos Professores. Na sua opinião, é necessário definir que ética é essa que se aborda no Decreto-Lei n.º 240/2001, de 30 de Agosto, e em que avaliação deve assentar. "O código ético e deontológico teria a vantagem de se situar muito para além e muito acima das percepções ideológicas de cada momento", afirma. Poderia "fixar os contornos" da actividade da classe docente e não se restringir às normas que definem os direitos e deveres dos professores.
"Se esse quadro de referência existisse, muitos dos problemas que hoje se colocam em relação à avaliação dos professores nem sequer estariam a ser discutidos", refere o responsável. Um código que nascerá naturalmente "da vontade directa dos professores". Num estudo de âmbito nacional, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em 2006, constatava-se que cerca de 80% dos professores inquiridos consideravam, nessa data, importante a existência de uma ordem.
"Ordem sim, mas..." Adalberto Dias de Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, contextualiza o assunto e explica as reticências. "Na verdade, o conceito de ordem estava tradicionalmente ligado a profissões socialmente prestigiadas como os médicos e advogados, parecendo que, de alguma maneira, apenas esses tinham direito àquilo que acabava por constituir uma distinção", lembra. "Em relação aos professores, o seu prestígio foi historicamente construído principalmente através de ideais de entrega, de sacerdócio até. Ao mesmo tempo, a designação de professor era restringida, ficando assim marcada uma divisão e hierarquização internas, aos grupos de elite (os professores universitários doutorados) e, no outro pólo, aos então professores primários. Curiosamente os professores do Ensino Secundário eram tratados por doutores".
O docente retrocede no tempo com um objectivo. "Para acentuar que a ‘classe' docente, se assim se pode chamar, está matricialmente marcada por compartimentações que sempre impediram a sua unidade." "Ora, uma ordem passa precisamente pela afirmação da unidade de objectivos e de estatuto de um determinado grupo profissional academicamente qualificado. Acontece que só em data relativamente recente é que todos os professores foram obrigados a serem licenciados para o exercício da profissão. Repare-se que ainda há, sintomaticamente, um sindicato de professores licenciados, ou seja, de professores que se distinguem dos outros que o não são". Na opinião de Adalberto Dias de Carvalho, uma ordem significa "coesão profissional", mas no caso dos professores "pode reforçar ainda a separação designadamente dos professores licenciados daqueles que ainda o não são".
"Por outro lado, para haver uma ordem deve existir um código deontológico que defina, assegure e afirme perante os próprios, e perante a sociedade em geral, o exercício profissional no quadro de referências de responsabilidade e de dignidade", afirma. Ordem sim, mas com algumas reticências. "É que, nos nossos dias, nas nossas sociedades laicizadas, já não bastam os referenciais transcendentes das morais religiosas (ou republicanas) que tradicionalmente legitimavam o exercício da actividade docente." "Todavia, dentro da problemática de escrita, como compreender depois a existência de grupos de professores subordinados a um determinado quadro deontológico que, não cabendo dentro da ordem, não caberiam também nesse mesmo quadro deontológico?", questiona.
Independência do poder político
Paula Canha, professora de Biologia e Geologia da Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, distinguida com o Prémio Inovação no ano passado, vê com bons olhos a existência de uma Ordem dos Professores. A docente pertence à Ordem dos Biólogos e essa experiência diz-lhe que há benefícios nessa coesão. "Eu vejo todas as vantagens em os biólogos se terem organizado desta forma. A Ordem promove iniciativas óptimas", afirma. Paula Canha não destaca apenas o poder reivindicativo, que ganha força, como também as actividades, as acções de formação que fazem pensar sobre a profissão numa perspectiva de médio e longo prazo. "Acho que o mesmo pode acontecer numa Ordem dos Professores", conclui.
O professor Paulo Guinote, autor do blogue "A educação do meu umbigo", concorda com a ideia, mas duvida que se possa concretizar tendo em atenção o panorama. "A ideia de uma Ordem dos Professores existe, de forma vaga, há bastante tempo. Seria um projecto interessante se fosse viável, ou seja, se o Estado aceitasse que os professores, maioritariamente seus funcionários, pudessem auto-regular o exercício da própria profissão. O que me parece difícil, em especial na actual conjuntura", refere. "A vantagem evidente de uma estrutura deste tipo seria uma maior independência da classe docente em relação ao poder político. Ora, neste momento, isso não parece ser algo que agrade a esse mesmo poder", acrescenta.
Na opinião do docente, a elaboração desse código deontológico deveria, portanto, ser feita fora da alçada e controlo estatais. "É uma ideia interessante, de que a ANP já se deveria ter lembrado antes e que parece recuperar agora num momento em que a organização parece ter sido ultrapassada pelos acontecimentos." "Para se distinguir dos sindicatos e movimentos de professores, tal como com a ideia da 'mediação', surge agora com esta proposta. Seria bom que, para além da enunciação, partisse mesmo para a concretização, pois é algo que tem efectivamente interesse para o desenvolvimento e consolidação de uma identidade docente", sublinha.
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